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Aula 3

ELEMENTOS DE TRELIÇA PLANA


Os Elementos de treliças planas são compostos de elementos de barras uniaxiais.

• Qual a diferença entre 1D e 2D elementos finitos?


- Elementos 2D pode-se mover nas direções X e Y (2GDL por nó);
- A rigidez pode ser aplicada somente na direção axial;
- Necessita-se de matriz de transformação, pois a matriz de rigidez será adequada para os elementos
isolados da treliça num sistema de coordenadas local xy;
- Sistema de coordenada global para a estrutura XY;
- Sistema de coordenada local 𝑥𝑦 para cada elemento, tal que o eixo x esteja ao longo do comprimento da
barra.

50 N
Sistema de coordenada local

8 cm

12 cm
X
Sistema de coordenada
global
- O sistema de coordenada local 𝑥ҧ 𝑦ത para cada elemento segue:

 f1x  EA  1 −1  u1 
 =    
 f 2 x  L  −1 1  u2  y
Local coordinates
v2 u2 f2x

y x
 f1x  1 0 −1 0   u1  v1 f
2
f  u1

 1 y  EA  0 0 0 0   v1 
 =  
 f 2 x  L  −1 0 1 0  u 2  1 Global coordinates
f1x
 f 2 y   
0 0 0 0   v2  x

{f } = [k ]{q}
- ഥ é quadrada, simétrica, e components de diagonal não negativos;
𝒌

• COMO CONECTAR ELEMENTOS VIZINHOS?


- Usando coordenadas de transformação.
• A matriz de transformação transfere para o
sistema local da seguinte forma:
𝑢ത = 𝑢. 𝑐𝑜𝑠∅ + 𝑣. 𝑠𝑖𝑛∅ v
v
u
u1   cos f sin f  u1  f
 =   
 v1   − sin f cos f   v1  f u
u2   cos f sin f  u2 
 =  
 v2   − sin f cos f   v2 

• Matriz de transformação

u1   cos f sin f 0 0  u1 


    
 v1   − sin f cos f 0 0   v1  {q} = [T]{q}
 =  
u2   0 0 cos f sin f  u2 
 v2   0 0 − sin f

cos f   v2 
Matriz de Transformação
local global
• O mesmo para o vetor força

 f1x   cos f sin f 0 0   f1x 


f    
 1 y   − sin f cos f 0 0   f1 y 
 =   {f } = [T]{f }
 f2 x   0 0 cos f sin f   f 2 x 
    f 
 2y   0
f 0 − sin f cos f  
 2y 
local global

• Propriedades da matriz de transformação T.

Sabendo que:
−1 𝑇
𝑻 = 𝑻
O vetor força local será:
𝒇ത = 𝑻 𝒇

→ 𝒇 = 𝑻 −1
𝒇ത = 𝑻 𝑇
𝒇ത
Matriz de rigidez global

y
v2
u2 f2x

v1
u1 K N2
f

N1
f1x
x

Considere o elemento acima, as equações força – deslocamento podem ser expressas em coordenadas locais
como:

{f } = [k ]{q}
Matriz de rigidez global

Aplicando a matriz de transformação, transforma-se o vetor força local em global, e o vetor deslocamento
local em global:
𝒇ത = 𝒌 ഥ 𝒒ഥ
Então
𝑻 𝒇 = 𝒌 ഥ 𝑻 𝒒 → 𝒇 = 𝑻 −𝟏 𝒌 ഥ 𝑻 𝒒
𝒇 = 𝒌 {𝒒}

como

𝒌 = 𝑻 −𝟏 ഥ 𝑻
𝒌

Então substituindo temos a matriz de rigidez global:

𝒌 = 𝑻𝑻𝒌 ഥ 𝑻
ഥ.
Temos a matriz de rigidez do elemento [k] em coordenadas globais que pode ser expressa em termos de 𝒌
 cos 2 f cos f sin f − cos 2 f − cos f sin f 
 
EA  cos f sin f sin 2 f − cos f sin f − sin f 
2
[ k] =
L  − cos 2 f − cos f sin f cos 2 f cos f sin f 
 
 − cos f sin f − sin 2 f cos f sin f sin f 
2

• Observem que matriz de rigidez elementar de um elemento de treliça plana depende do comprimento L, da
rigidez axial EA e do angulo de orientação f.
• Conforme foi mencionado, a matriz de rigidez elementar é simétrica.
• Seu determinante é igual a zero e, por isso, não possui uma inversa.
• Além disso, a matriz de rigidez elementar é positiva semidefinida (autovalores não negativos) e os elementos da
diagonal da matriz ou são iguais a zero ou são maiores do que zero.
Ex: Treliça de duas barras. Calcule os deslocamento de cada nó e a tensão em cada elemento.
Dados: d = 0.25 cm, E = 30x10^6 N/cm^2, F = 50 N aplicada no nó 2.

