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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA – DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE


PRODUÇÃO E TRANSPORTES

SUPERESTRUTURA FERROVIÁRIA:
TRILHOS

Disciplina: Infra-estrutura Ferro-hidro-aero-dutoviária


(ENG 09030)
Prof. Fernando Dutra MICHEL
1. FUNÇÕES

É um perfil metálico de seção especial,


destinado a formar a pista de rolamento dos
veículos ferroviários.

Os trilhos funcionam como vigas elásticas


que servem como suportes diretos e guias
das rodas.
1. FUNÇÕES

Seção com momento de inércia elevado para


resistir aos esforços de flexão.
Inicialmente em “duplo T”, evoluindo para o Vignole
Seção do trilho Vignole com e sem friso

Friso para aplicação em


trens de superfície,
permite encaixe com a via
1. FUNÇÕES

O perfil fabricado no Brasil é o Vignole e é formado por


patim, alma e boleto

BOLETO

ALMA

PATIM
1. FUNÇÕES

BOLETO: deve ser “maçudo” o suficiente para que o


desgaste não afete o Momento de Inércia da seção.

ALMA: deve possuir altura suficiente para resistir à flexão.


Quanto maior a alma, maior a distância do boleto e do patim
com relação à linha neutra da seção. Quanto mais a massa
do trilho estiver concentrada no boleto e no patim, mais
resistente este trilho será à flexão. Entretanto, deve-se
conservar uma espessura mínima na alma capaz de garantir
adequada resistência e rigidez transversal. Tal espessura
leva ainda em consideração o desgaste provocado pela
corrosão atmosférica.
1. FUNÇÕES

PATIM: não deve ser muito fino, garantindo dessa forma que
a alma continue perpendicular ao dormente (ou placa de
apoio) durante as solicitações transversais (em curvas, por
exemplo). Se não possuir espessura adequada, pode
acumular deformações permanentes ao longo da vida útil e
provocar acidentes.

Assim como na alma, a espessura de fábrica do patim deve


prever a diminuição da mesma com o tempo devido a ação da
corrosão.
Composição do aço para trilhos

Ferro: Aproximadamente 98% da composição do trilho.


Elemento básico do aço que fornece suas principais
qualidades (maleabilidade, resistência a flexão, etc.)
Carbono: Proporciona maior dureza ao aço. Se o percentual
for muito alto, torna o aço quebradiço (0,5 – 2%)
Manganês: Encarece muito o preço do aço, sendo utilizado
apenas nos aço-liga. Também tem a característica de
aumentar a dureza do aço.
Fósforo e Enxofre: Elementos indesejáveis no aço. O
primeiro torna o aço quebradiço, e o último forma as
segregações na microestrutura do aço.
1. FUNÇÕES

O perfil Vignole tem as seguintes especificações:

+ resistência
Tipo Peso (kgf/m)
TR-68 67,56
TR-57 56,9
TR-50 50,35
TR-45 44,65
TR-37 37,11
TR-32 32,05
TR-25 24,65
- resistência

Maior resistência no suporte de cargas = TR-68


Especificações

Comprimento padrão: 10, 12 ou 18 metros


Prova de choque: Peso de 907,2 kg em queda livre sobre o
trilho apoiado

Ensaio de dureza: Dureza Brinell (Esfera pressionada contra


o trilho a uma força de 3 ton – superfície imprimida) Relação
entre Carga/Area de imprimação
Especificações

Ensaio Macrográfico: Aplica-se reativo que vai corroer o aço.


