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Física 1 para a Escola Politécnica (4323101) Módulo 2 - Trabalho e Energia

TRABALHO E ENERGIA
Vamos trabalhar com o conceito da conservação da energia, que aplica-se a todos os domínios
da Física. Vamos desenvolver métodos gerais de resolver problemas nos quais a força depende
da posição da partícula.

Trabalho de forças constantes no movimento


unidimensional
>
F • trabalho + positivo se o movimento
ocorre na mesma direção que a força
W=+FD
x
• trabalho − negativo se o movimento
> ocorre na direção contrária à da força
F
• unidade: 1 joule = 1N.m
W=-FD
x
> • W = F~ · ∆~x ou seja o trabalho é o pro-
F duto escalar do vetor força e do vetor
deslocamento.

x1 x2 x W=0 • O produto escalar de uma vetor ~a por um

x = x2 - x1
D
F
vetor ~b é dado por ~a · ~b = |~a||~b| cos θ onde
θ é o ângulo entre os dois vetores:

F
F
W • trabalho efetuado por uma força cons-
tante = ‘área’ subentendida pela curva
x1 x2 x F contra x
F
>
x
D
x1 x2
F
Trabalho efetuado pela força resultante
>
W
>
F3
> • Wtotal = W1 + W2 + W3 = F1 ∆x − F2 ∆x
F2 F1 W
W F = (F −W=0
F F )∆x 1 2

x1 x2 x X
!

xW
• Wtotal = Fresultante .∆x = Fi ∆x
x1 i
x2
1
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Teorema da Energia Cinética


F
Suponha agora que o corpo está na posição x1 com v1 e passa para a posição x2 com v2 .
W=+FD
x
Sabemos que a velocidade da partícula nessas duas
v1 v2 posições está relacionada pela expressão:

W W=0 W=-FD
x
x F
• v22 = v12 + 2a∆x
x1 x2 F
• Substituindo a = F/m na equação acima
Se a velocidade do corpo foi alte-
rada então foi aplicada nele uma
• v22 = v12 + 2
F
x∆x x2 x W=0
força F = ma responsável pela m 1
variação de v.
1 1
• F ∆x = mv22 − mv12 =⇒ TEC
2 2

• F ∆x = trabalho efetuado pela força resultante F ao deslocar a partícula de ∆x.


1
• 2
mv12 = energia cinética da partícula quando está com velocidade v1 na posição x1 .
1
• 2
mv22 = energia cinética da partícula quando está com velocidade v2 na posição x2 .

1 1
Wtodas = mv22 − mv12
2 2

Observação importante: Nenhuma consideração foi feita sobre a força F , ou a pre-


sença de atrito.

Exercício (1) da parte II


F
• a) trabalho estudante

• We = F~ · ∆y
~ = (120)(1, 8) cos 0 = +216 J
y F • F~ = 120~ (N)
~ = 1, 8~ (m)
• ∆y

• b) trabalho força peso

• Wg = P~ · ∆y
~ = (120)(1, 8) cos 180◦ =
F W=0
y
P D • P~ = 120(−~) (N)
−216 J
F
~ = +1, 8~ (m)
• ∆y

• c) trabalho total ?

x1
2
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Exercício (3) da parte II


1
• a) |Px | = P sin θ = F ⇒ F = 150 × 2
= 75 N
sin q
=H =
3 =
0
,
5
N F d 6 • WF = (75)(6) = 450 J

• b) trabalho força peso

H=3m • Wg = −mgH = −(15)(10)(3) = −450 J


q P
• Observe que o trabalho necessário para elevar o
corpo até a altura H = 3 m é o mesmo tanto se
y o corpo sobe pela rampa ou sobe verticalmente.
Px = P.sino
Px • A diferença em cada um dos casos é que no caso
Py = P.cosq da rampa, a força necesária para elevar o corpo é
Py
menor do que quando o elevamos verticalmente. No
qP caso da rampa, precisamos aplicar uma força me-
nor do que o peso do engradado. É este o papel
desempenhado pela rampa.

