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Os sistemas básicos propostos são compostos por duas classes aqui consideradas:
a) Sistema único: aquele que contêm um único conduto, ao longo do qual se podem inserir
vários elementos (singularidades);
b) Sistema múltiplo: aquele que contêm múltiplos condutos, os quais poderão se dispor em
série ou em paralelo.
Esta configuração típica, a mais simples de todas, é representada na figura 5.1 Para esta
configuração procura-se estabelecer a vazão no conduto. Para realizar tal cálculo é necessário, a priori,
o conhecimento das seguintes variáveis: as cotas da superfície livre do reservatório e da extremidade
do conduto (zA e zB), o diâmetro do conduto (D) e do jato de saída (D Jato), a rugosidade equivalente
(ε), o comprimento do conduto (L), o somatório dos coeficientes de perda de carga das singularidades
do sistema ( ΣK S ) e o coeficiente de viscosidade cinemática (ν) ou a temperatura do líquido (Θ), caso
seja conhecida uma lei que correlacione esta última com a viscosidade.
26/3/2008 Hidráulica - Problemas típicos de condutos forçados 5.2
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“Ladrão” ZA
Pressão atmosférica
ΣKS
Θ ou ν
D D JATO
(D,ε)
ZB
Considerando a relação de áreas entre o jato e o conduto como sendo expressa pela variável C,
tem-se, pela equação da continuidade aplicada entre os dois, a seguinte expressão:
A conduto
V.A conduto = Vjato .A jato ou Vjato = .V ou ainda V jato = C.V
A jato
Substituindo a equação da continuidade na equação de Bernoulli e isolando-se a velocidade
resulta em:
2 fl
V= [2g(z A − z B )] C + + ∑ ks (5.2)
D
Na equação (5.2), a velocidade e o fator de perda de carga são as incógnitas do problema, pois f
é uma função da velocidade como mostra a equação de Colebrook-White:
−2
1 ε 2.51 ν
f = log +
(5.3)
4 3.706D VD f
O sistema de equações formado pela equação (5.2) e pela equação de Colebrook-White (5.3),
permite a determinação da velocidade média e o cálculo da vazão. Há inúmeros processos iterativos
para a solução. O processo mais rápido nos parece ser o seguinte:
i) Determina-se um limite superior para a perda de carga unitária, desprezando-se o termo de
taquicarga na equação da energia (equação 5.1), de onde
J <(z A − z B ) l (5.4)
ii) Com as grandezas Θ ou ν , D, ε , J é possível calcular um limite superior para a velocidade
média (Vs) pois recai-se num problema do tipo 7 (ver Capítulo 3).
iii) Escolhe-se um limite inferior razoável para a velocidade média, igual a (Vi).
iv) Ajusta-se, para Vi ≤ V ≤ Vs , uma expressão do tipo:
f = aV b (5.5)
26/3/2008 Hidráulica - Problemas típicos de condutos forçados 5.3
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onde a e b são constantes a serem determinadas.
v) Substitui-se a expressão (5.5) na expressão (5.2), obtém-se a seguinte equação de
recorrência:
2g (z A − z B )
Vn +1 = (5.6)
L
C 2 + ∑ k s + a Vnb
D
( )
vi) Inicia-se o processo iterativo de resolução da expressão (5.6) fazendo Vo=Vs (velocidade
estimada no início do processo iterativo), até que o erro relativo nas velocidades seja
inferior a um valor preestabelecido:
Vn +1 − Vn
εv = (5.7)
Vn
vii) Determinada a velocidade média do escoamento (V), verifica-se se Vi ≤ V ≤ Vs e calcula-se
Q
viii) Verifica-se a equação da energia calculando-se hp através das grandezas agora conhecidas:
Θ , D, L e Q (problema do tipo 5).
A única diferença de abordagem desse caso para o caso anterior ocorre na equação de energia,
a qual não contêm o termo isolado de taquicarga, ficando a energia na saída da canalização
praticamente perdida, caso não seja colocado, neste ponto, um difusor que a recupere parcial ou
totalmente.
A figura 5.2 representa o caso de dois reservatórios interligados por um único conduto simples.