O exame de simples vista indica defeitos em sua distribuição

Ensaio de Entalhe e Fratura: Esamina-se a fratura do corpo


de prova. Observa-se trincas, esfoliações, cavidades, matéria
estranha brilhante e classifica-se o trilho
3. CLASSIFICAÇÃO

Uso no assentamento de vias segundo a classificação

• trilhos n 1: podem ser assentados em qualquer via;


• trilhos n 2: podem ser assentados em qualquer via menos em:
a) Curva de raio inferior a 400m;
b) túnel;
c) ponte;
d) aparelho de mudança de via (AMV);
e) travessão;
f) cruzamento;
g) conexão com os aparelhos mencionados de d até f.
• trilhos X: só podem ser assentados em via acessória, desvios e
como contra-trilhos de passagem de nível, de obra de arte ou de
curva.
Classificação dos trilhos
(ASTM – American Society for Testing Materials)

Trilho nº 1: Trilho isento de qualquer defeito

Trilho nº 2: Trilho que contém imperfeições de superfície de


caráter tolerável.

Trilho X: Trilho que não passou no ensaio de entalhe e fratura


Defeitos dos trilhos

De fabricação

• vazio: bolsas de ar, formadas durante processo de resfriamento


• segregações: presença de fósforo e enxofre na composição
química
• inclusões: presença de impurezas provenientes da escória do
forno, da soleira de revestimento e da panela
• fissuras transversais: pequenas cavidades formadas na
laminação, que podem ocasionar a fratura do trilho quando este
está em serviço, submetido aos esforços
• defeitos de laminação: não influem na segurança, são pequenas
rebarbas, ondulações e pregas no acabamento do trilho
Avarias nos Trilhos

ORIGINADAS DA FABRICAÇÃO
VAZIOS: ocorre na fase de solidificação do
trilho, causando um vazio na parte superior
do lingote. É um defeito grave, pois diminui
bastante a resistência da peça.

SEGREGAÇÃO: consiste na localização


de impurezas no centro do lingote.
Prejudicam as qualidades mecânicas do
lingote, podendo ser causa de fissuras e
fendas.
Avarias nos Trilhos

INCLUSÕES: inclusões não metálicas


aparecem no aço provindas de diversas fontes.
São perigosas pois causam uma fenda interna
na peça, que dificilmente será descoberta.

FISSURAS TRANSVERSAIS: pequenas


cavidades formadas no final da laminação que
podem dar origem, quando o trilho estiver sob
carga, a uma fatura. Estas fissuras têm origem
na parte interna do boleto se propagando
então para o exterior.

DEFEITOS DE LAMINAÇÃO: causados no final da


laminação, são perceptíveis a olho nu e não têm influência
na segurança.
Defeitos dos trilhos

Avarias originadas em serviço


• Deformação das pontas: nas juntas é comum ocorrer a
deformação das pontas dos trilhos
• Autotêmpera superficial: causada pela fricção das rodas que
eleva a temperatura do trilho, que quando se esfria em contato
com o ar forma fissuras (“pele de cobra”)
• Escoamento do metal da superfície do boleto: deformação
devido ao martelamento das cargas
• Desgaste por ação química: maresia, mercadorias
transportadas como enxofre, sal, carvão, etc.
• Desgaste por atrito: devido ao contato da roda, principalmente
nas curvas
• Desgaste ondulatório: originada pelas vibrações na via
• Fratura: originadas por defeitos internos ou pela fadiga
do metal
Avarias nos Trilhos
AVARIAS ORIGINADAS EM SERVIÇO
DEFORMAÇÃO DOS PONTOS: devido a
choques e flexões nas juntas em virtude do
desnivelamento dos dormentes. Causa uma
deformação permanente deixando os pontos
dos trilhos mais baixos. Pode causar também
fraturas junto aos furos se os dormentes das
juntas não estiverem bem nivelados.

AUTO TÊMPERA SUPERFICIAL: causado pelo aquecimento e


rápido resfriamento dos trilhos. Origina fissuras superficiais que
eventualmente podem se propagar para o interior do trilho.

DESGASTE DO TRILHO POR ATRITO: ocorre principalmente


em curvas devido ao atrito dos pisos das rodas..
Avarias nos Trilhos

DESGASTE ONDULATÓRIO: originado pelas vibrações


produzidas nos trilhos durante a passagem do veículo. Não
acarreta perigo, mas torna o trilho excessivamente ruidoso.

