Este capítulo discute circuitos de corrente alternada monofásicos e polifásicos. Aborda conceitos como potência ativa, reativa e aparente em circuitos monofásicos e mostra que, em sistemas trifásicos, a potência ativa flui de maneira constante ao contrário dos sistemas monofásicos onde flui de maneira oscilante. Também apresenta a representação fasorial para análise destes circuitos.
Este capítulo discute circuitos de corrente alternada monofásicos e polifásicos. Aborda conceitos como potência ativa, reativa e aparente em circuitos monofásicos e mostra que, em sistemas trifásicos, a potência ativa flui de maneira constante ao contrário dos sistemas monofásicos onde flui de maneira oscilante. Também apresenta a representação fasorial para análise destes circuitos.
Este capítulo discute circuitos de corrente alternada monofásicos e polifásicos. Aborda conceitos como potência ativa, reativa e aparente em circuitos monofásicos e mostra que, em sistemas trifásicos, a potência ativa flui de maneira constante ao contrário dos sistemas monofásicos onde flui de maneira oscilante. Também apresenta a representação fasorial para análise destes circuitos.
Neste captulo sero revisados alguns conceitos bsicos sobre circuitos de cor- rente alternada. Sero discutidos em particular os conceitos de potncia com- plexa, de potncia ativa e potncia reativa. Sero revistos tanto circuitos mo- nofsicos como polifsicos (bifsicos etrifsicos). Em particular, ser discutida uma propriedade fundamental de circuitos (e linhas de transmisso) trifsicos: enquanto em sistemas monofsicos a potncia ativa flui de maneira oscilante (varia com sen' (wt - c P ) ) , em sistemas trifsicos estacionrios a potncia ativa trifsica flui de maneira constante (pela cornbinao dos fatores sen 2(wt - c P ) ) , sen 2 (wt - c P - 271)3))1 e sen 2 (wt - c P - 471)3)). mostrado tambm que o mesmo tipo de propriedade observada para outros circuitos polifsicos, como ocaso, por exemplo, de circuitos bifsicos. Ser utilizada a notao que dever ser seguida ao longo do livro. Consideraremos apenas casos de ope- rao estacionria, ou seja, situaes nas quais as tenses e correntes variam senoidalmente ao longo do tempo. 2.1 Tenses e correntes alternadas monofsicas A Fig. 2.1 mostra uma fonte de tenso alternada, com tenso v (t) , alimen- tando uma impedncia constante (Lembrar que a fonte ideal de tenso fornece sempre a mesma tenso, dada pela Eq. 2.1, independentemente do valor da corrente que circula pelo circuito.). v (t) =11; sen (wt - c P v ) (2.1) com 1~sendo o valor de pico da tenso, w =27rf a freqncia angular (J a freqncia eltrica - 60 Hz nos sistemas brasileiros) e c P v uma fase arbitrria (depende da referncia angular). A corrente eltrica i (t) correspondente dada por (2.2) onde Ip o valor de pico da corrente e c P J a fase de i (t) - a diferena de fases entre v (t) e i (t) igual a c P =c P J - c P v . P positivo indica que a corrente 1 Lembrar que 27r /3 =12 0 0 e que 47r /3 =2 40 0 . 24 Circuitos de Corrente Alternada i(t) z v (t) Figura 2.1: Fonte alternada ideal alimentando impedncia constante. est atrasada em relao tenso (caso emque a impedncia Z representa um circuito indutivo). Se a impedncia Z for dada por Z =R +jX, com R sendo a resistncia (parte real de Z) eX a reatncia (parte imaginria de Z, com X =wL, sendo La indutncia), pode-se verificar que a relao entre os valores de pico de v (t) e de i (t) dada por I _ V p ( ) p - v'R2 +X2 2 . 