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Decanter - Quando e por que utilizá-lo

Blog Revista Revista Dezembro 2013

São vários os formatos de decanter, seu charme é inegável, mas o seu objetivo
é sempre o mesmo. Aliás, objetivos!
É um recipiente de vidro ou cristal utilizado para, no vinho antigo, favorecer a
deposição de sedimentos e separá-los da bebida numa espécie de filtro.
Também serve para aerar um vinho, ou seja, oxigená-lo, proporcionando maior
contato da bebida com o ar ressaltando, assim, os seus aromas.

História

Durante toda a história do vinho, os decanters exerceram papel fundamental no


ato de servir a bebida. Os romanos antigos, pioneiros no trato com o vidro,
foram os responsáveis pelo uso desse material na fabricação do decanter,
antes, o instrumento de degustação era feito apenas de barro.

Logo após a queda do Império Romano, outros povos utilizaram bronze, prata,
ouro e outros materiais para fabricar o decanter. Mas no período conhecido
como Renascimento, os venezianos e, séculos depois, os britânicos, deram o
formato definitivo ao objeto. O decanter, como o conhecemos hoje em dia,
variou pouco quanto ao formato e material de fabricação desde então. A sua
finalidade, contudo, ganhou novos significados.
Na Roma Antiga (XII a.C – III d.C), o decanter era utilizado única e
exclusivamente para servir vinhos em reuniões.

Usos e finalidades

Nos tempos modernos, o decanter passou a ser utilizado com finalidades


específicas. A ideia de filtrar os sedimentos nos tintos com potencial de
envelhecimento e engarrafados há um bom tempo é a base do propósito do
objeto nos dias atuais. Além de separar borras e resíduos naturais da bebida,
os vinhos antigos se tornam muito mais concentrados e persistentes se
servidos com o decanter.

Os decanters tem funções diferentes para


vinhos jovens e vinhos envelhecidos.

O processo de decantação exige cuidado e


atenção. Primeiramente, deve-se colocar a
garrafa em posição vertical durante pelo
menos dois dias antes do seu consumo, para
que os resíduos fiquem alojados no fundo da
garrafa. Então, quando aberta a garrafa, deve-
se despejar o vinho no decanter tomando
cuidado para que se finalize o processo logo
quando os primeiros sinais dos sedimentos
aparecerem no gargalo da garrafa. Por isso é bom que faça uso de uma
iluminação direta embaixo da garrafa enquanto está transferindo o vinho para o
recipiente.

É importante lembrar que quase todos os vinhos que costumamos beber não
costumam apresentar sedimentos na garrafa, já que a maioria absoluta dos
vinhos no mercado mundial é de pouca guarda ou de consumo imediato. A
utilização do decanter, nesse sentido, é apenas indicada para vinhos
envelhecidos.

Para o serviço dos vinhos jovens, o decanter tem a função de acelerar as


reações físico-químicas da bebida. Este tipo de vinho, tânico e com teor
alcoólico acentuado, normalmente é mais difícil de ser consumido. A utilização
do decanter, nesse sentido, serve para torná-lo macio por meio do contato com
o ar.

O uso do decanter com este tipo de vinho expõe a bebida ao oxigênio,


acelerando sua maturidade e ressaltando suas qualidades aromáticas e de
sabor. Recomenda-se deixar o vinho “respirar” fora da garrafa durante pelo
menos 1 hora antes de ser consumido.

Tipos de decanters

Hoje existem muitos formatos criativos de decanter, mas os mais comuns são o
tradicional e o bico de cisne.

Normalmente feito de vidro ou cristal (materiais neutros que não comprometem


a qualidade do vinho), o decanter não varia muito de forma: uma base
espaçosa que proporciona o maior contato do vinho com o oxigênio, seguido
de um pescoço longo e uma entrada média.

Podem-se encontrar alguns modelos mais trabalhados e detalhados do que


outros, mas apenas como função decorativa. Existe, por exemplo, um decanter
chamado bico de cisne, por causa do seu formato. Outros têm as bases mais
longas, ou o pescoço mais verticalizado, mas as finalidades serão sempre as
mesmas.

