Você está na página 1de 38

2 - Conversão comutada de tensão contínua em tensão contínua

com e sem isolamento galvânico para alimentação de SATI

[1]

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 1


Dionísio Barros 2012/2013
2 - Conversão comutada de tensão contínua em tensão contínua
com e sem isolamento galvânico para alimentação de SATI

Sumário da aula
Revisão dos conceitos dos circuitos eléctricos
Revisão dos circuitos magnéticos
Introdução aos conversor DC/DC
Conversor DC/DC do tipo redutor

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 2


Dionísio Barros 2012/2013
Símbolos e convenções

[2]
Potência instantânea: p (t )=vi

T T
1 1
Valor médio da potência: p av = ∫
T 0
p(t )dt= ∫
T 0
vi dt


T
1
Valor eficaz da corrente: I= ∫
T 0
i 2
dt

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 3


Dionísio Barros 2012/2013
Grandezas Sinusoidais em regime estacionário

Representação temporal

v= √ 2 Vcos ω t
i=√ 2 Icos (ω t−ϕ)
Representação fasorial

V=V e j 0
I= I e− j ϕ
Z= R+ j ω L=Z e j ϕ
V V e j0 V −jϕ − jϕ
I= = = e = I e
Z Z e jϕ Z
[2]

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 4


Dionísio Barros 2012/2013
Grandezas Sinusoidais em regime estacionário

Potência complexa: S=V I *=V e j 0 I e j ϕ =VI e j ϕ =S e j ϕ =P+ j Q


Potência aparente: S =VI
Potência activa: P=Re[S]=VI cos ϕ

Potência reactiva: Q=Im [S]=VI sin ϕ


P P
Factor de potência= = =cos ϕ
S VI

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 5


Dionísio Barros 2012/2013
Circuito trifásico

Va V e j 0 V − j ϕ −jϕ
Ia = = = e = I e
Z Z e jϕ Z
− j2 π / 3 − j (ϕ+ 2 π / 3)
I b =I a e =I e
j2 π /3 − j (ϕ−2 π /3)
I c =I a e =I e
º
j π/6 j 30
V ab =V LL e =V LL e V LL = √ 3V
S Por fase=VI P Por fase =VI cos ϕ

S 3-fases =3 S Por fase=3VI = √ 3 V LL I


P 3-fases =3 P Por fase=3 VI cos ϕ= √ 3 V LL I cos ϕ
[2]

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 6


Dionísio Barros 2012/2013
Regime estacionário ou permanente num circuito de
electrónica de potência

Diz-se que que se está num


regime estacionário ou
permanente quando as
formas de onda repetem-se
numa intervalo T

[2]
UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 7
Dionísio Barros 2012/2013
Análise de Fourier de formas de onda periódicas

∞ ∞
1
f (t )= F 0 + ∑ f h (t )= a 0 + ∑ { a h cos(h ω t )+b h sin(h ω t )}
h=1 2 h=1

1 1
a h = π ∫ f (t )cos(h ω t ) d (ω t ) h=0,... ,∞ F 0 = a0
0
2

1 2π
b h= π ∫ f (t )sin (h ω t ) d (ω t ) h=1,... , ∞ ω=
0 T
2π T
1 1 1
F 0 = a0 =
2

2π 0
f (t )d (ω t )= ∫
T 0
f (t ) dt

ϕh
F h= F h e F h=
√ a
2
h +b
2
h tan (ϕ h )=
(−b h )
F =( F + ∑ F )
2
0
2 1/ 2
h
√2 ah h=1

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 8


Dionísio Barros 2012/2013
Análise de Fourier

[2]

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 9


Dionísio Barros 2012/2013
Distorção da corrente de entrada

[2]

