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Impulso de uma Força e

Quantidade de Movimento
de uma Partícula
Impulso de uma Força e
Quantidade de Movimento
de uma Partícula

As velocidades dos veículos


envolvidos num acidente
podem ser estimadas
usando o princípio do
impulso e quantidade de
movimento
No final deste capítulo devem ser capazes
de:
⚫Derivar a grandeza Momento Linear a partir da 2ª Lei de Newton
⚫Interpretar
o Princípio da Conservação do Momento Linear como uma
consequência da 1ª Lei de Newton
⚫Classificar as colisões como Elásticas, Inelásticas e Plásticas
⚫Prever as velocidades de partículas envolvidas numa colisão antes e
após a colisão.
⚫Calcular o impulso originado por uma força quando actua sobre um
corpo
⚫Derivar a Teorema Impulso - Quantidade de Movimento
⚫Determinar o Centro de Massa de um sistema de partículas através da
sua distribuição espacial
Quantidade de Movimento
ou Momento Linear
⚫ Pela segunda Lei de Newton
 
F = m.a
 
dv
F = m. Quantidade de
Movimento
dt
 
 dd(pmv )
(kg.m.s-1)

FF==
dtdt
Quantidade de Movimento

Permite o cálculo de vfinal a partir de vinicial e de F = f(t).


 dp
F=
dt

p = mv
Quantidade de Movimento
 
p = m.v Forma vectorial

p = m.v Forma escalar

Kg.m/s
kg
m/s

Q v
 
p=m v
O momento linear é uma grandeza vectorial que tem o mesmo sentido
da velocidade.

É um conceito muito importante na física (dinâmica):

MASSA + VELOCIDADE

Através da lei de inércia (1ª lei de newton) tem-se:

Uma partícula livre move-se com momento linear constante em


relação a um determinado sistema de referência (p = const)
Quantidade de Movimento
⚫ Lei da
Pela Conservação
segunda do Momento Linear
Lei de Newton
 
 F = m .a = 0 (…e da

inércia)
 dv 
=F0= m.p = mv = constante Quantidade de
Movimento
dt
  -1
(kg.m.s )
▪ A força aplicada a um sistema é causa de alteração da quantidade de
dp
movimento desse sistema.
F=
dt de movimento
▪ Se a resultante das forças aplicadas for nula, a quantidade
do sistema mantém-se constante.
Impulso de uma Força
⚫ Se se conhecer F(t) podemos integrar:

p t

 dp =  Fdt
p0 t0
t Impulso
p − p0 =  Fdt = I

 dp t0

F=
dt
Impulso de uma Força
Teorema do Impulso-Quantidade
⚫ Com forças de Movimento
constantes no tempo
A variação da quantidade de movimento de
uma partícula é igual ao impulso da força

 dp    
= = dp  F .t = p
F .dt
dt
  Impulso de uma

I = p
força
(N.s = kg.m.s ) -1

 
(se I = 0  p = constante)
Impulso de uma Força
I  F t
A mesma variação de momento linear pode
ser obtida por:
➢Força pequena durante muito tempo
➢Força grande durante pouco tempo

Ex: Chuto numa bola


Travagem de automóvel
Impulso de uma Força: Ex
t
p = I =  F dt Paragem brusca de um automóvel
t0

V=0 Ftr
V

a) Travagem
b) Choque
t
Se Ftr for constante! então p f − pi = I =  − Ftr dt = − Ftr t
t0

Carro: m = 1000 kg pi mv0


0 − pi = − Ftr t  Ftr = =
t t
V0= 36 Km/h = 10 m/s
1000x10
Tempo de travagem ~ 2s a) Ftr =
2
= 5000N (a = 0,5 g )

choque ~ 0,1s b) Ftr =


1000x10
= 100000N (a = 10,2 g )
0,1
Impulso e trabalho
⚫ F(t) temos t
I = p2 − p1
 Fdt = I
t0
I = mv2 − mv1

x
W = Ec1 − Ec 2

⚫ F(x) temos
 Fdx = W
x0
W=
1 2 1 2
2
mv1 − mv2
2
Impulso de uma Força
Teorema do Impulso-Quantidade de Movimento

Na realidade a força não é constante…


Variação típica da força durante a colisão.

