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TRANSMISSÃO DE

ENERGIA ELÉTRICA
Introdução
• Nos cálculos de linhas de transmissão procura-
se obter valores de tensões, correntes e potências
com erros inferiores a 0,5%. As linhas de
transmissão devem ser representáveis através de
seus circuitos equivalentes ou modelos
matemáticos da forma mais simples e racional
possível, compatível com o grau de precisão
almejado.
Introdução
• De um modo geral, no cálculo elétrico das linhas de
transmissão objetivamos:
▫ Conhecidas ou especificadas as tensões e correntes em
um ponto da linha, determinar essas mesmas
grandezas em outro ponto da linha;
▫ Conhecidas ou especificadas potências ativas e reativas
em um ponto da linha, determinar essas grandezas em
outro ponto da linha;
▫ A determinação de grandezas de desempenho:
regulação, rendimentos, ângulos de potência, etc.;
▫ Estudo de compensação para correção de
desempenho.
Introdução
• A regulação de tensão de uma linha, em um
determinado regime de carga, é a variação
percentual entre os módulos das tensões entre
transmissor e receptor, com relação a esta
última:
𝑈1 − 𝑈2
𝑅𝑒𝑔% = .100%
𝑈2
Introdução
• O valor da regulação depende do regime de
carga da linha, principalmente da potência
reativa transmitida, como também dos
parâmetros elétricos das linhas. Poderá ser
positivo ou negativo, como, por exemplo, nas
linhas médias ou longas que operam em vazio,
ou com potências reduzidas. Pode ser controlado
atuando-se sobre o fator de potência da carga,
ou sobre os parâmetros das linhas. Uma ou
outra solução tem implicações econômicas
importantes, merecendo nossa atenção.
Representação de Linhas de
Transmissão
• Sabemos que os parâmetros das linhas de
transmissão são uniformemente distribuídos ao
longo das linhas. Entretanto, de acordo com o
comprimento da LT podemos fazer algumas
simplificações sem perda de precisão.
Representação de Linhas de
Transmissão
• Para uma linha classificada como curta, o valor
da capacitância em derivação é tão pequena que
pode ser omitida sem perda de precisão no
modelo.

• Neste caso, consideramos apenas a resistência e


a indutância série para a linha de transmissão.
CKT EQUIVALENTE - APENAS RESISTOR E INDUTOR EM SERIE (LINHAS CURTAS).
Representação de Linhas de
Transmissão
• As linhas médias podem ser satisfatoriamente
representadas considerando apenas a resistência e
indutância série e a capacitância em derivação para o
neutro.

• Neste caso considera-se o efeito capacitivo das linhas,


incluindo a susceptância capacitiva em derivação ou
shunt e despreza-se ainda a condutância em derivação.

• A linha é representada pelo modelo π-nominal, onde a


capacitância é concentrada nas extremidades e dividida
por 2.CKT EQUIVALENTE - RESISTENCI EM SERIE COM A INDUTANCIA + CAPACITANCIA EM DERIVACAO. (LT MEDIAS)
MODELO PI NOMINAL
Representação de Linhas de
Transmissão
• Para as linhas longas, os cálculos devem levar
em conta os parâmetros distribuídos para que se
tenha a precisão necessária.

• Entretanto, é possível, de acordo com os estudos


a serem realizados, determinar um modelo de
representação com parâmetros concentrados.
Representação de Linhas de
Transmissão
• Portanto, a representação das linhas de
transmissão vai depender do comprimento
destas. As classificações de acordo com os
comprimentos de LTs são os seguintes:
▫ Linha curta – até 80 km;
▫ Linha média – 80 até 240 km;
▫ Linha longa – acima de 240 km.
Linhas Curtas (Até 80km)
• Neste caso a capacitância da linha, por ser
pequena, é desprezada, assim como a
condutância em derivação, sendo a linha
representada pelos seus parâmetros série.

IS = IR
VS = VR + zIR
CKT EQUIVALENTE - APENAS RESISTOR E INDUTOR EM SERIE (LINHAS CURTAS).
Linhas Curtas (Até 80km)
• A variação do fator de potência da carga na
regulação de tensão é mais fácil de ser entendido
para linhas curtas.

