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1. Introdução
t
q(t ) = CE1 − exp − (6)
RC
t
i(t ) =
E
exp − (7)
R RC
A evolução temporal prevista por estas equações está representada graficamente nas figuras 3 e 4.
Saliente-se a importância do factor = RC, que tem dimensões de tempo (verifique!). corresponde
ao tempo que o condensador levaria a carregar até à carga final Qf = CE, se a corrente se
mantivesse constantemente igual a I0 = E/R. No entanto, uma vez que a corrente diminui
exponencialmente com o tempo, a carga acumulada em t = RC é (1-1/e)Qf, tendo nesse instante a
corrente decrescido para I0 /e. RC caracteriza o tempo típico que o condensador leva a carregar (ou
a descarregar, como veremos adiante). Para tempos t >> RC, pode-se considerar o condensador
completamente carregado. Na prática, não medimos a carga no condensador mas a queda de tensão
aos seus terminais, 𝑉𝐶 (𝑡) , que é proporcional à carga:
𝑡
𝑞
𝑉𝐶 (𝑡) = 𝑉𝑄 − 𝑉𝑇 = 𝐶 = 𝐸 [1 − 𝑒 −𝑅𝐶 ] (8)
Identicamente, a queda de tensão na resistência, 𝑉𝑅 (𝑡), é proporcional à corrente 𝑖(𝑡) e é uma forma
𝑡
indirecta de a medir: 𝑉𝑅 (𝑡) = 𝑉𝑃 − 𝑉𝑄 = 𝑅𝑖(𝑡) = 𝐸 𝑒 −𝑅𝐶 (9)
Figura 3. Evolução temporal da carga do condensador Figura 4. Evolução temporal da corrente no circuito
do circuito da figura 2. O condensador carrega desde a da figura 2. A corrente diminui exponencialmente
carga inicial Q(0)=0 até à carga final Qf = CE. Em desde o valor inicial I(0)=E/R até zero, no limite.
t = RC, acumulou já a carga Qf(1-1/e). Em t = RC, diminui de um factor e para I0/e.
q(t )
R i(t ) + =0 (10)
C
dq(t )
i(t ) = − (11)
dt
A solução das equações (10) e (11) é
t
q(t ) = Q0 exp − (12)
RC
t
i(t ) =
Q0
exp − (13)
RC RC
1.0
0.8
VG (V)
0.6
0.4
T/2
0.2
0.0
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0
Tempo( ms)
Figura 8. Circuito semelhante ao da Fig.2 mas com um Figura 9. Tensão VG num gerador que fornece uma onda
gerador que fornece uma tensão VG com a forma de uma onda quadrada de período T (neste caso T = 2 ms). Na realidade, o
quadrada como a que está representada na figura 9. Quando gerador é obviamente incapaz de fazer subir ou descer a
VG=1 V o condensador carrega, quando VG=0 o condensador tensão de um modo infinitamente rápido. A tensão leva um
descarrega. Note-se que a corrente inverte e a queda de tensão certo tempo para conseguir elevar-se desde zero até ao valor
na resistência VR=VP-VQ troca de sinal quando VG varia. máximo, bem como para efectuar o processo inverso.
1.0 1.0
0.8
0.5
VR (Volt)
VC (Volt)
0.6
0.0
0.4
-0.5
0.2
0.0 -1.0
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0
Tempo (ms) Tempo (ms)
Figura 10. Tensão VC=VP-VT nos terminais do condensador Figura 11. Tensão VR=VP-VQ nos terminais da resistência
(Fig.8) quando a tensão no gerador tem a forma da Fig.9. Neste (Fig.8) quando a tensão no gerador tem a forma da Fig.9 e
exemplo RC=0,12 ms . No intervalo 0 < t <1 (em ms) a tensão RC tem o mesmo valor que foi considerado na Fig.10. A
no gerador é constante e igual a 1 V. Neste caso RC<<T/2 tensão VR é proporcional à corrente i(t) e traduz a sua
(RC=0,12 ms e T/2=1 ms) e por isso o condensador carrega dependência temporal.
completamente nesse intervalo. No intervalo 1 < t < 2 (em ms)
a tensão no gerador é zero e o condensador descarrega
completamente. Nos intervalos seguintes o processo repete-se.
2. Realização experimental
Material necessário: folhas de alumínio; folhas de acetato; osciloscópio; resistências; gerador de
sinais; condensadores comerciais; fita cola.
