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Métodos Numéricos em Engenharia

Noções Básicas do
Método dos Elementos Finitos
Problema Real

Modelo de análise
• Métodos de Cálculo Clássicos:
(equações diferenciais)
– Resistência dos Materiais;
– Teoria de Vigas; Solução Exata
– Teoria Geral de Placas e Cascas;
– Teoria da Elasticidade;

• Estruturas complexas
Solução Aproximada
• Subdivisão do sistema em componentes
individuais ou elementos;

– Compreensão do comportamento de cada


elemento;

– Compreensão do comportamento do conjunto.


• Diagrama de corpo livre:

– Um elemento infinitesimal;
• Substituição das ações por forças equivalentes;
• Equilíbrio do elemento;

– Infinitos elementos;
• Comportamento do todo.
• Sistemas Discretos:
– Divisão da estrutura em partes distintas conectadas
entre si por pontos discretos;
• Partes com comprimento finito;
• Pontos de conexão são os Nós do Modelo.

– Cálculo dos deslocamentos apenas dos Nós;

– Número de Nós suficientes para representar o


comportamento do conjunto.
• Estruturas reticuladas
– Elementos conectados entre si somente nos
Nós estruturais.

• Corpo contínuo
– Estrutura subdividida artificialmente em um
número de elementos;
– Elementos conectados entre si somente nos
Nós dos elementos.
• Elementos
– Comportamento interno de dois elementos
adjacentes com configuração deformada do
contorno razoavelmente compatíveis;

– Não há necessidade de elementos


extremamente pequenos.
• Característica do Método dos Elementos
Finitos:

– Modelo Discreto não fornece resposta exata;


– Boa aproximação para a solução de problemas
de engenharia.
• Estruturas Reticuladas:

– Elementos Unidimensionais conectados nos


Nós;
– Conexões rígidas ou articuladas;
– Forças externas aplicadas somente nos Nós;
– Deslocamentos expressos em termo de
Deslocamentos Nodais.
• O MEF tem como ponto de partida a
Relação entre Forças Nodais e
Deslocamentos Nodais para cada Elemento.

Conceito de Rigidez.
• Dependendo do tipo de esforço que o
elemento estiver sujeito ele deverá ter um
diferente tipo de rigidez:
– Forças axiais  Rigidez axial;
– Flexão  Rigidez a flexão;
– Torção  Rigidez a torção;
– Cisalhamento  Rigidez ao cisalhamento.
• Os diversos componentes de rigidez de um
elemento estão relacionados aos diversos
componentes de forças e deslocamentos
presentes.
Ação simultânea dos diversos componentes
de força no elemento
{f}e={k}e{d}e
• {f}e matriz coluna que armazena os
diversos componentes de força;
• {k}e matriz quadrada que estabelece a
correspondência entre forças e
deslocamentos nodais no elemento;
• {d}e matriz coluna que armazena os
componentes de deslocamentos nodais;
• Rigidez da estrutura inteira depende da
rigidez de cada um de seus elementos.
– Equilíbrio de forças;
• Cada elemento da estrutura deve estar em
equilíbrio.
– Compatibilidade de deslocamentos;
• Elementos conectados permanecem conectados.
– Lei de comportamento do material;
• Lei de Hooke*.
• Assim para a estrutura temos a relação:
{F}={K}{d}

• {F} matriz coluna com todas as Cargas


Nodais;
• {K} matriz de rigidez da estrutura;
• {d} matriz coluna que armazena os
componentes de deslocamentos nodais;
Rigidez do Elemento e
Rigidez da Estrutura
Elemento de Mola

• O elemento tem:

– k  a constante de rigidez da mola na direção


da força aplicada;
{f}e={k}e{d}e
– 2 componentes de deslocamento possíveis;

– Matriz de Rigidez com dimensão 2x2.