• A regulação da tensão de uma LT é definida


como a variação da tensão nos terminais da
carga em condição de plena carga e a vazio,
tomada como porcentagem da tensão a plena
carga mantendo-se a tensão nos terminais do
gerador constante.
Linhas Curtas (Até 80km)
𝑉𝑁𝐿 − 𝑉𝐹𝐿
REGULACAO DE TENSAO -
𝑅𝑒𝑔% = . 100%
𝑉𝐹𝐿
• Onde:
▫ 𝑉𝑁𝐿 - módulo da tensão nos terminais da carga, em
vazio;
▫ 𝑉𝐹𝐿 - módulo da tensão nos terminais da carga, em
condição de plena carga.
Linhas Curtas (Até 80km)
• Diagramas fasoriais para diferentes
carregamentos:
▫ Fator de potência unitário (resistivo): neste caso, a
corrente no terminal receptor está em fase com a
tensão.
Linhas Curtas (Até 80km)
▫ Fator de potência indutivo: a corrente de carga
está atrasada em relação à tensão. Neste caso, é
possível verificar que para manter o mesmo
módulo da tensão e da corrente no terminal
receptor é necessária uma maior tensão no
terminal emissor (Vs) se comparado com a
situação anterior.
Linhas Curtas (Até 80km)
▫ Fator de potência capacitivo: corrente de carga
adiantada em relação à tensão. Neste caso, a
tensão no terminal emissor será menor em relação
à carga resistiva.
Linhas Curtas (Até 80km)
• A regulação de tensão é maior para fatores de
potência atrasados (cargas indutivas) e menores,
ou até negativos, para fatores de potência
adiantados (cargas capacitivas).
Linhas Médias (Entre 80 e 240km)
• Neste caso considera-se o efeito capacitivo das
linhas, incluindo a susceptância capacitiva em
derivação ou shunt e despreza-se ainda a
condutância em derivação.

• A linha é representada pelo modelo π-nominal, a


capacitância é concentrada nas extremidades e
dividida por 2.
Linhas Médias (Entre 80 e 240km)

𝑌 CKT EQUIVALENTE
𝑉𝑠 = 𝑉𝑅 + 𝐼𝑅 + 𝑉𝑅 𝑍
2
𝑍𝑌
𝑉𝑠 = 𝑉𝑅 + 1 + 𝑍𝐼𝑅
2

𝑌 𝑌
𝐼𝑠 = 𝑉𝑠 + 𝑉𝑅 + 𝐼𝑅
2 2
𝑍𝑌 𝑌 𝑌
𝐼𝑠 = 𝑉𝑅 + 1 + 𝑍𝐼𝑅 + 𝑉𝑅 + 𝐼𝑅
2 2 2
𝑍𝑌 1 𝑌 𝑌
𝐼𝑠 = 𝑉𝑅 + 𝑌 + 𝑍𝐼𝑅 + 𝑉𝑅 + 𝐼𝑅
4 2 2 2
𝑍𝑌 𝑍𝑌
𝐼𝑠 = 𝑉𝑅 + 1 𝑌 + 𝐼𝑅 +1
4 2
Linhas Médias (Entre 80 e 240km)
• Na forma matricial:
𝑉𝑠 𝐴 𝐵 𝑉𝑅
=
𝐼𝑠 𝐶 𝐷 𝐼𝑅
• Onde:
𝑍𝑌
𝐴=𝐷= +1
2
𝐵 = 𝑍 [Ω]
𝑍𝑌
𝐶= + 1 𝑌 𝑆𝑖𝑒𝑚𝑒𝑛𝑠
4
Linhas Médias (Entre 80 e 240km)
• Ao fazer com que 𝐼𝑅 = 0, a constante A representará
𝑉𝑠
a razão na condição a vazio da LT.
𝑉𝑅
▫ Relação a vazio do receptor:
𝐼𝑅 = 0 → 𝑉𝑠 = 𝐴𝑉𝑅

𝑉𝑠
• Similarmente, B será a razão quando o terminal
𝐼𝑅
receptor estiver em curto-circuito.
▫ Relação em curto do receptor:
𝑉𝑅 = 0 → 𝑉𝑠 = 𝐵𝐼𝑅
Linhas Médias (Entre 80 e 240km)
• A constante A é utilizada para o cálculo da
regulação de tensão. Considerando 𝑉𝑅,𝐹𝐿 a tensão
no terminal receptor a plena carga e 𝑉𝑆 a tensão
no terminal emissor, então:

𝑉𝑆 /𝐴 − 𝑉𝑅, 𝐹𝐿
𝑅𝑒𝑔% = . 100%
𝑉𝑅, 𝐹𝐿
Linhas Longas (Maiores que 240km)
• Modelo da linha longa:
▫ O modelo matemático adequado de linhas longas
ou modelo mais preciso para qualquer linha de
transmissão deve considerar:
 os parâmetros uniformemente distribuídos ao longo
da linha e não concentrados (como nos casos
anteriores);
 além disso, deve contemplar a teoria de ondas
viajantes (progressivas e regressivas), resultando em
equações diferenciais parciais.
Linhas Longas (Maiores que 240km)
• A figura a seguir mostra a representação de uma
fase ao neutro de uma linha de transmissão trifásica.
Serão considerados os parâmetros de impedância e
admitância uniformemente distribuídos ao longo da
LT.

• Consideraremos um elemento diferencial de


comprimento ⅆ𝑥 a uma distância 𝑥 do terminal
receptor. 𝑧. ⅆ𝑥 e 𝑦. ⅆ𝑥 são, respectivamente, a
impedância série e a admitância shunt da seção do
elemento. V e I são fasores que variam com a
distância x.
Linhas Longas (Maiores que 240km)
Linhas Longas (Maiores que 240km)
• A queda de tensão através do elemento
infinitesimal ⅆ𝑥 será:
ⅆ𝑉 = 𝐼. 𝑧 ⅆ𝑥 (1)
ⅆ𝑉
= 𝐼. 𝑧 (2)
ⅆ𝑥
• Similarmente, a corrente através do elemento
infinitesimal será:
ⅆ𝐼 = 𝑉. 𝑦 ⅆ𝑥 (3)
ⅆ𝐼
= 𝑉. 𝑦 4
ⅆ𝑥
Linhas Longas (Maiores que 240km)
• Diferenciando as expressões obtidas com relação
à x, teremos:
ⅆ2 𝑉 ⅆ𝐼
2
= 𝑧. (5)
ⅆ𝑥 ⅆ𝑥
e,
ⅆ2 𝐼 ⅆ𝑉
2
= 𝑦. (6)
ⅆ𝑥 ⅆ𝑥
Linhas Longas (Maiores que 240km)
• Substituindo os valores encontrados
anteriormente nas equações, teremos:

ⅆ2 𝑉
2
= 𝑦𝑧𝑉 (7)
ⅆ𝑥
e,
ⅆ2 𝐼
2
= 𝑦𝑧𝐼 (8)
ⅆ𝑥
Linhas Longas (Maiores que 240km)
• As expressões anteriores representam equações
diferenciais de segunda ordem, tendo as
seguintes particularidades: as funções V(x,t) ou
I(x,t) desejadas, em suas segundas derivadas,
correspondem às mesmas funções originais
multiplicadas por uma constante (y.z).
Linhas Longas (Maiores que 240km)
• Tendo em vista a natureza dessas funções, as
soluções gerais destas são funções do tipo
exponenciais na forma:
𝑉 = 𝐴1 . 𝑒 𝑦𝑧.𝑥 + 𝐴2 . 𝑒 − 𝑦𝑧.𝑥 (10)

• Efetuando-se a diferenciação de V em relação à x


em sua segunda ordem, tem-se:
ⅆ2 𝑉 𝑦𝑧.𝑥 + 𝐴 . 𝑒 − 𝑦𝑧.𝑥
2
= 𝑦𝑧 𝐴1 . 𝑒 2 (11)
ⅆ𝑥
Linhas Longas (Maiores que 240km)
• A expressão para a corrente I pode ser obtida
substituindo a equação (10) na equação (2),
assim:
ⅆ(𝐴1 . 𝑒 𝑦𝑧.𝑥 + 𝐴2 . 𝑒 − 𝑦𝑧.𝑥 )
= 𝐼. 𝑧
ⅆ𝑥
1 𝑦𝑧.𝑥
1
𝐼= . 𝐴1 𝑒 − . 𝐴2 𝑒 − 𝑦𝑧.𝑥 (12)
𝑧 𝑧
𝑦 𝑦
Linhas Longas (Maiores que 240km)
• As constantes 𝐴1 e 𝐴2 podem ser obtidas usando as
condições no terminal receptor. Quando 𝑥 = 0 𝑉 = 𝑉𝑅 e
𝐼 = 𝐼𝑅 .