Assume-se que a tensão é sinusoidal v s =√ 2 V s sin ω 1 t


i s (t )=i s1 (t )+ ∑ i sh (t )
h≠1

i s (t )= √ 2 I s1 sin (ω1 t−ϕ 1 )+ ∑ √ (2) I sh sin (ω h t −ϕh )


h≠1

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 10


Dionísio Barros 2012/2013
Distorção da corrente de entrada

T1 1/ 2
1 1 2π 2 1/ 2
I S =( ∫ i s (t ) dt )
2
T 1= = ω I S =( I +∑ I )
2
s1 sh
T1 0 f1 1 h≠1

Componentes de distorção da corrente

i dis (t )=i s (t )−i s 1 (t )=∑ i sh (t ) I s , pico


h≠1 Factor de crista=
Is
2 1/ 2
I dis=[ I −I ] =( ∑ I )
2
s
2 1 /2
s1 sh
h≠1

Distorção total harmónica ( THD – total harmonic distortion)

% THD i =
100× I dis 100× √ I 2s − I 2s 1
I s1
UMa – CCCEE
Dionísio Barros
=
I s1
=100×
Sistemas de Energia em Telecomunicações
2012/2013
√ ∑
I sh 2
( )
h≠1 I s 1
11
Potência e factor de potência

T1 T1
1 1
P= ∫
T1 0
p (t ) dt= ∫
T1 0
v s (t )i s (t )dt
T1
1
P= ∫
T1 0
√ 2 V s sin ω1 t⋅√ 2 I s 1 sin(ω1 t−ϕ 1 ) dt=V s I s 1 cos ϕ 1
P S =V s I s
Factor de potência=PF=
S
V s I s 1 cos ϕ1 I s 1
PF= = cos ϕ 1
V s Is Is
1
PF= cos ϕ 1
√ 1+THD 2
i

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 12


Dionísio Barros 2012/2013
Representação fasorial de bobines e condensadores

[2]

VL V L − j π/2 I C = j ω C V C =ω C V C e j π/ 2
IL= =( )e
jωL ωL
UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 13
Dionísio Barros 2012/2013
Resposta de L e C

dV C
di L v C (t )=C
v L (t )= L dt
dt

[2]

t t
1 1
i L (t )=i L (t 1 )+
Lt
∫ vL d ξ t >t 1 v C (t )=v C (t 1 )+ ∫ i C d ξ
C t
t >t 1
1 1
UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 14
Dionísio Barros 2012/2013
Tensão e corrente na bobine em regime estacionário

i L (t 1 +T )=i L (t 1 )

t 1 +T

∫ v L d ξ=0
t1

t 1 +T
1
T
∫ v L d ξ=0
t1

A= B
[2]

O valor médio da tensão, em regime estacionário, aos terminais da


bobine tem de ser zero
UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 15
Dionísio Barros 2012/2013
Tensão e corrente no condensador em regime estacionário

v C (t 1 +T )=v C (t 1 )

t 1 +T

∫ i C d ξ=0
t1

t 1 +T
1
T
∫ i C d ξ=0
t1

A= B
[2]

O valor médio da corrente, em regime estacionário, aos terminais


do condensador tem de ser zero
UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 16
Dionísio Barros 2012/2013
Lei de Ampère

∮ H dl=∑ i

[2]

∑ H k l k =∑ N m i mi H 1 l 1 + H g l g = N 1 i1
k m
O integral de linha do campo intensidade magnética H (A/m) é
igual ao somatório da corrente que está dentro da linha fechada

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 17


Dionísio Barros 2012/2013
Direcção do campo magnético

[2]

A direcção do campo intensidade magnética é dada pela regra da


mão direita
UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 18
Dionísio Barros 2012/2013
Relação entre B e H; saturação

A densidade de fluxo
magnético B (Wb/m2 ou T)
é
B=μ H
µ é a permeabilidade
magnética do meio (H/m)
e relaciona-se com a
permeabilidade do vazio µ0
(µ0 = 4πx10-7 H/m) e a
permeabilidade relativa µr

[2]
μ=μ 0 μ r

A permeabilidade magnética do material pode não ser constante


em materiais não magnéticos ou quando este está saturado
UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 19
Dionísio Barros 2012/2013
Continuidade das linhas do fluxo magnético