3 e que a defasagem entre i (t) e v (t) c P =c p/ - C P \ l = arctan(X/ R), (2.4) ou sej a, se conhecermos C P \ l , poderemos determinar c P / atravs da expresso c p/ = C P \ l +arctan(X/ R) . (2.5) No caso em que C P If =O (escolhendo a tenso v (t) como referncia angular), teremos c P =c p/ = arctan(X/ R). 2.2 Fasores Embora todos os clculos envolvendo tenses ecorrentes alternadas possam ser feitos utilizando-se variveis reais, como feito anteriormente, em geral grandes simplificaes, alm da economia na notao, podem ser conseguidas utilizando representao por variveis complexas, isto , utilizando-se uma representao fasorial. O fasor associado a uma corrente senoidal i (t) =Ipsen (wt - c p/ ) , denotado por f, tal que i (t) =Im[V2 f e jwt ], (2.6) onde Im representa a parte imaginria. Como e jwt =cos(wt) +j sen (wt) , 2.2 Fasores 25 e ej(wt-</ =C O S (wt - cp) +j sen (wt - cp), tem-se que i , Im[ej(~t-</>J)J =Im[V2 IejwtJ. O mdulo do fasor I obtido de (2.7) ou seja, 111 =lp/V2 =lef, que o valor eficaz da corrente i (t) . O valor eficaz de uma corrente eltrica peridica de perodo T definido como o valor da corrente contnua que dissipa a mesma energia no intervalo de tempo igual a T, o que resulta em (~) (Ti (t) 2 dt. T i a A fase de Iigual a -cp[. A notao ser I=IIli-cp[. Analogamente, podemos definir um fasor para a tenso v (t) . fcil verificar que IVI=V p /v'2 =V ef (valor eficaz de v (t) ) e que a fase de V -C P v . Assim, teremos: V Vefi-cpv, f lefi-cp[, para simplificar a notao, neste livro, os valores eficazes de tenso e corrente sero representados simplesmente por V e I, ou seja, V =Vef = IVI e A defini.o de fasores facilita a anlise de sistemas de corrente alternada,_ em opera,Q estacionria, eliminando a varivel ~mpo dos clculos., As re- laes entre os fasores de tenso e corrente e impedncias (ou admitncias) so idnticas s de circuitos de corrente contnua, ressalvando-se que se traba-: lha com variveis complexas. O problema analisado anteriormente (Fig. 2.1) pode ser reestudado utilizando-se agora a notao. fasorial. O fasor da corrente eltrica dado por - . V 1= Z. A magnitude (valor eficaz) da corrente dado pelo mdulo do quociente de V e Z, ou seja, V I=lZI 26 Circuitos de Corrente Alterna f z Figura 2.2: Circuito com fasores. enquanto a fase de f a diferena entre a fase de Vede Z: -c h =-c jJ v - arctanfX/ R) . Ou seja, c jJ I =c jJ v +arctan(X/ R). 2.3 Potncias ativa, reativa, complexa eaparente' 2.3.1 Valores instantneos Para v (t) =hV sen (wt) e i (t) =hI sen (wt - c jJ ) , (considerando a tenso como referncia), a expresso da potncia eltrica ir tantnea p(t) =v (t) i (t) : p(t) =2YJ ,sen & wt) sen (wt - c jJ ) , (2. que pode ser colocada na forma? p(t) =VIc o s(c jJ ) [ 1-~o s(2 wt) J - VIsen(c jJ ) sen(2 wt) . (2. o primeiro termo da expresso de p(t) tem o sinal de cos(cjJ ). Para -7r/2 c jJ :::; 7r/2, esse termo sempre positivo. Para casos nos quais a resistncia positiva (consumo de potncia ativa), o sinal de c jJ definido pela reatnc X. Assim, se a impedncia for indutiva, X 2: O e, se for capacitiva, X :::; Mas h sempre consumo de energia. Assim, esse primeiro termo da equao 2.4 Sistemas trifsicos 27 e negativos. Num momento, a potncia entregue po si ti v a, indicando que h consumo, e, noutro, esse valor negativo, indicando que h gerao . O valor mdio dessa parcela nulo. Esse termo, dado sua caracterstica, denominado po tnc i a reati v a i nstantnea. O termo "reativo" serve para indicar o tipo de comportamento da carga quando h elementos "reativos", que so capacitores e reatores. 