Você está na página 1de 11

www.cers.com.

br 1
Cristiano Sobral
www.cristianosobral.com.br
www.seufuturo.com
Direito Civil Sistematizado 9 edição Ed. Juspodivm

Pesquise peculiaridades locais


 Qual o cenário de oferta de mão de obra e matéria prima em sua cidade?
 Quais as principais construtoras?
 Existem muitos empreendimentos lançados sem conclusão das obras?
 Existe efetiva fiscalização dos órgãos Municipais de controle e do (...)
Ministério Público?
 Existe alguma questão ambiental relevante?

Recebendo o cliente
 Necessidade de buscar informações:
 Quando celebrou o contrato?
 Qual objetivo da aquisição?
 cliente tem casa própria?
 Que outras despesas foram efetivadas por conta da aquisição do imóvel?
 Qual a postura da construtora durante a vigência do contrato?
 Diante da atual situação, o que o cliente pretende (rever o contrato ou resolvê-lo?)
 Já ocorreu alguma tentativa de negociação extrajudicial do contrato?
 Verificação da documentação e solicitação de documentação complementar
 Contratação dos serviços (contrato de honorários e procuração)
 Análise das possibilidades do caso.
 Quais os fundamentos jurídicos da pretensão do seu cliente?
 Quais os principais argumentos contrários a sua tese ?
 A situação fática permite formulação de pedido de antecipação dos efeitos da tutela?
 Qual o entendimento jurisprudencial?

Danos morais em atraso de entrega de imóvel só ocorrem em situações excepcionais

Os ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheram parcialmente o recurso de uma
construtora condenada a indenizar um casal por danos morais decorrentes do atraso na entrega de imóvel.

Para a ministra relatora do recurso, Nancy Andrighi, a condenação por danos morais em virtude de atraso na entrega
de imóvel ocorre apenas em situações excepcionais, comprovadas pelos compradores.

A magistrada destacou que, no caso analisado, não houve comprovação, o que impede a manutenção da con-
denação por danos morais imposta pelo tribunal de origem, no valor de R$ 20 mil.

De acordo com a ministra, a jurisprudência do STJ evoluiu para não aceitar condenações “automáticas” por danos
morais. Ou seja, além da configuração dos pressupostos de responsabilidade civil – ação, dano e nexo de causali-
dade –, é preciso demonstrar grave ofensa a direitos de personalidade.

Na visão da ministra, acompanhada por unanimidade pela Terceira Turma, diversas situações vividas são apenas
contratempos que não caracterizam abalo psíquico significativo capaz de embasar uma condenação por danos
morais.

“Dissabores, desconfortos e frustrações de expectativa fazem parte da vida moderna, em sociedades cada vez mais
complexas e multifacetadas, com renovadas ansiedades e desejos, e por isso não se pode aceitar que qualquer
estímulo que afete negativamente a vida ordinária configure dano moral”, explicou Nancy Andrighi.

www.cers.com.br 2
Danos materiais

Quanto à condenação da construtora a pagar 0,5% do valor do imóvel, por mês, a título de lucros cessantes, o
acórdão foi mantido. A ministra lembrou que, ao contrário do que defendeu a empresa, essa situação não necessita
de outras provas, bastando a comprovação do atraso na entrega da unidade.

Os ministros consideraram que o descumprimento contratual se resolve, em regra, pela obrigação de indenizar os
danos patrimoniais decorrentes, e somente em casos excepcionais tal inadimplência configura danos morais
passíveis de compensação.

REsp 1641037

ELABORANDO A PETIÇÃO INICIAL


Quais os itens obrigatórios?
Art. 319. A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida:

II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a exis- tência de união estável, a profissão, o número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido com as suas especifi-
cações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. § 1o Caso não disponha
das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, reque- rer ao juiz diligências necessárias a
sua obtenção. § 2o A petição inicial não será indeferida se, a des- peito da falta de informações a que se refere o
inciso II, for possível a citação do réu. § 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto
no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso
à justiça.

Valor da causa: Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: I - na ação de
cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penali-
dades, se houver, até a data de propositura da ação; II - na ação que tiver por objeto a existência, a vali- dade, o
cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte
controvertida; V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; VI - na ação em
que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles;

Quais as provas que necessitam ser apresentadas?

• Prova documental
• Prova pericial
• Depoimento pessoal das partes
• Prova Testemunhal

www.cers.com.br 3
• FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA DA EXTINÇÃO DO CONTRATO

DISCIPLINA DO CC/02:

RESOLUÇÃO
 Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial.

 Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir- lhe o
cumprimento, cabendo, em qualquer dos ca- sos, indenização por perdas e danos.

