Você está na página 1de 7

LISTA 5 - Movimento 1D e 2D MECÂNICA TEÓRICA Monitor: Lucas da Costa 1

Resolução

Exercı́cio 1
Derivando a energia cinética temos:
 
dT d 1 2 dv d
= mv = mv = v (mv) = vF ,
dt dt 2 dt dt
Integrando a energia cinética em relação ao tempo chegamos à forma integral do Teorema
da energia,
Z t2 Z x2
(*)
T2 − T1 = F v dt = F dx = trabalho (∗) se F = F (x).
t1 x1

Exercı́cio 2
Para a análise de uma força dependente do tempo, utilizamos a forma integral do Teorema
do momento linear,
Z t
dv
mv(t) − mv0 = F (t)dt que vem simplesmente de m = F (t).
t0 dt
Isolando v(t), Z t
1
v(t) = v(t0 ) + F (t0 )dt .
m t0

Substituindo a força F (t),


Z t
A
v(t) = v0 + cos (ωt0 + θ)dt0 .
m t0

Fazendo a substituição: (ωt0 + θ) = u e du


ω
= dt0 , obtemos

A
R u(t)
v(t) = v0 + ωm u(t0 )
cos u du
A
= v0 + ωm
[sin (ωt + θ) − sin (ωt0 + θ)]

Agora para encontrar a posição x(t) basta integrar a expressão acima,


Z t 
A
x(t) = x0 + v0 + [sin (ωt + θ) − sin (ωt0 + θ)] dt0
0
t0 ωm
Z t
A A
= x0 + v0 (t − t0 ) − sin (ωt0 + θ)(t − t0 ) + sin (ωt0 + θ)dt0 .
ωm ωm t0

Efetuando a última integral, obtemos a solução x(t):

A A
x(t) = x0 + v0 (t − t0 ) − sin (ωt0 + θ)(t − t0 ) − 2 [cos (ωt + θ) − cos (ωt0 + θ)]
ωm ω m
LISTA 5 - Movimento 1D e 2D MECÂNICA TEÓRICA Monitor: Lucas da Costa 2

Exercı́cio 3
As forças dependentes de v permitem outra abordagem se escrevermos a segunda lei de
Newton como
dv
m = F (v) .
dt
Sendo uma equação diferencial separável, encontramos sua solução através de
Z v Z t
dv 1 1
= dt = (t − t0 ) .
v0 F (v) m t0 m

Substituindo a força, F (v) = −bv,


Z v
dv b
= − (t − t0 ) .
v0 v m

Integrando,
b
v(t) = v0 e− m (t−t0 ) . (1)
A integração da solução acima fornece x(t) (vamos considerar t0 = 0),
Z t
b mv0  b

x(t) = x0 + v0 e− m t dt = x0 + 1 − e− m t . (2)
0 b

Exercı́cio 4
a) Se escolhermos o eixo vertical x com sentido apontando para “cima”, podemos
colocar a origem deste referencial na superfı́cie da Terra e a condição inicial do movimento
corresponde a x0 = x(t = t0 ) = h. Assim, a força gravitacional é dada por F~g = −mg ~i,
onde ~i é o versor na direção do eixo vertical x.
O vetor ~v (t) = v(t)~i está apontando no sentido positivo de x, mas o movimento é de
queda, então v(t) é negativo.
A força de resistência ao movimento, ou força de atrito, é sempre dada por
F~atrito (v) = −F (v) ~v /v. Se F~atrito (v) = −b~v , com b > 0, temos o chamado atrito de
Stokes. Assim, a força total que age sobre esse corpo é

F (v) = −mg − bv .

b) Obtenção de v(t), conforme exercı́cio anterior:


Z v
dv 1
= − (t − t0 ) .
v0 mg + bv m

Para facilitar o cálculo da integral, é conveniente escrevermos


Z v
dv 1
bv
= − (t − t0 ) .
v0 mg (1 + mg ) m

bv b
Usando a substituição: u = 1 + mg
e du = mg
dv, obtemos
   
1 u(v) 1 bv bv0 b
[ln u]u(v0 ) = − (t − t0 ) =⇒ ln 1 + − ln 1 + = − (t − t0 ) .
b m mg mg m
LISTA 5 - Movimento 1D e 2D MECÂNICA TEÓRICA Monitor: Lucas da Costa 3