O movimento da água é provocado pela diferença de nível entre duas superfícies e não mais pela
diferença de nível entre o reservatório superior e a saída do conduto. Note-se que, na equação (5.8), na
parcela do somatório de coeficientes de perda de carga singulares, deverá ser introduzida a perda de
carga na saída da canalização (ou na entrada do reservatório inferior).
ZA
ZB
x
C
A zB
q
L
AB
Quando a vazão derivada for nula, as vazões nos trechos AC e BC são iguais e o problema se
resolve como no caso (b), sendo a velocidade estimada pela equação (5.8) e a vazão estimada pela
equação da continuidade.
Quando a vazão derivada não for nula, a vazão no trecho de montante aumenta e no de jusante
diminui, não sendo possível estabelecer uma relação direta entre o problema anterior e este problema,
pois geralmente as seguintes inequações é que estão presentes QAC≠Q+q/2 e QBC≠Q−q/2 , exceto para
um determinado valor de x , sendo Q a vazão que circula no conduto AB sem derivação.
As vazões QBC e QAC podem ser calculadas pelas seguintes expressões aproximadas:
Q BC = Q − q
x (5.9)
L
e
Q AC = Q BC + q (5.10)
d) Reservatório de compensação
A
D B
L AC
L CB
Q
C
A
1
B
2
C
Q
Figura 5.4 Esquema do funcionamento de dois reservatórios mais um de compensação.
Ao longo do dia, durante o funcionamento normal da rede de distribuição de água, nas horas de
maior demanda (maiores Q), o reservatório de compensação, por estar mais próximo a ponto de
consumo, satisfará esta demanda sem que haja necessidade de aumentar os diâmetros de AC ou BC.
b) Quando a demanda Q for diferente de zero ou o reservatório de compensação não estiver cheio, a
vazão entre o reservatório de compensação e a linha principal será diferente de zero, passando a
linha de energia a ter uma a forma quebrada, neste caso poderemos ter três situações distintas:
iv) carga total em C maior do que o nível do reservatório inferior (linhas A1B);
v) carga total em C igual ao do reservatório inferior (linha A2B) e
vi) carga total em C menor do que o nível do reservatório inferior (linha A3B).
Na situação (iv) o reservatório superior estará alimentando tanto o reservatório inferior como
satisfazendo parte da necessidade da demanda, já na situação (v) não haverá escoamento entre o ponto
C e o reservatório inferior enquanto na situação (vi) tanto o reservatório superior como o inferior
alimentará o ponto C. Deve-se combinar as situações (i) (ii) e (iii) com as situações (iv), (v) e (vi) para
se resolver o problema. Pode-se resumir a combinação destes casos na tabela 5.1:
Caso i ii iii
QCD<0 QCD=0 QCD>0
iv QBC<0 QBC<0 QBC<0
Q=QAC-QCD-QBC Q=QAC-QBC Q=QAC+QCD-QBC
QCD<0 QCD=0 QCD>0
v QBC=0 QBC=0 QBC=0
Q=QAC-QCD Q=QAC Q=QAC+QCD
QCD<0 QCD=0 QCD>0
vi QBC>0 QBC>0 QBC>0
Q=QAC-QCD+QBC Q=QAC+QBC Q=QAC+QCD+QBC
Tabela 5.1 Combinações de vazões no caso de reservatório de compensação.
Diz-se que um conduto é misto, quando o mesmo é formado por diversos trechos de condutos
que diferem pelo diâmetro, pela rugosidade equivalente ou por ambos (figura 5.5). O extremo de
jusante de um trecho é conectado ao extremo de montante do trecho seguinte, de modo que a vazão é
constante em cada trecho e, logicamente, no conduto misto, pode-se escrever:
Q = Qi (5.11)
sendo hp a perda de carga no conduto misto, hpi a perda de carga em um trecho i qualquer do conduto
e n o número de trechos do conduto em série. Cada trecho do conduto misto pode comportar
singularidades, cujas perdas de carga são incluídas no cálculo de hpi.