2.3.2 Valores mdios Procurando eliminar a varivel tempo de nossos clculos, anlises etc., so definidas duas novas grandezas: a potncia ativa. e a potncia reativa. A potncia ativa P entregue pela fonte carga definida como o valor mdio da potncia eltrica entregue em um perodo, medida em watts (W). Como o valor mdio de p(t) 1 r T Ti a p(T) dr =V, I cos(<jJ ) onde T =7r / W (metade do perodo da tenso e corrente), logo P =VI cos(<jJ ). A potncia reativa Q definida como o valor de pico da po tnc i a reati v a i nstantnea e medida em volt-ampere-reativo - (VAr). Q = VI sen (<jJ ) . Define-se po tnc i a c o mpl exa como sendo o nmero complexo que tem parte real igual a P e parte imaginria igual a Q: S' =P +jQ =V I [cos(<jJ )+j sen (<jJ)], ou, ainda, S =VI L<jJ. . Se considerarmos os fasores de tenso e de corrgnte: V =V LO ef =I L-<jJ, fcil concluir que a potncia complexa S pode ser obtida de Tendo P e Q, podemos escrever a potncia instantnea p(t) =P [1 - c o s(2 wt) ]- Qsen (2 wt) . A grandeza po tnc i a aparente definida como o mdulo da potncia com- plexa e medida em volt-mpere (VA): IS I=VI, sendo V e I os valores eficazes da tenso e corrente, como j definido anteri- ormente. 28 Circuitos de Corrente Alternada V e V b fb "> "> fe w Figura 2.3: Fonte trifsica ideal alimentando impedncia trifsica equilibrada e a represen- tao fasorial das tenses e correntes. 2.4 Sistemas trifsicos 29 2.4 Sistemas trifsicos A Fig. 2.3 mostra uma fonte de tenso trifsica (alternada, estacionria) com tenses v a(t) , Vb (t) e v c (t) (na figura esto representados os fasares associa- dos a essas tenses) em cada uma das fases, alimentando uma carga trifsica equilibrada com impedncias constantes iguais a Z em cada fase, Va(t) = V; sen(wt -epv ) , Vb (t) =V; sen(wt -epv - 2 1f / 3) , Vc (t) =1~ sen(wt -epv - 41f / 3) , (2.10) com 1~sendo o valor de pico das tenses, w =21fI, a freqncia angular, eepv , uma fase arbitrria (V; =J 2 v , sendo V atenso eficaz por fase). As correntes instantneas i a(t) , i b (t) e i c (t) correspondentes so dadas respectivamente por i a(t) =Ip sen(wt -epI) , i b (t) =Ip sen(wt -epI - 2 1f / 3) , i c (t) = Ip sen(wt -epI - 41f / 3) . (2.11) Tomando-se a tenso da fase a como referncia angular (epv potncias instantneas nas trs fases sero dadas por O), as P a(t) =V; Ip sen(wt) sen(wt -ep) , P b (t) = V; Ip sen(wt - 21f/3) sen(wt -ep - 21f/3), P c (t) =V; Ip sen(wt-41f/3)sen(wt-ep-41f/3), que podem ser colocadas na forma (comparar com a Eq. 2.9) (2.12) V , I P a(t) = ~p {cos(ep)[l - cos(2wt)J - sen(ep) sen (2 wt) } , V , I - P b (t) =~p { c o s(ep) [1 - c o s(2 wt - 41f/3)J - sen(ep)sen(2wt - 41f / 3) } , V , I P c (t) = ~p {cos(ep)[l - c o s(2 wt - 21f/3)J - sen(ep)sen(2wt - 2 1f / 3) } . fcil ver que a potncia trifsica P 3r/ > (t) dada por 3 P 3r/ > (t) =P a(t) +P b (t) +P c (t) =2VpIp cos(ep), (2.13) ou seja, P 3r/ > (t) constante ao longo do tempo. Notar que, nesse sentido, o sistema trifsico ilustrado na Fig. 2.3 seassemelha mais aum sistema operando emcorrente contnua do que a um sistema monofsico (lembrar que, no caso de sistemas monofsicos, Eq. 2.9, a potncia instantnea tem uma caracterstica pul sante) . 