FRATURAS: causadas principalmente por


defeitos internos ou envelhecimento do
trilho.
Defeitos dos trilhos
Defeitos dos trilhos

Fonte: FÁBIO RANGEL QUEIRÓZ RAMOS; GEORGE WILTON ALBUQUERQUE RANGEL;


IVANILDO PEREIRA OLIVEIRA; Trabalho de disciplina,
Universidade de Uberaba; Uberlândia – MG; 10/2009
Defeitos dos trilhos

Fonte: FÁBIO RANGEL QUEIRÓZ RAMOS; GEORGE WILTON ALBUQUERQUE RANGEL


; IVANILDO PEREIRA OLIVEIRA; Trabalho de disciplina,
Universidade de Uberaba; Uberlândia – MG; 10/2009
Defeitos dos trilhos

Fonte: FÁBIO RANGEL QUEIRÓZ RAMOS; GEORGE WILTON ALBUQUERQUE RANGEL; IVANILDO PEREIRA
OLIVEIRA; Trabalho de disciplina,
Universidade de Uberaba; Uberlândia – MG; 10/2009
Defeitos dos trilhos
Defeitos dos trilhos

Fonte: FÁBIO RANGEL QUEIRÓZ RAMOS; GEORGE WILTON ALBUQUERQUE RANGEL; IVANILDO
PEREIRA OLIVEIRA; Trabalho de disciplina,
Universidade de Uberaba; Uberlândia – MG; 10/2009
Defeitos dos trilhos

Fonte: FÁBIO RANGEL QUEIRÓZ RAMOS; GEORGE WILTON ALBUQUERQUE RANGEL;


IVANILDO PEREIRA OLIVEIRA; Trabalho de disciplina,
Universidade de Uberaba; Uberlândia – MG; 10/2009
Defeitos dos trilhos

Fonte: FÁBIO RANGEL QUEIRÓZ RAMOS; GEORGE WILTON ALBUQUERQUE RANGEL;


IVANILDO PEREIRA OLIVEIRA; Trabalho de disciplina,
Universidade de Uberaba; Uberlândia – MG; 10/2009
Defeitos dos trilhos

Fonte: FÁBIO RANGEL QUEIRÓZ RAMOS; GEORGE WILTON ALBUQUERQUE RANGEL; IVANILDO PEREIRA OLIVEIRA; Trabalho de discip
Universidade de Uberaba; Uberlândia – MG; 10/2009
Defeitos dos trilhos

Fonte: FÁBIO RANGEL QUEIRÓZ RAMOS; GEORGE WILTON ALBUQUERQUE RANGEL;


IVANILDO PEREIRA OLIVEIRA; Trabalho de disciplina,
Universidade de Uberaba; Uberlândia – MG; 10/2009
Defeitos dos trilhos
Defeitos dos trilhos
Trilhos Especiais

Permitem aumentar a vida útil dos trilhos

• Tratamento térmico dos trilhos: envolve aquecimento e


resfriamento gradual, para melhorar a composição química do
aço
• Aços especiais: são aços-liga com adição de cromo, manganês,
e carbono desenvolvidos a partir do desenvolvimento
tecnológico da siderurgia do aço.
• Aumentam consideravelmente a resistência à tração, limite de
escoamento e dureza do aço
Seção transversal dos trilhos

• Trilho inclinado 1:20 (na vertical)


• Beta menor que 60º facilita subida dos trilhos (descarrilhamento)
• Beta maior que 60º facilita a roda subir nas juntas

Ângulo beta igual a 60º


Seção transversal dos trilhos

• Relações entre dimensões e seção transversal

• Em função dos desgastes do trilho especificam-se suas


dimensões para que tenham vida útil maior
2. PERFIL DOS TRILHOS

DIMENSÕES mm
2. PERFIL DOS TRILHOS
Vignole

MÓDULO
A B C D F G H E
TR ASCE kg/m SO X RESISTÊNCIA cm3
mm mm mm mm mm mm mm mm
BOLETO PATIM