N2 50 N

Element 1
8 cm

Element 2
N1 N3
12
cm
Solução:
Elemento 1
- Em coordenada local, temos a equação matricial y
v2 u2 f2x
{f } = [k ]{q
(1) (1) (1)
}
v1
u1 K
 f1x  1 0 −1 0  u1  f1
N2
f    
 1 y  EA  0 0 0 0   v1  f1 = 33.7o
 =   E = 30 x 106 N/cm2 f1x
N1

 f 2 x  L  −1 0 1 0  u 2  A = pr2 = 0.049 cm2


x
 f 2 y    L = 14.4 cm
0 0 0 0   v2 
Elemento 1
- Equações do elemento em coordenada global

 f1(1)
x
  0.692 0.462 −0.692 −0.462  u1 
 (1)   0.462  
 f1 y  0.308 −0.462 −0.308   v1  (1)
 (1)  = 102150     {f } = [ k (1)
]{q (1)
}
 f2 x   −0.692 −0.462 0.692 0.462  u2 
 f 2(1)y    
   − 0.462 −0.308 0.462 0.308   v2 

Elemento 2

y f2x
f (2)
2x
 0 0 0 0  u 2 
  0 1  
0 −1  v2 
(2) N2 v2
f  f2 =
f
 = 184125   
2y –90o
 E = 30 x 106 N/cm2
f
(2)
3x  0 0 0 0   u3  A = pr2 = 0.049 cm2
u2

f    K 2
0 1   v3 
L = 8 cm
 0 −1
(2)
 3y 
N3 x
v3
f3x
u3
Montagem
Após transformar em coordenadas globais
Element 1

 F1x   70687 47193 −70687 −47193 0 0  u1 


F    v 
 1 y   47193 31462 −47193 −31462 0 0
 1 
 F2 x   −70687 −47193 70687 47193 0 0  u2 
 =  
 F2 y   −47193 −31462 47193 215587 0 −184125  v2 
 F3 x   0 0 0 0 0 0  u3 
    
 F3 y   0 0 0 −184125 0 184125  v3 
Element 2
Condições de contorno
- Nó 1 e 3 são fixos;
- Nó 2 tem força aplicada F2x = 50 N, F2y = 0 N
Condições de contorno, eliminando as colunas e as linhas

 F1x   70687 47193 −70687 −47193 0 0  0 


F    
 1 y   47193 31462 −47193 −31462 0 0  0 
 50   −70687 −47193 70687 47193 0 0  u2 
 =  
 0   −47193 −31462 47193 215587 0 −184125  v2 
 F3 x   0 0 0 0 0 0  0 
    
 F3 y   0 0 0 −184125 0 184125  0 

Ficando

50  70687 47193  u2 


 =  v 
  
0 47193 215587  2
Resolvendo o sistema
u2 = 8.28  10−4 cm
v2 = −1.81 10−4 cm
Reações

 F1x   70687 47193 −70687 −47193 0 0  0 


F    
 1 y   47193 31462 −47193 −31462 0 0  0 
 50   −70687 −47193 70687 47193 0 0  u2 
 =  
 0   −47193 −31462 47193 215587 0 −184125  v2 
 F3 x   0 0 0 0 0 0  0 
    
 F3 y   0 0 0 −184125 0 184125  0 

Leva a matriz sem a linha do nó 2 Obs: a força de reação do nó 3 é


vertical e a força do nó 1 tem
 F1x   −70687 −47193   −50  componentes x e y.
F    −33.39 
 1y   −47193 −31462 8.28  10 −4
  
  =   =
−4   N
 F3 x   0 0  −1.81 10   0 
 F3 y   0 
−184125  33.39 
Tensões nos elementos
- Precisa transformar para coordenada local, usando a seguinte relação matricial que transforma as coord. Global
para local, temos então a transformação dos deslocamentos nodais e depois para a força local nodal.
 f1x   cos f sin f 0 0   f1x 
f    
 1 y   − sin f cos f 0 0   f1 y 
 =   –60.2 60.2
 f2 x   0 0 cos f sin f   f 2 x 
  f  N 1 2 N
 
