Assista à videoaula a seguir e tenha uma breve introdução dos principais tópicos que
serão abordados na UIA 1.
Nas disciplinas de Física, no ensino médio e cursos de Engenharia, aprendemos os
conceitos básicos de eletricidade, como carga elétrica, corrente elétrica, tensão,
resistência, etc. Além disso, vimos como essas grandezas se relacionam, permitindo que
possamos criar circuitos elétricos.
Nestas aulas, entretanto, todos esses conceitos são abordados para tensões elétricas
(diferenças de potencial) e correntes elétricas constantes, cujos valores não se alteram
com o tempo. Esses casos são denominados circuitos em corrente contínua, ou circuitos
CC. Em inglês, esse termo é direct current (corrente direta, em português), por isso,
frequentemente esses circuitos usam a sigla DC.
Apesar do nome, em português, ser corrente contínua, esse termo não define
completamente tais circuitos, pois podemos definir funções matemáticas (e,
consequentemente, grandezas elétricas) que são contínuas, mas não são constantes, ou
seja, possuem valores que variam com o tempo.
Apesar dessa imprecisão na nomenclatura, usaremos, daqui em diante, o termo corrente contínua
(CC) para mencionar circuitos que possuem valores de tensão e corrente constantes no tempo.
O termo correntealternada pode ser usado para referenciar qualquer corrente elétrica
que varia (alterna) com o tempo. Essa variação pode ser baseada em valores aleatórios
de corrente, entretanto, a forma mais comum é através de funções matemáticas.
Apesar de podermos chamar de corrente alternada a corrente que segue qualquer função
matemática, a função mais comum é a função senoidal. Assim, as correntes elétricas são
expressas na forma:
Onde Im representa a amplitude da função seno, também chamado de valor máximo, a letra
grega w é a frequência angular, medida em radianos por segundo (rad/s), e a letra grega f é
chamada de fase, medida em radianos ou graus.
1.1.1. Amplitude
1.1.2. Frequência
O período natural da função seno é 2π radianos, em outras palavras, dada a função
sen(t), ela irá se repetir a cada 2π segundos. O fator multiplicativo da variável tempo, a
frequência angular, altera esse período.
f=1Tf=1T
Onde f é a frequência, dada em ciclos por segundo, ou Hertz [Hz], e T é o período, dado em
segundos.
Em funções periódicas, o período é o tempo de um ciclo e frequência é o número de
ciclos por unidade de tempo. Dada a relação entre as grandezas lineares e angulares, a
frequência angular é dada por ω =2 π f ω =2 π f.
O efeito da mudança de frequência em uma função senoidal pode ser visto na figura
abaixo. Nela, temos duas funções com mesma amplitude e mesma fase, entretanto com
frequências diferentes.
1.1.3. Fase
É possível, portanto, calcular o valor RMS de uma função senoidal f(t) = A sen(ωt), a
frequência angular é múltipla de 2p.
frms=A22−−−√frms=A22
frms=A22–√≈0,707A2frms=A22≈0,707A2
Em outras palavras, o valor RMS de uma função senoidal é sua amplitude dividida por
√2 ou, aproximadamente, 70% da amplitude.
Fonte: http://tinyurl.com/yb5lpw5s
Como ambas as grandezas, tensão e corrente, são senoidais, podemos calcular o valor
RMS de cada uma delas, dividindo a amplitude por √2.
Vrms=Vm/2–√Vrms=Vm/2
Irms=Im/2–√Irms=Im/2
Para esclarecer o motivo de calcularmos o valor RMS das funções senoidais, vamos fazer
uma rápida análise da potência dissipada por um resistor, quando aplicamos uma tensão
senoidal como as usadas anteriormente. Sabemos que:
P=VIP=VI
P=RI2m2−RI2m2cos(2ωt)P=RIm22−RIm22cos(2ωt)
A expressão anterior mostra que a potência elétrica para tensão e corrente senoidais
será um cosseno com o dobro da frequência e um valor médio diferente de zero, nesse
caso, igual a RI2m/2RIm2/2, onde Im é a amplitude da corrente senoidal. Essa fração é
chamada de potência média.
Se, em vez de usarmos o valor da amplitude da corrente, substituirmos pelo valor RMS,
teremos:
Pca=RI2m2=R(√2.Irms)22=R.2.I2rms2Pca=RIm22=R(√2.Irms)22=R.2.Irms22
Pca=R.I2rmsPca=R.Irms2
Que é a expressão da potência dissipada por um resistor alimentado por uma corrente
constante. Dessa forma, podemos resumir os conceitos estudados como:
Um resistor alimentado por uma tensão senoidal terá uma corrente também
senoidal e dissipará uma potência que é numericamente igual à potência que o
mesmo resistor dissiparia se a tensão fosse constante e os valores da tensão e
corrente fossem iguais aos valores RMS das grandezas senoidais.
Por isso, chamamos o valor RMS como valor eficaz. Em redes de distribuição de energia
elétrica em todo o Brasil, a frequência da tensão e corrente elétrica é sempre 60 Hz.
Como essa frequência é conhecida, essa informação é geralmente redundante, por isso,
ao falarmos de corrente e tensão em instalações elétricas, fazemos referência sempre
aos valores RMS e fase, que podem variar de um circuito para outro.
No Distrito Federal, sabemos que a tensão fornecida em nossas tomadas é 220 V. O que
geralmente não se sabe é que esse valor é o RMS da tensão senoidal consumida. Em
outras palavras, a tensão distribuída pela Companhia Energética de Brasília (CEB), em
nossas residências, é uma tensão senoidal com uma amplitude de aproximadamente
311 V, que, ao ser dividida por √2, nos dá a famosa tensão de 220 V.
Navegue pelos capítulos do curso básico. Clique aqui e aprenda um pouco mais sobre a
corrente alternada, sua geração e aplicações.
1.3. Fasores
Vimos, portanto, que tensões e correntes elétricas são, em sistemas elétricos de
potência, funções senoidais e, por isso, são caracterizadas por três parâmetros
fundamentais: amplitude, fase e frequência.
Na figura, a tensão Va, que possui uma fase nula, é representada na forma de um vetor
de módulo VA (amplitude do seno) na horizontal. A tensão Vb, que possui uma fase 90º
maior que Va, será representado por um vetor de módulo VB rotacionado 90º no sentido
anti-horário. Os vetores VA e VB, que representam as tensões senoidais A e B, são
chamados de fasores.
O mesmo pode ser feito para senoides com fases negativas, rotacionando os vetores no
sentido horário.
Veja na seção “Defasagem de ondas”, clicando aqui para observar como vetores
(girantes) podem ser usados para representar funções senoidais. Note que se os vetores
giram na mesma velocidade (frequência angular), a diferença de fase se mantém, assim
como a soma de dois deles.
Termina aqui nossa primeira aula desta unidade. Introduzimos conceitos que serão
importantes ao longo da unidade. Continue os estudos desta disciplina e até breve!
Até agora, todos os circuitos elétricos estudados, tanto em CC quanto em CA, eram
circuitos puramente resistivos. Na prática, contudo, outros componentes de circuitos
elétricos estão presentes em instalações elétricas prediais, tais como indutores e
capacitores. Sobre isso, falaremos nesta aula! Bons estudos!
Nas aulas de Física, foi visto que correntes elétricas geram em torno de si um campo
magnético (Lei de Ampere) e que a variação de campo magnético induz, em um circuito
fechado, uma corrente elétrica (Lei de Faraday).
Portanto, se uma tensão senoidal alimenta um circuito, por exemplo, um fio condutor,
variação da corrente induzirá no próprio fio uma tensão elétrica. A relação entre a tensão
induzida pelo fio, no próprio fio, e a variação da corrente que gerou a tensão induzida,
é chamada de indutância:
L=VLΔi/ΔtL=VLΔi/Δt
Onde L é a indutância, Δi/Δt é a variação da corrente e VL é a tensão induzida por essa corrente
alternada. A unidade de indutância no SI é Henry [H].
Logicamente que, se o campo magnético produzido pela corrente for maior, a tensão
induzida também será maior. Portanto, se pegarmos um mesmo fio e o enrolarmos, o
campo magnético produzido pela corrente será ainda maior, aumentando também a
tensão induzida, ou seja, aumentando sua indutância.
VL=LΔiΔt=LdidtVL=LΔiΔt=Ldidt
Analisando essa expressão, podemos substituir a corrente elétrica por uma função
senoidal, como a expressão vista na aula anterior.
VL=Ldidt=Lddt[Imsen(ωt)]VL=Ldidt=Lddt[Imsen(ωt)]
VL=ωLImcos(ωt)=ωLImsen(ωt+90∘)VL=ωLImcos(ωt)=ωLImsen(ωt+90∘)
XL=ωL=2πfLXL=ωL=2πfL
A principal diferença entre elas, todavia, deve-se ao fato da reatância ser dependente
da frequência da tensão e corrente, enquanto a resistência independe dessa variável.
Lembrando da aula anterior, quando uma fase é inserida na função seno, como fizemos
acima, desloca-se a função no eixo horizontal. No caso de a fase ser somada, o
deslocamento é para a esquerda. Como o eixo horizontal em questão representa o
tempo, deslocar nesse eixo significa atrasar ou adiantar a função.
Como estamos falando de circuitos elétricos, devemos representar tudo o que foi dito
em um diagrama de circuitos, colocando os símbolos que representam fontes de tensão
alternada resistores e indutores.
Nesse circuito, a fonte de tensão é representada por um círculo com um desenho de
uma senoide no interior, informando que a tensão gerada é senoidal. O indutor é
representado por um desenho que lembra uma bobina (um fio enrolado).
