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DESCRIÇÃO

Introdução ao estudo da eletricidade aplicada para análise de circuitos elétricos em corrente contínua (CC), com
base nos teoremas de Thévenin e de Norton.

PROPÓSITO
Compreender os conceitos fundamentais dos teoremas de Thévenin e Norton e aplica-los à solução de
problemas com circuitos elétricos em corrente contínua.

PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo, tenha em mãos papel, caneta para anotações e, se possível, uma calculadora
científica para facilitar seus cálculos na solução das equações de circuitos elétricos.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Analisar circuitos elétricos por meio do teorema de Thévenin

MÓDULO 2

Analisar circuitos elétricos por meio do teorema de Norton

INTRODUÇÃO
TEOREMAS DE THÉVENIN E NORTON

AVISO: orientações sobre unidades de medida.

AVISO

Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e
didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25
km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de
separação dos números e das unidades.

MÓDULO 1

 Analisar circuitos elétricos por meio do teorema de Thévenin.


TEOREMA DE THÉVENIN

TEOREMA DE THÉVENIN

O teorema de Thévenin é uma ferramenta muito usada na análise de circuitos, pois sua aplicação permite a
redução de circuitos complexos para formas mais simples, facilitando seu estudo.

Existem diversas formas de analisar um circuito, como, por exemplo, aplicando as Leis de Kirchhoff, contudo, a
complexidade de certas análises requer simplificações que podem ser alcançadas com o teorema de Thévenin.
Neste conteúdo, serão apresentadas técnicas referentes ao teorema aplicadas a circuitos de corrente contínua
(CC).

LINEARIDADE
PARA QUE O TEOREMA EM ABORDAGEM POSSA SER
APLICADO, É NECESSÁRIO QUE O CIRCUITO OU O
SISTEMA SEJA LINEAR. A LINEARIDADE DESCREVE
UMA RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO. TOMANDO O
RESISTOR COMO EXEMPLO DE ELEMENTO LINEAR, É
POSSÍVEL OBSERVAR NELE ESTA CARACTERÍSTICA.

Considerando a primeira Lei de Ohm, assume-se que a tensão “v” se refere à saída do sistema, e a entrada é
dada pela corrente “i”. Se a corrente varia, a tensão, por sua vez, sofre uma variação proporcional a esta, como
pode ser observado na Equação 1:

v = iR

(1)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A propriedade acima apresentada é chamada de homogeneidade. A combinação dela com a propriedade da


aditividade descreve, por sua vez, a linearidade, necessária para a aplicação do teorema de Thévenin.

Para descrever a aditividade, consideram-se as Equações 2 e 3:

v1 = i 1 R

(2)

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v2 = i 2 R
(3)

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A validação desta propriedade (aditiva) requer que a resposta obtida da soma das entradas seja igual à soma
das entradas, quando estas são aplicadas separadamente. Dessa forma, considerando as Equações 2 e 3, a
propriedade pode ser modelada matematicamente como na Equação 4:

v =(i1 + i2 )R = i1 R + i2 R = v1 + v2

(4)

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No que se refere à linearidade do circuito, é importante destacar os seguintes aspectos:

Para que o circuito seja linear, as propriedades aditiva e homogênea devem ser atendidas.

Potência (representada por P) é não linear, o que pode ser observado nas Equações 5 e 6:

2
p = Ri

(5)

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2
v
p =
R

(6)
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Por observação, é possível notar que as expressões acima são quadráticas e não lineares. Assim, o teorema de
Thévenin não se aplica para o cálculo da potência.

EXEMPLO DE LINEARIDADE:

Para ilustrar o conceito de linearidade, considere como exemplo o circuito apresentado pela Imagem 1. No
circuito da imagem, como pode ser observado, contém uma fonte independente que o excita, Vs. A função
desse circuito é carregar uma carga, modelada pela resistência R. Vê-se que há uma corrente i que circula esse
circuito. Adotaremos, para fins de estudo, que o valor da fonte é de 10V e que esta resulta em uma corrente de
2A. Ao aplicar o princípio da linearidade, é possível concluir que uma redução da fonte para 1V faz com que a
corrente se reduza para 0,2A.

 Imagem 1 - Circuito linear.