F
 dp  tf
  
F=   F .dt = I = p
Impulso

dt
Fmédia  ti
 F=F = I
ti I t= t p f
t
méd

 
(se I = 0  p = constante)
Impulso

Impulso tem unidades N.s


Ex1
Uma bola de rugby, de massa 0,43 kg, sai do pé de um jogador com
uma velocidade de 25 m/s.
a) Qual o impulso transmitido à bola pelo pontapé?
b) Se o pé do jogador estiver em contacto com a bola durante 0,008 s,
qual a força média exercida pelo pé do jogador, na bola?

I = p f − pi = mv f − mvi
I = 0,43x25 = 10,8 N .s Vi = 0

I 10,8
Fméd = = = 134kN
t 0,008
Ex2
As grutas de pedra calcária formam-se graças ao gotejamento
constante da água
Qual a força média exercida no solo, por uma gota de água de 0,03 ml,
que cai de uma altura de 5 m à razão de 1 gota/minuto?
I p f − pi mv f − mvi
Fméd = = =
t t t
m
 =  m = (1kg / L)(0.03x10−3 L) = 3x10−3 kg
v
Há conservação da energia mecânica:

Ec + E p = 0
Ecf − Eci + E pf − E pi = 0
1 2
mv f − mgh = 0  v f = 2 gh
2
EX3: A figura seguinte corresponde à vista de cima do percurso
realizado por um piloto quando o seu carro colide com o
muro da pista. No instante antes da colisão ele desloca-se
com uma velocidade de 70 m/s em linha recta com um
ângulo de 30º com o muro, enquanto que após o choque a
sua velocidade é de 50 m/s com um ângulo de 10º em
relação ao muro. A sua massa é de 80 kg.

1. Qual foi o impulso, I, no piloto devido à colisão?


2. A duração da colisão foi de 14 ms. Qual o valor médio da
força a que o piloto ficou sujeito?
y

30º 10º
REGRA DO PARALELOGRAMO
Um outro modo de obtermos a soma de dois vectores

PROCEDIMENTOS:
1. Calcule o módulo de p1 e p2 (p = mv);
2. Represente os vectores P1 e P2 no ponto O (origem refªl);
3. Utilize a regra do paralelogramo e determine o impulso; y
4. Utilize I = Ft e determine a força F.
x
RESOLUÇÂO:
30º 10º

p1 =mv1 = 80x70=5600 Kg.m/s P2 = 80x50= 4000 kg.m/s


y
30º I
60º x I² = p1² + p2² + 2 ·p1 ·p2 cos
O 10º
70º
Quantidade de Movimento
De um sistema formado por vários corpos
A quantidade de movimento de um sistema é a soma VECTORIAL das
quantidades de movimento de cada um dos corpos que constitui o sistema

    
p =  pi = p1 + p 2 + p3 + ...
Conservação da Quantidade de
Movimento

Sistema Isolado: aquele onde FR EXTERNA = 0,


o que leva a I=0 e Δp=0.
Logo, pantes = pdepois

Se a soma das forças externas que actuam num sistema


for NULA, então a quantidade de movimento do sistema é
constante
mA = 4 kg
mB= 2 kg

pantes = mA . v1A + mB . v1B = 4 x 6 + 2 x (-4) = 24 - 8 = 16 kg m/s

pdepois = mA.v2A + mB.v2B = 4 x 1 + 2 x 6 = 16 kg m/s

Bola A Bola B
Antes da colisão V 1A = 6 m/s V1B = 4 m/s

Depois da colisão V 2A = 1 m/s V2B = 6 m/s


Conservação da Quantidade de
Movimento Ex1
Uma peça de artilharia de massa 2 toneladas dispara uma bala de 8 kg. A velocidade
do projéctil no instante em que abandona a peça é 250 m/s. Calcule a velocidade do
recuo da peça, desprezando a acção de forças externas.

PROCEDIMENTOS:
1. Represente a peça de artilharia e a bala antes e depois do disparo;
2. Utilize o princípio da conservação da quantidade de movimento: pantes = pdepois
(observar a orientação).