Lembrando dos conceitos aprendidos até agora, no circuito acima, a tensão e a corrente
no resistor terão a mesma fase, por isso seus fasores serão colineares. A corrente é a
mesma para todos os componentes do circuito, pois todos eles estão em série. A tensão
no indutor é 90º adiantada com relação à corrente, logo será 90º adiantada com relação
à tensão do resistor. Como os dois componentes estão em série, a tensão da fonte deve
ser a soma das duas. Colocando todas essas informações em um mesmo gráfico, temos:
Assim, mesmo com a inserção de um indutor em um circuito, teremos uma relação entre
tensão e corrente, que em corrente contínua eram relacionadas através da Lei de Ohm.
E2=V2L+V2RE2=VL2+VR2
Como o circuito está em série, a corrente é a mesma para todos os componentes, logo:
(IZ)2=(IXL)2+(IR)2(IZ)2=(IXL)2+(IR)2
V=ZIV=ZI
Outro componente que causa uma variação na diferença de fase entre tensão e corrente
é o chamado capacitor. Ele é um dispositivo formado por placas condutoras paralelas,
separadas por um meio isolante. Ao ligar as placas em uma diferença de potencial, elas
acumularão, em cada placa, cargas elétricas opostas.
IC=CdVdtIC=CdVdt
IC=ωCVmcos(ωt)=ωCVmsen(ωt+90∘)IC=ωCVmcos(ωt)=ωCVmsen(ωt+90∘)
Repare que, agora, a corrente está adiantada em 90º com relação à tensão, ao contrário
do observado com o indutor. Adicionalmente, também podemos observar a relação
acima na forma da Lei de Ohm, na qual existe uma oposição à passagem de corrente ao
aplicarmos uma diferença de potencial.
Essa oposição criada pelo capacitor também será uma reatância, mesmo nome usado no
indutor. Isso se deve ao fato de ambos representarem oposição à passagem de corrente
e ambos causarem uma variação na fase da corrente. Consequentemente, a reatância
capacitiva, também medida em Ohms [Ω], é dada por:
XC=1ωC=12πfCXC=1ωC=12πfC
A principal diferença, em comparação com os indutores, é que a reatância capacitiva é
negativa, devido ao atraso que a tensão possui em relação à corrente. Esse detalhe deve
ser observado ao colocar indutores e capacitores em um mesmo circuito.
A principal informação a ser extraída de toda essa análise é que o fasor de tensão do
capacitor e do indutor estão em sentidos opostos. Em outras palavras, o atraso de
corrente causado pelo indutor é diminuído com o adianto de corrente causado pelo
capacitor.
Essa relação é usada para correção de fator de potência, etapa obrigatória em instalações
prediais com muitos motores elétricos. A definição de fator de potência e o conceito
sobre sua correção serão abordados mais adiante.
A mesma abordagem feita para indutores pode ser usada para capacitores para, dessa
forma, calcular a impedância de um circuito RC em série. Aplicando os passos já
demonstrados:
Z=XC2+R2−−−−−−−−√Z=XC2+R2
V=Vmsen(ωt+ϕv)V=Vmsen(ωt+ϕv)
I=Imsen(ωt+ϕi)I=Imsen(ωt+ϕi)
Note que as funções seno da tensão e da corrente possuem fases diferentes. Aplicando
essas funções na definição de potência:
P(t)=Vmsen(ωt+ϕv).Imsen(ωt+ϕi)P(t)=Vmsen(ωt+ϕv).Imsen(ωt+ϕi)
P(t)=ImVm2cos(ϕv+ϕi)−ImVm2cos(2ωt+ϕv+ϕi)P(t)=ImVm2cos(ϕv+ϕi)−ImVm2cos(2ωt+ϕv+ϕi)
Na equação acima, o primeiro termo é constante, pois os valores de fase não mudam. O
segundo termo é variável, pois o cosseno depende do tempo. Como termo constante é
somado a uma função senoidal, esse termo é o seu valor médio, logo, representa a
potência média (Pm).
Pm=Im.Vm√2.√2cos(ϕv−ϕi)Pm=Im.Vm√2.√2cos(ϕv−ϕi)
Pm=Irms.Vrms.cos(θ)Pm=Irms.Vrms.cos(θ)
Se compararmos a expressão anterior com a definição de potência elétrica, vemos que, além da
multiplicação da tensão pela corrente, temos o fator determinado pelo cosseno da diferença de
fase entre essas grandezas, esse termo é chamado de fator de potência (FP).
Pelas definições de reatância, e devido à álgebra usada nos cálculos fasoriais, temos que
a diferença de fase entre a tensão e a corrente nunca será maior que 90º ou menor que
-90º, ou seja, o cosseno da diferença de fases será sempre positivo, independentemente
do atraso ou adianto de corrente. Adicionalmente, como -90º £ q £ 90º, temos que 0 £
FP £ 1.
2.4. Potência CA
Uma fonte de tensão entrega a um circuito elétrico uma potência calculada por V x I.
Entretanto, somente parte dessa potência é consumida pelo circuito e transformada em
trabalho.
Essa porção da potência é a potência média citada anteriormente que, ao ser utilizada para realizar
trabalho, recebe também o nome de potência ativa (P). A outra parte, portanto, é armazenada
pelos componentes reativos e, por isso, é chamada de potência reativa (Q).
Os resistores não causam diferença de fase entre tensão e corrente, logo o fator de
potência em circuitos puramente resistivos é sempre 1. No caso de componentes
reativos, a diferença de fase entre tensão e corrente é ±90º, o que significa que o fator
de potência para capacitores e indutores puros é 0. Portanto, componentes reativos não
consomem potência média, em outras palavras, a potência entregue a eles é
armazenada, e não transformada em trabalho.
A potência entregue pela fonte, por exemplo, uma concessionária de energia elétrica,
entretanto, leva em consideração tanto a potência média consumida quanto a potência
armazenada pelos componentes reativos.
A potência total fornecida por uma fonte, somando-se a potência ativa e a potência reativa, é
chamada de potência aparente (S).
S=P+QS=P+Q
S= VrmsIrmsS= VrmsIrms
P= VrmsIrmscos(θ)P= VrmsIrmscos(θ)
Q= VrmsIrmssen(θ)Q= VrmsIrmssen(θ)
Como cada potência citada acima possui um significado distinto na análise de circuitos
elétricos, é comum quantificar cada uma delas com uma unidade diferente, apesar de o
SI determinar o Watt [W] com unidade de potência. A potência aparente é quantificada
em Volt-Ampere [VA], a potência ativa por Watt [W] e a potência reativa por Volt-
Ampere-reativo [VAr].
Para fazer a correção desse fator, aumentando seu valor, é preciso inserir, no mesmo
sistema, um conjunto de capacitores que adiantará a corrente. Esse tópico será abordado
em aulas posteriores. Continue os estudos desta disciplina e até a próxima aula!
Instalando-se um par de bobinas (fios enrolados) em volta desse ímã rotativo, onde cada
par de bobina é chamada de polo, fará com que o campo magnético que atravessa as
bobinas varie com o tempo, induzindo uma tensão elétrica alternada entre seus
terminais. Dessa forma, criamos um gerador elétrico.
Por ser um sistema rotativo, podemos dispor os pares de bobinas de forma simétrica e
uniforme, por exemplo, podemos colocar três polos separados por 120º cada, como na
figura a seguir.
Figura 11. Esquema ilustrativo de polos de um gerador elétrico
Fonte: Boylestad (2004)
Dessa forma, cada polo irá gerar uma tensão senoidal independente, mas de mesma
frequência e amplitude, visto que o sistema é simétrico. A diferença entre cada tensão
será a fase, nesse caso, de 120º.
VA=sen(t)VA=sen(t)
VB=sen(t+120∘)VB=sen(t+120∘)
VC=sen(t+240∘)VC=sen(t+240∘)
Assim, teremos um único gerador elétrico gerando três tensões de mesma amplitude,
mesma frequência e três fases diferentes, caracterizando um gerador trifásico. Dessa
forma, cada gerador é chamado de fase.
Por se tratar de um circuito elétrico, teremos também uma corrente elétrica circulando
por cada elemento do circuito, tanto nos geradores quanto nos condutores que
conectam o gerador à carga.
As correntes que circulam nos geradores, vão de um nó a outro, por isso recebem os
subscritos correspondentes, por exemplo, a corrente que vai do nó A ao C, é chamada
de IAC. Essa corrente, que flui em cada fase de um gerador trifásico, é chamada
de corrente de fase.
IAa=IBA−IACIAa=IBA−IAC
IAa=3–√IBA∠−30∘IAa=3IBA∠−30∘
O resultado acima mostra que a corrente de linha IAa tem o módulo igual a √3 vezes o
módulo da corrente de fase, e a fase da corrente de linha é 30º atrasada com relação a
uma das correntes de fase.
Esse resultado é importante, pois mostra que a corrente que flui entre as fases
de um sistema trifásico triângulo é menor que a corrente que flui entre o gerador
e a carga.
Analisando o circuito triângulo da Figura 13, vemos que, nesse tipo de conexão, as duas
tensões são iguais.
Assista a um vídeo didático para entender um pouco mais sobre as diferenças entre
tensões e correntes de linha e de fase.
Novamente, a tensão é uma diferença de potencial entre dois pontos e, por isso, são
necessários dois pontos para se medir (ou calcular). Numa topologia estrela, podemos
medir a tensão entre as extremidades de uma das fases, ou entre duas linhas de
transmissão, caracterizando as tensões de fase e de linha citadas anteriormente.
