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i(t)
~ u(t) Z
Nos terminais da fonte tem-se uma tensão senoidal u (t ) = 2 ⋅ U ef sen( wt ) cujo respectivo
fasor é Û = U ef ∠0
o
V.
Genericamente, a impedância Z pode ser expressa por Z = |Z|∠φ = R + j X.
A potência instantânea fornecida pela fonte e entregue à carga é dada pelo produto
da tensão pela corrente:
58
Exemplo 7.1
Calcular a potência média fornecida à carga e apresentar as formas de onda de
tensão, corrente e potência do circuito da Figura 7.1 para as seguintes condições:
p(t) = 100 ⋅10 ⋅ cos ( 30 o ) ⋅ [ 1 − cos ( 2 ⋅ 377 ⋅ t)] − 100 ⋅ 10 ⋅ sen ( 30 o ) ⋅ sen ( 2 ⋅ 377 ⋅ t)
1444444424444444 3 144444424444443
{A} {B}
p( t ) = 500 ⋅ 3 ⋅ [ 1 − cos( 754 ⋅ t )] − 500 ⋅ sen( 754 ⋅ t )
14444244443 144 42444 3
{A} {B}
A Figura 7.2 mostra as formas de onda de u(t), i(t) e p(t). Fatores de
multiplicação foram utilizados para tornar adequada a visualização.
Dado que a forma de onda da potência instantânea tem freqüência angular igual a
754 rad/s, o período corresponde a:
2π 2π
T= = = 8,33 ms
w 754
Note que este valor corresponde à metade do período das formas de onda da tensão e
da corrente, ou seja, π rad, e portanto, a freqüência de p(t), 120 Hz, corresponde
ao dobro da freqüência das formas de onda da tensão e da corrente.
O valor médio da potência fornecida à carga é calculado através de:
1 T
Pm = ∫ p( t ) ⋅ dt
T o
Pm =
1 T
{
∫ 500 ⋅ 3 ⋅ [ 1 − cos( 754 ⋅ t )] − 500 ⋅ sen( 754 ⋅ t ) dt
T o
}
Pm =
1 T
{(
∫ 500 ⋅
T o
3 )⋅ dt − ∫oT[500 ⋅ ]
3 ⋅ cos( 754 ⋅ t ) ⋅ dt − ∫oT[500 ⋅ sen( 754 ⋅ t )]⋅ dt }
Pm =
1
T
{ }
500 ⋅ 3 ⋅ T − 0 − 0 = 500 ⋅ 3 W
Genericamente:
1 T 1 π
Pm = ∫o p( t ) ⋅ dt = ∫o p( wt ) ⋅ d ( wt ) = U ef ⋅I ef ⋅ cos φ
T π
A forma de onda da potência instantânea p(t) dada pela equação (7.2) depende dos
valores eficazes da tensão e da corrente, e também dos valores da freqüência e da
impedância da carga. Analisemos a expressão da potência para diferentes tipos da
impedância na Figura 7.1.
Impedância Resistiva
Pode-se observar que p(t) tem o dobro da freqüência de u(t) e i(t) e é sempre
maior ou igual a zero. Associando-se ao sinal positivo de p(t) o consumo de
potência pela carga, pode-se afirmar que a energia que o resistor recebe da fonte,
é totalmente consumida.
Pode-se obter facilmente o valor médio da potência fornecida pela fonte através da
expressão:
Pm = U ef ⋅I ef ⋅ cos φ [W]
Impedância Indutiva
p( t ) = − U ef ⋅I ef ⋅ sen( 2 wt ) (7.4)
144424443
{B}
60
Verifica-se que o termo {A} da equação (7.2) é igual a zero e que o valor médio da
potência também é igual a zero.
A Figura 7.4 mostra as formas de onda de tensão, corrente e potência para uma
carga puramente indutiva.
Note que a corrente está atrasada de 90o em relação à tensão e que a potência
instantânea para o indutor assume valores positivos e negativos ao longo do tempo.
No intervalo de tempo em que a potência assume valores positivos — e que
corresponde a um quarto de ciclo da tensão — o indutor recebe energia da fonte. No
intervalo de tempo seguinte, em que a potência assume valores negativos, o indutor
fornece energia à fonte. Assim, o indutor é considerado um elemento armazenador de
energia, no sentido de que a energia armazenada durante um período de tempo é
totalmente devolvida à fonte no período de tempo seguinte.