Trabalho efetuado por uma força queFvaria com a posição


Fx
• dWi = Fi ∆xi → Trabalho infinitesimal efetu-
ado pela força Fi no intervalo ∆xi .
W=+F
X Z x2
Fi • W = lim Fi ∆xi = F (x)dx
|∆xi →0|

W=0
x1

• W =‘área sob a curva’ Fx contra x.


W=-F
F
x1 xi
D x2 x
x1 x2 x W=0
Exercício (5) da parte II

• bloco de massa m = 4 kg, k = 400 N/m,


µc = 0, 2.
Z x2 Z 0
• a) W = F (x)dx = (−kx)dx
x1 −0,05
0
kx2 0
=− = − 200x2 −0,05
= +0, 5 J
2 −0,05

• b) Use o teorema da energia cinética

• Fatrito = µc N = (0, 2)(40) = 8 N,

Watrito = −(8)(0, 05) = −0, 4 J

• Wtotal = Wmola + Watrito = +0, 5 − 0, 4 = 0, 1 J

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Trabalho de uma força no caso geral


Seja uma partícula movendo-se de P1 até P2 sobre um arco de curva qualquer, sob a ação
F
de uma força F~ que pode variar em módulo, direção e sentido de ponto a ponto da curva C.
• onde ∆~si é um vetor tangente à trajetó-
ria e cujo módulo representa um desloca-
Fi 2 P mento infinitesimal da partícula.

• O trabalho realizado por F~i em um deslo-


camento infinitesimal ∆~si é Wi = F~i · ∆~si .
si
D • O trabalho total é dado por
W=0
P1 Wtotal =
X
~
F
Fi · ∆~si =
Z
F~ · d~s .
|∆xi →0| C
Z
F~ · d~s é chamada de integral de linha de P1 ate P2 ao longo da curva C.
C

Teorema da energia cinética generalizado 1


x x
F~ = Fx ~ı + Fy ~ + Fz ~k
d~s = dx~ı + dy ~ + dz ~k

x2 x Z P2
F~ · d~s = Fx dx + Fy dy + Fz dz
Z P2 Z P2 Z P2
~
F · d~s = Fx dx + Fy dy + Fz dz
P1 P1 P1 P1

Mas
dvx dx
Fx dx = max dx = m dt = mvx dvx
dt |{z}
dt
vx
P2 P2 v
v 2 2,x
Z Z
1 2 1 2
Fx dx = m vx dvx = m x = mv2x − mv1x
P1 P1 2 v1,x 2 2
Z P2
1 2 1 2
Fy dy = mvy dvy ⇒ Fy dy = mv2y − mv1y
P1 2 2
Z P2
1 2 1 2
Fz dz = mvz dvz ⇒ Fz dz = mv2z − mv1z
P1 2 2
Z P2
1  1
F~ · d~s = m v2x
2 2 2 2 2 2

⇒ + v2y + v2z − m v1x + v1y + v1z
P1 2 | {z } 2 | {z }
v22 v12

Z P2
1 1
F~ · d~s = mv22 − mv12 = ∆Ec
P1 2 2

Teorema da Energia Cinética - O trabalho realizado


sobre uma partícula é igual à variação da energia ci-
nética da partícula entre as posições inicial e final.

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Trabalho efetuado pela Terra


Seja uma partícula movendo-se de P1 até P2 em uma trajetória qualquer, sob a ação da força
peso.

P1
• W1 = P~ · ∆~s1 = (mg)(∆s1 ) cos θ1 = mgh1
s1
D h1
q1 s2 h2
D • W2 = P~ · ∆~s2 = (mg)(∆s2 ) cos θ2 = mgh2
q
2 H
P = mg
P = mg • Wtotal = W1 +W2 +..... = mg(h1 +h2 +...)

s1 cosq
h1 = D P2 = mgH onde H = h1 +h2 +h3 +.....
1

W = mgH → Trabalho efetuado pela Terra onde H é a


distância vertical que a partícula desce.