Como as tensões também são grandezas senoidais, a análise da relação entre as tensões
também será feita usando os fasores. Aplicando a Lei de Kirchhoff das tensões na malha
compreendida pelos nós A, B e N da figura anterior, teremos:
EAB−EAN+EBN=0EAB−EAN+EBN=0
Onde EAB é a tensão de linha, entre as linhas (nós) A e B, e EAN e EBN são as tensões de
fase das fases A e B. Fazendo a soma acima de forma fasorial, temos:
EAB=3–√EAN∠30∘EAB=3EAN∠30∘
IN=IA+IB+ICIN=IA+IB+IC
Novamente, a soma das correntes deve ser feita de forma fasorial. Considere que as
cargas das três fases são iguais, dessa forma, as três correntes de fase terão o mesmo
módulo e terão suas fases espaçadas de 120º. Somando essas três correntes
fasorialmente, temos três vetores de mesmo módulo, com mesma origem, e separados
por um ângulo de 120º, logo, a soma vetorial será zero.
Por mais estranho que possa parecer, um sistema trifásico ligado em estrela, cujas
cargas monofásicas são iguais, faz com que três correntes entrem em um nó (neutro) e
nenhuma corrente saia. Isso acontece devido à defasagem entre os valores de corrente.
Quando as cargas monofásicas são idênticas, ela é chamada de carga trifásica
equilibrada.
As potências elétricas (ativa, reativa e aparente) podem ser também calculadas para
sistemas trifásicos, usando a definição de potência elétrica, dada por P = VI. Agora,
entretanto, devemos deixar claro quais valores de tensão e corrente estamos usando, se
os valores de fase ou de linha.
ST=SA+SB+SCST=SA+SB+SC
ST=3SϕST=3Sϕ
ST=3.VϕIϕST=3.VϕIϕ
Se usarmos as grandezas de linha, podemos substituir a tensão e a corrente de fase,
pelo equivalente de linha, a partir das expressões anteriores. Assim:
ST=3–√.VLILST=3.VLIL
Repare que as expressões acima para o cálculo da potência aparente, usando grandezas
de fase e de linha, podem ser usadas tanto para conexões estrela quanto para triângulo.
Como exercício, o aluno pode fazer a dedução dessas fórmulas para as duas topologias.
PT=3Pϕ=3.VϕIϕcosθ=3–√.VLILcosθPT=3Pϕ=3.VϕIϕcosθ=3.VLILcosθ
QT=3Qϕ=3.VϕIϕsenθ=3–√.VLILsenθQT=3Qϕ=3.VϕIϕsenθ=3.VLILsenθ
E aí, muito conteúdo? Estamos ficando cada vez mais especialistas no assunto, com isso,
cresce a quantidade e a qualidade daquilo que aprendemos ao longo da disciplina.
Continue estudando e passe para a última aula desta UIA.
Conforme citado nas aulas anteriores, e como será abordado novamente na Aula 5, a
principal forma de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica é o sistema
trifásico em corrente alternada. Por esse motivo, a forma de tensão elétrica que temos
disponível em nossas edificações são tensões alternadas em um sistema trifásico.
O principal exemplo são os motores elétricos trifásicos, usados em aplicações como elevadores,
máquinas industriais, bombas d’água de grande porte, ar-condicionado central, etc.
Por esses motivos (e alguns outros mais), a conexão usada para alimentar consumidores
finais (na Aula 15 chamaremos de consumidores de baixa tensão) é conectada em forma
estrela, fornecendo três fases e um neutro. A imagem a seguir mostra um quadro de
distribuição de uma unidade consumidora, onde podemos identificar as fases e o neutro
de uma instalação elétrica.
Na figura acima, as três barras de cobre verticais são os terminais de alimentação
trifásica. A pequena barra vertical no canto inferior direito é a barra de neutro. Apesar
de não ser possível identificar na figura, esses quatro terminais elétricos estão
conectados entre si em uma topologia estrela, na qual o barramento neutro é comum a
todos os três sistemas monofásicos.
Além disso, podemos medir a tensão (diferença de potencial) entre quaisquer dois
pontos do circuito. Entre uma das fases e o neutro já fizemos, mas também podemos
medir a tensão entre duas fases. Lembrando da aula anterior, medir a tensão entre duas
fases é medir a tensão de linha. Em um sistema estrela, a tensão de linha é √3 vezes
maior que a tensão de fase, portanto, ao fazer tal medição, o voltímetro acusará
aproximadamente 380 Vrms.
Quando as cargas são iguais em todas elas, a soma fasorial da corrente será
zero, caracterizando uma carga balanceada.
Entretanto, raros são os casos em que as três fases de um mesmo sistema elétrico terão
cargas iguais em todas as suas fases, com isso, a corrente de neutro resultante será
diferente de zero.
Ainda assim, ao projetarmos uma instalação elétrica predial, temos que tomar o cuidado
de distribuir, de forma mais uniforme possível, as cargas dos pontos de utilização nas
fases disponíveis. Tenha isso em mente nas Aulas 6, 7 e 8, da unidade seguinte!
As regras que especificam os detalhes técnicos das instalações elétricas prediais, são
propostas e publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em suas
Normas Brasileiras (NBR). Tais normas são propostas, discutidas, publicadas e revisadas
periodicamente, garantindo os requisitos necessários para garantir projetos de
qualidade e segurança.
Navegue pelo sítio da ABNT e confira as diferentes normas relacionadas à sua futura
atuação profissional e mantenha-se informado das atualizações e novidades na sua
área.
Termina aqui nossa Unidade de Interação e Aprendizagem (UIA). Ficou com alguma
dúvida? Retorne ao conteúdo ou busque esclarecimentos no Fórum de Dúvidas. Senão,
passe para a unidade seguinte. Até lá.
Vamos lá?!
Assim, a geração de energia elétrica depende de outra fonte de energia, das quais as
mais utilizadas são potencial, térmica, ou eólica, entre outras.
Nesse tipo de usina, é construída uma barragem em um rio, limitando o fluxo de água.
Essa limitação causa o acúmulo de água à jusante da barragem (sentido contrário ao do
fluxo de água do rio).
A água represada é então coletada na parte superior da barragem e desce por gravidade.
Ao perder altura, a energia potencial gravitacional é convertida em energia cinética,
fazendo com que a água adquira velocidade. Por fim, ao atingir a parte inferior da
barragem, a água gira um conjunto de pás (turbina), que farão girar o rotor de um
gerador, gerando assim, energia elétrica.
A pressão desse vapor é então utilizada para girar as pás de uma turbina, que
está conectada com o rotor de um gerador.
Essa forma de geração de energia elétrica tem se popularizado nas últimas décadas, por
apresentar um grande potencial de geração e menor impacto ambiental, se comparado
com outras formas de geração.
Nesse tipo de usina, água é bombeada para uma tubulação instalada em grandes
profundidades, onde a temperatura é mais elevada. Ao entrar em contato com ambientes
tão quentes, a água se transforma em vapor e é pressurizado. Esse vapor pressurizado,
então, gira uma turbina conectada a um gerador, gerando energia elétrica.
No Brasil, não há produção de energia elétrica a partir de energia geotérmica, pois ela
não é, ainda, economicamente viável.
Saiba mais! Para saber um pouco mais sobre essa nova forma de geração de energia
elétrica, acesse:
Energia Geotérmica e o calor da terra
A geração de energia elétrica a partir da energia solar pode ser feita de duas formas,
através de espelhos ou através de placas de silício.
O primeiro processo consiste em refletir a luz solar, por meio de espelhos móveis, para
um reservatório de água, que a aquecerá e pressurizará o vapor, responsável por girar
uma turbina conectada a um gerador.
O segundo processo utiliza placas de Silício, um material semi-condutor que, ao ser
exposto a energia luminosa (não é a energia térmica), libera cargas elétricas, gerando
assim, corrente elétrica. Essas placas são as mais populares e atualmente estão sendo
instaladas em unidades consumidoras individuais (p.e. residências) como fonte alternativa
de energia.
Existem várias outras fontes de energia que podem ser convertidas em energia elétrica.
Por exemplo, turbinas hidro-dinâmicas podem ser instaladas em locais com fortes
correntes marítimas para gerar energia de forma semelhante à energia eólica.
Outra fonte pouco usual de energia é a energia mecânica proveniente dos passos
de pedestres e movimento de veículos, que estão em fase de pesquisa e teste.
Para a maioria das usinas elétricas, a instalação dessas usinas não pode ser feita em
áreas urbanas, por questões de disponibilidade ou segurança. Por isso, é necessário
transmitir a energia gerada nas usinas para os centros consumidores, tais como cidades
e indústrias.
P=V⋅iP=V⋅i
Por isso, linhas de transmissão que ligam usinas à grandes centros urbanos, fazem tal
transmissão em tensões entre 69 kV a 750 kV, chamados de alta tensão. A figura abaixo
mostra uma parte de uma linha de alta tensão.
Para atingir tensões tão elevadas, são instaladas nas saídas das usinas, as estações
elevadoras de tensão, aumentando a tensão de transmissão e reduzindo a corrente
necessária. É importante salientar que, no processo de elevação de tensão, a potência
elétrica é mantida, somente as grandezas corrente e tensão são alteradas.
Por exemplo, a subestação responsável por tal redução da tensão para distribuição,
dentro do Distrito Federal, é a subestação de Furnas, localizada em Samambaia.
A energia elétrica produzida nas usinas, e distribuída nas cidades, deve ser
disponibilizada aos consumidores finais, ou seja, unidades residenciais e comerciais.
Essa aula se trata justamente de como criar e entender um projeto de instalações
elétricas prediais.
Primeiramente, precisamos entender que para ligar um aparelho elétrico em
uma rede de tensão alternada, precisaremos de dois condutores fazendo a
ligação entre o equipamento e a fonte de energia elétrica.