A figura 5.5 mostra um exemplo de conduto misto com três diâmetros diferentes e as posições
das linhas de energia e piezométrica, bem como as perdas localizadas nas mudanças de diâmetro
J1,2.L1,2
J2,3.L2,3 J3,4.L3,4
Linha de energia
Linha piezométrica
hp1
(D2,ε2) (D3,ε3)
(D1,ε1)
Q1 Q2 Q3 Figura
5.5 Conduto em série.
Um problema típico desse caso é um conduto misto alimentado por reservatório de nível
constante e descarregando na atmosfera (figura 5. 6), cuja abordagem permitirá entender a solução de
problemas mais complexos de sistemas de condutos em série. A solução deste problema pode ser
descrita como segue:
2
V1,2
ZA 2g
hp 1,2 =J1,2 .L1,2
hp 2,3 =J2,3 .L2,3
hp
S2 hp 3,4 =J3,4 .L3,4
hp
S3
1 2 hp
V 2,3 S4
2g
2 2
V3,4 V jato
2 2g 2g
z jato
3 4 jato
onde HA é a energia no ponto A, superfície livre do reservatório, e Hjato é a energia no jato, as quais
podem ser descritas por,
2
Vjato
H A = ZA e H jato = + Z jato
2.g
Sendo as perdas de carga expressas pelas leis de perda distribuída e localizada como segue:
f i .L i Vi2 Vi2
hp i = J i .L i = e hp Si = k Si (5.14)
D i 2.g 2.g
e, para a expressão do coeficiente de perda de carga de cada trecho (fi) supõe-se uma lei quadrática
(escoamento turbulento rugoso) do tipo:
−2
1 εi
f i = log (5.15)
4 3,7.D i
que substituída em (5.17) permite expressa-la em função da velocidade do jato Vjato, ou seja,
2 2 2
Vjatof .L 1 Vjato .A jato
3
3
1 Vjato .A jato
h= +∑ i i + ∑ k Si
2.g i =1 D i 2.g Ai i =1 2.g Ai
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Obtido o valor de Vjato, com a equação (5.18) determinam-se os valores das velocidades em
cada trecho (Vi). Com estes valores e com a equação de Colebrook-White (5.3), determinam-se as
perdas reais em cada trecho do conduto misto, que somadas conduzem a:
2
Vjato
h' = + ∑ perdas distribuidas + ∑ perdas localizadas
2.g
A não ser que o regime seja turbulento rugoso em todos os trechos, h’ diferirá de h, havendo
um erro relativo igual a:
h '−h
εh =
h
Um sistema de condutos em paralelo é formado por dois ou mais que partem de um nó comum,
seguindo com diâmetros, rugosidades e comprimentos diferentes até outro nó comum (figura 5.7). A
figura mostra um conjunto de condutos que partindo de um ponto A se reúnem novamente no ponto B.
A carga no ponto de partida é HA e no ponto de chegada é HB, resultando numa perda de energia única
para todos os condutos, esta perda entre os nós é igual a hpAB. Cada trecho terá sua linha de energia
obrigatoriamente iniciando no ponto a e terminando no ponto b e energias HA e HB, respectivamente.
a
P lano horizontal
P lano d e carga inicial
HA
Q hp AB
1 b
A 2
HB
3 B
Q
P lano de referencia
Em resumo, as perdas de carga em trechos em paralelo são iguais entre si e a vazão é resultante
da soma das vazões em cada trecho da canalização.
O cálculo da distribuição de vazões entre os diversos trechos, e a substituição dos trechos por um
conduto único a eles equivalente.
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Para se resolver o impasse utiliza-se um método iterativo, no qual parte-se de uma perda
arbitrária (fictícia) e determinam-se vazões entre os condutos em paralelo (qi). Como as características
físicas do sistema (temperatura da água, comprimento, diâmetro e rugosidade dos condutos) não
variam, e o único fator que pode variar é o fator de perda de carga f, supõe-se que a distribuição de
vazões entre os condutos permanecerá, grosso modo, constante.