DEFINIÇÃO DO TEOREMA DE THÉVENIN


Muitos circuitos possuem elementos variáveis e elementos fixos. Dentre os elementos variáveis, podemos citar
as cargas, como ocorre em residências, onde os aparelhos que estão conectados variam em diferentes
momentos do dia. Para que o circuito não seja avaliado em cada alteração do elemento variável, o mesmo
passa a ser representado de forma simplificada pelo circuito equivalente de Thévenin.

O teorema diz que um circuito linear pode ser substituído por outro, representado por um resistor e uma fonte
de tensão, como mostra as imagens a seguir.
 Imagem 2 - Sistema linear.

 Imagem 3 - Equivalente de Thévenin.

O TEOREMA DE THÉVENIN AFIRMA QUE UM CIRCUITO LINEAR


DE DOIS TERMINAIS PODE SER SUBSTITUÍDO POR UM
CIRCUITO EQUIVALENTE FORMADO POR UMA FONTE DE
TENSÃO Vth , EM SÉRIE COM UM RESISTOR Rth , ONDE Vth É A
TENSÃO DE CIRCUITO ABERTO NOS TERMINAIS E Rth , A
RESISTÊNCIA DE ENTRADA OU EQUIVALENTE NOS TERMINAIS
QUANDO AS FONTES INDEPENDENTES FOREM DESATIVADAS.

ALEXANDER; SADIKU, 2013, p. 123

Para que a representação do circuito equivalente seja feita, é necessário, portanto, o cálculo das variáveis de
Thévenin, como veremos a seguir.
CÁLCULO DA TENSÃO DE THÉVENIN (Vth ,)
Para o cálculo da tensão referente ao circuito equivalente, ou Vth , parte-se da equivalência entre os circuitos
(original e de Thévenin). Para que isso ocorra assume-se que no circuito original, a carga é retirada o que
resulta em um terminal aberto. Isto garante a igualdade entre as tensões, como mostra a Imagem 4.

 Imagem 4 - Cálculo da tensão de Thévenin.

A igualdade é modelada pela Equação 7:

Vth = tens ã o de circuito aberto

(7)

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CÁLCULO DA RESISTÊNCIA DE THÉVENIN (Rth ,)


Considerando o circuito original, o cálculo da resistência equivalente é feito quando todas as fontes
dependentes são desligadas, bem como a carga no terminal onde se deseja calcular o circuito. Feito isso,
calcula-se a Rth . Existem, contudo, dois casos a serem considerados.

CASO 1
Neste cenário, o circuito possui apenas fontes independentes, como abordado até o momento, assim, basta
apenas que desative as fontes independentes e calcule Rth .
CASO 2
Neste outro cenário, o circuito apresenta fontes dependentes (ou controladas). Estas podem ser de tensão ou
de corrente e são caracterizadas por dependerem do valor de tensão ou corrente de um outro ponto do circuito.
Nessa situação deve-se, portanto, manter a fonte dependente ativa e, partindo disso, aplicar uma fonte de
corrente ou de tensão para calcular a resistência equivalente. É importante ressaltar que também nessas
condições as fontes independentes devem ser desativadas.

Ao sujeitar o circuito à aplicação de uma fonte de tensão, por exemplo, ela promoverá a circulação de uma
corrente, permitindo o cálculo de Rth , como descrito pela Equação 8:

vo
Rth =
io

(8)

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 DICA

No exemplo acima foi aplicada uma fonte de tensão, contudo, pode-se aplicar também uma fonte de corrente,
cabendo a escolha da fonte ao estudante (ou engenheiro). Sugere-se, porém, que o valor da fonte seja 1V ou
1A para facilitar os cálculos, sendo este um dado arbitrário.

Para que seja feito o desligamento das fontes independentes, deve-se atentar aos seguintes pontos, que
podem ser vistos também na Imagem 5:

As fontes de tensão são substituídas por um curto-circuito.

As fontes de corrente são substituídas por um terminal aberto.


 Imagem 5 - Desativação das fontes de tensão e corrente.

