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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
Fundamentos de Vibrações
Histórico, Importância do Estudo das Vibrações, Movimento
Harmônico, Classificação das Vibrações e Tópicos Essenciais.
NOTAS DE AULAS
Junho – 2020
1. Fundamentos de Vibração
2
um método racional de medir frequências sonoras (origem do diapasão)
podendo ser considerado como o fundador da acústica.
3
Heródoto (cerca de 484 a 425 A.C.) registra a existência de um
transdutor de vibração (um escudo coberto com uma fina camada de bronze)
que era encostado ao solo produzindo som quando este apresentava qualquer
movimento vibratório. Foi utilizado no sexto século A.C. para detectar a
escavação de túneis subterraneos em Barca, norte da África, atual Líbia, então
sob dominação persa.
4
Registros da Era Moderna
Físico Sauveur
5
Matemático Bernoulli
1784 Coulomb
1802 Chladni
Foi premiado com 3000 francos por uma academia francesa pela
derivação da equação diferencial do movimento para as placas vibrantes
estudadas por Chladni, concorrendo sozinho, após ter sido desclassificado
por Lagrange (jurado) em 1811 devido a erro na derivação da equação e
em 1813 por falta de justificativa física para as suposições admitidas no
seu modelo. Premio concedido por Napolean Bonaparte, que estava
presente a um dos encontros onde Chladni apresentou o seu
experimento, para premiar a primeira pessoa que desse um tratamento
matemático satisfatório para a teoria de vibrações em placas.
6
O fato é que mais tarde se descobriu que sua equação diferencial estava
correta, mas as condições de contornos estavam erradas.
1850 Kirchhoff
Publicou seu livro sobra a teoria do som considerado até hoje um clássico
no assunto de vibrações.
1902 Frahm
1909 Frahm
Após 1909:
Stodola
Timoshenko e Mindlin
7
Aprimoraram importantes resultados para a teoria de vibrações de vigas
e placas.
Após 1909
8
1930 Taylor
9
A nossa respiração está associada com a vibração dos pulmões.
Nossa caminhada envolve movimentos oscilatórios periódicos das pernas
e das mãos.
Nós falamos devido o movimento oscilatório da laringe (língua).
10
desgaste em partes de máquinas tais como mancais e engrenagens e
também causam excessivos níveis de ruído.
11
de excessos de vibrações também é muito frequente, por exemplo, em
maquinas ferramentas e perfuradoras pneumáticas.
12
Figura 1 – Efeitos do Ruído no Homem
13
Figura 2 – Movimento Vibratório
X ( t) = X (t + T) (1.1)
onde:
1
f = Hz (1.3)
T
Tempo - T s
ω (t + T) = ω t + 2 n π (1.5)
15
onde n é o número de ciclos.
2 π
ω T= 2 π ⇒ T = (1.6)
ω
ω
f= (1.7)
2π
ou
ω = 2 π f (1.8)
16
4. Classe da Vibração (Mecanismo de Surgimento)
Livre: O sistema oscila sob a ação de forças que lhe são inerentes e na
ausência da ação de qualquer força externa.
Periódica: X (t) = X (t + T)
6. Balanço Energético
7. Aplicação Técnica
17
1.7 Modelos de Sistemas Mecânicos
18
Exemplos de alguns modelos físicos:
19
Figura 8 - Modelo de uma Turbina Kaplan
20
Figura 11 - Modelo Mecânico do Corpo Humano
21
A influência da pré-carga de uma mola no cálculo de sua
energia potencial, ou seja, no cálculo da energia potencial de uma
mola com deformação estática;
22
Mechanique. A Equação de Lagrange é muito utilizada nos estudos de vibrações
de sistemas mecânicos com múltiplos graus de liberdade.