O equipamento pode ser de vários tipos, por exemplo uma lâmpada, um computador
ou um motor. Por isso, ele é genericamente chamado de ponto de utilização em um
projeto.
Por último, caso o ponto de utilização possua uma chave de comando, como um
interruptor de uma lâmpada, ou um acionamento de um motor, essa chave deve ser
sempre instalada no condutor fase (NBR 5410, 2008), por questões de segurança.
Nesse caso, o condutor que liga a fonte à chave será o condutor fase, o condutor que
liga a chave ao equipamento é chamado de condutor de retorno.
Todos os símbolos utilizados nessa aula são normatizados pela NBR 5444.
Abaixo, são mostradas parte das tabelas encontradas na NBR 5444, exemplificando
alguns dos símbolos mais frequentes em projetos de instalações elétricas. A primeira
delas diz respeito aos dutos usados para passar os condutores (fase, neutro e terra),
além dos condutores de telefonia, dados, TV, etc.
Os tipos mais comuns de pontos de utilização são os pontos de iluminação, onde serão
instalados lâmpadas e luminárias, e os pontos de tomada, onde serão instalados os
equipamentos elétricos e eletrônicos.
6.1.1. Iluminação
Por último, o condutor retorno deve ligar o interruptor à lâmpada, por isso vemos seu
símbolo no eletroduto que conecta esses dois componentes.
O número 2 sobre cada símbolo indica que a lâmpada e os condutores fazem parte do
circuito de número 2. Isso é feito pois podemos ligar mais de um equipamento, nesse
caso lâmpadas, em paralelo, fazendo com que todas elas façam parte do mesmo circuito.
Quando dois interruptores são utilizados para comandar uma única lâmpada, temos o
que chamamos de three-way. Aqui, se a lâmpada encontra-se desligada, o acionamento
de qualquer interruptor deve liga-la, e vice-versa.
Isso pode ser feito usando um interruptor especial, com um entrada e duas saídas,
ligados à lâmpada conforme a figura abaixo.
Faça uma simulação mental e perceba que, sempre que um dos dois interruptores for
acionado, a lâmpada mudará de estado.
Saiba mais! Acesse o link e veja como ficariam as conexões das lâmpadas com seus
interruptores para casos com um, dois ou mais comandos. Percebam os condutores
utilizados e os caminhos que ele fazem para estabelecer a correta conexão da lâmpada.
Comandos responsáveis pelo controle da iluminação e os esquemas de ligação mais
utilizados
6.1.2. Tomadas
A potência elétrica mínima para uma tomada é de 100 VA (NBR 5410, 2008). Caso seja
prevista a instalação de equipamentos de maior potência, ela deve ser apresentada de
forma explícita.
As tomadas podem ser separadas em dois conjuntos: as tomadas de uso geral (TUG) e
as tomadas de uso específico(TUE). O primeiro tipo é designado para equipamentos
eletrônicos e eletrodomésticos em geral. O segundo tipo é para equipamentos
específicos, que geralmente requerem maior potência elétrica, por exemplo chuveiros,
micro-ondas e forno elétrico (NBR 5410, 2008).
A quantidade e a disposição das tomadas também estão definidos na NBR 5410 (2008).
Entretanto, com um pouco de bom censo, podemos perceber que essas quantidades,
apesar de mínimas, em geral são insuficientes.
O maior fator a ser considerado é que para cada aparelho elétrico, ou eletrônico, deve
haver uma tomada. O uso de benjamins (os famosos Ts) ou réguas com mais de um
conector, que permitem a ligação de mais de um aparelho ao mesmo tempo, não devem
ser considerados na etapa de projeto. Usar um T em uma tomada, é uma “gambiarra”!
Lembre-se sempre disso.
O principal motivo para essa interpretação, se deve ao fato de as potências das tomadas
serem necessárias para o cálculo da demanda de fornecimento de energia, e o uso de
extensores em tomadas, não permite esse tipo de previsão.
Saiba mais! Veja no link abaixo os valores de consumo de potência elétrica dos principais
aparelhos que utilizamos. Esses valores devem ser considerados ao definir a potência
de um ponto de tomada.
TABELA DE CONSUMO
De posse dessa informação, o número de tomadas e a posição que cada uma deve
assumir deve ser definido de forma que atenda o público-alvo da edificação.
Conforme vimos na aula 01, elementos de circuitos elétricos ligados em paralelo terão
a mesma tensão, enquanto que a corrente total do circuito será a soma das correntes
consumidas por cada elemento.
Dessa forma, todos os pontos de utilização de um sistema elétrico predial devem ser
ligados em paralelo, pois a tensão de funcionamento dos equipamentos é sempre a
mesma (para o Distrito Federal essa tensão é 220 V).
(CREDER, 1993)CREDER, Hélio. Instalações elétricas. 12 ed. Rio de Janeiro, RJ, LTC. 1993.
Cada ponto de utilização de uma circuito será conectado com um par de fios, aqui
chamados de condutores (o fase e o neutro), além do terceiro condutor para o
aterramento. Esses condutores farão a conexão do quadro de distribuição aos pontos
de utilização, e farão esse percurso dentro de encanamentos próprios, chamados
eletrodutos, ou sobre calhas e aletas. Portanto, é necessário dimensionar os condutores
a serem utilizados em cada circuito.
Uma vez conhecida a potência elétrica dos pontos de utilização de um circuito, devemos
calcular a corrente elétrica, em amperes, desse circuito, para assim dimensionar o
condutor que deve ser instalado.
A NBR 5410 (2008) especifica as bitolas mínimas e fornece também uma tabela com a
relação entre a capacidade de corrente de um cabo e sua bitola. Abaixo é representada
parte dessa tabela.
Resolução:
Primeiro, sabemos que a potência de cada tomada é de 300 VA, e que possuímos 15
tomadas ao todo nesse circuito. Pelo princípio da conservação da energia, sabemos que
a potência total do circuito será 19 x 300 = 5.700 VA. Sabemos também que P = Vi,
aplicando a tensão de 220 V para a tensão, temos uma corrente de projeto para esse
circuito de i = 5.700/220 = 25,9 A.
Lembrando dos conceitos de resistências em série da aula 01, sabemos que esse tipo
de associação é também chamado de divisor de tensão. A resistência elétrica dos
condutores, ainda que pequenas, podem ser significativas se os comprimentos dos
cabos forem grandes o suficiente.
Portanto, ao aplicarmos uma tensão de 220 V a um circuito, parte dessa tensão será
concentrada na resistência da própria fiação, e por isso a tensão entregue ao
equipamento será menor. Dependendo do valor dessa queda no valor da tensão
entregue ao equipamento, ele pode não funcionar corretamente.
A NBR 5410 (2008) estabelece limites percentuais dessa queda de tensão, que são
utilizados, também, para especificar a bitola de um condutor. Uma forma simples de
determinar se o cabo dimensionado usando o critério de capacidade de condução de
corrente satisfaz o critério de queda de tensão, é usando o método da queda de tensão
unitária (CRUZ, 2011). Observe a equação:
ΔV=V%100⋅VnIB⋅lΔV=V%100⋅VnIB⋅l
Saiba mais! Acesse o link de um fabricante de fios e veja a tabela para queda de tensão.
Esse valor deve satisfazer a equação anterior, para determinação da bitola do fio a ser
usado em um circuito de uma instalação predial.
Tabelas e Dados Técnicos
Ao ser percorrido por uma corrente elétrica, um condutor aquece, e com isso reduz sua
capacidade de corrente. Além disso, ao ser aquecido pela passagem de corrente, um par
de condutores aquece também, por transferência térmica, condutores que estejam
instalados no mesmo eletroduto, reduzindo a capacidade de corrente deles.
Além do fator de agrupamento, outro parâmetro que pode ser utilizado, a critério do
projetista, para correção do dimensionamento do condutor, é o fator de demanda.
Não existe uma norma nacional para aplicação de um fator de demanda, mas a
Companhia Energética de Brasília (CEB) recomenda a aplicação de fator de demanda em
sua NTD 6.01 (2004), ilustrada em forma de tabela na figura abaixo.
Figura 7.3 – Fatores de demanda para instalações de iluminação e tomadas residenciais. Fonte:
NTD 6.01 (2004).
Todo circuito elétrico de uma instalação predial, bem como os seres que estão expostos
a esses circuitos (usuários e animais), devem ser protegidos de eventuais falhas. Para
isso, são instalados dispositivos de proteção para evitar acidentes e situações
indesejáveis.
Por exemplo, um morador que decide trocar o chuveiro por um de maior potência, sem
verificar se a fiação instalada comportaria tal aumento.
Ela nos diz que o disjuntor deve ter uma corrente nominal maior que a corrente de
projeto, ou seja, caso todos os aparelhos previstos para aquele determinado circuito
estiverem ligados, o disjuntor não irá desarmar, e o circuito funcionará como previsto.
Ao mesmo tempo, a relação anterior nos diz que a corrente de desarme do disjuntor
deve ser menor que a máxima suportada pelo condutor, garantindo que ele funcionará
sempre dentro da sua faixa de segurança.
A NBR 5410 (2008) também estabelece que os circuitos elétricos que sejam acessíveis a
humanos e animais, possuam proteção contra choques elétricos. O principal dispositivo
utilizado para esse fim é o disjuntor diferencial residual (DDR).
Nesse caso, o disjuntor desarma, interrompendo a corrente elétrica por esse caminho
alternativo.
Saiba mais! Confira no link um pouco mais sobre o funcionamento do disjuntor DR,
dispositivo obrigatório e fundamental em instalações elétricas residenciais e comerciais.