Denominando a primeira aproximação da vazão total por q, de acordo com a equação 5.20, ela
será dada por:
n
q = ∑ qi (5.22)
i =1
Através das relações 5.23, calculam-se as vazões Q1, Q2, ..... Qn, da distribuição de vazões nos
trechos. Feito o cálculo de Q1 , Q2, ..... Qn convêm calcular a verdadeira perda de carga que cada vazão
induz no sistema. Se as diferenças entre as perdas dos diferentes condutos ultrapassarem um limite de
erro tolerável, com o valor da média dessas perdas, recomeça-se o problema até que se atinja um erro
aceitável.
considerando fji constante, ou seja, somente em função do diâmetro e rugosidade do conduto (caso do
escoamento turbulento rugoso), o termo (8.fji.Lj)/(g.π²Dj5), torna-se independente de Q ou V e
constante, e a expressão pode ser reescrita:
1 Isto supõe uma aproximação quadrática da perda de carga em relação à vazão; hipótese correta para o caso de escoamento
turbulento rugoso.
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hp ji = C j .q 2ji ou q ji = hp ji C j (5.25)
Para a vazão real do conduto j, a vazão Qj segue o mesmo tipo de lei, ou seja:
hp i = C j .Q 2j ou Q j = hp ji C j (5.26)
∑Q =
hp j
∑q e
hp i
=
∑Q j
=
Q
(5.28)
∑q
j ji
hp ji hp ji ji qi
ou, finalmente,
Q
Q j = q ji (5.29)
qi
Fazendo-se j = 1, 2, 3, ...n, pode-se calcular a vazão real (Qj) em qualquer trecho, em função da
primeira vazão estimada por trecho (qj1) da vazão real total Q e da vazão total fictícia (qi).
hp = hp i (5.21)
onde Q é a vazão total do sistema e hp a perda entre os nós (início e fim do conduto em paralelo).
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5.3.1. Introdução
Para levar água a grupos de consumidores individuais através de uma rede pública, pode-se
empregar duas formas de distribuição: as redes ramificadas (palmilhadas) ou as redes malhadas. Para a
distribuição da água a consumidores individuais, dispostos numa série quadras conforme a figura 5.8,
pode-se adotar uma distribuição em forma de linhas com bifurcações (ramificadas) que sigam mais ou
menos a topografia do terreno, de maneira a atender primeiro os pontos mais elevados e, no fim da
linha, os pontos de cotas inferiores, compensando de alguma forma, a perda de carga no trajeto pelo
ganho de energia potencial. A outra forma de suprir os mesmos consumidores, é através de redes de
condutos em forma de anéis, os quais admitem mais de um trajeto para a chegada da água, permitindo
a interrupção de um trecho sem prejudicar o conjunto.
88 90 92 94
Reservatório
elevado
92
90
88
86
O uso do primeiro sistema tem como única vantagem a facilidade de cálculo. Já uma rede
malhada propicia melhor equilíbrio de vazões e melhores condições de operação do sistema, pois
quando há necessidade de promover manutenções em um trecho da rede, isola-se o mesmo e o
abastecimento é garantido de forma emergencial em todos os outros trechos. Os únicos inconvenientes
do uso de redes malhadas residem na necessidade da colocação de válvulas em cada extremo dos
trechos, nos nós, permitindo o isolamento dos trechos quando necessário. O outro problema está no
aumento da dificuldade de cálculo (dificuldade hoje em dia totalmente superada através do cálculo
automático).
Modernamente, a distribuição de água nas cidades, por questões de operação, faz-se, em geral,
em rede malhada. Também se utilizam redes malhadas em instalações industriais para circulação de
fluidos diversos e ainda em redes de hidrantes para irrigação por aspersão.
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O dimensionamento de redes ramificadas é simples. Parte-se do ponto mais a jusante em
direção da alimentação da rede, tendo-se como um dos critérios de dimensionamento a pressão mínima
neste ponto mais afastado. A partir desse valor determina-se a pressão em cada nó e se verifica se para
outros ramos ela é suficiente. Caso o seja, segue-se pelo trajeto adotado até atingir o ponto mais a
montante. A única dificuldade do dimensionamento de redes ramificadas está no caso de redes de
irrigação por aspersão ou redes de "sprinklers" para combate a incêndio, pois a vazão em cada aspersor
(caso não tenha um regulador de pressão) ou em cada "sprinkler" é proporcional à pressão. Assim, os
trechos mais curtos deverão não só ser verificados, mas também ter a vazão dimensionada em função
da pressão de serviço para ser acrescida no nó.