d ∂T ∂T ∂D ∂U
- + + = Qk (1.9)
d t ∂ qɺ k ∂ qk ∂ qɺ k ∂ qk
onde:
. o ponto aqui representa a derivada em relação ao tempo t;
d() / dt denota derivada no tempo total;
∂() / ∂qk denota derivada parcial com relação a coordenada generalizada
qk ;
∂() / ∂q
ɺ k denota derivada parcial com relação a velocidade da coordenada
generalizada;
T é a energia cinética do sistema;
U é a energia potencial do sistema;
D é a energia dissipada do sistema;
Qk é a k-éssima força externa não conservativa generalizada aplicada ao
sistema, que é obtida das considerações de trabalho virtual;
d ∂T ∂D ∂U
+ + = Qk (1.10)
d t ∂ qɺ k ∂ qɺ k ∂ qk
23
Se um sistema possui um grau de liberdade ele é descrito apenas pela
coordenada generalizada q = X . Neste caso, há apenas uma equação de
Lagrange:
d ∂T ∂T ∂D ∂U
- + + = Q (1.11)
dt∂X
ɺ ∂X ∂X
ɺ ∂X
d ∂T ∂D ∂U
+ + = Q (1.12)
dt∂X
ɺ ∂X
ɺ ∂X
T = T ( t, qK , q
ɺK) (1.13)
24
1 n n ɶ ɺ ɺ
T = ∑∑T qq
2 i=1 j=1 ij i j
(1.14)
generalizado, isto é, ɶ =T
T ɶ (q ,q ) .
ij ij i j
T = (
1 ɶ ɺ2
T q + 2Tɶ 12 q
2 11 1
ɺ 1q ɶ q
ɺ2 + T ɺ2
22 2 ) (1.15)
∂T
ɶ
ij
∂T
ɶ
ij
ɶ ɶ
Tij (qi , qj ) = Tij (0,0) + q1 + q2 + ⋯ (1.16)
∂q1 ∂q2
(0,0) (0,0)
ɶ (q ,q ) ≈ T
T ɶ (0,0) (1.17)
ij 1 2 ij
o que nos leva a uma conclusão muito importante quanto ao modo como a
energia cinética pode ser calculada em um sistema que realiza pequenas
oscilações sobre uma posição de equilíbrio estável: não há necessidade de
considerá-lo em uma posição arbitrária, mas apenas na posição quando o
25
sistema passa pela posição de equilíbrio ou é presumido que está passando por
esta posição.
ɺ = 1 Tɶ ij q
Tij (q, q) ɺ2 (1.18)
2
ɶ
T(q) ≈ T(0)
ɶ = constante (1.19)
levando a
1 ɶ ɺ2
T = T(0)q (1.20)
2
1
T = m xɺ 2 (1.21)
2
26
Lembre que x
ɺ é a magnitude da velocidade na direção do movimento x. Se
1 1
T = m v i v = m xɺ 2 (1.22)
2 2
1 1 ɺ 2 + yɺ 2 + zɺ 2 )
T = m v i v = m(x (1.23)
2 2
1
T = ml2 ϕɺ 2 (1.24)
2
27
forma quando o sistema passa pela posição de equilíbrio, que é nem sempre é o
caso.
f ( x ) = c 0 + c1 ( x - a ) + c2 ( x - a ) + c3 ( x - a ) + ⋯ + cn ( x - a )
2 3 n
+ ⋯
(1.25)
Fazendo suas derivadas, obtém-se:
⋯
f ( ) ( x ) = n!cn + ⋯
n
28
Se explicitamos os coeficientes cn das equações (1.27) e substituímos na
função f(x) representada pelo polinômio da equação (1.25), no ponto a, obtém-
se:
f ( x ) = f ( a) + ( x - a) ( x - a) ( x - a) ( x - a)
2 3 n
+ + + ⋯ + + ⋯
1! 2! 3! n!
(1.28)
ou
f ( ) ( a)
∞ n
f (x) = ∑ (x - a)
n
(1.29)
n = 0 n!
onde: 0! = 1 e f0 ( x ) = f ( x ) .
ou
f ( ) (0 )
∞ n
f (x) = ∑ (x)
n
(1.31)
n = 0 n!