Funcionamento Aplicação e Função do Disjuntor DR
Nessa aula, veremos como fazer tais conexões, ligando os eletrodutos e dimensionando
um quadro de distribuição, que para nossas unidades consumidoras, representa nossa
fonte de tensão.
8.1.1. Eletrodutos
(CAVALIN, 2010)CAVALIN, Geraldo; CERVELIN, Severino. Instalações elétricas prediais: teoria &
prática. 22 ed. Curitiba, PR, Base Editorial Ltda. 2010.
Por uma questão de praticidade na passagem de cabos por dentro de eletrodutos, e mais
importante ainda, por uma questão de segurança contra sobre-aquecimento do
ambiente interno do duto (e consequentemente dos cabos), há uma taxa máxima de
ocupação dos eletrodutos.
Isso significa que é preciso deixar um espaço vazio dentro do eletroduto, para que o ar
possa circular e dissipar o calor. A taxa máxima de ocupação, definida pela NBR 5410
(2008) é mostrada na tabela abaixo
53% 1
31% 2
40% ≥3
Tabela 8.1 – Taxa máxima de ocupação em eletrodutos. Fonte: NBR 5410 (2008).
Além da taxa de ocupação, outras restrições devem ser observadas. A primeira é que
não se pode ter um trecho retilíneo de eletroduto maior que 15 metros, sem nenhuma
interrupção. Outra restrição é o número de curvas em trechos sem interrupção, que é
limitada a três de no máximo 90º, totalizando 270º.
As curvas são geralmente vendidas como peças separadas, a serem encaixadas nas
extremidades de dutos rígidos retilíneos. Entretanto, é permitido aplicar uma curva em
um duto rígido, contando que essa curva não altere seu diâmetro interno. Também não
são permitidas curvas maiores que 90º, tanto em dutos rígidos quanto em flexíveis.
As caixas de derivação são pontos de conexão entre dois ou mais eletrodutos, e tem
como finalidades principais: permitir e facilitar a passagem da fiação, oferecer pontos
de manutenção da rede elétrica predial e instalação de pontos de iluminação. A figura
abaixo ilustra os tipos mais comuns de caixas de derivação.
O emprego de caixas de derivação é obrigatório em todos os pontos de entrada e saída
de condutores, em todos os pontos de emenda e derivação de condutores e para dividir
a tubulação em trechos não maiores que os especificados para eletrodutos, conforme
citado na seção anterior.
Por último, as caixas devem ser sempre colocadas em lugares de fácil acesso e não
podem ser totalmente embutidas.
(CRUZ, 2011)CRUZ, Eduardo Cesar Alves; ANICETO, Larry Aparecido. Instalações elétricas:
fundamentos, prática e projetos em instalações residenciais e comerciais. 1 ed. São Paulo, SP,
Editora Érica Ltda. 2011.
Nesse caso, cada unidade consumidora deverá ter seu QD, além de QDs para áreas
coletivas e casa de máquinas. A figura abaixo mostra um exemplo de composição de
quadros de distribuição para um pequeno edifício residencial de 3 pavimentos.
Todos os quadros de distribuição devem ser instalados em locais de fácil acesso e
identificados de forma apropriada. Eles não podem ser bloqueados por estantes,
armários, quadros ou eletrodomésticos, pois em caso de acidente, os dispositivos de
proteção devem ser acessados e o tempo de acesso a eles pode ser comprometido.
Idealmente, os quadros devem ser instalados de forma a ficar equidistante dos pontos
de utilização que ele distribui, entretanto essa regra não é obrigatório, visto que essa
situação nem sempre é possível.
Cada um desses circuitos está ligado a um conjunto de pontos, por exemplo as todas
de uso geral de um ou mais ambientes, ou os pontos de iluminação de dois ou mais
ambientes.
É sempre importante lembrar que tomadas de uso específico devem ter um circuito, e
consequentemente um disjuntor, exclusivo, não sendo permitida a instalação de pontos
de utilização no mesmo circuito.
8.3. Aterramento
Essa conexão é feita por um fio elétrico, o condutor de proteção, que será instalado
junto com os condutores fase e neutro, dentro dos mesmo eletrodutos.
A NBR 5410 (2008) apresenta cinco esquemas de aterramento. Abaixo são apresentados
os cinco esquemas e suas respectivas figuras ilustrativas.
Esquema TN-S: o condutor neutro e o condutor de proteção são distintos, e ambos são
aterrados a partir do mesmo ponto.
Por fim, o contato elétrico do sistema de aterramento com a Terra, é feito através
do eletrodo de aterramento. Em geral, esses eletrodos são hastes metálicas de cobre
que são enterradas em locais cujo o solo possui baixa resistência elétrica (caso o solo
seja muito resistivo, ele deve passar por um tratamento químico para diminuição de sua
resistência).
As hastes são, então, conectadas via cabeamento próprio aos barramentos de
equipontecialização, para distribuição do aterramento para todo o sistema predial.
Vamos lá?!
Assista à videoaula a seguir e tenha uma breve introdução dos principais tópicos que
serão abordados na UIA 3.
Como os motores elétricos consomem energia elétrica, é comum expressar seu consumo
em Watts, unidade padrão de potência. Entretanto, o motor entrega para sua aplicação
uma potência mecânica, que geralmente utiliza as unidades cavalo-vapor (cv) ou
o horse-power (HP), que apesar de não serem unidades reconhecidas pelo Sistema
Internacional de Medidas (SI), são unidades muito comuns para profissionais da área.
Os motores de corrente alternada são mais robustos e oferecem maior torque, e por isso são mais
usados em aplicações industriais e prediais. Eles podem ser subdivididos em outros dois grupos:
os motores síncronos e os assíncronos (ou motores de indução).
Os motores síncronos têm como característica principal o giro do rotor em uma velocidade
constante, em sincronismo com a corrente elétrica de alimentação. Devido às características
construtivas e especificidades de partida e operação, esses motores são geralmente empregados
em indústrias pesadas, onde o maquinário exige alta potência mecânica.
Essa tensão menor faz com que a corrente de partida seja até 1/3 menor que na partida
direta, entretanto o motor entra em rotação nominal de forma mais lenta. Após o motor
chegar a 90% da sua velocidade nominal, a chave é comutada para configuração
triângulo, aplicando a tensão de linha da rede nos terminais das bobinas do motor.
Apesar desse método reduzir a corrente de partida, ele só pode ser empregado em
motores trifásicos com 6 bornes de alimentação.
Esse método é recomendável para motores de alta potência e alto torque, que
geralmente são instalados em grandes cargas, por exemplo, motores de elevadores.
Entre as vantagens desse esquema podemos citar a baixa corrente de partida, o uso de
apenas 3 fios (ao contrário da chave estrela-triângulo) e a possibilidade de partida com
carga.
Eles são equipamentos compostos por dispositivos eletrônicos (diodos e tiristores) que fazem o
controle da corrente de partida eletronicamente, ao contrário do uso de chaveamentos mecânicos
empregados pelas chaves.
E também sabemos, das aulas de física, que a energia instantânea consumida por um
equipamento é definida como potência. Assim, é preciso definir a relação de conversão
de potência elétrica (aquela consumida pelo motor) em potência mecânica (aquela
entregue pelo motor).
Onde a potência mecânica pode ser expressa em cavalo-vapor ou HP. Para ambos os
casos, deve-se usar os valores de equivalência, dados na aula anterior.
Como os motores são construídos com bobinas, eles naturalmente possuem indutâncias
associadas, diminuindo o fator de potência do equipamento (rever Aula 03 para
relembrar). Incluindo essa informação na equação acima, podemos definir uma equação
que nos dá a corrente consumida por um motor, dados seus parâmetros mecânicos e
elétricos providos pelo fabricante:
Se o motor for trifásico, aparecerá no denominador o fator √3. Exemplo: Qual a corrente
elétrica esperada de um motor trifásico de 15 HP, com fator de potência de 0,9 e
rendimento de 80%? (lembrando que será instalado em Brasília, cuja a tensão é 220 V
monofásica, 380 V trifásica)
1. Fator de serviço: quando indicado nas especificações do motor, esse fator estabelece que
um motor pode operar, com segurança, em cargas mecânicas ligeiramente superiores.
Por exemplo, um fator de serviço de 1,25 indica que o motor pode operar com segurança
com cargas até 25% maiores que a sua carga nominal;
2. Velocidade do motor: a velocidade especificada para um motor, geralmente em r.p.m.,
são dadas para o motor em vazio (sem carga), que é ligeiramente superior à velocidade
do motor com carga. Essa velocidade deve ser considerada a depender se o acoplamento
do motor à carga será direto ou indireto (com uso de engrenagens, caixas redutoras,
polias, cabos, etc);
3. Torque (ou conjugado): é preciso saber se o motor terá a partida em vazio ou com carga,
o que determinará se o motor deverá ter baixo ou alto torque, respectivamente. O torque
máximo deverá ser em torno de 30% maior que os picos de carga;
4. Tipo de carcaça: relativo ao ambiente de operação do motor. Pode ser do tipo à prova de
explosão (para áreas com vapores etílicos, gases naturais, etc), totalmente fechados (para
ambientes contendo poeiras, material corrosivo, etc) ou à prova de pingos (para
ambientes normais de trabalho).
Figura 10.1 – Alimentação linear comum de motores. Fonte: adaptador de Creder, 2007.
Figura 10.3 – Alimentação linear de motores com ramais curtos. Fonte: Creder, 2007.
Figura 10.4 – Alimentação linear sem ramal de motores. Fonte: Creder, 2007.