A figura 5.9 representa, em perspectiva, um anel de distribuição de água com quatro nós
(ABCD). Este anel poderá estar ao longo de uma quadra de rua ou de uma instalação industrial
qualquer. Das canalizações AB, BC, CD e DE saem alimentações para diversos pontos de distribuição
de água. O método de Cross, a partir das vazões consumidas nestas canalizações, das características
físicas das mesmas e das vazões impostas nos nós, calcula a distribuição de vazões e as pressões nos
nós.
B
A C
∑ Q =0 (5.30)
e, em segundo lugar, dadas as características dos escoamentos nos trechos (viscosidade ou temperatura
do líquido, diâmetro, rugosidade equivalente, comprimento e singularidades do conduto), calcula-se a
perda de carga no trecho em função da vazão. Com o cálculo da perda (conservando o sentido do
escoamento) verifica-se a segunda condição;
∑ hp = 0 (5.31)
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Após a realização de sucessivas iterações numéricas através de um algoritmo que será definido
a seguir, obtém-se a solução do problema quando se verificarem simultaneamente as condições (5.30)
e (5.31), resultando uma única distribuição de vazões em todos os trechos das malhas.
a) Preliminarmente, ajusta-se, para cada trecho, uma lei de variação da perda de carga em
função da vazão empregando-se as fórmulas universal e de Colebrook-White. A lei a ser ajustada
deverá ser uma lei exponencial do tipo:
hp = RQ N (5.32)
onde R e N são coeficientes de ajuste entre as perdas de carga calculadas para diferentes vazões
circulando nos trechos da malha.
Esta lei deve ser ajustada para um intervalo de velocidades que cubra todos os valores de
velocidades usualmente utilizados no problema a resolver. Como um primeiro parâmetro para redes de
abastecimento público, ajusta-se para as velocidades de 0,50m/s e 2,0m/s.
∑Q=0 (5.33)
Verificada a primeira condição (5.30) nada obriga que a segunda condição (5.31) seja satisfeita,
ou melhor, para a primeira iteração, geralmente Σ hp≠0 em cada anel. Desta forma torna-se necessária
a modificação, passo a passo, das vazões nas malhas sem que a condição Σ Q=0 seja alterada. A
modificação da vazão deverá ser feita até que Σ hp=0 também se verifique em todas as malhas.
A figura 5.10 mostra, esquematicamente, as linhas de energia, o eixo dos condutos e as perdas
de carga dos trechos de um circuito hipotético, em funcionamento, com vazões e perdas de carga
compatíveis.
Plano horizontal
ΣhpAD ΣhpAB
ΣhpBC
ΣhpCD
QA=QAD+QAB
QAD QAB
A
B
D QDC
+ QBC QB=QBC+QAB
C
QD=QAD+QDC
QC=QBD+QDC
c) A cada passo, determina-se uma correção ∆ Q, igual para todas as vazões de uma malha,
através da hipótese de equilíbrio de pressões em todos os nós, o qual é obtido da seguinte maneira:
Supor que Q é a vazão correta em um trecho e Qo uma aproximação deste valor, então:
Q = Q 0 + ∆Q (5.34)
(
hp = RQ N = R Q 0 N + NQ 0 ∆Q + ...... ) (5.36)
Considerando-se que o somatório das perdas é nulo (equação 5.31), associando-a à equação
(5.36), para toda a malha e desprezando-se os termos de mais alta ordem, tem-se:
d) Uma vez corrigidas as vazões em uma malha, passa-se à malha seguinte, mantendo-se o
módulo da vazão do trecho comum, dando-lhe o sinal conveniente para cada malha (que
necessariamente não é o mesmo da malha anterior) e corrigindo-se a vazão para esta malha.
e) Após um ciclo completo de ajustes, efetuado em todas as malhas da rede, poderá se dar por
concluído o processo ou se retomará a primeira malha refazendo-se todos os cálculos. O processo
estará concluído quando o erro relativo nas vazões for inferior a um determinado limite
preestabelecido ou quando a correção ∆ Q for inferior a um valor pré-determinado ou ainda quando o
erro relativo da perda de carga mais desfavorável for inferior a um valor preestabelecido.