EXEMPLO DE APLICAÇÃO DO TEOREMA DE THÉVENIN

Para melhor entendimento dos conceitos apresentados, vejamos o circuito da Imagem 6, apresentado a seguir.
O presente circuito conta com duas fontes independentes, sendo uma de tensão e uma de corrente, três
resistores e uma carga, representada por RL . Deseja-se encontrar o equivalente de Thévenin, visto dos
terminais a-b. O primeiro passo para solucionar o problema é definir as variáveis a serem calculadas, neste
caso, a tensão e a resistência de Thévenin.

 Imagem 6 - Circuito exemplo.

CÁLCULO DA TENSÃO:

Como definido, é desejado que se calcule a tensão do circuito equivalente. Assim, o terminal da carga deve ser
colocado em aberto, como mostra a Imagem 7, e, partindo disso, pode-se resolver o circuito utilizando a técnica
que julgar mais viável, visando encontrar a tensão nos terminais a-b.
 Imagem 7 - Circuito exemplo para cálculo da tensão de Thévenin.

Por análise da imagem anterior, é possível observar que não há circulação de corrente em a-b, uma vez que o
terminal se encontra aberto, dessa forma, não há queda de tensão promovida pelo resistor de 1Ω. A tensão
nesse terminal é a mesma que a do nó anterior, o que também pode ser observado na imagem. Dito isso, pode
ser aplicada a análise nodal ou de malhas para o cálculo da tensão. Nesse caso, utiliza-se a análise de malhas
para que sejam encontradas as correntes que circulam pelos ramos e, por fim, calcular a tensão sobre o resistor
de 12Ω. A escolha da análise de malhas é opcional, contudo, como há uma fonte de corrente na malha 2, esta
se torna mais simples.

Aplicando a análise de malhas, tem-se o seguinte sistema de equações:

−32 + 4i1 + 12(i1 − i2 )= 0

i2 = −2A

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Substituindo, tem-se que:

i1 = 0,5A

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Como a tensão de Thévenin é aquela sobre o resistor de 12Ω, faz-se a seguinte análise:

Vth = 12(i1 − i2 )

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Substituindo:
Vth = 12(0,5 + 2)= 30V

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De posse da tensão do circuito equivalente,Vth , o próximo passo é o cálculo da resistência de Thévenin.

CÁLCULO DA RESISTÊNCIA:

Para o cálculo de Rth , as fontes independentes devem ser desativadas. Neste caso, a fonte de tensão é
substituída por um curto-circuito, enquanto a fonte de corrente é substituída por um terminal aberto, como
mostra a Imagem 8.

 Imagem 8 - Cálculo da resistência de Thévenin.

Assim, partindo do circuito da imagem anterior, basta calcular o equivalente entre os resistores do circuito. Ou
seja, primeiro faz-se o paralelo entre 4Ω e 12Ω e, em seguida, faz-se a soma desse resultado com 1Ω, pois
encontram-se em série:

4⋅12
Rth = = 3Ω
4+12

Rth = 3 + 1 = 4Ω

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 ATENÇÃO

O cálculo de Rth pode ser feito antes de Vth , uma vez que estes são calculados de forma independente.
MÃO NA MASSA

TEORIA NA PRÁTICA
Fontes de tensão podem ser modeladas por meio do equivalente de Thévenin. Considere uma fonte de tensão
cujo valor é de 20V. Essa fonte está conectada à uma carga de 2W. Quando a carga é desconectada do
circuito, observa-se que a tensão atinge o valor de 22V. Pede-se nesta situação, o valor da resistência interna
dessa fonte.

RESOLUÇÃO
Analisando as informações do exercício, nota-se que um dado do problema é a tensão nos terminais do circuito
sem carga, ou seja, a tensão de circuito aberto (open circuit):

voc = 22V

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Já o cenário onde a carga está conectada permite obter informações adicionais. Sabendo que a potência é
dada pela equação seguinte:

2
v
p =
R

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Tem-se que:
2
20
R =
2

400
R = = 200Ω
2

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De posse do valor da resistência, é possível calcular a corrente que circula através da carga, sendo ela:

v 20
I = = = 0, 1A
R 200

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Assim, calcula-se a tensão sobre a resistência da fonte:

voc − v = queda DE TENSÃO NA FONTE

voc − v = Rfonte i

22 − 20 = Rfonte (0, 1)

2
= Rfonte
0, 1

Rfonte = 20Ω

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MODELAGEM DE FONTES DE TENSÃO

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 2

 Analisar circuitos elétricos por meio do teorema de Norton.