 2y   0
f 0 − sin f cos f  
 2y 
local global
 u1   .832 .555 0 0  0   0 
 v   −.555 .832 0   0   
 1  0
  = 
0 
 = −4 
u2   0 0 .832 .555 u2   5.89 10 
 v2   0 0

−.555 .832   v2  −6.1110−4 
Obs: Não há componente de força
 f1x  1 0 −1 0   0   −60.2  na direção y nos nós 1 e 2;
f  0
 1y  EA 0 0 0   0   0 
   Na direção x as forças são iguais e
 =   =
−4   N opostas;
 f 2 x  L  −1 0 1 0   5.89 10   60.2  A tensão normal é 60.2/0.049 =
 f 2 y   
0 0 0 0   −6.1110 −4   0  1228 N/cm^2.
Outro método para calcular a força no elemento
(e) (e)
 AE   AE 
P(e) =
 L 
  (e)
= 
 L 
 (u j − ui )

- Escreva os termos em deslocamentos globais


(e)

P(e)
 AE 
=
 L


( ( lu j + mv j ) − ( lu i + mvi ) ) l = cos f
m = sin f
(e)
 AE 
=
 L 
 (l (u j − ui ) + m ( v j − vi ) )
Até agora, os princípios básicos da análise de Elementos Finitos usados foram:
- (1) obter as relações entre forças e deslocamentos de cada barra da treliça;
- (2) montar as equações locais para obter as equações globais;
- (3) resolver as equações para encontrar os valores dos deslocamentos desconhecidos.
Em problemas com grande número de elementos, não é conveniente escrever as equações para cada elemento.
Utiliza-se um procedimento mais adequado.
Outro método para calcular a força no elemento

Neste caso, atribui-se a cada elemento um primeiro nó e um segundo nó, indicados por i e j, arbitrária mas
consistente em toda a estrutura.
A orientação do elemento é definida pelo ângulo que a direção i-j faz com a direção positiva do eixo x indicada por
f. Utiliza-se 𝑙 = 𝑐𝑜𝑠∅ 𝑒 𝑚 = 𝑠𝑖𝑛∅.
A matriz de rigidez pode ser escrita em termos de l e m a seguir:
u1 v1 u3 v3
 l2 lm −l 2−lm  u1
(1)  
 EA   lm m2 −lm −m 2  v1
 k  = 
(1)

 L   −l −lm lm  u3
2
l2
 
 −lm −m
2
lm m 2  v3
Ex: A treliça plana consiste de 3 barras conectadas entre si e as paredes por pinos. As barras são idênticas e
possuem os dados: 𝐸 = 206 𝐺𝑃𝑎, 𝐴 = 1 × 10−4 𝑚2 , 𝐿 = 1 𝑚. Aplicada uma força 𝐹 = 20 𝑘𝑁 ao nó 1. encontre o
valor dos deslocamentos no nó 1 e as tensões nos 3 elementos.

2
Elem AE/L i -> j f l = cosf m = sinf
2 F 1 206×105 1 -> 3 -30 0.866 −0.5
45 2 206×105 1 -> 2 90 0 1
 3 206×105 1 -> 4 210 −0.866 −0.5
3 1 1
4 3

Logo para o elemento 1, temos:


u1 v1 u3 v3
 l2 lm −l 2−lm  u1 u1 v1
(1)  
 EA   lm m 2
−lm −m 2  v1  EA
(1)
  l 2
lm  u1
 k(1)  =    2  k  = 
(1)
 L  −l −lm l2 lm  u3   2
 L   lm m  v1
 
 −lm − m 2
lm m 2  v3
Montando o sistema global de equações

Onde

A força inclinada no nó 1 é decomposta nas direções x e y.

Como os nós 2, 3 e 4 são fixos, os deslocamentos são zero.

Eliminando as linhas e colunas na matriz [Ks], tem-se:


Resolvendo a equação, temos:

O vetor dos deslocamentos nodais é {Qs} = [0.458 0.458 0 0 0 0 0 0].


A força em cada elemento pode ser obtida por
(e) (e)
 AE   AE 
P(e) =
 L
  =

(e)

 L


(u j − ui )

As tensões são obtidas por P/A.

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