Pantes = Pdepois
vp - velocidade da peça
vb - velocidade da bala
mpvp +mbvb =mpv’p +mbv’b
0 = - vp ·2000 + 8 ·250
2000 vp = 2000
vp = 1 m/s
Conservação da Quantidade de
Movimento Ex1
Um homem de massa 80 kg está em repouso, em pé sobre uma tábua de
comprimento 5 m, numa superfície sem atrito. O homem caminha de um extremo ao
outro da tábua. Que distância percorreu o homem em relação ao solo (a massa da
tábua é de 20 kg).
PROCEDIMENTOS:
1. Adopte um ponto de referência,
pois se o homem caminhar para a
direita, a tábua deslizará para a
esquerda;
2. Represente o conjunto nas duas
extremidades;
3. Use pantes = Pdepois. H - homem
T - tábua
0 = mH vH - mT vT
mT · ST/t = mH · SH/t
20 D = 80 (5-D)
20 D = 400 – 80D
D=4m o homem andou 1 m.
Aplicações
⚫ Estudo de Colisões
Tipos de colisões
⚫ Colisões elásticas
⚫ Conservação do momento linear
⚫ Conservação da energia cinética
⚫ Colisões inelásticas
⚫ Conservação do momento linear
⚫ Não há conservação da energia cinética (dissipação)
⚫ Colisões perfeitamente inelásticas (plásticas)
⚫ Conservação do momento linear
⚫ Não há conservação da energia cinética
⚫ Corpos seguem juntos após colisão
Existem vários tipos de colisões. A sua caracterização a depende
de um parâmetro chamado COEFICIENTE DE RESTITUIÇÃO (e)

Velocidade com que os corpos


se afastam (depois da colisão).

v depois
e=
v ' B −v ' A
e=
v A − vB
v antes
Velocidade com que os corpos
se aproximam (antes da
colisão).
Coeficiente
Quantidade de
Colisão de Energia
Movimento
Restituição

Perfeitamente Constante
e=0 Máxima dissipação
Inelásticos pantes = pdepois

Parcialmente Constante
e<1 Dissipação Parcial
Elástico pantes = pdepois

Perfeitamente
Conservação da Constante
Elástico e=1
energia cinética pantes = pdepois
Ao longo de um eixo x, uma partícula A de massa 0,1 kg incide com
velocidade escalar de 1 m/s sobre uma partícula B de massa 0,3 kg,
inicialmente em repouso. O esquema a seguir ilustra isso, como também
o que sucede após o choque.

vdepois
e=
vantes
Calcule o coeficiente de restituição dessa colisão e diga se houve ou
não perda de energia mecânica do sistema nessa colisão.

Resolução

Trata-se de um choque perfeitamente elástico (e = 1),


logo não há perda de energia mecânica
Na situação abaixo, os veículos colidem inelasticamente.
Determine a velocidade do conjunto, após a colisão.

camião

pi = p f Saem juntos
(col. inelástica)
m A .v A + mB .vB = (m A + mB ).v'
500 x 20 + 3.000 x(−20) = (500 + 3.000).v'

10.000 − 60.000 = 3.500v'


− 50.000 v' = −14,3m / s
v' = 
3.500
Centro de Massa
O centro de massa de um sistema de
partículas é o ponto que se move como se
toda a massa do sistema estivesse
concentrada nesse ponto sendo todas as
força externas aplicadas sobre ele.
 1 n 
rCM =  mi ri
M i =1
M = m1 + m2 + ....
Centro de Massa

m x k k
xCM = k

m k
k


  mk rk m y k k

rCM = k yCM = k

m k m k
k
k

m z k k
Centro de Massa – Média das posições das zCM = k

partículas ponderada pelas suas massas m k


k
i) O
d 1 CM 2 X
1 2
CM ? d = 1.0 m 2  0 + 3 d 3
xCM = = d = 0,6 m
m1 = 2,0 kg ; m2 = 3,0 kg 2+3 5
ii) iii)
OCM Y
1 CM 2 X 1 1 CM 2
2  x1 + 3  x2
xCM = =0
5
0,4 X
2  x1 + 3  (d + x1 )
3 =0 2
2  + 3
7
x1 = − 5d = −0,6 m 5 5 =1= 5
5 xCM =
5 5
3
x1 = − d = −0,6 m 2 1 + 3 1
5 yCM = =1
5

A posição do CM não depende do ponto O tomado como


origem das coordenadas
FIM

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