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Observaçóes :
às reaçóes de apoio, pelo valor zero, o que indica que nos dois apoios
5 - VIGAS GERBER
temos m h o s não analíticos (sem tangente horizontal) no diagrama de
momentos fletores, o que se constata facilmente na Fig. 11-20.
Seja a estrutura representada na Fig. ii-22.1, estando o detaihe da secão C
e) A área total do diagrama de esforços cortantes é igual a zero, indicando
ampliado em iI-22.2:
a inexistência de cargasmomento aplicadas.
Suponhamos carregado o trecho CD: este trecho não tem evidentemente O trecho ABC será resolvido, a seguir, com as cargas que lhe estão dueta-
estabilidade própria, pois as cargas, para serem equilibradas, necessitarão de mente aplicadas, acrescidas das forças Vc e Hc transmitidas pela rótula C.
reações de apoio em C e em D. Este último ponto é um apoio do I? gênero Recaímos, então, na resolução de uma viga biapoiada CD e de uma viga
e pode absorver uma força vertical; caberia, então, ao ponto Cabsorver uma biapoiada com balanço ABC, problemas estes já resolvidos nos tópicos
força vert~cal e uma horizontal, o que ele não é capaz de fazer, mas é anteriores.
capaz, entretanto, de transmitir estas forças ao trecho ABC. Fica, entào, a
Consta, então, uma viga Gerber, de uma associação de vigas com estabili-
estabilidade do trecho CD condicionada à estabilidade do trecho ABC que,
dade própria com outras apoiadas sobre as primeiras, que dão a estabilidade
em se tratando de uma viga biapoiada com balanço, é estável, o sendo
ao conjunto. Para resolvê-la, basta fazer sua decomposição nas vigas que a
entao o conlunto ABCD.
constituem, resolvendo inicialmente aquelas sem estabilidade própria e, após,
Se tivermos carregado o trecho ABC, a carga solicitará apenas este trecho, as dotadas de estabilidade própria, para as cargas que lhe estão diretamente
pois, em se tratando de um trecho com estabilidade própria, nele mesmo aplicadas, acrescidas, para estas Últimas, das forças transmitidas pelas rótulas.
encontrara o carregamento suas reaçóes equilibrantes.
O ponto C 6, então, um ponto de transmissão de forças, não transmitindo Observações:
momento algum (pois não impede nenhuma rotação A estmtura) e é repre- a) Em se tratando de vigas Gerber isostáticas, as vigas que as constituem
sentado, pois, por uma rótula, ficando o esquema estático da estrutura .ão vigas biapoiadas, vigas biapoiadas com balanços ou vigas engastadas
representado conforme indica a Fig. 11-23.1. livres.
As vigas Gerber tiveram seu aparecimento ditado por motivos de ordem
eskniturd e de ordem constmtiva, conforme esclarecerá o exemplo da
Fig. 11-24:
11-24.1
Fig. 11-24
U-23.2 Suponhamos seja nossa funçgo constniir uma ponte de concreto, que
Fie U-23 i deverá se apoiar sobre pilares A, B, C, D, escolhendo uma das duas solupões
'"dicadas na Fig. 11-24.
Para resolver a viga ABCD, para a qual indicamos um carregamento atuante
na Fig. 11-23, basta resolvermos inicialmente o trecho CD (trechosem esta- Suponhamos adotada a soluçXo indicada na Fig. 11-24.1.
bilidade própria), transmitindo para o trecho ABC (trecho com estabilidade Para a execução da superestnitura da ponte, seríamos obrigados a escorar
própria) as forças HC e VC necessárias ao equilíbrio do trecho CD. ~unultaneamentetodo o volume compreendido sob o tabuleiro da ponte,
76 Cursa de análise estrutural Estudo das vigas isostáticas n
escoramento este que, dependendo da velocidade do rio e de sua profundi- temos uma quarta equação dizendo que o momento fletor em C 6 nulo
dade, pode tomar-se extremamente dificil, caro e, at6 mesmo, arriscado no @íc = O). Resolvendo-se este sistema de 4 equações a 4 incógnitas, teremos
trecho BC. as reaç6es HA, VA, Vg, VC e, a partir delas, os diagramas solicitantes na
Suponhamos, agora, adotada a soluçZo em viga Gerber indicada na viga Gerber.