Exemplo 1:
29
f(0) ( θ ) = sen ( θ ) ⇒ f(0) ( 0 ) = sen ( 0 ) = 0
θ3
sen ( θ ) = 0 + θ - 0 - + ⋯
6
Exemplo 2:
Solução:
θ2
cos ( θ ) = 1 - 0 - +0+ ⋯
2
30
Considerando pequenos valores de θ, a função f(θ) = cos(θ) pode ser
∞
f (x) = ∑ cn ( x - a )
n
(1.32)
n = 0
Fica induzido, portanto, que para duas variáveis a séria de Taylor passa a
ser:
∞
f ( x, y ) = ∑ cn ( x - a ) ( y - b)
n? n?
(1.33)
n = 0
∂f ∂f
f ( x, y ) = f ( x 0 , y 0 ) + ( x0 , y0 ) ( x - x 0 ) + ( x , y 0 ) ( y - y0 )
∂x ∂y 0
1 ∂2f ∂2 f ∂2f 2
2 ( x0 , y0 ) ( x - x0 ) + 2 ( x0 , y0 ) ( x - x 0 ) ( y - y0 ) + 2 ( 0
x , y0 ) ( y - y0 )
2
+
2! ∂x ∂x∂y ∂y
1 n n ∂nf
∑ n - j j ( x0 , y0 ) ( x - x0 ) ( y - y0 )
n-j j
+ ⋯ +
n! j - 0 j ∂x ∂y
(1.34)
∞
1 n n ∂nf
f ( x, y ) = ∑ ∑ n - j j ( x0 , y0 ) ( x - x0 ) ( y - y 0 ) (1.35)
n -j j
n = 0 n! j - 0 j ∂x ∂y
31
para funções de duas variáveis, ou seja
∞
1 n n ∂nf
f ( x, y ) = ∑ ∑ n - j j ( 0, 0 ) ( x ) ( y)
n -j j
(1.36)
n = 0 n! j - 0 j ∂x ∂y
U = U ( t, qK ) (1.37)
1 n n ɶ
U= ∑ ∑U q q
2 i=1 j=1 ij i j
(1.38)
∂U ∂U
U ( q1 , q2 ) = U ( 0, 0 ) + ( 0, 0 ) q1 + ( 0, 0 ) q2
∂q1 ∂q2
(1.39)
1 ∂ 2U ∂ 2U ∂ 2U
+ 2
2! ∂q1
( 0, 0 ) q2
1
+ 2
∂q1∂q2
( 0, 0 ) q q
1 2
+
∂q22 (
0, 0 ) q22 + ⋯
Observe que a série está truncada apenas nos termos quadráticos, pois
isso resultará na existência de termos lineares nas equações de movimento.
32
É sempre possível calibrar a energia potencial para que seja igual a zero
na posição de equilíbrio. Mesmo que isso não tenha sido feito, o termo U(0, 0)
fica constante e será perdido durante o processo de formação das equações do
movimento, uma vez que será diferenciado. Além disso, o sistema oscilará em
torno da posição de equilíbrio, que corresponde ao mínimo de energia potencial,
isto é:
∂U ∂U
∂q1
( 0, 0 ) = 0 e
∂q2
( 0, 0 ) = 0 (1.40)
1 ∂ 2U ∂2U ∂ 2U
U ( q1 , q2 ) ≈ 2 ( 0, 0 ) q1 + 2
2
( 0, 0 ) q1q2 + 2 (
0, 0 ) q22
2! ∂q1 ∂q1∂q2 ∂q2
(1.41)
U ( q1 , q2 ) ≈ (
1 ɶ ɶ qq + U
U q2 + 2 U
2! 11 1 12 1 2
ɶ q2
22 2 ) (1.42)
1 ɶ 2
U (q) ≈ Uq (1.43)
2
ɶ é uma constante.
onde U
Existem várias maneiras pelas quais ela pode ser obtida, mas é sempre
proporcional ao peso mg. O primeiro método é apresentado na Figura 14 (a),
quando depende da coordenada z em um sistema de coordenadas fixo:
33
Ug = mgzc (1.44)
Ug = - mgy c (1.45)
Ug = + mgh1 (1.46)
ou
Ug = - mgh2 (1.47)
h = h(qi ) .