Se o peso é a única força que efetua trabalho, o Teorema da Energia Cinética fica:

1 1
mgH = mv22 − mv12 = ∆Ec ,
2 2
onde v1 é a velocidade escalar inicial da partícula e
v2 é a velocidade da partícula depois de ter descido a altura H.
F
• Como a velocidade v é constante, pelo Teorema
v da Energia Cinética temos Wtotal = 0.
s
D • Wpeso = −mgH ⇒ WF = +mgh

• Na subida: Trabalho efetuado pela força apli-

v H
cada ao bloco não provoca aumento da energia

F
cinética. Dizemos que o bloco na altura H tem W
q
F
energia potencial. Esta energia fica armaze-
nada em forma ‘potencial’, podendo converter-
se em energia cinética e realizar trabalho.

• Descida: Trabalho efetado pela força peso é


P convertido em energia cinética.

x1

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F
Módulo 2 - Trabalho e Energia

Trabalho efetuado pelo atrito


• Como a velocidade é constante,
Watrito = −WFexterna
s
D
• O trabalho da força aplicada é igual em
Fat v v módulo ao trabalho efetuado pela força de
atrito. Se a força aplicada for retirada,

F
o corpo anda mais um pouco até parar. W=
P energia cinética do corpo. F
O trabalho efetuado não reaparece como

• Em algumas circustâncias o trabalho que


se efetua não pode ser recuperado.
x
x pela força de mola
Trabalho efetuado
x1
x1
• Para levar o bloco da posição x = 0 até a posi-
s
D ção −x1 F
com velocidade constante, deve-se aplicar
uma força externa. O trabalho total será nulo e
Fexterna Fmola W=+FD
x
Wmola = −WFexterna . Quando a força externa é reti-
F rada, o corpo adquire energia cinética. O corpo na
x F
posição −x1 tem energia potencial. Esta energia
-x 1 0 armazenada na forma de energia potencial elástica
Fexterna W=0
pode converter-se em energia cinética. W=-FD
x
Fmola
• Situação semelhante ocorre com a mola distendida.
x Para levar o bloco da posição x = 0 até a posição
+x1
x W=0
0 +x1 com velocidade constante, deve-se aplicar
x
uma força externa.
1 x
O trabalho total será nulo
2
e Wmola = −WFexterna . Quando a força externa
é retirada, o corpo adquire energia cinética,
deslocando-se em direção à posição x = 0.

As forças como a gravitacional e a de uma mola são


forças conservativas ⇒ elas possibilitam o armazana-
mento na forma de energia potencial do trabalho efe-
tuado contra elas.

Forças conservativas
• Uma força é dita conservativa se o trabalho que ela realiza sobre um corpo que se desloca
entre dois pontos não depende da trajetória seguida pelo corpo, mas apenas das posições
inicial e final.

• Exemplos de forças conservativas: 1. força gravitacional 2. força elástica 3. qualquer


força unidimensional que só dependa da posição: F (x).

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• Com técnicas de cálculo mais avançadas, é possível


estabelecer um critério matemático para determinar
se uma força é conservativa. A condição necessária
e suficiente para que uma força seja conservativa é
que:

I P2
F~ · d~s = 0, ou seja, que a integral de linha de P1 até P2 ao
P1
longo de qualquer caminho fechado seja nulo.