Impedância Capacitiva
A Figura 7.5 mostra as formas de onda de tensão, corrente e potência para uma
carga puramente capacitiva.
61
Note que nesse caso, a corrente está adiantada de 90o em relação à tensão e que a
potência instantânea para o capacitor também assume valores positivos e negativos
ao longo do tempo. No intervalo de tempo em que a potência assume valores
positivos — e que corresponde a um quarto de ciclo da tensão — o capacitor recebe
energia da fonte. No intervalo de tempo seguinte, em que a potência assume valores
negativos, o capacitor fornece energia à fonte. Assim, o capacitor também é
considerado um elemento armazenador de energia, no sentido de que a energia
armazenada durante um período de tempo é totalmente devolvida à fonte no período
de tempo seguinte.
Analise:
Comparando entre si as equações (7.4) e (7.5) bem como as Figuras 7.4 e 7.5,
comente sobre o comportamento elétrico do capacitor e do indutor sob o ponto de
vista da energia armazenada.
Impedância RLC
Comparando-se a área sob a parte positiva da curva p(t) com a área contida na
parte negativa, conclui-se que a energia fornecida pela fonte é maior do que a
energia que lhe é devolvida, indicando que ao longo do tempo há uma energia
líquida que é consumida pela carga, devido à existência de bipolos resistivos na
composição da carga. Este aspecto é destacado na Figura 7.7 (esta figura é a
própria Figura 7.6 da qual separamos a curva p(t) das curvas de tensão e
corrente).
62
Figura 7.7 - Carga RLC com comportamento predominantemente capacitivo
O termo {A}, representado por pA(t), passa a ser denominado potência ativa
instantânea, enquanto que o termo {B}, correspondente a pR(t), é denominado
potência reativa instantânea. Os respectivos valores médios de pA(t) e pR(t) são:
PAm = U ef ⋅I ef ⋅ cos( φ ) = Pm
PRm = 0
Simplificando, define-se:
P = PAm = U ef ⋅I ef ⋅ cos( φ ) = Pm
como a potência ativa, que corresponde ao valor médio de pA(t) e de p(t).
Define-se também:
Q = U ef ⋅I ef ⋅ sen( φ ) [VA]
como a potência reativa, que corresponde ao valor de pico de pR(t).
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Retomando os fasores associados à tensão e à corrente do circuito da Figura 7.1
tem-se:
Û = U ef ∠0 o Î = I ef ∠ − φ
em que a tensão é tomada como referência angular.
(
S = U ef ∠0 o ⋅ I ef ∠ − φ ∗ )
S = U ef ∠0 o ⋅ I ef ∠φ = U ef ⋅ I ef ∠φ
S = U ef ⋅ I ef ⋅ cos φ + jU ef ⋅ I ef ⋅ sen φ
P = U ef ⋅I ef ⋅ cos( φ ) Q = U ef ⋅I ef ⋅ sen( φ )
A unidade utilizada tanto para a potência complexa como para a potência aparente é
o Volt-Ampère (VA). Em circuitos para os quais as potências atingem valores altos,
3
utiliza-se o kilo-volt-ampère (kVA) que é igual a 10 VA, e o mega-volt-ampère
6
(MVA), que corresponde a 10 VA.
64
Analise:
A partir das expressões P = U ef ⋅I ef ⋅ cos( φ ) e Q = U ef ⋅I ef ⋅ sen( φ ) deduza as relações:
P = R ⋅ I ef2 Q = X ⋅ I ef2
Exemplo 7.2
1
Um circuito RL série é composto por um resistor de 10 Ω e um indutor de H e
37,7
está conectado a uma fonte de tensão alternada, 60 Hz: u (t ) = 100 ⋅ 2 sen( wt ) V
Obter:
a) a corrente i(t) fornecida pela fonte;
b) a potência p(t) na carga;
c) as potências complexa, ativa e reativa;
d) o triângulo de potências.
Solução:
a) Considerar a tensão fornecida pela fonte como a referência angular:
Û = 100∠0 o = 100 V
Para a freqüência de 60 Hz a impedância do circuito vale:
1
Z = 10 + j 377 ⋅ = 10 + j10 = 10 2∠45 o Ω
37,7
Û 100∠0 o
A corrente fornecida pela fonte vale: Iˆ = = = 5 2∠ − 45 o A
Z 10 2∠45 o
Portanto,
i(t) = 2 ⋅ 5 ⋅ 2 ⋅ sen( wt − 45o ) = 10 ⋅ sen( wt − 45 o ) A
65
d) O triângulo de potências (Figura 7.8) corresponde à representação das potências
ativa, reativa e complexa no plano complexo.