30 Circuitos de Corrente Alternada A Eq. 2.13 pode ser reescrita em termos dos valores eficazes de tenso e corrente, ou seja, P 31jJ ( t) =3VI cos(c / =3VI cos(c / >) . comum a utilizao da magnitude da tenso de linha (tenso fase-fase) nos clculos relativos a sistemas trifsicos. Chamando de V L o valor eficaz dessa tenso, temos Neste caso, a expresso para a potncia trifsica passa a ser Deve-se notar que o angulo c / > utilizado nessa expresso a defasagem entre tenso e corrente de fase. 2.5 Sistemas bifsicos A propriedade de potncia constante discutida na seo precedente 'no exclu- sividade dos sistemas trifsicos. Ela tambm observada para outros sistemas polifsicos. Este fato est ilustrado a seguir com um sistema bifsico. A Fig. 2.4 mostra uma fonte de tenso bifsica (alternada, estacionria), com tenses v a(t) e Vb (t) em cada uma das fases, alimentando uma carga bifsica equilibrada com impedncias constantes iguais a Z em cada fase, Va(t) =Vp v j3(t) =V p sen (wt - c / >v ) , sen(wt - C />V - 7r/2), (2.14) (2.15) com Vp sendo o valor de pico da tenso, w =27rt, a freqncia angular, e c / >v , a fase. As correntes eltrica ia(t) e i j3(t) correspondentes so dadas respectivamente por i a(t) =Ip sen(wt - c / > I) , i j3(t) =Ip sen(wt - c / > I - 7r/2). (2.16) (2.17) Fazendo-se C />V =0, as potncias instantneas nas duas fases so dadas por P a(t) =Vpl p sen(wt) sen(wt - c / , P j3(t) =Vpl p sen(wt - 7r/2)sen(wt - c / >- tt /2) (2.18) (2.19) que, analogamente ao caso trifsico, podem ser colocadas na forma 2.5 Sistemas bifsicos 31 z z Figura 2.4: Fonte bifsica ideal alimentando impedncia bifsica equilibrada e a represen- tao fasoria!. 11:1 ; P {cos(4))[l - c o s(2 wt) ] - sen(4))sen(2wt)}, 11:1 ; P {cos(4))[l - c o s(2 wt - 'ir)] - sen(4))sen(2wt - 'ir)}. fcil ver que a potncia bifsica P 2 . p(t) dada por P 2 . p(t) =P a(t) +P f 3(t) =Vp1p cos(4)), - (2.20) ou seja, da mesma forma que, no caso trifsico, P 2 . p(t) constante ao longo do tempo. A Eq. 2.20 pode ser reescrita em termos dos valores eficazes de tenso e corrente, ou seja, ~ 4> (t) =2111cos(4)). _ 2.. Em termos da tenso de linha, a expresso para a potncia bifsica passa a ser 32 Circuitos de Corrente Alternada 1 Y15 5 YZ3 Y1Z - Figura 2.5: Circuito de corrente alternada alimentado por fontes de corrente. 2.6 Formulao matricial A Fig. 2.5 mostra uma rede formada por ns ligados atravs de elementos com admitncias conhecidas ealimentados por fontes de corrente alternada. Fontes de tenso tambm poderiam ser consideradas, mas sero omitidas temporari- amente por simplicidade, desde que sempre possvel, atravs de converses Thevenin-Norton, colocar o circuito de interesse na forma mostrada na figura. Consideraremos tambm a rede como sendo conexa e suporemos que um dos ns tomado como referncia (n terra). Em estudos de fluxo de potncia, os vrios equipamentos que compem a rede eltrica (transformadores, linhas de transmisso, geradores, cargas, elementos shunt etc.) so modelados como um circuito de corrente alternada do tipo representado na figura, da a im- portncia do estudo desse tipo de circuito. Na prtica, esses circuitos podem ter at dezenas de milhares de ns para os sistemas interligados mais comple- xos e isto, por sua vez, justifica seu tratamento mais sistemtico atravs da anlise matricial, conforme desenvolvido a seguir. 