Fig. 11-24.2. Tal método náo nos parece interessante, pois aumenta em muito a difi-
Esta solução permite a execução em separado dos trechos ABE, EF, culdade algebrica de obtenção das reaçoes de apoio, dificuldade esta que
FCD, com o que poderíamos escorar inicialmente o trecho ABE e concretá-10; pode se tornar muito grande para vigas Gerber com maior número de apoios
a seguir, transferiríamos o escoramento para o trecho FCD que seria poste- e rótulas e, portanto, não receberá ênfase maior neste Curso.
riormente concretado e, finalmente, usando os próprios trechos ABE e FCD,
já executados, como apoios, concretaríamos a vigota EF, encerrando a 5.2 - Exemplos de decomposição
execução da estmtura (poderíamos, tambkn, pd-fabricar a viga EF, lan-
çando-a através de uma treliça). Conforme Wnos em 5.1, para resolver uma viga Gerber, basta decompó-la
nas vigas que a constituem. Para tal, devemos destacar as vigas que já
Não resta a menor dúvida que, sob o ponto de vista constmtivo, a segunda
possuem estabilidade própria, apoiando sobre elas as demais através das
solução será mais adequada no caso, pois não envolverá risco algum no vão
rótulas, que indicam a transmissão de carga das vigas que não possuem
BC durante a constmção, alkn de reduzir o volume de material para escora-
estabilidade própria para as que a possuem.
mento a quase 113 do necessário para a primeira solução.
Desta forma, obtemos as decomposições das vigas Gerber indicadas nos
A solução da Fig. 11-24.2 trará ainda, sob o ponto de vista estmtural,
exemplos da Fi. U-26.
a vantagem de reduzir as forças horizontais nos pilares devidas a variações
de temperatura e à retração do concreto (a este respeito, não teceremos Os números indicam a sequência de resoluçZo e as setas a transmissão de
maiores considerações por ora, pois este tema é objeto de estudo nas cadeiras cargas.
de Pontes).
As vigas Gerber têm lugar de grande Importância na Engenharia Estrutural,
e a tendência desta importância é aumentar, tendo em vista o desenvolvi-
mento das têcnicas de pr€-ÇabricaçZo e montagem de estmturas.
Fig. n-2s
Para determinar as quatro reações de apoio, dispomos das trds equações Queremos chamar a atenção para o fato de que um dos apoios da viga
da EstBtica no plano (ZX = 0, ZY = O e ZM = O) e, devido à existência da Gerbei deve ser capaz de absorver forças horizontais, que irão diretamente
rótula em C (o que significa n%o haver transmissão de momento em C), ara ele através das rótulas, provocando esforços normais na viga ao longo
78 Curso de análise estrutural Estudo das vigas isostátícas 79
de sua trajetória. As cargas verticais,somente, serão as responsáveis pelos Obtida a decomposição indicada na figura, o problema não apresenta maio-
momentos fletores e esforços cortantes atuantes na viga Gerber, e 6 para res novidades e obtemos imediatamente os diagramas solicitantes indicados
obté-10s que necessitamos fazer a sua decomposição. 2! por esta razão que na Fig. 11-27.
nesta decomposição não nos preocupamos se o apoio 6 do I? ou 20 gènero,
pois, para as cargas verticais, todos funcionarão como se fossem do l ? gênero.
Observaçóes:
Observação: Notar que a viga Cerber da Fig. 11-26.3, devido ao fato
de ter a rótula sobre o apoio internediário (o que significa que os trechos i ~ = O, pois não existe carga-momento aplicada
a) ~ e m o s Qdx
AB e BC têm momento fletor nulo em B), funciona como se fossem duas
vigas biapoiadas AB e BC independentes, que têm como única particularidade
o fato das reaçóes em B se somarem no apoio único existente. b) ~ e m o Qgd x~ =lE=/*
A
Qdx
A
Qdx = O, o que 6 evidente. pois
Ex. Ii.6 - Obter os diagramas solicifantespara aviga Gerber da Fig. 11-27. E, E e F são rótulas e nelas devemos ter M = 0.
6 - VIGAS INCLINADAS:
6.1 - Seja a viga da Fig. 11-28. submetida ao carregamento distribuído
vertical indicado.
Sendo as reações de apoio as indicadas na Fig. iI-28, passemos ao estudo
de seus diagramas solicitantes.
O momento fletor atuante numa seção gen6rica S será dado por
qa qx) cos cr e
Qs = (--
2
-
. Ns = (-qa
2
-
qx) sen a,
express6es estas que definem linhas retas, a partir das quais obtemos seus
Fig. ii-27 diagramas representados na Fig. 11-25.
Curso de analise estrutural Estudo das vigas isosthticas 81
+ qb2
- rena
za
Fig. 11-29
Comparando esta expressão com n.3, vemos que, para fins de momentos Ex. ii.7 - Obter os diagramas solicitantes para a viga inclinada da Fig.
fletores, a viga se comporta como se fosse uma viga vertical (perpendicular
ao carregamento atuante), de vão b e O diagrama 6 o indicado na figura. Os
I 11-31,
expressões estas que nos permitem o traçado dos diagramas, feito na Fig.