Fluxo magnético

ϕ=∬ BdA
A
As linhas de fluxo que
entram numa
superfície fechada são
iguais às que saem

ϕ= ∬ BdA=0
A(superfície fechada )

[2] ∑ ϕ k =0
k

B 1 A1 + B 2 A2 + B 3 A3=0 ϕ 1 +ϕ 2 +ϕ 3 =0

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 20


Dionísio Barros 2012/2013
Relutância magnética

lk lk lk lk
∑ H k l k =∑ H k (μ k Ak ) μ A =∑ ( B k Ak ) μ A =∑ ϕ k μ A =ϕ ∑ μ A
k k k k k k k k k k k k k

lk
ϕ∑ =∑ N m i m
k μ k Ak m

lk
ℜk =
μ k Ak

ϕ ∑ ℜ k =∑ N m i m
k m
[2]
∑ N m im
1 ϕ=
m
P= ϕ ℜ= N i
ℜ ∑ ℜk
k
UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 21
Dionísio Barros 2012/2013
Analogia entre as variáveis eléctricas e magnéticas

[2]

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 22


Dionísio Barros 2012/2013
Analogia entre as equações dos circuitos eléctricos e dos circuitos
magnéticos

[2]

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 23


Dionísio Barros 2012/2013
Circuito magnético e o respectivo circuito eléctrico equivalente

[2]

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 24


Dionísio Barros 2012/2013
Lei de Farady e de Lenz

d ( N ϕ) dϕ
e= =N
dt dt

[2]
O sentido da força electromotriz induzida é tal que faz circular uma
corrente na bobine para gerar um fluxo induzido (φi) para se opor à
variação do fluxo externo (φe)
UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 25
Dionísio Barros 2012/2013
Coeficiente de auto-indução L

[2]

Nϕ di dL di
L= N ϕ= Li e= L +i = L Região linear
i dt dt dt
N N i N2
ϕ ℜ= N i L= = L depende das características do
i ℜ ℜ circuito magnético
UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 26
Dionísio Barros 2012/2013
Análise do transformador

[2]

ϕ1=ϕ+ϕl 1 ϕ 2=ϕ−ϕl 2 ϕ l 1 e ϕ l 2 são o fluxos de fugas


N 1 i1 − N 2 i 2 N 1 i m N 2i2 im é a corrente de
ϕ= = i m=i 1 −
ℜc ℜc N1 magnetização
UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 27
Dionísio Barros 2012/2013
Análise do transformador

N 1 i1
ϕ l 1=
ℜl 1
N 2 i2
ϕ l 2=
[2] ℜl 2
Tensões aos terminais do transformador

d ϕ1 d ϕ2
v 1 =R 1 i 1+ N 1 v 2 =−R2 i 2− N 2
dt dt
N 12 di 1 N 21 di m N 22 di 2 N 1 N 2 di m
v 1 =R 1 i 1 + + v 2 =−R2 i 2− +
ℜl 1 dt ℜc dt ℜl 2 dt ℜc dt

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 28


Dionísio Barros 2012/2013
Análise do transformador

N 21
Lm = Lm é indutância de
ℜc magnetização

N 12 N 22
[2] Ll 1 = Ll 2=
ℜl 1 ℜl 2
Ll1 e Ll2 são as indutância de fugas das bobines 1 e 2, respectivamente

Força electromotriz induzida na bobine 1 e 2


N 12 di m di m N 1 N 2 di m N 2 di m
e 1= = Lm e 2= = Lm
ℜc dt dt ℜc dt N 1 dt
di 1 di m di 1
v 1 =R 1 i 1 + L l 1 + Lm =R1 i 1 + L l 1 +e 1
dt dt dt
di 2 N 2 di 2
v 2 =−R2 i 2− L l 2 + e 1=−R 2 i 2 − Ll 2 +e 2
dt N 1 dt
UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 29
Dionísio Barros 2012/2013
Circuito equivalente do transformador

[2]

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 30


Dionísio Barros 2012/2013
Transformador ideal

[2]