34
truncada aos termos quadráticos de coordenadas generalizadas, como veremos
mais adiante.
F = K ∆lT (1.48)
1
K ( ∆lT )
2
U= (1.49)
2
∆lT = l - l0 (1.50)
Figura 15 – Sistema Massa Mola com Deformação Colinear com a Direção da Mola
35
Esta deflexão também pode ser expressa como a soma da deflexão
estático X, isto é,
X = l - lst (1.52)
X ≡ X ( u, v ) = (lst + u )
2
+ v2 - lst (1.53)
1 2 1 1 1 1 3
X ( u, v ) ≈ u + v - uv2 + u2 v2 - v4 - u3 v2 + uv 4 + ⋯
2 ( lst ) 2 ( lst ) 8 ( lst ) 2 ( lst ) 8 ( lst )
2 3 3 4 4
2lst
(1.54)
1 1
U = K∆lst X + KX2 + Constante ou U = K∆lst X + KX2 (1.55)
2 2
onde o terceiro termo constante na primeira expressão pode ser omitido uma
vez que a energia potencial não depende da constante, conforme discutido
anteriormente.
1 2
X ( u, v ) ≈ u + v (1.56)
2lst
v = A2q (1.58)
1
U= KX2 (1.59)
2
X ≡ u = A1 q (1.60)
Exemplo:
39
Solução:
estático existe alguma deflexão estática fst na mola. Se existir, a mola já parte
com uma energia potencial estática. Assim, fazendo o diagrama de corpo livre
da Figura 18 e efetuando um somatório de momentos com relação obtem-se:
mg 3
∑MO =0 ⇒ kfst a - mgasen60o = 0 ⇒ fst =
2k
indicada pela Figura 17, a mola já está com deflexão estática fst não nula. Logo,
40
Observa-se que para a mola sair da posição BA0 para posição BA houve
um deslocamento no plano, ou seja, deslocamento em duas dirações.
T =
1
2
JO ω2 =
1
2
(
JCG + ma2 ω2 )
1
m (2a )
2
JCG =
12
1 2
T = JO ω2 = ma2 ϕɺ 2
2 3
Definimos aqui como potencia zero a linha horizontal que passa pelo
ponto O. A Energia Potencial do Sistema Mecânico é a soma da Energia
Potencial Gravitacional, dada, de acordo com a Figura 19, por:
(
UGravitacional = mgacos 60o + ϕ )
λ = λ ( ϕ ) - λ (0) = a2 + (2a)
2
( )
- 4a2 cos 60o + ϕ - a 3
(
λ = a 5 - 4 cos 60o + ϕ - a 3 )
2
1 mg 3
(
U = mgacos 60 + ϕ + k
o
2 2k
)+ a 5 - 4 cos 60o + ϕ - a 3
( )
42
direção do vetor unitário e2 , rapresentados na Figura 19.
1
λ ( u, v ) ≈ u + v2
2λ ( 0 )
a 3 2 1
( )
2
λ ≈ aϕ - ϕ + a 3ϕ = aϕ
2 2a 3
1
k ( fst + λ )
2
UMola =
2
43
2
1 mg 3
UMola ≈ k + aϕ
2 2k
2
1 mg 3
U ≃ UGravitacional + UMola (
= mgacos 60o + ϕ + k
2 2k
) + aϕ
2
1 ϕ2 3 1 mg 3
U ≈ mga 1 - - ϕ + k + aϕ
2 2 2 2 2k
1 2 mga 2
U ≈ ka - ϕ
2 2
44