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Física Experimental II (Profs.

Umbelino Neto, Márcio Soares e Paulo Oliveira – DF/CCEN/UFPB)

Roteiro 4 – Campo Magnético


Esta prática está dividida em duas aulas sendo eq. 1 para determinar o campo no centro da bobina a
que a primeira tem como objetivos a compreensão de partir da corrente medida.
fenômenos magnéticos, do funcionamento da bússola,
Componente horizontal do campo magnético terrestre
da relação entre corrente elétrica e campo magnético
Alinhando a componente horizontal do campo
e finalmente a dedução experimental do campo
magnético local da Terra (BT) e o campo no eixo da
magnético gerado por uma bobina. A segunda aula
bobina (BB) perpendiculares entre si, o campo
utilizará o conhecimento construído para determinar a
resultante (BR) aponta numa direção que faz um ângulo
componente horizontal local do campo magnético
θ com o plano da bobina (figura 1).
terrestre a partir de sua comparação com o campo
magnético gerado por uma bobina.

Fundamentação teórica
O conteúdo teórico desta prática está presente
nos capítulos 28, 29 e 32 do Halliday (ref. [1]) e nos
vídeos disponibilizados no SIGAA. Sabemos que uma
bússola se orienta no campo magnético terrestre. Esta
orientação pode ser modificada se algum campo Figura 1: Ângulo de deflexão 𝜃 e campo resultante
magnético externo adicional for aplicado sobre ela. ⃗⃗⃗⃗𝑅 = 𝐵
𝐵 ⃗⃗⃗⃗𝑇 + ⃗⃗⃗⃗
𝐵𝐵 . Plano da bobina (eixo x) ∥ norte-sul
Neste caso, a bússola será orientada pelo campo magnético da terra. Campo da bobina (eixo y) ⊥ norte-sul
magnético da terra.
magnético resultante da soma vetorial destes dois
A tangente de θ é dada pela razão desses
campos. Usaremos esse fato para estimar a orientação
campos e podemos determinar a componente
e a intensidade do campo magnético gerado a partir de
horizontal do campo magnético da Terra usando a
diferentes fontes em comparação com o campo da
equação 2:
Terra. A partir do conhecimento sobre o campo
𝐵𝐵 𝐵
magnético gerado por uma bobina a componente tan 𝜃 = , 𝐵𝑇 = tg𝐵𝜃 , 𝐵𝐵 = 𝐵𝑇 tg 𝜃 eq. 2)
𝐵𝑇
horizontal do campo magnético da Terra será medida
observando-se a mudança na orientação de uma Aula 1
bússola quando esta é posicionada no centro de uma Experimento 1: Bússola e campo magnético gerado
bobina com seu eixo orientado perpendicular ao campo por um ímã (seção 32-1 do Halliday)
terrestre. De posse de uma bússola e um ímã
Campo magnético produzido por uma bobina permanente, explore a interação entre eles de modo a
Aplicando-se a lei de Biot e Savart pode-se mostrar que compreender o funcionamento da bússola e a
o campo magnético no centro de uma bobina de raio 𝑅, orientação do campo do imã.
com 𝑁 espiras e percorrida por uma corrente 𝑖, é - Para onde a bússola aponta quando está distante de
expresso por: qualquer fonte externa de campo magnético?
𝜇0 𝑁𝑖 - Posicione o ímã no centro de uma folha de papel e
𝐵𝐵 = (eq. 1)
2𝑅 desenhe a orientação da bússola para diferentes
onde 𝜇0 = 1.25663706212(19) × 10−6 𝑇𝑚/𝐴 é a posições em torno dele. Esboce linhas de campo
permeabilidade magnética do vácuo. Vamos usar a magnético.
Usando a folha de referência, posicione a bússola ao - A partir dos experimentos acima, explique a regra da
centro para que o pivô da agulha esteja diretamente mão direita com suas próprias palavras, que descreve a
acima do ponto da intersecção das linhas. Vire a folha força que um campo magnético exerce em um fio
de papel até que a agulha se encontre ao longo da linha percorrido por uma corrente.
mais curta e marque as extremidades com N e S.
- Coloque a barra de ímã alinhada com a linha maior, Experimento 3: Campos magnéticos produzidos por
perpendicular à direção Norte-Sul e meça com a régua correntes (capítulo 29 do Halliday)
a distância entre o centro do ímã e o centro da folha de - Como no experimento 1, posicione a bússola no
referência para que a bússola aponte centro da folha de referência e vire a folha até que a
aproximadamente à 45°. agulha da bússola esteja alinhada à linha mais curta,
- Desenhe um diagrama com o campo magnético marcadas com Norte e Sul.
terrestre, o campo magnético do ímã e o campo - Substitua o fio condutor fino por um capo de conexão
magnético resultante. longo.
- Gire o ímã de 180° e anote o que acontece e refaça o - Ainda com o circuito desligado, posicione o fio
diagrama de campo magnético. condutor sobre a bússola, alinhado com a linha N-S.
- Abra e feche o interruptor diversas vezes enquanto
Experimento 2: Força magnética em um fio percorrido
observa a agulha da bússola e anote o que você
por uma corrente (seção 28-6 do Halliday)
observa.
Monte o circuito conforme mostra a figura, com o
- Encontre o valor de corrente necessário para que a
reostato ajustado para aproximadamente 6,0 Ohm.
bússola seja defletida de 45°. Abra e feche o interruptor
para confirmar a corrente medida. Nessa condição, o
campo gerado pelo fio é equivalente à componente
horizontal do campo magnético da terra.
- Inverta o circuito e anote o que observa.
- Usando o anel plástico menor como apoio, enrole 1
volta do fio ao seu redor e alinhe o círculo com o eixo
N-S da referência. Posicione a bússola no centro do
círculo e encontre a corrente necessária para que sua
deflexão seja de 45°.
- Dê uma segunda volta do fio no anel e encontre a
- Estabeleça no circuito uma corrente superior a 1A.
corrente necessária para a deflexão de 45°
- Aproxime um ímã permanente do fio condutor e
- Repita o procedimento com 3 voltas.
observe a deflexão do fio quando o circuito é aberto e
fechado com o interruptor. - Inverta o circuito e anote o que observa.
- Anote a direção e sentido de deflexão para diferentes - Usando o anel plástico maior, repita os procedimentos
posições do ímã permanente. acima e anote os valores de corrente.
- Inverta o sentido da corrente, invertendo os cabos de - Comparando os valores obtidos para corrente nas
alimentação na fonte e novamente anote a direção e diferentes condições acima, deduza de quê depende o
sentido da deflexão. campo gerado por uma bobina.
Aula 2 H) Determine a componente horizontal do campo
magnético terrestre 𝐵𝑇 , utilizando as equações 1 e
Material utilizado 2, para cada medida. Construa uma tabela com os
resultados, obtenha a média e o desvio padrão.
Bobina, bússola, fonte de tensão,
I) Compare o valor obtido para 𝐵𝑇 no item F com o
amperímetro, régua, reostato e cabos de conexão.
valor da média no item G.
J) Repita os procedimentos de D) a H) ajustando o
reostato para 100 Ω (tabela 2) e compare com as
medidas para a resistência de 60 Ω.