Assumindo que t0 = 0 e v0 = 0,
mg  −b

v(t) = − 1− emt . (3)
b
Se v0 6= 0,
mg  mg  −b
v(t) = − + + v0 e m t . (4)
b b

c) Expandindo a solução v(t) em séries de Taylor, corresponde a expandir a exponencial,


por exemplo, na Eq. (4):
   
bv0 b bv0 2
v(t) ∼ v0 − g + t+ g+ t + ···
m 2m m
Estamos expandindo a exponencial, então a condição para sua validade é
bt
<< 1 ou tempos muito curtos.
m

d) Para encontrar a posição, basta integrar a velocidade, por exemplo, a Eq. (3),
mg t 
Z
d mg  −b
t
 −b

x(t) = − 1 − e m ⇒ x(t) = x0 − 1 − e m t dt .
dt b b t0
Resolvendo a integral temos:
mg m2 g  −b −b

x = x0 − (t − t0 ) − 2 e m t − e m t0 .
b b
Assumindo que t0 = 0 e x0 = h, temos que:
mg m2 g  −b
t

x(t) = h − t+ 2 1−e m . (5)
b b

e) Expandindo x(t) em séries de Taylor, Eq. (5), obtemos


g 1 bg 3
x(t) = h − t2 + t + ···
2 6m
com validade nas mesmas condições que o ex. 4c.

Exercı́cio 5
a) É conveniente escolher o eixo x como sendo o eixo vertical com sentido para cima.
Assim, o referencial com x0 = 0 está na superfı́cie da Terra.

b) A força total que age sobre esse corpo é

F (v) = −mg − bv 2 .

Resolvendo a equação de Newton para o movimento unidimensional,


Z v
dv 2 dv b
m = −mg − bv ⇒ mg 2
= − (t − t0 )
dt v0 b + v m
LISTA 5 - Movimento 1D e 2D MECÂNICA TEÓRICA Monitor: Lucas da Costa 4

Conhecendo a solução da integral


Z r !
dz 1 b
= √ arctan z , se ab > 0 ,
a + bz 2 ab a

obtemos para v(t0 = 0) = v0 , a velocidade de subida,


s ! v
1 b
p mg arctan v = − mb t
mg

b

v0
s ! v
b q
arctan v = − bgm
t.
mg

v0

Definindo γ 2 = b/mg, obtemos

arctan(γv) = arctan(γv0 ) − γg t . (6)

Sabendo que
tan(A − B) = (tanA − tanB)/(1 + tanA tanB) ,
obtemos
v0 − γ1 tan(γgt)
v(t) = .
1 + γv0 tan(γgt)

OBS. A) O que acontece no limite γ → 0 (situação sem força de resistência) ?

Usamos a expansão de tan(x),

x3 2x5
tan(x) ∼ x + + + · · · se |x| < π/2
3 15
e obtemos
γ 2 g 3 t3
v(t) ∼ v0 − gt − + ··· .
3
OBS. B) É usual chamar a constante na Eq. (6) arctan(γv0 ) de ϕ0 . Isto faz com que
obtenhamos
1
v(t) = tan(ϕ0 − γgt) , (7)
γ
forma matematicamente mais apropriada para encontrar x(t) no item (c).

c) Para encontrar x(t) basta integrarmos v(t) na Eq. (7):

1 t
Z
x(t) = x0 + tan(ϕ0 − γgt) dt
γ 0
 
1 |cos(ϕ0 − γgt)|
= x0 + 2 ln ,
γ g |cos(ϕ0 )|
R
pois tanx dx = −ln(|cos x|) + cte.
LISTA 5 - Movimento 1D e 2D MECÂNICA TEÓRICA Monitor: Lucas da Costa 5