25 5040 24,6 98,4 98,4 54,0 11,1 68,3 3,1 43,7 139,7 25,4 81,6 86,7

32 6540 32,0 112,7 112,7 61,1 12,7 68,3 3,1 50,0 139,7 25,4 120,8 129,5

37 7540 37,1 122,2 122,2 62,7 13,5 68,3 3,1 53,8 139,7 28,6 149,1 162,9

45 9020** 44,6 142,9 130,2 65,1 14,3 68,3 3,1 65,5 139,7 28,6 16 205,6 249,7
50 10025* 50,3 152,4 136,5 68,2 14,3 68,3 3,1 68,7 139,7 28,6 16 247,4 291,7
57 11525* 56,9 168,3 139,7 69,0 15,9 88,9 3,1 73,0 152,4 28,6 40 295,0 360,7
68 135 RE* 67,6 185,7 152,4 74,6 17,4 88,9 3,1 78,6 152,4 28,6 40 391,6 463,8
4. ESPECIFICAÇÃO DE FORNECIMENTO

Comprimentos e áreas da seção transversal


• o comprimento padrão dos trilhos é de 12 m;
• é possível solicitar a entrega de trilhos curtos. Neste caso o
comprimento está compreendido entre 11,7 m e 7,8 m, variando
de 30 em 30 cm;
• também é possível o fornecimento de trilhos com
comprimento de 18 m.
Tipo do trilho
Características
TR-37 TR-45 TR-50 TR-57 TR-68
Área 19.87 20.58 24.51 25.22 31.35
Boleto
% do total 42.0% 36.2% 38.2% 34.7% 36.4%
Área 9.94 13.68 14.52 19.68 23.35
Alma
Área % do total 21.0% 24.0% 22.6% 27.1% 27.1%
Área 17.48 22.64 25.16 27.68 31.42
Patim
(cm²) % do total 37.0% 39.8% 39.2% 38.1% 36.5%
Área total 47.29 56.9 64.19 72.58 86.12
Controle da seção dos trilhos

Vida útil pela área da seção transversal


•Unisteel Contorograph (espécie de
Pantógrafo)

•Moldes de gesso

•Aparelho de Ritcher
5. LIGAÇÕES

Ligação dos trilhos (talas de junção)


• a ligação entre duas barras de trilho pode ser feita por
meio de talas de junção de 4 ou 6 furos ou por meio de
soldas (elétricas, a oxigênio ou aluminotérmica);
• no caso da ligação por talas, cada TR utiliza a tala de
junção (TJ) correspondente:

Massa (kg)
Tipo
4 furos 6 furos
TJ-37 9,35 14,04
TJ-45 14,03 21,09
TJ-50 15,17 22,81
TJ-57 16,48 24,71
TJ-68 17,1 25,6
5. LIGAÇÕES

Ligação dos trilhos (talas de junção)

Tala de junção plana Tala de junção angular


Flat joint-bar Angle-bar
Eclisa plana Eclisa angular

TJ Kg E H J L J1 L1 PO K
4 6

25 5,8 139,7 139,7 95,2 609,5 22,2 28,6

32 8,4 139,7 139,7 95,2 609,5 22,2 28,6


37 9,4 14,0 139,7 139,7 95,2 609,5 108 914,5 25,4 31,7
45 14,0 21,1 139,7 139,7 95,2 609,5 108 914,5 27,0 35,7
50 15,2 22,8 139,7 139,7 95,2 609,5 108 914,5 27,0 35,7
57 16,5 25,0 152,4 181,0 61,9 609,5 61,9 914,5 27,0 35,7
68 17,1 25,6 152,4 181,0 61,9 609,5 61,9 914,5 27,0 35,7
5. LIGAÇÕES

Ligação dos trilhos (talas de junção)


5. LIGAÇÕES

• nas ligações feitas por talas de junção, é necessária a


inserção de uma folga entre os topos dos trilhos dada da
seguinte forma:

Temperatura Folga na junta (mm)


Mínima Máxima Trilho 12m Trilho 18m
-3 10 4,8 6,35
11 24 3,2 3,97
25 38 1,5 1,5
38 - unidos unidos
5. LIGAÇÕES
JUNTAS DE DILATAÇÃO

• Junção entre dois trilhos


onde um constitui uma agulha
e o outro uma contra agulha
• Apoiadas sobre os mesmos
dormentes
• Forjadas em Z
• Custo mais elevado
5. LIGAÇÕES
SOLDAS
O emprego dos trilhos longos oferece vantagens de
ordem técnica e econômica. As juntas, como sabemos, são
os pontos fracos da via, pontos iniciais dos mais graves
defeitos da linha e que ocasionam maior número de
acidentes no tráfego. Assim o emprego deste tipo de trilho
acarreta economia dos matérias dessas juntas e reduz os
gastos da conservação da via.
Solda aluminotérmica diretamente na linha

Trata-se de um processo que envolve uma


reação do alumínio com o óxido metálico,
dando como resultado o metal envolvido e
o óxido de alumínio, com liberação de calor.
O processo produz coalescencia de metais
pelo aquecimento dos mesmos.
Para aplicações em soldagem, o metal de
enchimento é obtido do metal liquido
que se forma na reação química.

A foto tirada no trecho da "rota do calcário" entre Arcos (MG) e Barra Mansa(RJ)
mostra a hora que se aquece as pontas dos trilhos.
5. LIGAÇÕES

Ligações nos TLS

• nas linhas onde são empregados os TLS (trilhos longos


soldados) as barras podem atingir comprimentos que vão de
estação a estação só sendo interrompidas junto aos AMV’s;

• não existe uma norma específica quanto a medida da folga


entre dois TLS consecutivos.

• é comum adotar para barra de 60 a 250 metros uma folga de


9,53mm para o intervalo de –3°C a +10°C, de 6,53mm para
+11°C a +24°C, de 2,38mm para +25°C a +38°C e topados para
temperaturas superiores a +38°C;
5. LIGAÇÕES

Ligações nos TLS

• nos TLS a parte central não sofre nenhum movimento por


efeito da variação de temperatura;

• os TLS deverão ser tão longos quanto possível, a fim de não


só diminuir as zonas de folga, que representam pontos
instáveis, como também suprimir as talas de junção que são
pontos fracos da via;

• os TLS podem ser assentados nas tangentes e curvas de raio


maior que 500m para bitola larga e raio maior que 400m para
bitola estreita. Em linhas com dormentes de concreto é
permitido o uso de TLS em curvas com raio inferior aos
limites.
7. FIXAÇÃO DOS TRILHOS

• A fixação dos trilhos aos dormentes de qualquer tipo pode


ser executada com ou sem interposição de placas de apoio;
• As placas de apoio são peças de aço interpostas entre o
patim do trilho e o dormente, principalmente nos dormentes
de madeira, com a finalidade de distribuir melhor a carga do
trilho e, assim aumentar a sua vida útil;
7. FIXAÇÃO DOS TRILHOS
FIXADORES

FIXAÇÃO RÍGIDA

• Reduz a vida útil dos dormentes


7. FIXAÇÃO DOS TRILHOS

FIXAÇÃO ELÁSTICA
7. FIXAÇÃO DOS TRILHOS

Grampo Pandrol
7. FIXAÇÃO DOS TRILHOS

Grampo Deenik
dormente de madeira
7. FIXAÇÃO DOS TRILHOS

Arruela de Pressão Dupla


7. FIXAÇÃO DOS TRILHOS

RETENSORES

Acessórios que visa impedir o deslocamento dos trilhos no sentido


longitudinal, com a finalidade de transmitir aos dormentes o esforço
longitudinal que tende a deslocar o trilho. Para tanto, o retensor que é
preso ao patim do trilho por pressão, fica encostado à face vertical do
dormente, transmitindo a este os esforços longitudinais e estando o
dormente engastado no lastro, o seu movimento fica impedido.
7. FIXAÇÃO DOS TRILHOS