• Substituindo 𝑉 = 𝑉𝑅 e 𝑥 = 0 na equação (10) implica em:


𝑉𝑅 = 𝐴1 + 𝐴2 (13)

• Substituindo 𝐼 = 𝐼𝑅 e 𝑥 = 0 na equação (12) implica em:


1
𝐼𝑅 = . 𝐴1 − 𝐴2 (14)
𝑧
𝑦
Linhas Longas (Maiores que 240km)
• Denominando 𝑍𝑐 = 𝑧/𝑦 e resolvendo as
constantes, temos:
𝑉𝑅 + 𝐼𝑅 . 𝑍𝑐
𝐴1 = (15)
2

𝑉𝑅 − 𝐼𝑅 . 𝑍𝑐
𝐴2 = (16)
2
Linhas Longas (Maiores que 240km)
• Substituindo A1 e A2 em (10) e (12) e adotando
𝛾 = 𝑧𝑐, chegaremos em:

𝑉𝑅 + 𝐼𝑅 . 𝑍𝑐 𝛾𝑥 𝑉𝑅 − 𝐼𝑅 . 𝑍𝑐 −𝛾𝑥
𝑉= 𝑒 + 𝑒 (17)
2 2

𝑉𝑅 /𝑍𝑐 + 𝐼𝑅 𝛾𝑥 𝑉𝑅 /𝑍𝑐 − 𝐼𝑅 −𝛾𝑥


𝐼= 𝑒 − 𝑒 (18)
2 2
Linhas Longas (Maiores que 240km)
• As equações (17) e (18) dão os valores RMS para V e I
e o ângulo de fase em um determinado ponto da linha
em termos da distância x, sendo fornecidos os valores
de 𝑉𝑅 e 𝐼𝑅 e os parâmetros da linha.

• 𝑍𝑐 = 𝑧/𝑦 é chamada de impedância


característica de uma linha de transmissão;

• 𝛾 = 𝑧𝑦 é chamada de constante de propagação


de onda.
Linhas Longas (Maiores que 240km) –
Forma Hiperbólica das Equações
• As funções hiperbólicas são mais convenientes
para representar a corrente e tensão de uma
linha longa.

• Temos que:
𝑒 𝑥 − 𝑒 −𝑥
sinh(𝑥) =
2

𝑒 𝑥 + 𝑒 −𝑥
cosh(𝑥) =
2
Linhas Longas (Maiores que 240km) -
Forma Hiperbólica das Equações
• Rearranjando as equações (17) e (18) e
substituindo os termos exponenciais chegamos
em:

𝑉 = 𝑉𝑅 . cosh(𝛾𝑥) + 𝐼𝑅 . 𝑍𝑐 sinh(𝛾𝑥) 19

𝑉𝑅
𝐼 = 𝐼𝑅 . cosh(𝛾𝑥) + . sinh(𝛾𝑥) (20)
𝑍𝑐
Linhas Longas (Maiores que 240km) -
Forma Hiperbólica das Equações
• Fazendo x=l, temos:

𝑉𝑆 = 𝑉𝑅 . cosh(𝛾𝑙) + 𝐼𝑅 . 𝑍𝑐 sinh(𝛾𝑙) 21

𝑉𝑅
𝐼𝑆 = 𝐼𝑅 . cosh(𝛾𝑙) + . sinh(𝛾𝑙) (22)
𝑍𝑐
Linhas Longas (Maiores que 240km) -
Forma Hiperbólica das Equações
• Resolvendo as equações (21) e (22) para 𝑉𝑅 e 𝐼𝑅 em
termos de 𝑉𝑆 e 𝐼𝑆 , obtemos:

𝑉𝑅 = 𝑉𝑆 . cosh(𝛾𝑙) − 𝐼𝑆 . 𝑍𝑐 sinh(𝛾𝑙) 23

𝑉𝑆
𝐼𝑅 = 𝐼𝑆 . cosh(𝛾𝑙) − . sinh(𝛾𝑙) (24)
𝑍𝑐
• Para linhas trifásicas balanceadas as correntes nas
equações são correntes de linha e a tensão é a de
fase, ou seja, a tensão de linha dividida por 3.
Linhas Longas (Maiores que 240km) -
Forma Hiperbólica das Equações
• EXEMPLO: Uma linha de transmissão de
circuito simples de 60Hz tem comprimento de
370km. O condutor possui uma impedância
𝑧 = 0,524∠79,04° Ω/𝑘𝑚 e uma admitância
𝑦 = 3,171.10−6 ∠90° 𝑆/𝑘𝑚 . Apresenta uma
disposição horizontal com espaçamento de
7,25𝑚 entre os circuitos. A carga na linha é de
125𝑀𝑊 com tensão de 215 𝑘𝑉 e fator de
potência de 100%. Encontrar a tensão, corrente
e o potência no terminal emissor e a regulação
de tensão da linha.
Linhas Longas (Maiores que 240km) -
Forma Hiperbólica das Equações
𝛾𝑙 = 𝑦𝑧. 𝑙 = 3,171.10−6 ∠90°. 0,524∠79,04°. 370
𝛾𝑙 = 0,477∠84,52° = 0,0456 + 𝑗0,475

𝑧 0,524∠79,04°
𝑍𝑐 = = −6
= 406,506∠ − 5,48°Ω
𝑦 3,171.10 ∠90°
Linhas Longas (Maiores que 240km) -
Forma Hiperbólica das Equações
215𝑘
𝑉𝑅 = = 124,130∠0° 𝑉
3

125𝑀
𝐼𝑅 = = 335,7∠0° 𝐴
3. 215𝑘
Linhas Longas (Maiores que 240km) -
Forma Hiperbólica das Equações
1 𝛼 1 −𝛼
cosh 𝛾𝑙 = 𝑒 ∠𝛽 + 𝑒 ∠ − 𝛽
2 2

1 𝛼 1 −𝛼
sinh 𝛾𝑙 = 𝑒 ∠𝛽 − 𝑒 ∠ − 𝛽
2 2
• Sendo que 𝛾𝑙 = 𝛼 + 𝑗𝛽.
Linhas Longas (Maiores que 240km) -
Forma Hiperbólica das Equações
• Como 𝛾𝑙 = 0,0456 + 𝑗0,475 , então (devemos
converter 0,475 radianos para graus):

1 0,0456 1 −0,0456
cosh 𝛾𝑙 = 𝑒 ∠27,22° + 𝑒 ∠ − 27,22°
2 2

cosh 𝛾𝑙 = 0,4654 + 𝑗0,2394 + 0,4248 − 𝑗0,2185

cosh 𝛾𝑙 = 0,8902 + j0,0209

cosh 𝛾𝑙 = 0,8904∠1,34°
Linhas Longas (Maiores que 240km) -
Forma Hiperbólica das Equações
1 0,0456 1 −0,0456
sinh 𝛾𝑙 = 𝑒 ∠27,22° − 𝑒 ∠ − 27,22°
2 2

sinh 𝛾𝑙 = 0,4654 + 𝑗0,2394 − 0,4248 + 𝑗0,2185

sinh 𝛾𝑙 = 0,0406 + j0,4579

sinh 𝛾𝑙 = 0,4597∠84,93°
Linhas Longas (Maiores que 240km) -
Forma Hiperbólica das Equações
• Assim:
𝑉𝑆 = 𝑉𝑅 . cosh(𝛾𝑙) + 𝐼𝑅 . 𝑍𝑐 sinh(𝛾𝑙)

𝑉𝑆 = 124,13.0,8904∠1,34° + 335,7.406,506∠
− 5,48°. 0,4597∠84,93°

𝑉𝑆 = 110,495 + 𝑗2,585 + 11,483 + 𝑗61,656

𝑉𝑆 = 137,86∠27,77° 𝑉
Linhas Longas (Maiores que 240km) -
Forma Hiperbólica das Equações
𝑉𝑅
𝐼𝑆 = 𝐼𝑅 . cosh(𝛾𝑙) + . sinh(𝛾𝑙)
𝑍𝑐