Forças não conservativas

Exercício (6) da parte II

y(m)
W3
6
• F~ = 10y ~ı − 10x ~
4 W4 W2 • a) Wtotal = W1 + W2 + W3 + W4

2
W1
x(m)
0 2 4 6
Cálculo de W 1
Z x=6 Z x=6 Z x=6
W1 = F~ · d~s = (10y ~ı − 10x ~) · (dx~ı) = 10(y)(dx)
x=2 x=2 x=2
Z x=6
= (10)(2)(dx) = 20x|62 ⇒ W 1 = 120 − 40 = +80J
x=2

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Cálculo de W 2
Z y=6 Z y=6 Z y=6
W2 = F~ · d~s = (10y ~ı − 10x ~) · (dy ~) = −10(x)(dy)
y=2 y=2 y=2

Z y=6
= (−10)(6)(dy) = −60x|62 ⇒ W 2 = −360 + 120 = −240J
y=2

Cálculo de W 3
Z x=2 Z x=2 Z x=2
W3 = F~ · d~s = (10y ~ı − 10x ~) · (dx~ı) = 10(y)(dx)
x=6 x=6 x=6
Z x=2
= (10)(6)(dx) = 60x|26 ⇒ W 3 = 120 − 360 = −240J
x=6

Cálculo de W 4
Z y=2 Z y=2 Z y=2
W4 = F~ · d~s = (10y ~ı − 10x ~) · (dy ~) = −10(x)(dy)
y=6 y=6 y=6

Z y=2
= (−10)(2)(dy) = −20x|26 ⇒ W 4 = −40 + 120 = +80J
y=6

W total = W1 + W2 + W3 + W4 = −320

(b) Trabalho ao longo da diagonal do ponto (x, y) = (2, 2) até o ponto (x, y) = (6, 6).

Z Z Z
W5 = F~ · d~s = (10y ~ı − 10x ~) · (dx~ı + dy ~) = [(10y)dx + (−10x)dy]

Z x=6 Z y=6
= 10(y)dx − 10(x)dy = 0 pois ao caminhar pela diagonal x = y.
x=2 y=2

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Energia potencial
A energia potencial U é uma forma de energia que pode ser associada com a configuração (ou
arranjo) de um sistema de objetos, que exercem forças uns sobre os outros. Se a configuração
muda, a energia potencial também pode mudar.

Energia potencial em uma dimensão


Define-se variação da energia potencial como:
Z x1
∆U (x0 → x) = U (x) − U (x0 ) = − F~C · d~s
x0

onde FC é uma força conservativa. A expressão acima pode ser reescrita como:
Z x1
U (x) = U (x0 )− F~C · d~s
x0

Do ponto de vista físico, apenas as variações de energia potencial são relevantes. Então, pode-se
sempre atribuir o valor zero à configuração de referência: U (x0 ) = 0.

UMA FUNÇÃO ENERGIA POTENCIAL NÃO SE DEFINE PARA UMA FORÇA NÃO
CONSERVATIVA.
F
Energia potencial gravitacional
y
• Wpeso = −mg(y1 − y0 )

y1 • ∆U = U (y1 ) − U (y0 ) = +mg(y1 − y0 ) ⇒

• U (y1 ) = U (y0 ) + mg(y1 − y0 )

h
D • Desde que só se define a variação da energia poten-
cial, o valor da função em qualquer ponto não fica

y0 especificado.
F
P
• Usualmente escolhemos U = 0 em um certo ponto
de referência. Então, a energia potencial em qual-
quer ponto fica definida. F
• Se adotamos que U (y0 ) = 0 para y0 = 0 temos
U (y1 ) = U (y0 ) +mgy1 , onde y1 é um ponto qual-
Terra | {z }
zero
quer.

• Assim podemos escrever U (y) = mgy = mgh .

Energia potencial elástica


• Fmola = −kx
x2 x2
kx2
Z
• Wmola = − kxdx = −
x1 2 x1

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x2
kx2 k 2
• ∆U = U (x2 ) − U (x1 ) = + = (x2 − x21 )
2 x1 2

• Se adotamos que U (x1 ) = 0 para x1 = 0 temos U (x) = 12 kx2 .