Existe no mercado um decanter especial chamado decanter biodinâmico, com


formato de uma lâmpada de Aladim e fabricado com vidro de soprado forma
manual.
 Abaixo, neste infográfico, nós ilustramos o passo a passo para decantar um
vinho. E se você quiser imprimi-lo para eventuais consultas, basta abrir a
imagem em uma nova guia.
AERAR VINHO COM O
AERADOR OU COM O
DECÂNTER?
 

Você sabe qual é a importância de aerar vinho? Confira a seguir.

O aerador e o decânter possuem a mesma funcionalidade: introduzir oxigênio

no vinho, ou seja, aerar o vinho. Este passo é feito antes de servir o vinho para

oxidar compostos de aromas desagradáveis menos detectáveis

(clique aqui para ver os problemas desagradáveis do vinho) e também reduzir

a concentração de certos ácidos e taninos, deixando o paladar do vinho mais

macio.

Todos os vinhos tintos podem ser aerados, tanto no decânter quanto no

aerador.

Mas qual escolher? Afinal, os dois possuem a mesma função. Vamos dar

algumas dicas para vocês escolherem qual dos dois acessórios vocês

preferem:

Dica 1 – Decânter:

O decânter possui modelos elegantes, fornecendo mais sofisticação ao servir.

Dica 2 – Decânter:

Caso escolha o decânter, opte pelo modelo que mais te agrada, é mais prático

escolher um que seja mais fácil de encher, servir e enxaguar.


Dica 3 – Decânter:

Para aumentar o contato do ar com o vinho, coloque-o de forma que o líquido

se espalhe por todos os lados do decânter ao encher.

Dica 4 – Aerador:

O Aerador atua do mesmo modo, sendo um acessório um pouco mais prático

e divertido na hora de aerar.

Dica 5:

O vinho areado não deve ser mantido aberto por muito tempo, então realize o

procedimento somente com a quantidade que pretende beber.

Após aerar vinho, é indicado decanta-lo no próprio decânter pois os vinhos

amadurecidos (há quem prefira dizer velhos), sobretudo tintos, criam

sedimentos naturais, formados de partículas que vão se precipitando ao longo

do tempo (aquelas famosas “borras” que vão se formando na taça quando

demoramos para beber o vinho). Estas borras não causam nenhum mal, mas

são desagradáveis. Para evitá-las é necessário decantar o vinho. Quanto mais

encorpado for o vinho mais tempo deve se deve esperar (de 15 a 30 minutos  é

um bom começo).
Agora você já sabe perfeitamente como servir um bom vinho aos seus

convidados, não é mesmo? Então convide-os para tomar um bom vinho e nos

conte como foi a experiencia!

O QUE É E COMO FUNCIONA O DECANTER?

escrito por Adrien Neumann 2 de julho de 2019


Decanter é aquele jarro de vidro, que é uma forma diferente de servir vinho.

Porém, é muito mais do que isso: o objeto tem umas funções bem

interessantes. O termo vem de decantar, que basicamente significa “livrar um

líquido de impurezas”.

O formato clássico é com o bojo largo e o gargalo que lembra um funil,

entretanto, há diversos outros tipos criados por designers diferentes.


Utilidades

O decanter foi inventado para melhorar a experiência de degustação do

vinho. Na antiguidade, o decanter era utilizado para separar pequenos

sedimentos que ficam depositados no fundo das garrafas e facilitar a

oxigenação do vinho. Hoje em dia, os rótulos mais novos costumam a passar

por processos de filtragem e clareamento, mas ainda podem ser encontrados

sedimentos em vinhos mais antigos. Além de separá-los, a tarefa mais

importante do decanter atualmente é deixar o vinho respirar, o que amplia o

seus aromas e o paladar.

Para que vinhos usar?