• A placa de apoio recebe a


sigla PA. É designada de
acordo com o trilho que irá
receber:

Dimensões (mm)
Tipo Massa (kg)
Comprimento Largura
PA-37 3,2 228,6 152,4
PA-45 3,8 254 158,8
PA-50 5,3 266,7 196,9
PA-57 8,9 330,2 196,9
PA-68 13,9 406,4 196,9
7. FIXAÇÃO DOS TRILHOS

Fixação dos
dormentes (placa de
apoio)

Comp. Largura Peso p/ Diâmetro Nº de


Tipo
mm mm Placa Kg Furo Furos
PA-25 228,6 152,4 3,2 19 3
PA-32 228,6 152,4 3,2 19 3
PA-37 228,6 152,4 3,2 19 3/4
PA-45 254,0 158,8 3,8 19 3/4
PA-50 266,7 196,9 5,3 19 3/4
PA-57 330,2 196,9 8,9 Ø23,8 6
PA-68 406,4 196,9 13,9 Ø23,8 6
8. VIDA ÚTIL

• A vida útil é limitada pelo desgaste do trilho ou pela ruptura por


fadiga decorrente do carregamento cíclico.

• Geralmente o desgaste é o fator limitante que ocorre primeiro.

• O desgaste é decorrente da ação mecânica entre a roda e o


trilho, que podem ou não possuir a mesma dureza. A rapidez com
que surge o desgaste é função do raio das curvas e do peso da
carga transportada pelos veículos. O limite geralmente
estabelecido para o desgaste é de 25% da área total do boleto
(seção transversal).

• A fadiga é o fenômeno que leva o trilho à ruptura mesmo


quando solicitado com uma tensão menor que a de ruptura. Isso
acontece devido ao acúmulo de rearranjos dos cristais do metal
que ocorrem a cada ciclo de solicitação. As passagens
intermitentes do trem ao longo dos anos constituem um
carregamento cíclico que pode levar o trilho à ruptura por este
fenômeno.
8. VIDA ÚTIL

A vida útil é função do Raio das


Curvas
Raio (m) %
Infinito 100
1747 95
873 80
562 70
437 60
349 55
291 50
250 40
175 35
8. VIDA ÚTIL

Vida útil a ser esperada de diferentes


PERFIS

Perfil Bitola Ton.


6
TR 37 1.00 127 x 10
6
TR 45 1.00-1.60 193 x 10
6
TR 57 1.60 290 x 10
6. DIMENSIONAMENTO

• as EF adotam fórmulas para o cálculo do peso do trilho


por metro, necessário para suportar uma determinada
carga;

• uma das mais utilizadas é a que se baseia na experiência


ferroviária alemã. A expressão é a seguinte:

Pe
g  ks  kv  kd 
4,5 max
6. DIMENSIONAMENTO
Pe
g  ks  kv  kd 
4,5 max
Onde:
g é o peso do TR em kg/m;
Ks é um coef. para as cargas estáticas, que depende do afastamento
das cargas e cujo valor é:
• 0,290 para um eixo isolado;
• 0,240 para eixos extremos;
• 0,190 para eixos intermediários;
Kv é o coef. dinâmico ( o mesmo utilizado para o cálculo da pressão
no lastro). Deve-se considerar o valor mínimo igual a 1,4;
Kd é o coef. que considera os esforços horizontais, tendo os
seguintes valores:
• 1,3 para veículos tratores;
• 1,15 para veículos rebocados;
max é a tensão máxima admissível do aço utilizado no trilho.
exercícios
Uma estrada de ferro com extensão de 200km será construída em
bitola larga para escoar a produção de minério de ferro. Determine a
altura da camada de lastro necessária sob os dormentes. Faça
também a representação da seção tipo e determine o volume de
material necessário para a execução da obra.