Exercı́cio 6
A partir do Teorema da Energia temos
1 2
mv = E − V (x)
2
 2
dx 2
ou, = (E − V (x))
dt m
r
dx 2
ou, = (E − V (x)) .
dt m
Como o lado direito depende somente de x, podemos integrar diretamente,
r Z x2
m dx
p = t2 − t1 .
2 x1 E − V (x)

Exercı́cio 7
Solução i)
Para resolver esse problema utilizaremos a forma integral do Teorema da Energia, dado
no exercı́cio anterior, mas antes precisamos calcular V (x),
Z x
1
V (x) = − F dx = kx2 , escolhendo V (x0 ) = 0 .
x0 2

Assim voltamos ao teorema e temos:


r Z x
m dx
q = t − t0 ,
2 x0 E − 1 kx2
2
r Z x
m dx
ou q = t − t0 . (8)
2E x0 1 − k x2
2E

Para resolver esta integral, utilizaremos a seguinte substituição:


r
k k
sin2 θ = x2 =⇒ cos θ dθ = dx
2E 2E
Substuindo na integral da Eq. (8) temos:
r Z θ r Z θ
m 1 2E 1
p cosθ dθ = t − t0 =⇒ dθ = t − t0
2E θ0 1 − sin θ 2 k w θ0

pois ω 2 = k/m. Assumindo que t0 = 0 temos a solução

θ = ωt + θ0 ,

voltando para x, r
2E
x(t) = sin(ωt + θ0 ) . (9)
k
LISTA 5 - Movimento 1D e 2D MECÂNICA TEÓRICA Monitor: Lucas da Costa 6

Solução ii)
O segundo modo de se resolver esse problema é através da equação diferencial de segunda
ordem:
F = −kx ⇒ mẍ + kx = 0
k
Encontrando as raı́zes da equação auxiliar e definindo ω 2 = m
temos:
k
r2 + =0
m

r = ± −ω 2 → r = ±iω
Como as raı́zes são complexas sabemos que x(t) é igual a:

x(t) = C1 cos (ωt) + C2 sin (ωt)


Como obtemos a solução (9) a partir da solução acima ?

Exercı́cio 8
Primeiramente escrevemos a equação diferencial para este problema:

F = −bv − kx =⇒ mẍ + bẋ + kx = 0


Utilizando o conhecimento de resolução de equações diferenciais já aprendidos em Cálculo
e as seguintes definições:
b k
γ= , ω02 = ,
2m m
primeiro encontramos as raı́zes da função auxiliar

mr2 + br + k = 0 =⇒ r2 + 2γr + ω02 = 0

resultando nas seguintes raı́zes:


p
−2γ ± 2 γ 2 − ω02
q
r= =⇒ r = −γ ± γ 2 − ω02 .
2
A partir daqui devemos estudar 3 casos particulares:

i) γ 2 = ω02 , cuja solução é:

x(t) = C1 e−γt + C2 t e−γt

ii) γ 2 > ω02 , cuja solução é:


√ √
γ 2 −ω02 )t γ 2 −ω02 )t
x(t) = C1 e(−γ+ + C2 e(−γ−

iii) γ 2 < ω02 , cuja solução, com ω12 = |γ 2 − ω02 |, é :

x(t) = e−γt [C1 cos (ω1 t) + C2 sin (ω1 t)]


LISTA 5 - Movimento 1D e 2D MECÂNICA TEÓRICA Monitor: Lucas da Costa 7

Exercı́cio 9
a) Para determinar os pontos de equilı́brio basta analisar os pontos crı́ticos da energia
potencial V (x) = kx2 /2,
dV
= 0 =⇒ x = 0 ,
dx
acarretando em apenas um ponto crı́tico localizado em x = 0.

b) Para investigar a estabilidade de um ponto de equilı́brio basta verificarmos o sinal da


segunda derivada:
d2


V (x) = k,
dx2
x=0
dado que k > 0, o ponto x = 0 é um ponto de equilı́brio estável.

Você também pode gostar