Rigidez do elemento de mola

• Forças Nodais:
e
 f1 
 f e  
 f2 
• Deslocamentos Nodais:
e
u1 
u   
e

u2 
• Matriz de Rigidez:
e
 k11 k12 
k   
e

k 21 k 22 
Rigidez do elemento de mola
• Restringindo o deslocamento do Nó 2:
f1  k  u1   f 2
e e e
 f1   k11 k12  u1  f1  k11  u1 k11  k
      
 f 2  k21 k22  0 f 2  k 21  u1 k21  k
• Restringindo o deslocamento do Nó 1:
f1  k  u2   f 2
e e e
 f1   k11 k12   0  f1  k12  u2 k12  k
       
 f 2  k21 k22  u2  f 2  k22  u2 k22  k
Rigidez do elemento de mola

• Assim a matriz de rigidez fica:

e
 k11 k12   k  k
k   
e
 
k21 k22   k k 
Rigidez do elemento de mola
e e e
 f1   k11 k12  u1 
    
 f 2  k 21 k 22  u2 

• A matriz de rigidez representa Forças


associadas a deslocamentos unitários.

• Pela relação acima temos:


– O primeiro índice da matriz de rigidez representa
o nó em que surge a força;

– O segundo índice da matriz de rigidez representa


o nó em que ocorre o deslocamento.
Rigidez

• Ao conhecer a Matriz de Rigidez do Elemento

• A relação Força x Deslocamento já está previamente


definida para o elemento inteiro.

• Deslocamentos simultâneos  efeitos sobrepostos

• A força atuante em cada Nó, decorrente da ação conjunta


dos deslocamentos
Rigidez

• Nos elementos mais gerais

• deslocamentos nodais identificados como componentes


da direção dos eixos cartesianos;

• Estas componentes são chamadas de:

• Graus de Liberdade do Elemento


Matriz de Rigidez de uma Estrutura

• Relação Força x Deslocamento para cada elemento


constituinte da Estrutura (Matriz de Rigidez);
• Leis de Equilíbrio e Compatibilidade em cada nó da
estrutura;
Organização para
Montagem

• Estabelecer um Sistema de Referencia (Convenção de


Sinais para as cargas e deslocamentos);
• Identificar cada Nó e Elemento do Modelo.
Matriz de Rigidez de uma Estrutura

Rigidez do Elemento a

 f1   k a  ka 0  ua 
    
 f 2    k a k a  kb  kb   ub 
f   0  kb kb   
 3  uc 

Rigidez do Elemento b
Elemento de Treliça
Sistemas de Coordenadas
• As barras de treliça transmitem apenas Forças
Axiais de Tração e Compressão

• Rigidez Axial do Membro Estrutural


Elemento de Treliça
(Resistência dos Materiais)
F

A
variação de comprimento d
 
comprimento original L
• Para Material de Comportamento Linear:

  E
• Assim:
EA EA
F d F  kd k
L L
• Onde k é a Rigidez Axial da Barra
Barra Mola

EA
Rigidez : Rigidez : k
L
 AE AE 
 f1   L   k  u1 
L  u1   f1   k
 
    AE AE  u2   
 f 2     f 2   k k  u2 
 L L 
Assim a Matriz de Rigidez do Elemento de Barra:

 AE AE 
 L 
k    AE
e L 
AE 
 
 L L 
Sistema de Coordenadas

• Sistema de Coordenadas Local (Elemento):

• Sistema (x,y) em letras minúsculas;


• Eixo local x é definido no sentido do nó 1 para o nó 2;
• Os deslocamentos na direção x são u1 e u2.

• Sistema de Coordenadas Global (Estrutura):

• Sistema (X,Y) em letras maiúsculas;


• Escolha arbitrária do sentido;
• O eixo x em relação ao eixo X estabelecido por um ângulo α,
medido de X para x com sentido anti-horário positivo.
• Transformação do Sistema Local para o Sistema Global:

Matriz de Rigidez do Elemento no Sistema Local

Matriz de Transformação

Matriz de Rigidez do Elemento no Sistema Global


• Sistema Local  Forças e deslocamentos
correspondentes axiais (matriz com dimensão 2x2).