Im
500
S
Q Q
φ Re
P 500
Figura 7.8 - Triângulo de potências para o exemplo 7.2
Exemplo 7.3
1
Repetir o exemplo 7.2 acrescentando um capacitor de F em série com a carga RL.
7540
Solução:
a) A inserção do capacitor no circuito resulta em uma carga RLC série cuja
impedância total é:
1 7540
Z = 10 + j 377 ⋅ − j = 10 − j10 = 10 2∠ − 45 o Ω
37,7 377
Note que o ângulo da impedância é negativo, indicando que a carga RLC apresenta um
comportamento predominantemente capacitivo.
Û 100∠0 o
Iˆ = = = 5 2∠45 o A
Z 10 2∠ − 45 o
Portanto,
i( t ) = 2 ⋅ 5 ⋅ 2 ⋅ sen wt −( −45o ) = 10 ⋅ sen( wt + 45o ) A
A corrente está adiantada de 45o em relação à tensão.
S = Û ⋅ Î ∗ = 500 2∠ − 45 o VA
e
Q
S = U ef ⋅ I ef = P 2 + Q 2 = 500 2 VA tgφ = = −1 → φ = −45 o
P
66
d) O respectivo triângulo de potências é mostrado na Figura 7.9.
Im
P 500 Re
φ
Q Q
S
-500
Figura 7.9 - Triângulo de potências para o exemplo 7.3
Comparando os resultados dos exemplos 7.2 e 7.3, nota-se que a potência ativa é
sempre positiva e que, dependendo da composição da carga em termos de seus
elementos armazenadores de energia, a potência reativa pode assumir valores
positivos ou negativos. Isto é um resultado direto da mudança de sinal do ângulo
da impedância Z.
Para um circuito c.a. genérico como aquele mostrado na Figura 7.1, o ângulo de
defasagem entre a tensão e a corrente está contido no intervalo entre –90o e 90o.
Assim, a potência ativa P em um circuito sempre apresenta valores maiores ou
iguais a zero pois, para este intervalo de ângulos, cos φ ≥ 0. Dado que a potência
ativa está relacionada com a dissipação de potência nos elementos resistivos do
circuito, associa-se um valor positivo de potência ativa ao consumo de potência
pela carga, ou ao fornecimento de potência ativa da fonte para a carga.
67
ATENÇÃO: Uma característica importante na análise de circuitos c.c. e c.a. é que a
potência fornecida por uma fonte a várias cargas é igual à soma das
potências fornecidas a cada uma delas, independentemente da forma como
elas estão ligadas. Este fato é destacado nos exemplos a seguir.
Exemplo 7.4
Obter expressões para a potência complexa fornecida pela fonte nos dois circuitos
ilustrados na Figura 7.11.
Î Î Î1 Î2
Û1 Z1
~ Û ~ Û Z1 Z2
Û2 Z2
S = Û ⋅ Iˆ ∗ = (Û1 + Û 2 )Iˆ ∗ = Û1 Iˆ ∗ + Û 2 Iˆ ∗ = S1 + S 2
Portanto, a potência fornecida pela fonte é igual à soma das potências entregues a
cada carga.
(
S = Û ⋅ Iˆ ∗ = Û Iˆ1 + Iˆ2 )∗ = Û ⋅ Iˆ1∗ + Û ⋅ Iˆ2∗ = S1 + S 2
Dos resultados obtidos, conclui-se que a potência fornecida pela fonte é igual à
soma das potências fornecidas a cada elemento do circuito, independentemente do
tipo de ligação desses elementos.
Exemplo 7.5
Considerar o circuito paralelo da Figura 7.11(b), para o qual tem-se:
Û = 100∠0 o = 100 V Z1 = 10∠30 o Ω (carga RL) Z 2 = 5∠ − 30 o Ω (carga RC)
Obter os valores de todas as potências (nas impedâncias e na fonte) e a corrente
na fonte.