11-29,
Fig. 11-30
Conforme indica a Fig. 11-30, é fácil ver que este caso nada mais é que
uma superposição dos casos 6.1 e 6.2 e os diagramas solicitantes para ele
serão, então, iguais à soma dos diagramas indicados nas Figs. 11-28 e 11-29,
Em particular, o diagrama de momentos fletores seri uma parábola do
2P graii de valor máximo igual a (qa218) + (qb2 18) = q A 7 18, comportando-se
entZo a alga como perpendicular ao carregamento atuante, com vão AB.
Dos exemplos apresentados em 6.1, 6.2 e 6.3, podemos concluir então
que uma viga biipoiada inclinada AB se comporta, para fms de diagrama de
momentos fletores, como se fosse uma viga biapoiada de vão igual i projeção
de seu comprimento sobre uma reta perpendicular ao carregamento atuante,
sendo o diagrama de momentos fletores marcado, sempre, perpendicularmente
ao eixo da viga.
7 - PROBLEMAS RESOLVIDOS
I
=i l J 6 ~ d x= 8 X 3,l6 - 3.16'--= 3,1Cí3
18
13,5 mt (tracionando as fi-
bras inferiores).
.7.1 - A equação dos esforços cortantes atuantes numa viga biapoiada de
-
6 m de vão 8 Q(x) = 8 - 2x x2 16, sendo x a distância do apoio esquerdo à
7.2 - Obter os esforços solicitantes da viga AB da Fig. ii-33, submetida
seção genbrica que descreve a viga. Sabendo-se que, se houver carga-momento
ao carregamento distribuído segundo uma lei parabólica do 2P grau, come-
atuante, ela estará aplicada no apoio direito, pede-se:
çando com tangente horizontal e terminando com um valor máximo igual a
a) reconstituir o carregamento atuante; P.
b) obter o momento fletor máximo atuante.
&lup-o
a) A partir de ii.1, temos que:
soiuçno
Cursa de analise emutural
i Estudo dar vigas isastáticas 87
1 É fácil ver que o momento máximo atuari na seção que tem Q(x) = O, ou
seja, na seção
x
I
= 0,63 i e vale:
88 Curso de análise esírutural 1 Emdo das vigas isostáticin 89
Solução
A partir da configuração do diagrama M, podemos afirmar que o aspecto
do carregamento atuante é o da Fig. 11-39.
determinação
Passemos ?i dosvaiores numéricos das cargas atuantes. Temos:
a) Pelas forças da direita
(I - -L 2
= (1 -A)', cuja dnica solução provida de significado físico 6
72 1,
x =- = 0,707 L
2
~ a - 1 d a 4
7.6 - Obter as equaçbes dos esforços simples atuantes no trecho CD da
Fig. 1142
viga da Fig. 11-41.
I I I
+ 2 r n ~ ~ r n ~ 4 m d ~ m ~
Fig. U-41
Para determinar as equaçbes dos esforços simples atuantes no trecho CD, 7.8 - Obter os diagramas solicitantes para a viga Gerber da Fig. 11-44.
basta escolher uma seção gen6rica do trecho, referi-la por uma coordenada -
independente, e obtemos imediatamente:
Bmt I 4t
k - l m ~ l > m ~ 1 , 5 m ~ l m ~ 3 m ~ ~ m
Observação: Cada um dos trechos AB, BC, CD, DE possui diferentes equa- Fig. 11-44
çbes paraM e Q, de imediata determinação, conforme mostrou este problema.
7.7 - Calcular o valor a/l para que a viga da Fig. 11-42 tenha os menores Sendo a decomposição e as forças de transmissão as mdicadas na Fig.
momentos fletores possíveis. 1145, obtemos os diagramas a seguir.
94 Cursa de análise estrutural Estudo das vigas isosiáticas 85
pondentes a cada um dos trechos FG, GH, Hi,como fazer diretamente o que
se fez na Fig. n-45:conhecidos os valores dos momentos em F e I, desenha-
mos a linha de fechamento e, a partir dela, penduramos o diagrama de
viga biapoiada para o carregamento do trecho FI (parábola cujo valor na seção
mBdia = 12,s mt). Esta parábola deve, evidentemente, passar por
valores nulos em G e H (r6tulas), o que B um bom teste para os momentos ex-
iremos obtidos no trecho.
b) Notar que, no trecho entre a carga de 4 t e a r6tula E, o diagrama de
momentos fletores B uma mesma reta, pois VC = 0.