• Sistema Global  Componentes de Força e


deslocamentos em X e Y (matriz com dimensão 4x4).

• Assim as equações de equilíbrio do sistema local fica:


 f x1  1 0 1 0 u1 
f 
 y2  AE 
0 0 0 0  v1 
   
 f x1  L  1 0 1 0 u2 
 f y2    
0 0 0 0   v2 
• A partir da figura temos:
 f x1  FX1 cos   FY1 sen 
 f   F sen   F cos 
 y1 X1 Y1

 f x2  FX 2 cos   FY2 sen 
 f x1   FX 2 sen   FY2 cos 

• Adotando:
• Adotando:
  cos 

  sen 
• A matriz de transformação fica:
 f x1     0 0   FX1 
f    
 y2     0 0   FY2 
   
 f x1   0 0    FX1 

 f y2   0 0 

   FY2 

 f   T F 
• A matriz de transformação tem a propriedade de
sua inversa ser igual a sua transposta:
T 1  T T
• Transformando o Sistema Local em Global temos:
 f   k e  

T F  K e T 
• Assim temos a Matriz de Rigidez de um Elemento
de Barra no sistema Global:
F   T T k e T 

K e  T T k e T 
 2   2   
 
AE  2   2 
K    2
e 
L    2  
 2 
  2   
Sequência de Cálculos
(Exemplo)
1. Dividir a estrutura Real em uma Montagem de Elementos;
2. Nomear os nós;
3. Identificar os graus de liberdade de cada nó;
4. Nomear os elementos;
5. Determinar a matriz de rigidez local de cada elemento [k]e;
6. Estabelecer o sentido de cada elemento (definição de α);
7. Determinar a matriz de rigidez global de cada elemento [K]e;
8. Determinar a matriz de rigidez da Estrutura [K];
9. Calcular os deslocamentos nodais da Estrutura;
10. Calcular as reações de apoio da Estrutura;
Elemento de Viga
Elemento de Viga

• Uma Viga consiste de uma Barra Reta, de


comprimento muito maior que as dimensões de sua
seção transversal, e pode transmitir, além de
Forças Axiais, Momentos Fletores e Cortantes nos
planos que contem seus dois eixos principais do
plano da seção transversal e Momentos Torçores
em relação ao eixo dos centros de torção da viga.
Elemento de Viga
(Resistência dos Materiais)
• Para cada ponto da viga dado pela coordenada x, o
deslocamento em y é v(x);
• A inclinação da viga, ponto a ponto, é a primeira
derivada de v(x):
dv

v ( x)   tg
dx
• Em pequenos deslocamentos temos: tg   rd
• Após a flexão podemos identificar o ângulo dθ e o
raio de curvatura ρ:
dx 1 d
d   
  dx
Elemento de Viga
(Resistência dos Materiais)
• Em pequenos deslocamentos temos:
v(x)  
• Assim:
1 d 2 v( x)
  v( x)
 dx 2

• Como a intensidade da curvatura depende


diretamente do Momento temos:
M ( x)  k  v( x)
• Onde k depende da rigidez da viga então:
M ( x)  EIv( x)
Elemento de Viga
(Resistência dos Materiais)
• Para os pontos da seção transversal da viga, a uma
distancia y da linha neutra, teremos:
 (deformação axial )  yv( x)
M
y
EI
• Tensão Normal: M
  E  y
I
Elemento de Viga com apenas
Rigidez à Flexão
• Temos quatro componentes de força (duas forças e
dois momentos);
• Temos quatro componentes de deslocamento (dois
lineares e dois angulares).
Forças Nodais Deslocamentos Nodais