Solução:
As potências fornecidas a cada impedância valem:
U2 2
S1 = = 100 = 1000∠30 o = 866 + j 500 VA
∗
Z1 10∠ − 30 o
68
com P1=866 W e Q1=500 VA (indutivo)
U2 2
S2 = = 100 = 2000∠ − 30 o = 1732 − j1000 VA
Z 2∗ 5∠30 o
com P2 =1732 W e Q2 =-1000 VA (capacitivo)
Û 100 Û 100
Iˆ1 = = = 10∠ − 30 o A Iˆ2 = = = 20∠30 o A
Z 1 10∠30 o Z 2 5∠ − 30 o
A potência total fornecida pela fonte vale S = Û ⋅ Iˆ ∗ = 100 ⋅ 26,46∠ − 10,89 o = 2598 − j 500 VA
Potência Ativa
A potência ativa consumida por uma impedância Z pode ser medida através de um
instrumento denominado wattímetro. Particularmente, nesta seção é descrita a
utilização do wattímetro eletrodinâmico (Figura 7.12).
Bornes da
Bornes da Bobina de
Bobina de Potencial
Corrente (BP)
(BC)
Chave seletora do
Fundo de escala
69
O wattímetro eletrodinâmico, ou eletromecânico, é composto de:
• uma bobina de corrente (BC) que é conectada em série com o bipolo, sendo
constituída por um número pequeno de espiras de fio de grande diâmetro, de
forma que sua resistência seja desprezível quando comparada com a do bipolo;
• uma bobina de potencial (BP) que é conectada em paralelo com a fonte ou com
o bipolo, sendo constituída por um grande número de espiras de fio de
pequeno diâmetro, de forma que sua resistência seja muito alta quando
comparada com a do bipolo.
Potência Reativa
A medição da potência reativa pode ser realizada com um equipamento similar ao
wattímetro, denominado varímetro. Entretanto, como na prática é mais comum se ter
voltímetros, amperímetros e wattímetros do que varímetros, freqüentemente opta-se
pelo cálculo da potência reativa a partir dos valores de tensão, corrente e
potência ativa. Assim, para obter a potência reativa fornecida a uma carga, pode-
se medir a tensão, a corrente e a potência ativa através da conexão apropriada dos
equipamentos de medição e realizar o seguinte cálculo:
Q= (U ⋅ I )2 − P 2
Analise
Desenhe um diagrama elétrico padronizado com a instrumentação mínima necessária
para obter os valores de todas as potências em um motor monofásico. Descreva a
obtenção experimental destes valores.
Û = U ef ∠α Î = I ef ∠(α − φ )
Û
i(t)
α 0o
~ α-φ φ
Z
u(t)
Î
Figura 7.14 Figura 7.15 - Diagrama fasorial
70
P = S ⋅ cos (φ) = U ef ⋅ I ef ⋅ cos (φ)
Como o ângulo φ está compreendido entre –90o e 90o, o valor de cos(φ) varia entre 0
e 1. Assim, a potência ativa, que corresponde à potência dissipada nos elementos
resistivos do circuito, pode variar entre 0 e 100% da potência aparente |S|.
Portanto, cos(φ) pode ser interpretado como um fator que define a parcela da
potência aparente que é dissipada nos elementos resistivos do circuito. Este fator
é denominado de fator de potência. Da definição de potência ativa, tem-se:
P P
fp = cos( φ ) = =
S U ef ⋅ I ef
O fator de potência é o cosseno do ângulo de defasagem entre a tensão e a corrente
na fonte. E pode ser explicitado em porcentagem bastando multiplicar por 100.
Exemplo 7.6
Para o circuito da Figura 7.14 tem-se: Û = 100∠0 o = 100 V Î = 2∠ − φ A
P
Solução: S = U ⋅ I ∗ = P + jQ S = P2 + Q2 cos φ =
S
71
• é satisfeita a convenção da figura 7.10 - o valor da potência reativa é
positivo para a carga indutiva e negativo para a carga capacitiva;
• numericamente, o fator de potência é o mesmo para a carga indutiva e para a
capacitiva, pois ambas têm, em valor absoluto, o mesmo ângulo de impedância.
Lembrete: cos(30o)=cos(-30o)=0,866
Para tornar explícita a diferença entre as características das cargas, diz-se que,
para uma carga indutiva, o fator de potência é indutivo ou atrasado, indicando que
a corrente está atrasada em relação à tensão. E para a carga capacitiva, o fator
de potência é capacitivo ou adiantado, indicando que a corrente está adiantada em
relação à tensão.