TEOREMA DE NORTON
TEOREMA DE NORTON

O teorema de Norton, tal como o teorema de Thévenin, é uma ferramenta muito usada na análise de circuitos
complexos, pois sua aplicação permite a redução dos circuitos em outros mais simples, sem que haja perda de
informações, facilitando seu estudo. Para a aplicação desse teorema, assim como citado no módulo 1, o circuito
deve obedecer às características da linearidade, ou seja, ele opera de acordo com as relações de causa e
efeito.

Destaca-se novamente o seguinte aspecto:

Potência (representada por P) é não linear, o que pode ser observado nas Equações 9 e 10:

2
p = Ri

(9)
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2
v
p =
R

(10)

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Por observação, é possível notar que as expressões são quadráticas. Assim, o teorema de Norton, bem como o
de Thévenin, não se aplica.

DEFINIÇÃO DO TEOREMA DE NORTON


O teorema de Norton é muito semelhante ao de Thévenin, tendo sido proposto em 1926. O teorema diz que um
circuito linear pode ser substituído por outro, representado por um resistor em paralelo a uma fonte de corrente,
como mostra as imagens a seguir.

 Imagem 17 - Circuito linear.


 Imagem 18 - Equivalente de Norton.

O TEOREMA DE NORTON AFIRMA QUE UM CIRCUITO LINEAR


DE DOIS TERMINAIS PODE SER SUBSTITUÍDO POR UM
CIRCUITO EQUIVALENTE FORMADO POR UMA FONTE DE
CORRENTE IN EM PARALELO COM UM RESISTOR RN, EM QUE
IN É A CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO ATRAVÉS DOS
TERMINAIS E RN É A RESISTÊNCIA DE ENTRADA OU
EQUIVALENTE NOS TERMINAIS QUANDO AS FONTES
INDEPENDENTES FOREM DESLIGADAS.

(ALEXANDER; SADIKU, 2013, p. 125)

Para que a representação do circuito equivalente seja feita, é necessário, portanto, o cálculo das variáveis de
Norton, como veremos a seguir.

CÁLCULO DA CORRENTE DE NORTON (IN )


Diferentemente do que é feito no equivalente de Thévenin, deseja-se agora calcular a corrente que circula pelo
circuito equivalente, ou seja, IN . Nesse caso, determina-se a corrente que circula pelos terminais a-b quando
estes se encontram em curto-circuito, o que pode ser observado na Imagem 19.
 Imagem 19 - Cálculo da corrente de curto-circuito.

A corrente de curto-circuito, definida por Isc (short-circuit ), refere-se à corrente de equivalente de Norton,
podendo ser modelada pela seguinte igualdade:

IN = corrente de curto − circuito

(11)

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CÁLCULO DA RESISTÊNCIA DE NORTON (RN )

Para o cálculo da resistência de Norton, considera-se inicialmente o circuito original. Em seguida, todas as
fontes dependentes devem ser desligadas, bem como a carga no terminal em análise. Feito isso, calcula-se a
resistência equivalente. Existem, contudo, dois casos a serem considerados.

CASO 1
O circuito possuir apenas fontes independentes, como abordado até o momento.

CASO 2
O circuito apresentar fontes dependentes. Nesta última situação, deve-se, portanto, manter a fonte dependente
ativa, desativando as independentes, e, a partir disso, aplicar uma fonte de corrente ou de tensão para calcular
a resistência equivalente.

Nota-se, dessa forma, que a resistência equivalente de Norton é a mesma que aquela calculada no equivalente
de Thévenin, sendo assim:
RN = Rth

(12)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Para o desligamento das fontes independentes, é importante ressaltar os seguintes pontos:

As fontes de corrente são substituídas por um terminal aberto.

As fontes de tensão são substituídas por um curto-circuito.


RELAÇÃO ENTRE OS TEOREMAS DE THÉVENIN E
DE NORTON
Por meio do método da transformação de fontes, é possível simplificar diversos circuitos. A aplicação desse
método, todavia, parte das seguintes considerações:

Seja um dado circuito em análise, no qual é possível identificar uma fonte e um resistor. É possível transformar
uma fonte de corrente (I) em paralelo com o resistor(R) em uma fonte de tensão (V) disposta em série com o
resistor(R).