 f1   v1 
M   v 
 1
f        1 
 f2  v2 
M 2  v2 
Elemento de Viga com apenas
Rigidez à Flexão
• Utilizando o método dos deslocamentos unitários e
as relações da resistência dos materiais podemos
determinar os elementos matriz de rigidez e temos:

 f1   12 6 L  12 6 L   v1 
M   6 L 4 L2  6 L 2 L2   v 
 1  EI    1
  3  
f
 2 L   12  6 L 12  6 L  v2 
M 2   2  
  v2 
2
 6 L 2 L 6 L 4 L
Elemento de Viga com Rigidez à
Flexão e Axial
• A força axial aplicada introduz unicamente
deslocamentos axiais no elemento, que não afetam os
deslocamentos relacionados à flexão e vice-versa.

• Assim é somente necessário o acréscimo dos termos do


elemento de treliça para compor a matriz de rigidez.
Elemento de Viga com Rigidez à
Flexão e Axial
• A matriz de rigidez fica:
a 0 0 a 0 0 
0 12 b 6bL 0  12b 6bL 
 
0 6bL 4bL 2
0  6bL 2bL 
2

k    
 a 0 0 a 0 0 
 0  12b  6bL 0 12b  6bL 
 2 
 0 6bL 2bL 2
0  6bL 4bL 
EA EI
a b 3
L L
Elemento de Viga com Rigidez à
Flexão e Axial
• Assim:
 f x1   a 0 0 a 0 0  u1 
f   0 12b 6bL 0  12b 6bL  v 
 y1    1 
 M 1   0 6bL 4bL2 0  6bL 2bL2  1 
   
 f x2    a 0 0 a 0 0  u2 
 f y   0  12b  6bL 0 12b  6bL  v2 
  2
2  
M 2   0 6bL 2bL 2
0  6bL 4bL   2 
EA EI
a b 3
L L
Matriz de Transformação
• Da mesma forma que ocorre na treliça temos:  f   T F 
• Assim:  f x1     0 0 0 0  Fx1 
 f     0 0 0 0  Fy1 
 y1  
 M 1   0 0 1 0 0 0  M 1 
   
 f x2   0 0 0  0  Fx2 
 fy   0 0 0   0  Fy2 
 2   
M 2   0 0 0 0 0 1 M 2 
  cos 

  sen 
Elemento de Viga com Rigidez à
Torção
• Adotando o comportamento axial da viga independente
do comportamento á flexão a rigidez á torção fica
independente.
Elemento de Viga com Rigidez à
Torção
• A torção por Saint-Venant é: M  GJ d
x
dx

• Onde:
• G é o módulo de elasticidade transversal do material;
• J é o momento polar de inércia do eixo;

• Integrando impondo um lado engastado e o outro livre


como condições de contorno temos:
GJ
M 
L
Elemento de Viga com Rigidez à
Torção

• Observamos o mesmo comportamento que com a treliça:


EA GJ
F dM  
L L
• Assim a constante elástica à torção:
GJ
k
L
Elemento de Viga com Rigidez à
Torção

 GJ GJ 
 L 
k    GJ L 
GJ 
 
• A matriz de rigidez fica:  L L 
Elemento de Viga com Rigidez à
Torção
• Assim:
 GJ GJ 

 M1   L L  1 
    GJ GJ   2 
M 2   
 L L 
Elemento de Viga no Espaço
• Assim:
a EA b  EI z 
0 12bz a z 3 
 L L 
0 0 12by 
 GJ EI y 
0 0 0 t t by  3 
0 0  6by L 0 4by L2 L L 
 
0 6bz L 0 0 0 4bz L2
k e   

a 0 0 0 0 0 a
 
0  12bz 0 0 0  6bz L 0 12bz 
0 0  12by 0  6by L 0 0 0 12by 
 
0 0 0 t 0 0 0 0 0 t 
 
0 0  6by L 0 2by L2 0 0 0 6by L 0 4by L2 
0 6bz L 0 0 0 2bz L2 0  6bz L 0 0 0 4bz L 
2

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