Zm = 100∠30o Ω ~ Û Zm Zc
Zc = -j300 Ω
Figura 7.16
Û 440∠0 o
Iˆ f = Iˆm = = = 4,4∠ − 30 o A
Z m 100∠30 o
Note que a corrente está atrasada em relação à tensão, pois a carga é indutiva e a
potência complexa suprida pela fonte é igual à potência exigida pela carga:
Como Q>0, conclui-se que a fonte está suprindo uma potência reativa de 968 VA,
necessária para o funcionamento da carga além da potência ativa de aproximadamente
1,7 kW.
Com a chave fechada, a corrente na carga não se altera, pois a tensão aplicada
sobre ela permanece a mesma (circuito paralelo).
Î f = Î m + Î c = 3,8804∠ − 10,89 o A
Importante:
72
A potência complexa no capacitor vale:
∗
Û U2 440 2
S c = Û ⋅ Iˆc∗ = Û ⋅ = = = 645,3333∠ − 90 o = − j 645,3333 VA
∗
Z
c Zc 300∠90 o
Importante:
Î f = Î m + Î c = 3,8804∠ + 10,89 o A
Note que com o novo capacitor, a corrente na fonte está adiantada em relação à
tensão.
A potência complexa neste capacitor vale:
∗
Û U2 440 2
S c = Û ⋅ Iˆc∗ = Û ⋅ = = = 1290,6667∠ − 90 o = − j1290,6667 VA
∗
Zc Z c 150∠90 o
Como o capacitor não consome potência ativa, a fonte continua fornecendo os mesmos
1,7 kW que são consumidos pela carga, a qual também continua demandando 968 VA de
potência reativa.
Û (a)
Î=Îm
Îc
Î Û (b)
escalas
Îm 10 V/cm
Îc 2 A/cm
Î
Û (c)
Îm
Figura 7.19 - Diagramas fasoriais
Note que quanto menor for a reatância do capacitor, maior será a corrente por ele,
a qual, somada à corrente na carga, resulta em uma corrente total na fonte que
pode refletir um comportamento indutivo, resistivo ou capacitivo da combinação
carga-capacitor.
74
No circuito da Figura 7.16, com a chave aberta, sabe-se que a fonte deve suprir
uma potência ativa de 1,7 kW e uma potência reativa de 968 VA. Se assumirmos que o
capacitor a ser conectado em paralelo deve fornecer toda a potência reativa
requerida pela carga, a fonte será responsável somente pelo fornecimento de
potência ativa, e portanto:
S c = − j 968 VA
Considere que no circuito da Figura 7.16, com a chave aberta, a tensão aplicada
pela fonte tem um valor eficaz de 15 kV e a carga é do tipo indutiva, com P=1 MW e
Q=1 MVA. Esta é a situação normalmente encontrada em instalações industriais, onde
a indústria representa uma carga indutiva para a concessionária de energia
elétrica, devido à instalação de motores, equipamentos de refrigeração, iluminação
fluorescente, transformadores, condicionadores de ar, etc. A potência complexa
proveniente da rede elétrica (Sr) é igual à potência complexa da carga (SZ):
S r = S Z = P + jQ = 1 + j1 = 2∠45o MVA
O fator de potência global é igual ao cosseno do ângulo de defasagem entre a
tensão aplicada e a corrente total, ou ainda igual ao cosseno do ângulo da
potência complexa Sr. Assim:
P
fp = cos( φ ) = = cos 45 o = 0,7071
Sr
O valor eficaz da corrente total é:
P Sr 2 ⋅ 10 6
I ef = = = = 94 ,3 A
U ef ⋅ fp U ef 15 ⋅ 10 3
Sf=P+jQ Sc=P+jQ
Figura 7.20 - Fluxo das potências ativa e reativa para uma carga
Através dos cálculos realizados, percebe-se que quanto maior for a potência
reativa suprida pela fonte, menor será o valor do fator de potência. Como a fonte
é projetada para atender à potência aparente requerida, um baixo fator de potência
75
significa que uma pequena porcentagem da potência aparente fornecida pela fonte
corresponderá à potência ativa, referente à dissipação de potência nos elementos
resistivos do circuito. Percebe-se também que quanto mais baixo for o fator de
potência maior será a corrente nos condutores, nos quais há perdas do tipo Joule
(R.I2), e portanto, quanto maior for a corrente, maiores serão as perdas na
transmissão da potência da fonte à carga. Finalmente, quanto maior a corrente,
maior será a queda de tensão nos condutores e menor a tensão aplicada sobre a
carga, pois os condutores têm suas próprias impedâncias.
capacitor(es)
condutor Q
P P P + P
fonte carga
Q
S'f = P Sc=P+jQ
A nova potência aparente fornecida pela rede elétrica será: Sr' = P = 1 MVA, que é
menor que a potência aparente fornecida anteriormente.