124,13
𝐼𝑆 = 335,7.0,8904∠1,34° + . 0,4597∠84,93°
406,506∠ − 5,48°

𝐼𝑆 = 298,83 + 𝑗6,99 − 1,00 + 𝑗140,41

𝐼𝑆 = 297,83 + 𝑗147,40

𝐼𝑆 = 332,31∠26,33° 𝐴
Linhas Longas (Maiores que 240km) -
Forma Hiperbólica das Equações
• No terminal emissor:
𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 ⅆ𝑒 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 = 3. 137,86𝑘 = 238,8 𝑘𝑉

𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 ⅆ𝑒 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 = 332,3 𝐴

𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 ⅆ𝑒 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = cos 27,77° – 26,33°


= 0,9997 ≅ 1

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 3. 238,8.332,3.1 = 137,443𝑘𝑊


Linhas Longas (Maiores que 240km) -
Forma Hiperbólica das Equações
• Cálculo da regulação de tensão:
𝑉𝑁𝐿 − 𝑉𝐹𝐿
𝑅𝑒𝑔% = . 100%
𝑉𝐹𝐿

• Para 𝐼𝑅 = 0 (sem carga), da equação (21):


𝑉𝑆 = 𝑉𝑅 . cosh(𝛾𝑙) + 𝐼𝑅 . 𝑍𝑐 sinh(𝛾𝑙)

𝑉𝑆
𝑉𝑅 =
cosh(𝛾𝑙)

137,86
𝑉𝑅 = = 154,83
0,8904
Linhas Longas (Maiores que 240km) -
Forma Hiperbólica das Equações
154,83 − 124,13
𝑅𝑒𝑔% = . 100%
124,13

𝑅𝑒𝑔% = 24,73%

• Interpretação: Ao carregar o sistema com a


carga especificada no exemplo temos uma queda
de tensão de 24,73% com referência ao sistema
descarregado.
Linhas Longas (Maiores que 240km) –
Circuito Equivalente
• O circuito π-nominal não representa com
exatidão as linhas longas pois não considera os
parâmetros uniformemente distribuídos. Maior
será o erro quanto mais longa for a linha de
transmissão.

• No entanto, é possível encontrar um circuito


equivalente e representar com precisão uma
linha longa com base em parâmetros
concentrados.
Linhas Longas (Maiores que 240km) –
Circuito Equivalente
• Vamos considerar um circuito π similar ao
utilizado para modelar linhas médias. Porém,
chamaremos a impedância série de Z’ e o ramo
shunt de Y’/2 para distinguir os modelos.
Linhas Longas (Maiores que 240km) –
Circuito Equivalente
• Substituindo os termos Z’ e Y’/2 na equação da
tensão no terminal emissor do circuito π equivalente
d0 modelo de linha média, obtemos:

𝑍′𝑌′
𝑉𝑠 = 𝑉𝑅 + 1 + 𝑍 ′ . 𝐼𝑅 (25)
2

• Para o circuito ser equivalente ao de uma linha


longa os coeficiente de 𝑉𝑅 e 𝐼𝑅 na equação acima
devem ser idênticos ao coeficientes de 𝑉𝑅 e 𝐼𝑅 da
equação (21).
Linhas Longas (Maiores que 240km) –
Circuito Equivalente
• Equalizando os coeficientes teremos:
𝑍 ′ = 𝑍𝑐 sinh(𝛾𝑙)
𝑧
𝑍′ = . sinh(𝛾𝑙)
𝑦
• Multiplicando e dividindo por 𝑧. 𝑙:

sinh 𝛾𝑙
𝑍 = 𝑧𝑙.
𝑧𝑦. 𝑙

sinh 𝛾𝑙
𝑍 = 𝑍. (26)
𝛾𝑙
Linhas Longas (Maiores que 240km) –
Circuito Equivalente
• Onde Z é igual à z.l, a impedância série total da
linha. O termo (sinh 𝛾𝑙)/𝛾𝑙 é o fator que deve
multiplicar a impedância série do circuito π-
nominal para convertê-lo no circuito π-
equivalente.