O critério de queda de tensão também deve ser utilizado. Caso esse método resulte em
um cabo de menor espessura, o critério de capacidade de corrente deve ser utilizado.
Como um ramal possui somente um motor, geralmente a corrente nominal que circula
nesse condutor é menor, possibilitando o uso de condutores menores.
Repare que o fator de serviço é utilizado sempre, nesse caso, pois o condutor
dimensionado alimentará somente esse motor.
Clique aqui ou acesse o acervo da disciplina para um pouco mais de detalhes, os passos
para dimensionamento dos circuitos de alimentação de motores elétricos.
Essa etapa exige que o motor consuma uma corrente muito maior que a nominal, pois
é necessário vencer o atrito estático do rotor (que é muito maior que o atrito dinâmico).
Dessa forma, a partida dos motores pode ser feita de formas diferentes, a depender da
tensão de alimentação (monofásica ou trifásica) ou da potência mecânica do motor.
Esse esquema de partida tem esse nome pois a tensão elétrica entregue ao motor é
exatamente a mesma da fornecida na instalação elétrica, ou seja, para a região do
Distrito Federal, é 220 V entre fase e neutro, e 380 V entre duas fases.
Esse tipo de partida é permitida pela CEB (2014) para motores monofásicos e
motores trifásicos até 5 cv de potência.
Para motores trifásicos de até 5 cv, também podemos usar a partida direta, usando
também um disjuntor como chave liga-desliga. A figura 11.2 ilustra esse tipo de
conexão com uma foto ilustrativa de um disjuntor trifásico para acionamento de
motores.
Figura 11.2 – Esquema de partida direta de motores trifásicos por disjuntor. Fonte: Cavalin,
2010.
A forma mais simples de realizar uma partida indireta é usar uma chave do tipo
estrela-triângulo.
Conforme vimos na Aula 04, em ligações trifásicas do tipo estrela, a tensão de fase
(entre fase e neutro) é menor que a tensão de linha (entre duas fases), ou seja, ao utilizar
a tensão de linha da instalação elétrica, é fornecida ao motor a tensão de fase, com um
fator de √3 menor, limitando assim a corrente de partida.
A particularidade dessa chave, é que deve ser usada o esquema estrela na partida, mas
com o motor em vazio, ou seja, desconectado da carga mecânica. Depois de atingir uma
velocidade de rotação próxima da nominal, a carga é acoplada e a chave de ser mudada
para o esquema triângulo, que oferece na fase da carga uma tensão igual à de linha.
A figura 11.3 ilustra os esquemas de ligação de uma partida desse tipo. Na imagem da
esquerda, o motor está desligado, com a chave na posição “desligada”. Na imagem do
meio, a chave é colocada na posição “estrela”, acionando o motor. Na imagem da
esquerda, a chave é colocada na posição “triângulo”, fazendo com que o motor atinja
seu estado nominal.
Figura 11.3 – Esquema de ligação de uma chave estrela-triângulo para partida de motores.
Fonte: Cavalin, 2010.
Um dos componentes mais usados para partida indireta de motores é com um dispositivo
chamado contator. Ele é um dispositivo eletromagnético que tem por função ligar e desligar um
circuito, seccionando os condutores de alimentação, e normalmente usado em acionamento de
circuitos elétricos automáticos a distância.
O contator pode ser usado para acionamento de motores tanto monofásicos quanto
trifásicos, conforme os esquemas ilustrados nas figuras 11.5 e 11.6. Repare que o
dispositivo de comando é representado distante do motor. Nas duas figuras, pode-se
ver que o contator aciona a chave K1, que é a mesma chave representada na entrada do
motor, o que representa de forma esquemática a partida da máquina.
11.3. Proteção Contra Sobrecarga e Curto-Circuito
Os dispositivos de proteção de motores são os mesmos usados em quadros de
distribuição, podendo ser fusíveis ou disjuntores.
Exemplo: aproveitando o exemplo anterior, resolvido na seção 10.3.1, temos 4 motores, todos
eles com o fator de serviço de 1,25. Vamos dimensionar os dispositivos de proteção para cada
motor e para o ramal alimentador, que alimentará todos os motores.
Para o elevador social, que utiliza um motor de 10 cv, temos como corrente nominal
26,6 A. Aplicando o fator de serviço (multiplicando por 1,25), temos uma corrente de
33,25 A. Assim, teremos um fusível, com retardo, de 35 A. A chave magnética (estrela-
triângulo) ou o contator deve, também, ser dimensionado para essa corrente.
O elevador de serviço, cujo o motor é de 7,5 cv, consome uma corrente de 20,6 A.
Aplicando também o fator de serviço, temos uma corrente para ele de 25,75 A. Dessa
forma, o fusível e o dispositivo de comando devem ser dimensionados para 30 A (valor
comercial mais próximo).
O motor da bomba d’água, com potência mecânica de 5 cv, funciona com uma corrente
de 13,7 A, que ao ser aplicado o fator de serviço, aumentará para 17,13 A. Nesse caso,
a CEB não exige o uso de partida indireta, permitindo a partida através de disjuntor, que
deverá ser dimensionado para 20 A, assim como seu fusível com retardo.
Por último, o exaustor, com uma potência de 1 cv, consome uma corrente de 3,34 A,
corrigida para 4,18 A com a aplicação do fator de serviço. Esse motor também pode ter
sua partida feita de forma direta, exigindo um disjuntor e um fusível com retardo de 5
A.
O alimentador, por sua vez, deve ter o fator de serviço aplicado apenas ao maior motor,
assim como fizemos no dimensionamento dos condutores.
A corrente nominal nesse circuito, portanto, será a mesma calculada no exemplo
anterior, 70,9 A. O fusível de proteção para o ramal, então, será de 80 A.
O processo de introduzir elementos reativos para levar o fator de potência para valores
mais próximos da unidade é chamado de correção de fator de potência. Como, em geral,
as cargas são indutivas, o processo normalmente envolve a introdução de elementos
capacitivos com o único objetivo de aumentar o fator de potência.
(BOYLESTAD, 2004)
Além da instalação de motores elétricos, que naturalmente diminuem o fator de potência de uma
instalação elétrica, outros fatores podem contribuir para o aumento do atraso da corrente, entre
os principais podemos citar o aumento da tensão acima da nominal e motores
superdimensionados, ou trabalhando em vazio (CREDER, 2007).
Tensão aplicada (% da VN do motor) Carga dos motores (com relação à carga nominal)
Tabela 12.1 – Influência da variação do motor no fator de potência. Fonte: Creder, 2007.
Como os motores elétricos são construídos fundamentalmente por bobinas, eles podem
ser considerados como cargas indutivas. A figura 12.1 mostra um diagrama de circuito
elétrico representando uma carga indutiva ligada a uma tensão alternada, representada
na figura por EÐ0º, consumindo uma corrente IL.
Figura 12.1 – Diagrama de circuito elétrico de uma carga indutiva alimentada por tensão
alternada. Fonte: Boylestad, 2004.
Na figura seguinte, temos a conexão de uma carga capacitiva, em paralelo com a carga
indutiva, que por sua vez, irá consumir uma corrente I C. Isso faz com que o fator de
potência resultante aumente, como veremos a seguir, além de garantir que a tensão
aplicada a cada uma das cargas seja a mesma, ou seja, a ligação da carga capacitiva,
não influencia o funcionamento da carga indutiva (não atrapalha o funcionamento do
motor).
Figura 12.2 – Diagrama de circuito elétrico de uma carga capacitiva ligada em paralelo com uma
carga indutiva, ambas ligadas a uma fonte de tensão alternada. Fonte: Boylestad, 2004.
A corrente fornecida pela fonte, que pode representar a rede elétrica de uma instalação
predial, será a soma das correntes IL e IC. Se usarmos a álgebra fasorial (para relembrar
dessa álgebra, releia as aulas 03 e 04), podemos ter uma corrente com mesma fase da
tensão fornecida, se a impedância do capacitor (XC) tiver o mesmo módulo da
impedância do indutor (XL).
Esse processo pode ser melhor explicado a partir de um exemplo. Considere um motor
de 5 HP, com fator de potência de 0,6 e rendimento de 92%, alimentado por uma tensão
de 208 V e 60 Hz. Podemos achar as potências aparente, ativa e reativa, consumidas por
esse circuito.
Como a potência mecânica está dada em HP, temos que converter em Watt. Na Aula 09
vimos que basta multiplicar o valor por 746. Assim, temos uma potência mecânica de
3.730 W.
Para acharmos a potência aparente, que é a potência total consumida, basta dividir a
potência ativa pelo fator de potência (lembre da Aula 03!). Assim, a potência ativa será
6.757,25 VA. Por fim, a potência reativa, que é aquela consumida exclusivamente pela
impedância indutiva (XL), será dado por:
P=VI=V2RP=VI=V2R
Logo:
Q=V2XCQ=V2XC
XC=V2Q=20825.405,8=8 Ω XC=V2Q=20825.405,8=8 Ω
C=12πfXC=12.π.60.8=331,6 μFC=12πfXC=12.π.60.8=331,6 μF
Sempre que possível, os capacitores devem ser instalados o mais próximo das cargas
indutivas, ou seja, dos motores, fazendo com que a fase da corrente seja corrigida no
mesmo ramal da instalação, trazendo um benefício imediato à rede elétrica.
Outra vantagem na instalação dos capacitores junto aos motores, o que torna essa
prática a mais usual em instalações elétricas prediais, é o aproveitamento do espaço
físico já destinado para as máquinas, e o uso dos mesmos dispositivos de proteção.