P
O novo fator de potência global será: fp' = = 1,0
S r'
e a corrente total passa a ser:
S 'f 1 ⋅10 6
I ef' = = = 66,7 A
U ef 15 ⋅10 3
que é menor que a corrente fornecida anteriormente. A diminuição da corrente deve-
se à eliminação da componente de potência reativa que era transferida da fonte
para a carga.
Exemplo 7.7
Considerar o circuito alimentado em 60 Hz mostrado na Figura 7.22, em que um motor
de uma indústria é submetido a testes de desempenho.
Solução:
a) As potências aparente e reativa fornecidas ao motor são calculadas por:
2
S = U ⋅ I = 127 ⋅ 5 = 635 VA Q= S − P 2 = 391,4 VA
U
b) O módulo da impedância do motor é facilmente calculado por: Z = = 25,4 Ω
I
Q
O ângulo da impedância é dado por: tgφ = → φ = 38,1o
P
ou seja: Z = 25,4∠38,1o Ω
77
φ Û escalas
30 V/cm
Î 2,5 A/cm
Figura 7.23 - Diagrama fasorial para o circuito do exemplo 7.7
Como a tensão de entrada permanece a mesma, a corrente pelo motor também não se
altera (IM cte.), mas a corrente de entrada (IF), cujo valor eficaz é medido pelo
amperímetro vale:
Î F = 5∠ − 38,1o + 1,58∠90o = 4 ,21∠ − 20,9o A
Îc escalas
30 V/cm
Î Û
2,5 A/cm
Figura 7.24 - Diagrama fasorial para o circuito do exemplo 7.7 – chave fechada
78
Exemplo 7.8
Uma indústria é alimentada pela empresa distribuidora de energia elétrica conforme
mostra a Figura 7.25.
Î Îc carga
ÎL ÎR
chave
entrada Û
XL R
C
distribuidora indústria
de energia
Figura 7.25 - Circuito para o exemplo 7.8
A indústria é alimentada com uma tensão de 15 kV, 60 Hz, e sua carga total é
representada por um circuito RL paralelo:
R = 100 Ω XL = 150 Ω
Solução:
a) As correntes pelo circuito são calculadas por:
Û 15 ⋅10 3 ∠0 0
IˆR = = = 150∠0 o A
R 100
Û 15 ⋅10 3 ∠0 0
IˆL = = = 100∠ − 90 o A
X L ∠90 0
150∠90 0
79
Na Figura 7.26 tem-se o triângulo de potências para esta situação.
S
Q
φ
P
Figura 7.26 - Triângulo de potências com a chave aberta
Com relação à potência reativa, esta será fornecida em parte pelo capacitor e em
parte pela fonte. O novo ângulo da potência complexa é obtido a partir do fator de
potência desejado:
φ' = cos −1 0,92 = ±23,1o
Como deseja-se um fator de potência indutivo, adota-se φ' = −23,1o .
P 2,25 ⋅ 10 6
S' = = = 2,45 MVA
fp ' 0,92
∆Q
S
|S’| Q’
Q
φ φ’
P
Figura 7.27 - Triângulo de potências com a chave fechada
Pode-se obter o valor do capacitor a partir da potência reativa ∆Q que ele deve
fornecer ao circuito.
Para uma tensão Û = U ef ∠α , a corrente no capacitor corresponde a Iˆ = I ef ∠(α + 90 o )
80
A potência complexa fornecida ao capacitor vale:
Pcap = 0
S cap = U ef ⋅ I ef ∠ − 90 o →
Qcap = −U ef ⋅ I ef
U ef U ef
I ef = = = w.C.U ef
Zc Xc
E a corrente fornecida pela fonte vale 163,3 ∠-23,1o A, sendo portanto, menor que
a corrente total na carga.
Îc
φ’ Û
Î’
φ
Î
Figura 7.28 - Diagrama fasorial para o exemplo 7.8
Quanto maior for o valor do capacitor, maior será a corrente Îc fazendo com que a
defasagem entre Û e Î’ diminua ainda mais. A extremidade do fasor da corrente
segue o lugar geométrico representado pela linha pontilhada da Figura 7.26.
82