c) Notar que os valores dos momentos fletores atuantes à esquerda e à
direita da rótula E são iguais aos valores das cargas-momento aplicadas à
esquerda e à direita de E. (Tal fato pode nos simplificar muito o trabalho em
outros casos, conforme poderemos ver no problema 7.9.)
d) A área do diagrama de esforços cortantes vale:
- - -
SQ = 8 + 6 6 16 = 8 mt, valor da resultante das cargas-momento apli-
cadas e da reação-momento no engaste.
e) Suponhamos que, além do carregamento indicado, existisse uma carga
horizontal H da esquerda para a direita aplicada em C. Tal carga seria absor-
vida pelo engaste I e a ele chegaria atravBs das rbtulas (notar que a rótula
E a transfere para o trecho EFG, onde a rótula G a transfere para o trecho
GH indo daí para o trecho HI, em que 6 absorvida).
A iníiuhcia desta carga horizontal seria, então, a de adicionar à viga um
d i a m a de esforços normais, no trecho CI, de compressão igual a H.
Observações:
a) Para a obtenção do diagrama de momentos fletores no trecho FI, tanto
poderiamos, conhecendo os valores dos momentos fletores em F, G, H, I, A partir da observação c feita no problema anterior, obtemos os diagra-
traçar sua linha de fechamento e, a partir dela, pendurar as par6bolas corres- mas desejados, desenhados na Fig. 11-47:
96 Curso de anzílire estrutural Esiudo dar vigas isoJtiiticna 97
7.11 - Obter os diagramas solicitantes para a viga Gerber da Fig. 11-50, 8.2 - Obter as equações dos esforços simples atuantes na viga da Fig.
I
11-52, (Sugere-se tentar fazer o carregamento recair numa superposição de
I carga uniforme com carga triangular.)
1 . 1 I I 1 I I I
Ç 1 r n ~ 3 r n ~ 2 , 5 ~ ~ l m ~ 11,5m+l,5m+
, 5 m f
Pig. 11-50
8 - PROBLEMAS PROPOSTOS
Par. grau 8.1 - Obter as equaçóes doses-
forços simples atuantes na viga da
Fig. 11-51.
8.5 - Determinar o valor da carga P que deve ser aplicada 2 viga da
Fig. 11-55, para que ela fique submetida aos' menores momentos fletores
rsíveis.
1W Cuno de anhlise estrutural ~ w d das
o vigas isostáticas 101
1I
1
Fig. li-55
1
8.10 - Idem para a viga da Fig. 11-60.
8.6 - Idem para a viga da Fig. 11-56,
8.7 - Obter os diagramas soiicitantes para a viga da Pig. 11-57, 8.11 - Traçar os diagramas solicitantes para a barra homogênea ABC, de
130 kg de peso total, indicada na Fig. LI-61.
A;:: n
12.5mt
f
1 8.12 - Calcula o menor valor de a para que a viga da Fig. 11-62 possua
iomentos fletores tracionando, em todas as seções, as fibras superiores.
-
I I I
+I . 5 m + 3 m ~ 3 r r ; + 1 , 5 m +
Pig. li-58
102 Curso de análise estrutural Estudo das vigas isostáticas 103
8.13 - Traçar os diagramas solicitantes para a viga da Fig. 11-63, 8.17 - Obter o diagrama de momentos fletores para a viga da Fig. 11-67.
f+ tttlm
A
- a
-
- -, \
- A
3
. 6 4 m - + ~ m t 4 m ~ 2 m & 4 m ~
Fig. n á 3
8.18 - Calcularx para a viga da Fig. 11-68, de modo que ela fique subme-
8.14 - Idem para a viga da Fig. 11-64, tida aos momentos fletores menores possíveis.
$-3rn+1 m&4m+-lm+ 8.19 -Para a viga da Fig. 11-64, obter as equações dos momentos fle.
tores atuantes em seus diversos trechos.
Pig. 11-64
8.20 - A Fig. U-69 representa o DMF numa viga Gerber de simples
apoios em A, E, C, um dos quais é do 2P gênero.
8.15 - Sem cálculo pr6vio das reações de apoio, obter o diagrama de mo-
mentos fletores para a viga da Fig. 11-65. Pede-se:
a) reconstituir o carregamento e as reações de apoio;
b) traçar o diagrama de esforços cortantes;
c) calcular as posiçóes possíveis para a rótula.
& - a + b ~ - c 4 d ~ f - e + 2 m 1
Pig. 11-63
8.6 - P = ql (a-1
,produzindo
) IMrnáx~= 0,086 qlz
106 Curso de andlise estrutural istudo dar vigas isostáticas
107
Curso de análise estrutural Estudo das vigas isostáticas
8.18 - -
x = ( ( 3 2&), produzindo IMmáxl= 0,086 qlz