2.1.1. Verifique, e descreva no seu relatório, o modo como está preparado o condensador. Anote os
materiais de que são formadas as placas e o dieléctrico. Faça as medidas necessárias e calcule a área
de cada uma das placas.
2.1.2. Meça, com o auxílio de um multímetro, o valor da resistência (da ordem de 10 k) que
utilizará no circuito. Considere o erro nesta determinação desprezável. Anote o valor na folha de
registo de dados.
2.1.3. Monte o circuito esquematizado na figura ao lado. Substitua o gerador
E e o interruptor S por um gerador de sinais. Isto é, ligue os terminais do
gerador de sinais ao terminal livre de C e ao terminal também livre de R.
Tenha o cuidado de forçar um bom contacto entre as folhas de alumínio e a
folha de acetato (PORQUÊ?), colocando um peso em cima do conjunto
(distribuído uniformemente).
2.1.4. Ajuste o gerador de sinais para que forneça ondas quadradas com frequência de 1 kHz. Anote
na folha de registo de dados o valor da frequência e também da amplitude.
indicando as escalas.
2.1.6 Observe agora a diferença de potencial aos terminais do
gerador VG e aos da resistência VR. Como VR tem de ser medido
em relação à terra é preciso alterar o circuito trocando a resistência
com o condensador (ver a figura, VR é agora VR = VQ - VT). Faça
um esboço (à escala) dos sinais que observa e explique a forma
destes tendo em conta as equações acima.
2.1.7. A partir das imagens obtidas no ponto anterior, pode estimar o tempo característico =RC.
Para tal, ajuste as escalas do osciloscópio para obter uma imagem semelhante à da Fig.6. Use os
seguintes 2 métodos (não se esqueça de indicar as respectivas incertezas):
1) medindo o tempo em que a diferença de potencial nos terminais do condensador
aumenta/diminui por um dado factor, e.g. 0,5 (i.e para metade do valor inicial);
2) medindo o tempo em que a diferença de potencial aos terminais da resistência diminui por
um dado factor, e.g. 0,5 (i.e para metade do valor inicial);
2.1.8. Verifique que também pode extrair RC a partir da imagem correspondente à carga do
condensador. Meça a constante de tempo usando os métodos sugeridos no ponto 2.1.7.
2.2.1. Repita a medição da capacidade do condensador por um dos métodos usados no ponto
2.1.7/.8 à sua escolha usando, sucessivamente, 2, 4, 8 e 10 folhas de acetato entre as folhas de
alumínio (refira no relatório o método usado).
2.2.2. Represente num gráfico, que incluirá no relatório, a variação da capacidade em função de 1/d.
A partir do gráfico, determine o valor da permeabilidade eléctrica e da constante dieléctrica do
meio. Compare com os valores obtidos no ponto anterior e comente.
2.3.1. Repita a medição da capacidade do condensador com uma única folha de acetato, para pelo
menos dois valores diferentes da área das folhas de alumínio. Descreva o modo como procedeu.
Departamento de Física da FCTUC 6/7
Laboratorios I Ano Lectivo 2021/2022
2.3.2. Compare o resultado com valor anteriormente obtido. Qual o efeito da área das placas sobre a
capacidade de um condensador paralelo?
Monte o circuito semelhante ao usado no ponto 2.1.5 com uma resistência de 10 k e um
condensador comercial de cerca de 10 nF. Com o osciloscópio observa a variação temporal da
diferença de potencial nos terminais do condensador a uma frequência de 1 kHz. Diminui
gradualmente a frequência do gerador para cerca de 10 Hz e depois aumenta para >10 kHz.
Observa a variação da forma do sinal periódico (no condensador) ajustando as escalas do
osciloscópio sempre quando for preciso. Alem da forma, tenha em atenção o período (frequência) e
amplitude do sinal.
Bibliografia
[1] M.M.R.R. Costa e M.J.B.M. de Almeida, Fundamentos de Física, 2ª edição, Coimbra, Livraria Almedina (2004).
[2] Paul Tipler, Física, Editora Guanabara-Koogan, 4ª Edição (2000).
[3] M. Alonso e E. Finn, Física, Addison-Wesley Iberoamericana (1999)
[4] Introdução à análise de dados nas medidas de grandezas físicas, Coimbra, Departamento de Física da Universidade
(2005/06).
[5] M.C. Abreu, L. Matias e L.F. Peralta, Física Experimental - Uma introdução, Lisboa, Editorial Presença (1994).