A recíproca dessa transformação é válida. Isto é, pode-se transformar uma fonte de tensão em série com um
resistor em uma fonte de corrente em paralelo com o resistor.
A imagem 20 representa a transformação de fontes descrita nos tópicos anteriores. Há uma relação entre os
teoremas de Norton e Thévenin, que pode ser descrita pela transformação de fontes, podendo esta ser
modelada matematicamente aplicando a seguinte relação mostrada na Equação 13:

VT h
IN =
RT h

(13)

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 Imagem 20 - Transformação de fontes.

Por observação da Equação 13, pode-se destacar que, para encontrar o equivalente de Thévenin e de Norton, é
necessário:

Encontrar a tensão de circuito aberto nos terminais em análise (ou seja, VT h ).

Encontrar a corrente de curto-circuito nos terminais em análise (ou seja, IN ).

Encontrar a resistência vista dos terminais em análise ao desativar as fontes independentes (Rth = RN ),
ressaltando que o trabalho aplicado para fontes independentes requer uma fonte de teste inserida no
circuito.

Utilizando dois dos três tópicos citados, é possível encontrar o terceiro por meio da relação de transformação.
Dessa forma, utiliza-se sempre o mais acessível e que permita a simplificação dos cálculos.

EXEMPLO DE APLICAÇÃO DO TEOREMA DE NORTON

Para melhor entendimento dos conceitos apresentados neste módulo, toma-se como exemplo o circuito da
Imagem 21, apresentado por Alexander e Sadiku (2013). Será nosso ponto de partida para fazer aplicações dos
teoremas descritos.

 Imagem 21 - Circuito exemplo.

O circuito proposto é constituído por quatro resistores e duas fontes independentes, sendo uma de tensão e
uma de corrente. Deseja-se encontrar o equivalente de Norton visto dos terminais a-b do circuito.

O primeiro passo é encontrar a resistência de Norton, tal como feito no teorema de Thévenin. Para isso, todas
as fontes independentes devem ser desativadas. Neste caso:

A fonte de tensão é curto-circuitada.


A fonte de corrente é substituída por um circuito aberto.

Partindo disso, calcula-se a resistência equivalente. Sendo:

Req1 = 8 + 4 + 8 = 20Ω

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Esse cálculo se refere aos elementos em série, que estão em paralelo com o resistor de 5Ω, assim:

20⋅5
RN = = 4Ω
25

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O segundo passo é encontrar a corrente de Norton. Como já citado, esta consiste na corrente de curto-circuito
que circula pelos terminais a-b. Ao aplicar o curto, o resistor de 5Ω é eliminado da análise. Para solucionar o
restante do circuito, podem ser aplicadas técnicas como a análise nodal ou de malhas. Como exemplo, aplica-
se, neste caso, a análise de malhas, podendo ser identificadas duas malhas no circuito proposto, como mostra
a Imagem 22. A escolha do método é opcional, contudo, nesta situação a análise de malhas é facilitada pela
presença da fonte de correntes na malha 1.
 Imagem 22 - Circuito exemplo.

Assim, ao aplicar a análise de malhas, têm-se as seguintes equações lineares:

i1 = 2A

20i2 − 4i1 − 12 = 0

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Partindo desse sistema de equações, tem-se:

i2 = 1A

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Analisando o circuito da imagem anterior, nota-se que a corrente i2 é a corrente que circula pelo terminal em
curto, logo:

i2 = iN

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EXEMPLO DE TRANSFORMAÇÃO ENTRE OS TEOREMAS


A fim de exemplificar a relação entre os teoremas, considera-se o mesmo circuito da Imagem 21, contudo,
deseja-se agora solucioná-lo por meio do equivalente de Thévenin e, então, encontrar a corrente de Norton
utilizando a transformação de fontes.

O primeiro passo é encontrar a resistência de Thévenin, que é a mesma de Norton. Para isso, todas as fontes
independentes devem ser desativadas. Neste caso:

A fonte de tensão é curto-circuitada.

A fonte de corrente é substituída por um circuito aberto.