1. R1= R 2 =0
2. ℜc =0→μ=∞ e L m=∞
3. ℜl 1 =ℜl 2 =∞→ Ll 1 = Ll 2=0 e ϕl 1 =ϕ l 2 =0
N2 N2 v1 v2
v 1 =e 1 v 2 =e 2 = e1= v1 =
N1 N1 N1 N2
ℜc ϕ= N 1 i1 − N 2 i 2=0 (ℜc =0)
i1 N 2
N 2 i 2 = N 1 i1 =
i2 N 1
UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 31
Dionísio Barros 2012/2013
Transformador com histerese no núcleo

[2]

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 32


Dionísio Barros 2012/2013
Circuito equivalente do transformador com histerese no núcleo

L Ltotal = Ll 1 + L'l 2

2
N
L'l 2=( 1 ) Ll2
N2
2
N
R'2=( 1 ) R2
N2

[2]

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 33


Dionísio Barros 2012/2013
Introdução aos conversores de tensão contínua para tensão contínua
(cc-cc ou DC/DC)

Os conversores DC/DC são sistemas electrónicos comutados de


potência
Os conversores DC/DC transformam a energia eléctrica de um
gerador de tensão ou corrente contínua para um receptor em
corrente contínua
Outras designações dos conversores DC/DC:
Reguladores comutados de tensão contínua
Conversores DC/DC (CC-CC) comutados
Fontes de alimentação comutadas (switched mode power
supplies - SMPs)

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações [3] 34


Dionísio Barros 2012/2013
Conversores DC/DC

Os principais tipos de conversores de contínuo para


contínuo são:
Conversor redutor
Conversor elevador
Conversor redutor – elevador
Conversor de quatro-quadrantes
Conversores com isolamento galvânico por transformador

Funções dos conversores DC/DC:


Adaptação e filtragem de tensões contínuas
Conversão de energia eléctrica de painéis fotovoltaicos ou
células de combustível
Conversão de energia armazenada em baterias,
supercondensadores ou bobines supercondutoras

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 35


Dionísio Barros 2012/2013
Simplificações para efeitos de projecto

Considera-se que o condensador Co, habitualmente presente na


saída destes conversores, está dimensionado para que a tensão
aos seus terminais só possa variar muito lentamente no tempo
Algumas grandezas são aproximadas pelos seus valores médios
Os condensadores C são dimensionados para que a tensão vC
seja praticamente constante e de valor igual ao seu valor médio
VC
As bobines L são dimensionadas para que a corrente iL seja
aproximadamente constante e de valor igual ao seu valor médio
IL
Para efeitos de projecto considera-se que à escala do período de
comutação, T, em regime permanente a tensão vo seja
praticamente constante e de valor igual ao seu valor médio VO

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 36


Dionísio Barros 2012/2013
Conversor DC/DC do tipo redutor

O conversor redutor da figura também designa-se de regulador


comutado de tensão contínua com carga indutiva (RL) ou
conversor série de um quadrante (buck converter ou chopper)

[3]

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 37


Dionísio Barros 2012/2013
Sistemas de Energia em Telecomunicações

Referências:
[1] http://new-pic-controller.blogspot.com/
[2] N. Mohan, T. M. Undeland, and W. P. Robbins, Power Electronics: Converters,
Applications, and Design, John Wiley & Sons, Inc, 3 Edition, 2003
[3] J. F. A. Silva, Sistemas de Energia em Telecomunicações: Textos de apoio,
Instituto Superior Técnico, 2009

Bibliografia:
Os apontamentos foram baseados em:
J. F. A. Silva, Sistemas de Energia em Telecomunicações: Textos de apoio,
Instituto Superior Técnico, 2009
N. Mohan, T. M. Undeland, and W. P. Robbins, Power Electronics: Converters,
Applications, and Design, John Wiley & Sons, Inc, 3 Edition, 2003

UMa – CCCEE Sistemas de Energia em Telecomunicações 38


Dionísio Barros 2012/2013

Você também pode gostar