Geralmente, os vinhos tintos que são os decantados. Por causa da função de

separar os sedimentos, é mais comum que o objeto seja usado para as

bebidas mais antigas, entretanto, os vinhos jovens também podem ser usados.

Dessa forma, eles liberam o buquê mais rapidamente e garantem uma

degustação mais intensa.

Como decantar?

Abra a garrafa de vinho que deseja decantar e coloque no decanter, fazendo-o

escorrer pelas paredes internas do recipiente. Isso faz com que a bebida entre

em contato com oxigênio e libere os aromas mais facilmente. Se quiser,

também pode agitar o decanter da mesma forma que se agita uma taça, para
volatilizar o álcool. No máximo em meia hora, um vinho jovem decantado

poderá ser bebido.

Para a decantação de um vinho envelhecido, é necessário colocar a garrafa na

vertical dias antes de ser servido, para que todos resíduos fiquem depositados

no fundo da garrafa. Depois de abrir a garrafa, faça o mesmo processo

descrito acima.

DECANTER: DÁ PRA DECANTAR VINHO BRANCO?

escrito por Adrien Neumann 30 de outubro de 2018


O decanter serve para limpar as impurezas do vinho, separando pequenos

sedimentos que ficam depositados no fundo das garrafas e facilitando a

oxigenação do vinho. Em geral, é aconselhado usar o decanter com vinhos

tintos. Mas e os brancos?

Os sedimentos costumam a aparecer em vinhos tintos mais antigos e não

filtrados e podem ser leveduras mortas, resquícios da casca de uva, tartaratos,

entre outros. Mas os vinhos brancos raramente possui essa formação de

sedimentos. Quando eles existem, na maioria das vezes, são cristais

tartáricos. Ou seja, se for considerar somente na decantação como separação

de resíduos, não há motivos para decantar um vinho branco.

Mas é bom lembrar que o decanter não serve só para isso. Ele pode também

aerar o vinho. Quando o vinho possui aromas e sabores muito fechados, aerá-

lo pode fazê-lo revelar suas características e aumentar o prazer da


degustação. Mesmo assim, os vinhos brancos raramente precisam ser

aerados com esse propósito. Uma breve exposição ao oxigênio pode auxiliar

em alguns casos, porém, mais do que o contato com o ar (que não deve ser

muito), decantá-lo pode ajudar a “equilibrar” sua temperatura. Isso porque às

vezes os vinhos brancos são gelados mais do que o necessário, portanto, em

uma área maior – dentro do decanter – a temperatura vai aumentar mais

rapidamente e atingir o ponto ideal. Nesse caso, é preciso ficar atento para

não subir demais.

Quando colocar o vinho branco no decanter?

Quando o vinho tem mercaptanos, compostos derivados de enxofre que

tendem a se difundir em ambientes anaeróbicos (principalmente com em

garrafas com tampa de rosca). Esses vinhos tendem a trazer aromas de

repolho, coisas podres, borracha, etc. para a camada superior da garrafa.

Nesse caso, a aeração deve resolver.

A decantação de vinhos brancos, no geral, não é necessária. Mas se pode

colocá-los no decanter? Pode sim. Seja pela temperatura, aeração ou por

estética, o que precisa ter mais cuidado é que não fique tempo demais dentro

do decanter.

  Decanter e a Decantação
Mesmo sendo verdadeira a afirmação que o ato de servir vinho, em jarra, é

mais antigo que a própria  garrafa, a criação do decanter  moderno é

relativamente recente. Descende, verdadeiramente, das jarras romanas de

cristal de rocha (ou de bronze), com aplicações de pedras preciosas. O

costume do seu uso perdurou por toda a Idade Média, através de recipientes

de prata, cerâmica e outros metais. Nos idos de 1673, o importador de cristal,

George Ravenscroft, veneziano, radicado em Londres, agregou óxido de

chumbo à tradicional fórmula do vidro, obtendo um material de características,

mais leve, transparente e que podia ser trabalhado em menores temperaturas.