Partindo disso, calcula-se a resistência equivalente. Sendo:


Req 1 = 8 + 4 + 8 = 20Ω

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Que se refere aos elementos em série, que estão em paralelo com o resistor de 5Ω, assim:

20x5
RN = = 4Ω
25

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

O segundo passo é encontrar a tensão de Thévenin vista dos terminais a-b, como mostra a Imagem 23. Para
solucionar esse circuito, pode ser aplicada qualquer técnica. Aqui, será utilizada a análise de malhas, uma vez
que a corrente da malha 1 pode ser facilmente obtida pela fonte de corrente.

 Imagem 23 - Circuito exemplo.

Assim, têm-se as seguintes equações de malhas:

i3 = 2A

25i4 − 4i3 − 12 = 0

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Resolvendo esse sistema de equações, tem-se:

i4 = 0,8A
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A tensão de Thévenin é, portanto, aquela sobre o resistor de 5Ω, assim:

Vth = 5 ⋅ i4

Vth = 5 ⋅ 0,8 = 4V

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Para encontrar a corrente de Norton, partindo do circuito de Thévenin, aplica-se a transformação de fontes:

Vth
iN =
Rth

4
iN = = 1A
4

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A resistência do circuito de Norton é a mesma do circuito de Thévenin, como já dito.

MÃO NA MASSA

TEORIA NA PRÁTICA
Para o circuito apresentado abaixo, pede-se o equivalente de Norton visto dos terminais a-b:
 Imagem 32 - Circuito complementar ao exercício.

RESOLUÇÃO

CÁLCULO DO EQUIVALENTE DE NORTON


Para o cálculo da resistência equivalente de Norton, todas as fontes independentes devem ser
desconectadas. Neste caso:

A fonte de corrente é substituída por um circuito aberto.

A fonte de tensão é substituída por um curto-circuito.

Partindo disso, calcula-se a resistência equivalente. Sendo:

Associação em série dos dois resistores de 2Ω e o resultante em paralelo com 4Ω:

Req = 2 + 2 = 4Ω

4⋅4
RN =
4+4

RN = 2Ω

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Para o cálculo da corrente, é necessário curto-circuitar os terminais a-b e, dessa forma, o resistor de 4Ω é
desconsiderado, como mostra a imagem 33.

 Imagem 33 - Cálculo da corrente de Norton.

Aplicando a análise de malhas para resolver o restante do problema, tem-se:


2i1 = 10

i2 − i1 = 5

iN = 10

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

VERIFICANDO O APRENDIZADO

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo, foram abordados conceitos importantes para o estudo dos circuitos elétricos. No módulo 1,
foram apresentadas as definições referentes ao teorema de Thévenin, permitindo aplicar essa forma de
simplificação em circuitos de corrente contínua.

No módulo 2, foram destacadas as características do equivalente de Norton, uma forma alternativa e


complementar de simplificar e analisar circuitos elétricos, bem como a relação existente entre os teoremas do
módulo 1 e 2, comprovada pela transformação de fontes. Dito isso, é possível correlacionar os tópicos, sendo
necessário o bom entendimento de cada um deles para melhor absorção de outros conteúdos da área.

 PODCAST
Agora, a especialista Isabela Oliveira Guimaraes fará um resumo sobre o conteúdo abordado.

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de circuitos elétricos. 5. ed. Porto Alegre: McGraw-Hill,
2013.

BOYLESTAD, R. L. Introdução à análise de circuitos. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1998.

CRUZ, E. C. A. Eletricidade aplicada em corrente contínua: teoria e exercícios. 2. ed. São Paulo: Érica, 2011.

EDMINISTER, J. A. Circuitos elétricos: reedição da edição clássica. 2. ed. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 1991.

GUSSOW, M. Eletricidade básica. São Paulo: Makron Books, 1985.

JOHNSON, D. E.; HILBURN, J. L.; JOHNSON, J. R. Fundamentos de Análise de Circuitos Elétricos. 4. ed.
São Paulo: PHB, 1990.

MARKUS, O. Circuitos elétricos: corrente contínua e corrente alternada. São Paulo, SP: Érica, 2001.

SENAI-SP. Educação continuada- circuitos em corrente alternada. São Paulo: SENAI-SP, 2002.

CONTEUDISTA
Isabela Oliveira Guimarães

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