Exemplo: Considere o motor trifásico do elevador social usado nos exemplos anteriores,
cuja potência mecânica é 10 cv. Considerando que seu fator de potência é 0,7 e seu
rendimento é 85%, podemos achar sua potência reativa. Sua potência ativa será dado
pela conversão de cavalo-vapor para watt, aplicando o fator multiplicativo visto na Aula
09. Assim, sua potência ativa é 7.360 W. Se o fator de potência é 0,7, a potência aparente
pode ser calculada como:
O que nos dá uma potência aparente de 10,5 kVA, consequentemente, a potência reativa será
7,51 kVAr. Pela definição de potência, temos:
Q=√3.V.I.senθQ=√3.V.I.senθ
Repare no fator √3 devido ao sistema trifásico. Se o fator de potência (cosq) é 0,7, logo
q = 45,6º. Substituindo os valores na equação acima:
7508,7=√3.380.I.0,717508,7=√3.380.I.0,71
Prezados, alunos, chegamos ao final de nossa unidade. Aqui conhecemos mais sobre
máquinas elétricas, sua instalação, acionamento, controle e proteção de motores. Na
próxima unidade abordaremos luminotécnica, telefonia, medição e outros temas
importantes ao nosso curso. Bons estudos!
Vamos lá?!
Aula 13 - Luminotécnica
Assista à videoaula a seguir e tenha uma breve introdução dos principais tópicos que
serão abordados na UIA 4.
A capacidade que uma fonte de luz, que no nosso caso serão as lâmpadas, possuem de
iluminar um ambiente, é chamado de iluminância, que é a relação entre o fluxo luminoso
incidente numa superfície. A iluminância é medida por:
E=∅SE=∅S
Onde ϕϕ é o fluxo luminoso e S é a área iluminada. A grandeza E é a iluminância, medida
em lumens por metro quadrado [lm/m2], e popularmente conhecido com lux.
η =ϕP η =ϕP
Onde P é a potência consumida pela lâmpada e ηη é a eficiência luminosa, medida em
lumens por watt [lm/W].
Dentre as vantagens, com relação à de iluminação geral, estão alta iluminância, maior
eficiência luminosa, tamanho reduzido e maior durabilidade. Entre as principais
desvantagens estão o custo maior, o alto aquecimento do ambiente iluminado e maior
risco de estilhaço espontâneo, dado que o gás no interior do bulbo é pressurizado.
Devido a esse risco, elas são revestidas por uma luminária reforçada, geralmente do tipo
dicroica. Por isso elas são popularmente conhecidas por esse nome, dado ao tipo de
refletor da luminária.
Clique aqui e veja com mais detalhes como a luz é criada em uma lâmpada fluorescente.
Confira!
Nos últimos anos, a evolução tecnológica na fabricação dos LEDs tem diminuído seu
custo, e popularizando esse tipo de lâmpada, que aos poucos está substituindo os
outros tipos disponíveis.
Um LED (Light Emitter Diode) é um dispositivo eletrônico que, ao ser alimentado por
uma corrente elétrica, emite ondas de luz. Sua aplicação no passado se restringia a
pequenos indicadores em equipamentos eletrônicos, e hoje já são usados em iluminação
de ambiente, faróis de carro e até iluminação de áreas externas.
Lâmpadas de LED possuem várias vantagens, comparadas aos outros tipos, entre eles
podemos citar: maior durabilidade, manutenção reduzida, maior eficiência luminosa,
resistente a impactos e vibrações, controle dinâmico de cor, acionamento instantâneo,
controle de intensidade variável, ausência de radiação ultra-violeta, entre outras.
A principal desvantagem, por enquanto, é o custo, que é maior que as demais lâmpadas,
entretanto, o valor de venda desse tipo de dispositivo tem diminuído ao longo dos anos,
e a tendência é baratear ainda mais.
Clique aqui e veja a comparação de eficiência luminosa e durabilidade dos diversos tipos
de lâmpada. Confira!
A instalação de pontos de iluminação segue os critérios ilustrados na Aula 06, onde foi
mostrado a representação do ponto em uma planta baixa, e o esquema unifilar de
passagem dos condutores (fase, neutro e retorno).
Figura 13.1 – Esquema de ligação de um reator eletrônico e uma lâmpada fluorescente tubular.
Fonte: Cavalin, 2010
Na figura, podemos observar que o reator possui dois fios principais (branco e preto)
que recebem a tensão da rede elétrica. Dele saem mais quatro fios que são ligados à
lâmpada.
No esquema unifilar, entretanto, esses fios não são representados, como podemos ver
na figura seguinte. Suprimir essa informação é possível pois os reatores, em sua grande
maioria, são instalados nas próprias luminárias, e por isso esses fios adicionais não são
representados na planta baixa.
Figura 13.3 – Esquema multifilar de um reator duplo, usado para acionar duas lâmpadas
fluorescentes simultaneamente. Fonte: Cavalin, 2010.
CARACTERÍSTICAS PESO
Idade -1 0 1
Tabela 13.1 – Fatores determinantes da iluminância adequada. Fonte: NBR 5413 (1992).
O procedimento será:
Consultando a NBR 5413 (1992), podemos ver, por exemplo, que, no seu item 5.3.47,
os níveis de iluminância para áreas de ensaios e inspeção de uma indústria de materiais
elétricos (o que mais se aproxima do nosso exemplo anterior), os valores mínimos são
300, 500 e 750 lux. Como nosso peso, segundo os critérios da tabela 13.1, foi -2,
podemos usar o valor inferior, ou seja, 300 lux.
Esses critérios específicos do nível de tensão a ser entregue são determinados pela
concessionária, e portanto, varia para cada estado da Federação. Nessa aula trataremos
somente do caso do Distrito Federal, logo, das normas definidas pela Companhia
Energética de Brasília (CEB).
Para unidades consumidoras com carga instalada de até 75 kW, ou demanda de até 65
kVA, o fornecimento de energia pela CEB será em tensão secundária, ou seja, 380 V.
Repare que a unidade de potência mudou (W e VA) quando especificado potência
instalada ou demanda de potênciaPrevisão das potências nominais dos equipamentos
elétricos a serem instalados em uma unidade consumidora, incluindo fatores de
demanda e fatores de simultaneadade dos equipamentos.. A diferença para a demanda
de potência, é a consideração do fator de demanda (Aula 07), que presume que nem
todas as cargas entrarão em funcionamento ao mesmo tempo.
A norma que estabelece os padrões para instalações elétricas de ramais de entrada para
fornecimento em tensão secundária é a NTD 6.01 (2014). Essa norma se restringe a
estabelecer os critérios somente para o ramal de entrada, visto que ela não sobrepõe à
norma NBR 5410 (2008).
15.1.2. Padrões da Concessionária
Dado que a tensão a ser entregue pela CEB é de 380 V (tensão de linha) e 220 V (tensão
de fase), as resoluções da ANEEL, e consequentemente a NTD 6.01 (2014), definem os
valores mínimos e máximos que a concessionária é obrigada a fornecer, sob pena de
sanções legais. Os valores mínimos são 348 V (tensão de linha) e 201 V (tensão de fase),
enquanto os valores máximos são 396 e 229 V.
Apesar da tensão fornecida pela CEB ser sempre 380/220 V para unidades consumidoras
de baixa tensão, o número de fases entregues a cada unidade pode variar de acordo
com a potência instalada (ou demanda de potência) exigidas por cada uma. Dessa forma,
a concessionária pode melhorar o balanceamento das fases da rede de distribuição (para
lembrar de balanceamento de cargas trifásicas, releia a Aula 04).
Medição monofásica, constituída por 1 condutor fase e 1 condutor neutro com tensão de 220 V
M1
unidades consumidoras com carga instalada de até 8 kW;
Medição monofásica, constituída por 1 condutor fase e 1 condutor neutro com tensão de 220 V
M2
unidades consumidoras com carga instalada de 8 a 11 kW;
Medição bifásica, constituída por 2 condutores fase e 1 condutor neutro com tensão de 380 V e
B1
fases e 220 V entre fase e neutro, para unidades consumidoras com carga instalada de 11 a 15 k
Medição bifásica, constituída por 2 condutores fase e 1 condutor neutro com tensão de 380 V e
B2
fases e 220 V entre fase e neutro, para unidades consumidoras com carga instalada de 15 a 22 k
Medição trifásica, constituída por 3 condutores fase e 1 condutor neutro com tensão de 380 V e
T1 duas fases e 220 V entre fase e neutro, para unidades consumidoras com demanda de potência d
kVA;
Medição trifásica, constituída por 3 condutores fase e 1 condutor neutro com tensão de 380 V e
T2 duas fases e 220 V entre fase e neutro, para unidades consumidoras com demanda de potência d
33 kVA;
Medição trifásica, constituída por 3 condutores fase e 1 condutor neutro com tensão de 380 V e
T3 duas fases e 220 V entre fase e neutro, para unidades consumidoras com demanda de potência d
45 kVA;
Medição trifásica, constituída por 3 condutores fase e 1 condutor neutro com tensão de 380 V e
T4 duas fases e 220 V entre fase e neutro, para unidades consumidoras com demanda de potência d
65 kVA;
Os prazos de execução dos serviços providos pela CEB, assim como os direitos e
responsabilidades tanto da empresa quanto dos consumidores estão descritos na NTD
6.01 (2014).
15.1.4. Ramais
As redes de distribuição atualmente empregados pela CEB são do tipo aérea, instaladas
em postes, e subterrânea. As redes mais antigas são do primeiro tipo, os bairros mais
novos seguem, geralmente, o segundo tipo de distribuição.
Para conhecer mais Normas Técnicas de Distribuição da CEB, clique aqui e acesse o link.
Figura 15.1 – Padrão de entrada a partir de rede aérea instalada em muro frontal. Fonte: NTD
6.01 (2014).