2.6.1 Matriz admitncia nodal A injeo lquida de corrente na barra k pode ser obtida aplicando-se aPrimeira Lei de Kirchhoff a um dos ns da rede'' (ver Fig. 2.5): h= Lhm, mEn k (2.21) para k =1, ..., N, sendo N o nmero de ns da rede, e n k o conjunto dos ns adjacentes ao n K. A corrente hm, atravs de uma das admitncias da rede, 3 Por facilidade de notao, a representao dos fasores no contm aseta. O leitor deve notar quando se trata do fasor ou de seu valor eficaz. 2.6 Formulao matricial 33 {dada por: hm =Ykm(Ek - Em) . (2.22) Considerando-se hm dado em (2.22), a expresso da injeo de corrente no n k pode ser reescrita da seguinte maneira: h= LYkm(Ek - Em) . mEfl k (2.23) Esta expresso, vlida para k =1, ..., N, pode ser posta emforma matricial I=Y E - -, (2.24) em que I - vetor das injees de corrente, cujas componentes so h (k =1, N) ; E - vetar das tenses nodais, cujas componentes so Ek =Vke jO k ; Y =G+jB - matriz admitncia nodal. Os elementos da matriz Y so: (2.25) Em geral, essa matriz esparsa, ou seja, tem uma grande proporo de elementos nulos, pois Y km = O sempre que entre os ns k e m no existir uma admitncia. Em um sistema de potncia tpico, um n est conectado diretamente a uns poucos ns adjacentes e, portanto, no est diretamente ligado maioria dos ns da rede que, em geral, podem ser milhares. Assim, o grau de esparsidade normalmente muito alto (99% ou 99,9% para sistemas de grande porte). A injeo de corrente h, que a k-sima componente do vetor Lpode ser colocada na forma h=YkkEk + LYkmEm =LYkmEm, mEfl k mEl< (2.26) sendo K o conjunto D k, que d a vizinhana de k, acrescido do prprio n k. No circuito ilustrado na Fig. 2.5, no aparecem elementos shunt, ou seja, no aparecem admitncias entre os ns e a terra. Dessa forma, a matriz Y definida anteriormente ser lima matriz singular (determinante nulo). Isto deriva do fato de as fontes de corrente no serem independentes, uma vez que a soma: algbrica das correntes injetadas nos ns deve ser nula. A Fig. 2.6 mostra um caso modificado no qual foram adicionados elementos shunt rede originalmente mostrada na Fig. 2.5. Nesse caso, haver um retorno para as correntes (ligao para aterra), oque torna possvel aoperao do circuito com 34 Circuitos de Corrente Alternada 1 Y15 5 Y2 3 Y2 2 Figura 2.6: Incluso de elementos shunt. Y55 Y44 fontes independentes; a matriz Y correspondente ser, ento, no-singular, a menos que haja alguma coincidncia numrica. O que ocorre com ocaso da Fig. 2.5 diferente, pois a matriz ser singular sempre, independente dos valores das admitncias). Quando so includos os elementos sl i unt, a matriz Y passa a ser dada por: -Ykm, LYkm +Ykk, mEn k (2.27) ou seja, a nica alterao se refere aos elementos da diagonal principal da matriz aos quais so adicionadas as admitncias shunt dos ns correspondentes. A partir das expresses 2.27, podemos deduzir a seguinte regra geral para a formao da matriz admitncia associada a uma dada rede: (a) na posio (k , m), fora a diagonal principal, o elemento tem o valor oposto admitncia conectada entre os ns k em (quando no houver ligao, o elemento da matriz nulo); (b) na posio (k , k ), da diagonal principal, o elemento tem valor dado pela soma de todas as admitncias conectadas ao n k , inclusive a adrnitncia para a terra (shunt) . 