Carga total por vagão= 119000kg


Velocidade operacional= 70km/h
Número de eixos por veículo = 4
Distância entre eixos = 2m
CBR plataforma = 18,5%
Coeficiente NS = 5,5
Soca = 40cm para cada lado do eixo dos trilhos
Ombreira 30cm
Espaçamento entre dormentes = 55cm = 1820 dorm/km
Dimensões do dormente 2,8 x 0,24 x 0,17m
Inclinação talude = 1:1,5
Fator majoração sobre a compactação = 10%
Pe
g  ks  kv  kd 
4,5 max
e = 55 cm (dado no exercício)
Ks = 0,24 (dado)
Kd = 1,15 (rebocado)
Sigma = 1500kg/cm² (dado) Tipo Peso (kgf/m)
TR-68 67.56
TR-57 56.9
P = 14875 kg (calculado)
TR-50 50.35
Kv = 1,4 (calculado)
TR-45 44.65
TR-37 37.11
G = 0,24*1,4*1,15*((14875*55)/(4,5*1500)) TR-32 32.05
= 46,8 kg/m TR-25 24.65
Determine a altura da camada de lastro para um EF de bitola estreita e
350km de extensão destinada ao transporte de produtos agrícolas e
carga geral. Represente a seção tipo e determine o volume de material
necessário.

Carga total por vagão= 90.000kg


Velocidade operacional= 70km/h
Número de eixos por veículo = 4
Distância entre eixos = 1,574m
CBR sublastro = 30%
Coeficiente NS = 5,5
Soca = 30cm para cada lado do eixo dos trilhos
Ombreira 30cm
Espaçamento entre dormentes = 55cm – 1820 dorm/km
Dimensões do dormente 2 x 0,22 x 0,16m
Inclinação talude = 1:1,5
Fator majoração sobre a compactação = 10%
Pe
g  ks  kv  kd 
4,5 max
e = 55 cm (dado no exercício)
Ks = 0,24 (dado)
Kd = 1,15 (rebocado) Tipo Peso (kgf/m)
TR-68 67.56
Sigma = 1500kg/cm² (dado)
TR-57 56.9
TR-50 50.35
TR-45 44.65
TR-37 37.11
P = (calculado) TR-32 32.05
Kv = 1,4 (calculado) TR-25 24.65
G = 35,42 kg/m
Determine a altura da camada de lastro para uma EF de bitola larga
destinada ao tráfego de trens urbanos de passageiros. O trecho tem
extensão de 50km. Também representar a seção tipo e determinar a
quantidade de material para a instalação da via (lastros, talas,
fixadores, placas de apoio).

Carga total por vagão= 90.000kg


Velocidade operacional= 85km/h
Número de eixos por veículo = 4
Distância entre eixos = 2m
CBR plataforma = 17%
Coeficiente NS = 5,5
Soca = 40cm para cada lado do eixo dos trilhos
Ombreira 30cm
Espaçamento dormentes = 60cm 1667 dorm/km
Dimensões do dormente 2,8 x 0,24 x 0,17m
Inclinação talude = 1:1,5
Fator majoração sobre a compactação = 10%
Pe
g  ks  kv  kd 
4,5 max
P = (calculado)
e = 60cm (dado no exercício)
Ks = 0,24 (dado) Tipo Peso (kgf/m)
Kv = 1,4 (calculado) TR-68 67.56
Kd = 1,15 (rebocado) TR-57 56.9
Sigma = 1500kg/cm² (dado) TR-50 50.35
TR-45 44.65
TR-37 37.11
G = 38,64 kg/m TR-32 32.05
TR-25 24.65
9. SUPERESTRUTURA FERROVIÁRIA
Trilho-guia para teste: Maglev no Japão

Trem voador Maglev levita a 10 centímetros do solo. A tecnologia deste trem


é baseada na energia magnética criada pelos grandes ímãs instalados no
trem. Os trens ultrapasam 500 km/h.

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