Figura 15.2 – Padrão de entrada a partir de rede aérea instalada em mureta lateral. Fonte: NTD
6.01 (2014).
Figura 15.3 – Padrão de entrada a partir de rede aérea instalada em muro frontal por eletroduto
subterrâneo. Fonte: NTD 6.01 (2014).
No caso de redes subterrâneas, mais comuns em bairros mais novos, a conexão ao ramal
de entrada é feita, também, de forma subterrânea, como mostra a figura abaixo.
Figura 15.4 – Padrão de entrada a partir de rede subterrânea instalada em muro frontal. Fonte:
NTD 6.01 (2014).
A NTD 6.01 (2014) aceita 9 tipos diferentes de padrões de entrada de energia para
unidades consumidoras individuais, onde são instalados os medidores de consumo. A
norma técnica estabelece, em seu item 10.5, que “o acesso dos funcionários da CEB e/ou
prepostos do padrão de entrada deve ser fácil e perfeitamente livre”.
Cada um dos tipos de padrão de entrada são ilustrados nas figuras a seguir.
Figura 15.5 – Padrão de entrada em muro. Fonte: NTD 6.01 (2014).
Figura 15.6 – Padrão de entrada em mureta lateral. Fonte: NTD 6.01 (2014).
Figura 15.7 – Padrão de entrada com grade em muro lateral. Fonte: NTD 6.01 (2014).
Figura 15.8 – Padrão de entrada com grade. Fonte: NTD 6.01 (2014).
Figura 15.9 – Padrão de entrada com grade em parede lateral. Fonte: NTD 6.01 (2014).
Figura 15.10 – Padrão de entrada com grade em mureta frontal. Fonte: NTD 6.01 (2014).
Figura 15.11 – Padrão de entrada com ancoragem em poste sem alvenaria. Fonte: NTD 6.01
(2014).
Figura 15.12 – Padrão de entrada com ancoragem em poste em mureta lateral. Fonte: NTD 6.01
(2014).
Figura 15.13 – Padrão de entrada com ancoragem em parede. Fonte: NTD 6.01 (2014).
Os requisitos técnicos previstos para esse tipo de unidade consumidora são mais
extensos e detalhados, visto que podem acarretar obras em vias públicas e estações
abaixadoras em suas dependências. Todos os requisitos técnicos estão descritos na NTD
6.07 (2014).
Para o caso de unidades consumidoras individuais, a NTD 6.01 (2014) indica as formas
de cálculo de demanda de entrada. A Norma estabelece “Para dimensionar o padrão de
entrada é necessário determinar a carga instaladaSoma das potências nominais dos
equipamentos elétricos instalados na unidade consumidora, em condições de entrar em
funcionamento.que define o tipo de fornecimento M ou B, e demanda para os tipos T,
ou seja, aqueles com cargas instaladas superiores a 22 kW”.
Caso essa potência instalada seja menor ou igual a 22 kW, o fornecimento será feito
pelo tipo M ou B, caso contrário, será do tipo T e a demanda de potência deve ser
calculada.
D=a+b+c+dD=a+b+c+d
Na equação acima, cada termo representa uma porção do consumo de energia. A letra
a, é a demanda de potência dos pontos de iluminação e tomadas. A letra b, a demanda
de potência de equipamentos de aquecimento e condicionamento de ar. A letra c, a
demanda de motores e máquinas de solda e, por fim, a letra d, a demanda de potência
de máquinas de solda a transformador e aparelhos de raio-X.
3.200 W de iluminação;
5.000 W de tomadas;
3 chuveiros de 5.600 W cada;
2 aparelhos de arcondicionado de 10.000 BTU (1,65 kVA)
2 motores monofásicos de 3 cv (3,3 kVA) cada, e;
2 motores trifásicos de 3 cv (3,49 VA) cada.
a. =3.200+5.000=8,2kW=3.200+5.000=8,2kW
b. =3×5.600×0,55+2×1.650×0,92=12,27kVA=3×5.600×0,55+2×1.650×0,92=12,27kVA
c. =2×3.300+2×3.490=13,58kVA=2×3.300+2×3.490=13,58kVA
d. =0=0
Como a unidade consumidora pode ser abastecida com tensão monofásica, bifásica ou
trifásica, naturalmente existem medidores para 2, 3 e 4 fios (incluindo o condutor
neutro). Esse equipamento é fornecido e instalado pela concessionária de distribuição,
que especificará o modelo adequado para a unidade consumidora requerente.
Na figura acima, podemos observar a conexão da rede de distribuição (nesse caso aérea)
e o ramal de entrada da residência. Essa conexão é feita pelo eletroduto em forma de
bengala, que é ligado à caixa de medição.
Nessa caixa, são instalados o disjuntor geral, que terá um valor nominal a depender da
carga instalada (ou demanda de potência), que então é conectado ao medidor. Esses
detalhes podem ser melhor visualizados na figura abaixo.
Figura 16.2 – Detalhe da caixa de medição de uma unidade consumidora residencial individual.
Fonte: Cavalin, 2010.
A NTD 6.07 (2014), permite que esses medidores sejam agrupados em um único centro
de mediçãoCaixa ou armário contendo os medidores de energia elétrica instalados pela
concessionária de distribuição. (armário contendo os medidores), geralmente também
localizado no térreo ou no primeiro subsolo, mas também permite que os medidores
possam ser instalados de forma distribuída nos pavimentos superiores, sendo
respeitadas algumas condições como:
1. o edifício deve possuir elevador;
2. caso o edifício tenha até 7 pavimentos, um único centro de medição deve concentrar no
mínimo 12 unidades consumidoras;
3. em prédios com mais de 7 pavimentos, os medidores dos 5 primeiros pavimentos devem
estar em um único centro de medição no térreo (ou no primeiro subsolo);
4. em prédios com mais de 7 pavimentos, os pavimentos acima do quinto devem ser
agrupados em um único centro de medição com pelo menos 3 pavimentos por centro de
medição (nunca com menos de 6 medidores);
5. no caso de centros de medição localizados nos pavimentos superiores (que não sejam no
térreo ou subsolo), eles devem estar localizados em corredores ou compartimentos
próximos a elevadores, como mostra a figura abaixo.
Figura 16.3 – Localização dos centros de medição em edifício de mais de 7 pavimentos. Fonte:
NTD 6.07 (2014) adaptada.
Na figura acima, os quadros de distribuição de cada unidade consumidora estão
representados por retângulos pretos, dois por pavimento. Os quadros de medição, que
concentram mais de dois apartamentos, estão destacados com círculos vermelhos.
Por fim, os detalhes técnicos que os aparelhos de medição de energia devem possuir,
são definidos no PRODIST, Módulo 5 (2007), parte integrante dos Procedimentos de
Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional (PRODIST), um conjunto de
documentos elaborados pela ANEEL que normatizam e padronizam as atividades
técnicas relacionadas ao funcionamento e desempenho dos sistemas de distribuição de
energia elétrica.
As normas de tarifação da energia elétrica consumida também são definidas pela ANEEL,
que estabelece as formas de tarifação e define as responsabilidades de concessionárias
de distribuição e consumidores.
A partir de 2015, a tarifação de energia em todo país passou a ser aplicado sob o sistema
de Bandeiras Tarifárias, aplicado a todas as concessionárias conectadas ao Sistema
Interligado Nacional (SIN). O único estado a não fazer parte do SIN é Roraima.
Nos casos onde as condições de geração de energia mais severas, é atribuída a bandeira
vermelha, a qual os patamares 1 e 2 são também definidos pelas condições de geração.
Os acréscimos da tarifa, para cada patamar, são R$ 0,030 e R$ 0,035, respectivamente,
por quilowatt-hora consumido.
Por exemplo, em um determinado período do ano, o país é atingido por uma seca
prolongada, e com isso a produção de energia (majoritariamente hidrelétrica) fica mais
cara, pois dependerá de mais usinas termelétricas. Nesse período, a bandeira tarifária
pode sofrer uma alteração, junto com a tarifa cobrada dos consumidores.
Clique aqui e navegue no site da ANEEL e aprenda um pouco mais sobre as diferentes
bandeiras tarifárias.
Além das três bandeiras citadas acima, a ANEEL criou uma quarta categoria tarifária, a
chamada tarifa branca. Esse sistema tarifário estabelece três valores distintos para a
tarifa de energia, que variam de acordo com a hora do dia. Essa tarifa pode ser aplicada
a qualquer consumidor do grupo B (explicado mais adiante) que requisitar esse tipo de
tarifação.
Nos horários de ponta, quando a média nacional de consumo é maior, a tarifa é mais
cara que a convencional. Nos horários fora de ponta, a tarifa é reduzida. Nos horários
intermediários (entre os horários de ponta e fora de ponta), a tarifa está entre as duas
anteriores, mas acima da tarifa convencional.
Figura 16.4 – Gráfico ilustrativo da aplicação da tarifa branca em comparação com a tarifa
convencional. Fonte: www.aneel.com.br (acessado em 6 de abril de 2017)
Clique aqui e leia mais sobre a tarifa branca e decida se você, como consumidor final,
seria beneficiado com essa forma de tarifação.
Apesar das normas e padrões nacionais, cada estado é abastecido por uma
concessionária, com diferentes custos operacionais, além de impostos estaduais com
diferentes valores.
No caso da CEB, toda tarifa é composta por duas parcelas: a parcela A, que é composta
pelos custos considerados não-gerenciáveis, ou seja, controlados pela ANEEL, e a
parcela B, que são considerados gerenciáveis, ou seja, são administrados pela
concessionária, por exemplo, custos operacionais.