Seria ele o sucedâneo do cristal cortado e o material eleito para a fabricação

dos decanters. A partir de então, mais precisamente, em princípios do século

XVIII, os ingleses buscaram dar vida aos decânteres com as características

que se assemelham aos  dos vasos atuais. Nos séculos subseqüentes,


evoluíram nas formas, tamanhos e estilos, havendo épocas, nas quais o seu

uso foi proscrito(durante o século XIX) e outras em que reapareceu com força

total(início do século XX), graças ao entendimento de que “a forma é

conseqüência da função” (Bauhaus) e que a relação entre as propriedades de

sabor e aroma e o recipiente eram mais profundas do que se imaginava.

Segundo o Houaiss, o decanter ou decantador é uma garrafa de vidro ou

cristal de bela forma, usada para decantar e servir vinho. E, ainda, de acordo

com o dicionário, decantar é propalar, engrandecer, exaltar virtudes. Na

realidade, decantar o vinho é a ação de transvasá-lo da sua garrafa original

para um recipiente de cristal, onde a superfície de oxigenação seja maior. E as

razões fundamentais para que o vinho seja decantado, são:

a ) A separação dos sedimentos do resto do vinho;

b) aeração do vinho, eliminando os aromas de redução (odores desagradáveis

que são criados durante a permanência do vinho em barricas ou na garrafa);


c) despertar os vinhos, que, por suas qualidades, necessitem de oxigenação,

para que possibilitem a expressão total de todos os seus atributos.

Muito mais do que isto, a decantação atua   nos processos químicos de

redução e oxidação dos vinhos (de uma forma simples e não de todo correta,

se pode dizer que as reações de envelhecimento se direcionam para a

redução em uma garrafa fechada, pois ali o vinho está isolado do oxigênio,

enquanto no decanter, o vinho, efetivamente, se oxigena, oxida)  Para que se

entenda melhor o processo, a oxidação precipita uma evolução rápida do vinho

( daí a razão da sua permanência em barricas ser forçosamente limitado),

enquanto o ambiente redutor permite um desenvolvimento mais lento, motivo

pelo qual os grandes vinhos podem permanecer durante muitos anos em

garrafas, desde que estejam adegadas em condições ideais, de forma que seu
envelhecimento se produza de forma harmônica. As reações químicas passam

a ter importância na prática, porque no processo de redução ocorrem certos

fenômenos que podem ser desagradáveis para quem degusta uma garrafa

recém aberta. O surgimento dos chamados “aromas de redução,” que podem

ser deselegantes (para alguns), tais como notas animais, de couro, de

estábulo, aromas vegetais, sensações olfativas de plástico ou de borracha,

não são apanágio dos vinhos tintos, podendo ocorrer, também, nos brancos

com longa permanência em garrafa.

Por outro  lado, nos vinhos com um certo nível de anidrido sulfuroso, as

combinações, deste, na garrafa, com outras substâncias e sua  redução

provocam o aroma do composto sulfídrico, sabidamente desagradável, como o

de ovo podre, facilmente revertido durante o processo de oxigenação do vinho

em decanter, uma vez que durante o equilíbrio oxidação-redução, os aromas

defeituosos tendem a desaparecer.   Quanto mais se detecte um aroma

desagradável, mais beneficiado será o vinho com uma passagem por


decanter. Há de se ter em conta, também, a estrutura dos vinhos que se põe

em contato com o ar; somente os dotados de bom corpo, acidez, cor e taninos

(no caso dos tintos), serão beneficiados com uma decantação de uma ou duas

horas, enquanto para os demais, alguns minutos deverão bastar. Em sendo

assim, o decanter, em  algumas circunstâncias, pode ter uma importância

fundamental na busca por aromas e sabores, sejam em caldos tintos ou

brancos, jovens ou de guarda. Para que se desfrute de um vinho, no entanto,

não há fórmulas mágicas ou infalíveis, sendo necessário tão somente um

decanter (para uso eventual) e sensibilidade para se aprender a relacionar

com ele como produto da terra como ele é, com capacidade de expressão

para  falar sobre sua origem e suas qualidades.

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