2.6.2 Injees de potncia ativa e reativa A injeo de potncia complexa Sk (2.28) 2.6 Formulao matricial 35 Substituindo-se (2.26) em (2.28) e considerando-se que Ek =Vke- jBk , obtm- se: s; =Vke- jBk L(G km +jBkm) (1ImejBrn) . mEK (2.29) AsGnjees de Il0tnci ativa e reativa podem ser obtidas identificando-se as partes real e imaginria da expresso (2.29): < r, V k LVm(Gkmc o sBJ . :. m +BkmsenB km ) , mEK (2.30) Qk =V k L Vm(GkmsenBkm-BkmC o sBkm) , mEK . 2.6.3 Impedncia equivalente entre dois ns Nesta seo, ser desenvolvida uma expresso que d a impedncia (ou a ad- mitncia) equivalente entre dois ns quaisquer de uma rede de impedncias modeladas por I=yE. Seja Z =y-l a matriz impedncia nodal da rede (Y e Z simtricas). A impedncia equivalente entre os ns k e m pode ser determinada como mostrado a seguir: i) Imagine-se que todas as fontes de corrente (I) so desligadas da rede e que uma fonte de corrente ideal e unitria seja ligada entre os ns k em, .conforme est indicado na Fig. 2.7. h=+1 - Rede - 1=1 z~; " t I =1 (a) (b) Figura 2.7: Determinao de z~; " . 36 Circuitos de Corrente Alternada ii) Nesta situao, a diferena de tenso entre os ns k e m ser dada por ( \-( Ek - Em =Zkk +Zmm -12 Z km , (2.31) , I sendo Zkk, Zmm e Zkm elementos da matriz Z, conforme indicado a seguir. +1 -1 k (2.32) m iii) A impedncia equivalente z~~ dada pelo quociente da queda de tenso entre os ns k - m e a corrente aplicada. Corno a corrente unitria, - tem-se (2.33) 2.7 Exerccios 1. Deduzir a expresso 2.9 a partir da expresso 2.8. Interpretar 2.9 grafi- camente, em particular para ocaso / =o. 2. A potncia aparente de urna indstria igual a 100 kVA. Se a tenso na entrada for de 480 V (eficaz), determine: a) O valor eficaz da corrente; b) A potncia ativa e reativa, sabendo-se que a carga indutiva e que a defasagem entre a tenso e a corrente de 30; c) Sabendo-se que a freqncia 60 Hz, determine o valor do capacitor que deve ser colocado (em paralelo) na entrada da indstria para que o ngulo de defasagem seja igual a 15, e que a carga total ainda continue indutiva; d) Repita o item c) para defasagem nula entre tenso e corrente. G)uma indstria tem carga igual a 20 kVA, com fator de potncia 0,8 in- dutivo. Realiza-se urna expanso nessa indstria que corresponde a urna carga de 5 k\iV com fator de potncia 0,7 indutivo. a) Determine a nova potncia aparente e o novo fator de potncia da indstria, sabendo-se que a expanso pode ser considerada urna nova carga em paralelo com a anterior; b) Determine a potncia reativa de um banco de capacitores para ser ligado emparalelo (aps aexpanso) tal que ofator de potncia resultante seja igual a 0,85 (indutivo). c) Determine o valor do capacitor, sabendo-se que a freqncia eltrica 60 Hz. 2.7 Exerccios 37 4. Considere o circuito representado na Fig. 2.5 com todas as admitncias dadas por Yk m =O,0+ jl, O. Montar a matriz admitncia nodal corres- pondente e verificar sua singularidade. 5. Considere o circuito representado na Fig. 2.6 com todas as admitncias srie iguais a Zk m =O,0+ jO , 01, e as admitncias shunt iguais a Yk k = O,0+ jl, O. Calcular a matriz impedncia nodal correspondente. 6. Para a situao considerada no exerccio precedente, calcular a impedn- cia equivalente entre os ns 1 e 2 e entre o n 1 e a terra. 7. Para o circuito representado na Fig. 2.6, determine pelo menos uma situao (exemplo) para a qual a matriz se torna singular (alm do caso trivial, no qual os elementos shunt so nulos). 8. Escrever as expresses das injees de potncia ativa e reativa para os ns de 1 a 5 na situao da Fig. 2.5 com todas as impedncias iguais a O, 0+ jl, O. -