• Para pequenos valores de 𝛾𝑙 o valor de sinh 𝛾𝑙 e


𝛾𝑙 são quase idênticos, este fato mostra que o
circuito π-nominal representa uma linha média
de forma bastante precisa.
Linhas Longas (Maiores que 240km) –
Circuito Equivalente
• Para determinar os elementos shunt do circuito
π-equivalente, iremos igualar os coeficientes de
𝑉𝑅 da equação (21) e (25), assim:
𝑍′𝑌′
+ 1 = cosh(𝛾𝑙)
2
• Substituindo Z’ por 𝑍𝑐 sinh(𝛾𝑙), temos:
𝑍𝑐 sinh(𝛾𝑙) . 𝑌′
+ 1 = cosh(𝛾𝑙)
2
𝑌′ 1 cosh 𝛾𝑙 − 1
= .
2 𝑍𝑐 sinh(𝛾𝑙)
Linhas Longas (Maiores que 240km) –
Circuito Equivalente
• Outra forma de representar a admitância shunt
da equação anterior pode ser substituindo a
seguinte identidade:
𝛾𝑙 cosh 𝛾𝑙 − 1
tanh =
2 sinh(𝛾𝑙)
• Então:
𝑌′ 1 𝛾𝑙
= . tanh
2 𝑍𝑐 2
Linhas Longas (Maiores que 240km) –
Circuito Equivalente
• Substituindo o valor de 𝑍𝑐 e rearranjando a
equação chegamos em:
𝛾𝑙
𝑌′ 𝑌 tanh 2
= . (27)
2 2 𝛾𝑙/2
• Onde Y é igual a y.l, a admitância shunt total da
linha. A equação (27) mostra o fator de correção
usado para converter a admitância shunt do
circuito π-nominal para o circuito π-equivalente.
Linhas Longas (Maiores que 240km) –
Circuito Equivalente
𝛾𝑙 𝛾𝑙
• O valor de tanh e são muito parecidos para
2 2
pequenos valores de 𝛾𝑙 , então o circuito π-
nominal representa uma linha média com
bastante precisão, pois vimos anteriormente que
o fator de correção para o ramo série é
negligenciável para linhas médias.
Linhas Longas (Maiores que 240km) –
Circuito Equivalente
• Assim, o circuito π-equivalente fica da seguinte
forma:
Linhas Longas (Maiores que 240km) –
Circuito Equivalente
• EXEMPLO: Encontrar o circuito π-equivalente
para o exemplo anterior e comparar com o
circuito π-nominal.
Linhas Longas (Maiores que 240km) –
Circuito Equivalente
• Já conhecemos os valores de sinh 𝛾𝑙 e cosh 𝛾𝑙.
cosh 𝛾𝑙 = 0,8904∠1,34°
sinh 𝛾𝑙 = 0,4597∠84,93°

𝑍 ′ = 𝑍𝑐 sinh(𝛾𝑙)
𝑍 ′ = 406,4∠ − 5,48°. 0,4597∠84,93°
𝑍 ′ = 186,82∠79,45° Ω
Linhas Longas (Maiores que 240km) –
Circuito Equivalente
𝑌′ 1 cosh 𝛾𝑙 − 1
= .
2 𝑍𝑐 sinh(𝛾𝑙)

𝑌′ 0,8904∠1,34° − 1
=
2 186,82∠79,45°

𝑌′
= 0,000599∠89,82° 𝑆
2
Linhas Longas (Maiores que 240km) –
Circuito Equivalente
• Usando os valores de z e y do exemplo anterior,
encontramos os valores do circuito π-nominal:
𝑍 = 370.0,524∠79,04°
𝑍 = 193,9∠79,04° Ω

𝑌 3,171.10−6 ∠90°
= . 370
2 2
𝑌
= 0,000587∠90° 𝑆
2
Linhas Longas (Maiores que 240km) –
Circuito Equivalente
• Interpretação: Para essa linha a impedância série do
circuito π-nominal excede em 3,8% à do circuito π-
equivalente.

• A condutância do ramo em derivação do circuito π-


nominal é menos de 2% de diferença para o circuito
π-equivalente.

• Conclui-se que para esse exemplo o circuito π-


nominal representa suficientemente bem a linha
longa caso não seja necessário um elevado grau de
precisão.

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