Conservação da Energia Mecânica


Consideremos uma partícula que sofre a ação de uma força não conservativa F~nc e de diversas
forças conservativas F~i de modo que a força resultante é:

F~res = F~nc + F~1 + F~2 + F~3 ...

O trabalho efetuado pela força resultante é:


Z Z
Wtotal = Fres · d~s = (F~nc + F~1 + F~2 + F~3 ...) · d~s
~

Z Z Z
Wtotal ~ ~
= Fnc · d~s + F1 · d~s + F~2 · d~s +... = Wnc + W1 + W2 + .....
| {z } | {z } | {z }
Wnc W1 W2

onde Wnc é o trabalho da força não conservativa e Wi é o trabalho na i-ésima força conservativa.
Para cada força conservativa F~i temos Wi = −∆Ui . Então o trabalho total pode ser escrito
como:
Wtotal = Wnc − ∆U1 − ∆U2 + ...... = ∆Ec ⇒
Wnc = ∆Ec + ∆U1 + ∆U2 + ...... = ∆(Ec + U1 + U2 + .....)
| {z }
energia mecânica

∆Emec = ∆(Ec + U1 + U2 + .....) = Wnc


onde Emec = Ec + U1 + U2 + · · · é a energia meânica total da partícula. Portanto o Teorema
Generalizado da Energia Cinética nos diz que:

O trabalho efetuado pelas forças não conservativas é igual


à variação da energia mecânica total da partícula.

Diagramas de energia
Vimos que Z
∆U = − F~c · d~s

A expressão anterior pode ser reescrita como


Z Uf Z xf
dU = − F~c · d~x ⇒ F (x) = − dU
dx
Ui xi

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Movimento a uma energia constante Emec = E


• Emec = Ec + U (x) = 21 mv 2 + U (x) =cte.

• Emec − U (x) = 12 mv 2 ≥ 0 ⇒ Emec ≥ U (x) ou U (x) ≤ Emec .

• A expressão U (x) ≤ Emec indica que o movimento com uma dada energia Emec só é
possível nas regiões de valores de x onde U (x) ≤ Emec .

• nas regiões U (x) ≤ Emec → regiões acessíveis ao movimento da partícula.

• nas regiões U (x) ≥ Emec → regiões proibidas ao movimento da partícula.

• Pontos onde Emec = U (x) → pontos de retorno ou inversão do movimento.



 mínimo → pontos de equilíbrio estável
dU
pontos onde = 0 máximo → pontos de equilíbrio instável
dx
nem máximo nem mínimo → equilíbrio indiferente

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Forças centrais

F F
• Uma força central tem duas características que a
P definem: (i) ela está sempre dirigida para um ponto
O fixo, chamado centro das forças; (ii) sua magni-
êr r tude é uma função da distância entre o ponto fixo
e o ponto de aplicação da força.
o

Trabalho em um campo de forças centrais


F
F O trabalho de uma força central, como a mos-
C P2 trada na figura ao lado, quando o ponto de apli-
dr cação da força realiza um deslocamento infini-
q
tesimal d~s ao longo de uma curva C é dado por:
ds
r+dr
P1 R2 Wi = F~ · d~s = F~ |d~s| cos θ .
r | {z }
dr

R1 Pela figura vemos que dr = ds cos θ. Assim,


o
Wi = F (r)dr

onde dr é o aumento da distância entre o ponto


de aplicação da força e o ponto fixo O.
O trabalho do ponto P1 até o ponto P2 é será dado por:
Z R2
WP1 →P2 = F (r)dr
R1

Observe que o trabalho não depende do caminho C. Só depende dos extremos P1 e P2 .

