Você está na página 1de 39

Perda de carga de fluidos reais

Bruno Mesquita
Erica Cristine

1
Introdução
 Na engenharia trabalhamos com energia dos fluidos por unidade
de peso, a qual denominamos “carga”;
 Sabe-se que no escoamento de fluidos reais, parte de sua energia
dissipa-se em forma de calor e nos turbilhões que se formam na
corrente fluida;
 Essa energia é dissipada para o fluido vencer a resistência causada
pela sua viscosidade e a resistência provocada pelo contato do
fluido com a parede interna do conduto, e também para vencer as
resistências causadas por peças de adaptação ou conexões (curvas,
válvulas, ....).
Introdução
Restrições da Equação de Bernoulli
 Escoamento permanente
V12 P1 V22 P2
 Escoamento incompressível Z1    Z2  
2g  2g 
 Fluido ideal (sem atrito)
 Sem presença de máquina hidráulica e sem troca de calor

Mas, na engenharia trabalhamos com fluidos reais.


Se o fluido for real, temos que considerar a dissipação de energia:

V12 P1 V 22 P2
Z1    Z2    Energia dissipada 1 2
2g  2g 
3
Introdução
V12 P1 V 22 P2
Z1    Z2    Energia dissipada 1 2
2g  2g 

 Chama-se esta energia dissipada pelo fluido de PERDA DE


CARGA (Δh), que tem dimensão linear, e representa a energia
perdida pelo líquido por unidade de peso, entre dois pontos do
escoamento.
Linhas altimétrica, de energia e
piezométrica

Z  linha altimétric a
P
Z  linha piezométri ca

2
P
V
Z   linha de energia
 2g
EQUAÇÃO DE BERNOULLI PARA
FLUÍDOS IDEAIS
No interior da massa fluída, em escoamento permanente consideramos dois pontos
quaisquer:

6
7
EQUAÇÃO DE BERNOULLI PARA
FLUÍDOS REAIS

A experiência mostra que, no escoamento dos fluídos reais,


uma parte de sua energia se dissipa em forma de calor e nos
turbilhões que se formam na corrente fluída. Isto ocorre
devido a viscosidade do fluído e a rugosidade da parede em
que o fluído está em contato. A parte da energia dissipada é
chamada perda de carga (hp).

8
EQUAÇÃO DE BERNOULLI PARA
FLUÍDOS REAIS

9
Linha piezométrica

 Obtém-se a partir das cotas geométricas, adicionando o valor


de p/
Linha de energia
 A linha de energia, também chamada de carga total, obtém-se a
partir da linha piezométrica, adicionando a carga cinética v²/2g

 A diferença entre dois pontos quaisquer da linha de energia


fornecerá o valor da perda de carga no trecho considerado
Perda de carga

12
Perda de Carga - Δh
 A perda de carga é uma função complexa de diversos elementos tais
como:

 Rugosidade do conduto;
 Viscosidade e densidade do líquido;
 Velocidade de escoamento;
 Grau de turbulência do movimento;
 Comprimento percorrido.
Perda de Carga em condutos
 Com o objetivo de possibilitar a obtenção de expressões
matemáticas que permitam prever as perdas de carga nos
condutos, elas são classificadas em:

 Contínuas ou distribuídas

 Localizadas ou singulares
Perda de carga

15
Perda de Carga Localizada
 Ocorrem em trechos singulares dos condutos tais como:
junções, derivações, curvas, válvulas, entradas, saídas, etc;
 As diversas peças necessárias para a montagem da tubulação e
para o controle do fluxo do escoamento, provocam uma
variação brusca da velocidade (em módulo ou direção),
intensificando a perda de energia;
Perda de Carga localizada

17
Perda de Carga Localizada
Determinação das
Perdas de Carga localizada
 As perdas de cargas localizadas podem ser expressas em termos
de energia cinética (V²/2g) do escoamento. Assim a expressão
geral:
2
V
h  k
Onde: 2g
k=coeficiente de perda de carga singular, cujo valor
pode ser determinado experimentalmente
Determinação das
Perdas de Carga localizadas
Perda de Carga Distribuída
 Ocorrem em trechos retilíneos dos condutos, considerando:
 Regime permanente e fluidos incompressíveis
 Condutos cilíndricos
 Rugosidade uniforme e trecho considerado sem máquinas
 Essa perda é considerável se tivermos trechos relativamente
compridos dos condutos
Fórmula universal da
Perda de Carga distribuída

 A fórmula de Darcy-Weissbach, permite calcular a perda de


carga ao longo de um determinado comprimento do condutor,
quando é conhecido o parâmetro f, denominado “coeficiente de
atrito”:

2
LV
h  f
D 2g
Obs: Tubos circulares
Fórmula universal da
Perda de Carga distribuída

2
LV
h  f
D 2g
 O coeficiente de atrito f, pode ser obtido partindo-se da relação
entre
 A rugosidade relativa: Relação entre rugosidade absoluta e
Diâmetro do tubo (ε/D)
ou
 Número de Reynolds Re :
V .D
Re 

Perda de carga no escoamento
laminar

 No escoamento laminar, a dissipação de energia é causada pela


viscosidade.
 O coeficiente de atrito f é determinado a partir do Número de
Reynolds, e independe da rugosidade absoluta

64 L V2
f  h  f
D 2g
Re
Perda de Carga no escoamento
turbulento

 No escoamento turbulento, a dissipação de energia é causada pela


rugosidade e pela viscosidade
 Determinação do coeficiente de atrito f :

1  D 2,51  Equação de
 2,0 log   Colebrook
f  3,7 Re f 
 

Cálculos iterativos
Fator de atrito no fluxo
turbulento

 Depois do desenvolvimento do diagrama de Moody, foi proposta a


equação de Swamee-Jain para resolver o fator de atrito quando NR é
conhecido.
DIAGRAMA DE MOODY
31
viscosidade

33
Perda de Carga no escoamento
turbulento

0,25
f  2
   D 5,74  ou
log 3,7  Re 0,9 
  

L V2
h  f
D 2g
Exercícios

1- Considere um conduto com 100 m de comprimento, diâmetro


de 0,1 m e rugosidade de 2mm que transporta água a uma vazão
de 15 l/s à 20° C. Determine a perda de carga do escoamento
no conduto.
Cálculo pela equação universal da perda de carga e
diagrama de Moody:

 .V .D V .D
Re   Re  190642
 
No diagrama de Moody:

 D  0,020
200.000
100.000 1.000.000

f=0,05
Exercícios

Cálculo pela equação universal da perda de carga e


diagrama de Moody:

L V2
h  f  9,30m
D 2g
Exercícios
Cálculo pela equação universal da perda de carga e
f determinado pela equação de Colebrook
(estimativa computacional)

1  D 2,51 
 2,0 log    f  0,0488
 
f  3,7 Re f 

L V2
h  f  9,08m
D 2g
Exercícios

Cálculo pela equação universal da perda de carga e


f determinado pela equação explícita
0,25
f  2
   D 5,74  f  0,049
log 3,7  Re 0,9 
  

L V2
h  f  9,11m
D 2g

Você também pode gostar