Deflexão 𝜃 (°) 𝑖 (𝑚𝐴) 𝐵𝑇 (µT)


45°

Figura 2: Diagrama do experimento: bobina, resistência,


fonte de tensão e amperímetro. Tabela 1
Resistência 1: 60 Ω
Medida
Procedimento experimental e apresentação dos 𝑖 (𝑚𝐴) Deflexão 𝜃 (°)
resultados 1
2
A) Meça o diâmetro externo, interno, obtenha a
média e o raio R, a ser usado na eq. 1. O número 3
de espiras da bobina é N=154. 4
5
B) Faça a montagem conforme a Fig. 2, alinhando a
agulha da bússola com o plano da bobina. 6
7
C) Fixe a resistência do reostato em 60 Ω.
8
D) Meça o valor de corrente necessário para obter 9
uma deflexão na bússola de 45° e determine a 10
componente horizontal do campo terrestre 𝐵𝑇 a
partir desta corrente, usando a eq. 1. Tabela 2
E) Variando a tensão na fonte, determine para dez Resistência 2: 100 Ω
Medida
valores de corrente (entre 0 e 100 mA) o ângulo 𝑖 (𝑚𝐴) Deflexão 𝜃 (°)
que a agulha faz com a direção Norte–Sul. Anote 1
na tabela 1 os valores medidos de corrente e 2
ângulo de deflexão. Use a escala de 200mA no
3
amperímetro. Calcule a incerteza da corrente a
partir do manual do multímetro e use 2° como 4
incerteza no ângulo de deflexão. 5
6
F) A partir da equação 1, construa uma tabela com os
valores de tg 𝜃 e 𝐵𝐵 e suas incertezas. 7
8
G) Construa um gráfico 𝐵𝐵 versus tg 𝜃. Aplicando o
9
método da regressão linear, determine a
inclinação da reta encontrada. Da eq. 2 temos 10
𝐵𝐵 = 𝐵𝑇 tg 𝜃, ou seja, 𝐵𝑇 pode ser obtido deste
coeficiente angular.
Introdução do relatório
Pesquisem sobre o campo magnético da terra e
sobre sua importância na existência de vida em nosso
planeta. Escrevam um resumo da pesquisa, usando
imagens quando acharem necessário.

Comentários e conclusões

Finalizem o relatório com críticas, sugestões ou


dúvidas sobre a prática, comentem se os objetivos
propostos foram atingidos e façam uma reflexão sobre
seu aprendizado.

Referências

[1] Fundamentos de Física – Vol. 3 – 10ª edição –


Halliday, Resnick e Walker. Disponível na biblioteca
virtual do SIGAA.
Entrega: O relatório deverá ser entregue na
forma de um único arquivo PDF por grupo, enviado por
meio de tarefa no SIGAA. Os nomes devem estar
explicitados na primeira página do relatório e na folha
de dad

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