Energia potencial em campo central


Z P2 Z R2
∆U = − F~ · d~s = − F (r)dr
P1 R1

A expressão anterior pode ser reescrita como:


Z R2 Z R2
dU
dU (r) = − F (r)dr ⇒ F (r) = −
R1 R1 dr
ou
F~ (r) = − dU ê
dr r

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Exercício 17 - Parte II
• F (x) = 3x2 − 12x + 9 (N) • (a) - de outra forma.
Z
• (a) U (x) sendo U(1)=0 J. • U (x) = − F (x)dx
Z 2
• U (2) − U (1) = − F (x)dx Z
| {z } 1 =− (3x2 − 12x + 9)dx
zero Z
x
=− (3x2 − 12x + 9)dx 3
• U (x) = − 3x3 + 12x2
− 9x + C
x=1 2

x • U (x = 1) = −13 + 6(1)2 − 9(1) + C ⇒


n o
3x3 12x2
• U (x) = − 3
− 2
+ 9x dx | {z }
x=1 =0
C=4
• U (x) = −x3 + 6x2 − 9x + 4
• U (x) = −x3 + 6x2 − 9x + 4

• (b) gráfico?
U(x)
• Achar raizes.
4
dU
• Achar máximos e mínimos ⇒ =0 3
dx
2
2
• ⇒ −3x + 12x − 9 = 0 ⇒ x1 = 1 e x2 = 3. 1
2
dU 0 x
• ⇒ = −6x + 12 1 2 3 4
dx2 -1
2
dU
• = −6(1) + 12 = +6 > 0 ⇒ mínimo x=1àequilíbrio estável
dx2 x=1
x=3 à
equilíbrio instável
d2 U
• = −6(3) + 12 = −6 < 0 ⇒ máximo
dx2 x=3

• (c) Qual é velocidade máxima se em x = 0 a velocidade é nula?

• Emec = U (x = 0) = 4 J.

• vmax ocorre quando 21 mvmx
2
= 4 J ⇒ vmax = 2 2 m/s

• (d) Para quais valores de x a partícula tem comportamento oscilatório?

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• (c) Qual é velocidade máxima se em x = 0 a velocidade é nula?


• Emec = U (x = 0) = 4 J.

• vmax ocorre quando 21 mvmx
2
= 4 J ⇒ vmax = 2 2 m/s
• (d) Para quais valores de x a partícula tem comportamento oscilatório?

Um pouco mais sobre forças conservativas....


Rotacional
Vejamos o que é o rotacional de um campo vetorial.

~ı ~ ~k 
 ∂ ∂ ∂ 
∇ × F~ =  ∂x ∂y ∂z
 

 
Fx Fy Fz

Note que a força conservativa é o gradiente da energia potencial:


 
~ ∂U ∂U ∂U ~
F = −∇U (x, y, z) = − + ~ı + ~ + k .
∂x ∂y ∂z
onde o operador ∇ é dado por:
∂ ∂ ∂
∇=+ ~ı + ~ + ~k
∂x ∂y ∂z
Assim,
~k
 
~ı ~

 ∂ ∂ ∂ 

∇ × F~ = 
 ∂x ∂y ∂z 
=0
∂U ∂U ∂U
 
− − −
 
∂x ∂y ∂z
 

Ou seja para que uma força seja consevativa ∇ × F~ = 0.

Exemplo: Verifique se o campo de força é conservativo.


F~ = (y 2 z 3 − 6xz 2 )~ı + (2xyz 3 ) ~ + (3xy 2 z 2 − 6x2 z) ~k
Para isso, vamos calcular o rotacional da força que é dado por:
     
~ ∂Fz ∂Fy ∂Fx ∂Fz ∂Fy ∂Fx ~
∇×F = − ~ı + − ~ + − k
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
∂Fz ∂Fy
• ∂y
= 6xyz 2 • ∂z
= 6xyz 2

∂Fx
• ∂z
= 3y 2 z 2 − 12xz • ∂Fz
∂x
= 3y 2 z 2 − 12xz

∂Fy
• ∂x
= 6xyz 2 • ∂Fx
∂y
= 6xyz 2
Portanto a força é conservativa.

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