DISCIPLINA DO CC/02:
 Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.

 Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante
denúncia notificada à outra parte.
 Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consid-
eráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com
a natureza e o vulto dos in- vestimentos.

ABUSIVIDADE DE CLÁUSULA DE DISTRATO

É abusiva a cláusula de distrato - fixada no contexto de compra e venda imobiliária mediante pagamento em
prestações - que estabeleça a possibi- lidade de a construtora vendedora promover a re- tenção integral ou a devo-
lução ínfima do valor das parcelas adimplidas pelo consumidor distratante. Isso porque os arts. 53 e 51, IV, do CDC
coíbem cláusula de decaimento que determine a retenção de valor integral ou substancial das prestações pa- gas,
por consubstanciar vantagem exagerada do incorporador. Nesse contexto, o art. 53 dispõe que, nos "contratos de
compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias
em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas

www.cers.com.br 4
em benefício do credor que, em razão do ina- dimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto
alienado".

O inciso IV do art. 51, por sua vez, estabelece que são nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais
relativas ao fornecimento de produtos e serviços que estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que
coloquem o consumidor em desvantagem exagerada ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade.
Além
disso, o fato de o distrato pressupor um con- trato anterior não implica desfiguração da sua natu- reza contratual.
Isso porque, conforme o disposto no art. art. 472 do CC, "o distrato faz-se pela mesma forma exigida para o con-
trato", o que implica afirmar que o distrato nada mais é que um novo contrato, distinto ao contrato primitivo. Dessa
forma, como em qualquer outro contrato, um instrumento de distrato poderá, eventualmente, ser eivado de vícios,
os quais, por sua vez, serão passíveis de revisão em juízo, sobretudo no campo das relações consumeristas. Em
outras palavras, as disposições estabelecidas em um instrumento de distrato são, como quaisquer outras dis-
posições contratuais, passíveis de anulação por abusivida- de. REsp 1.132.943-PE, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 27/8/2013.

RETENÇÃO DE PARTE DO VALOR DAS PRESTAÇÕES NA HIPÓTESE DE DISTRATO.


“Súmula nº 543 do STJ - Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel sub-
metido ao Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo promitente
comprador – integralmente, em caso de culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso
tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento”. (Grifei).
A súmula consolida aquilo que a jurisprudência do STJ já vinha decidindo, trazendo importante discussão acerca
da impossibilidade de retenção de valores por parte das construtoras ou incorporadoras, na hipótese de rescisão
contratual por sua culpa exclusiva (atraso na entrega da obra, por exemplo).
Por sua vez, a súmula deixa em aberto o percentual a ser restituído em caso de desistência do comprador, ao
estipular que: “...ou parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento”.
Respeitando àqueles que pensam de forma diversa, entendemos que quando a desistência ocorre em razão de
culpa do comprador (impossibilidade de continuar com o pagamento, por exemplo), a construtora tem o direito de
reter apenas e tão somente 10% (dez por cento) dos valores efetivamente pagos, uma vez que o imóvel poderá ser
comercializado novamente.

Aliás, diferente não é a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:

“CIVIL. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. RESCISÃO. DEVOLUÇÃO DE PARCELAS PAGAS. PROPOR-


CIONALIDADE. CC, ART. 924. I - A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça está hoje pacificada no sentido
de que, em caso de extinção de contrato de promessa de compra e venda, inclusive por inadimplência justificada
do devedor, o contrato pode prever a perda de parte das prestações pagas, a título de indenização da promitente
vendedora com as despesas decorrentes do próprio negócio, tendo sido estipulado, para a maioria dos casos,
o quantitativo de 10% (dez por cento) das prestações pagas como sendo o percentual adequado para esse
fim. II - E tranquilo, também, o entendimento no sentido de que, se o contrato estipula quantia maior, cabe ao juiz,
no uso do permissivo do art. 924 do Código Civil, fazer a necessária adequação”. (STJ; AgRg no REsp nº
244.625/SP; Relator Ministro Antônio de Pádua Ribeiro; Julgado em 9/9/01; Grifei).

QUAL A LEI APLICÁVEL?


• Relação de consume • Existência de cadeia de fornecedores que res- pondem solidariamente • Diálogo das fontes
(aplicação subsidiária do CC/02).

RELAÇÃO DE CONSUMO
Relação assimétrica entre particulares: • Contratos de adesão • Vulnerabilidade econômica, técnica ou informa-
cional.
Art. 6o - São direitos básicos do consumidor: III - a informação adequada e clara sobre os diferen- tes produtos e
serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, quali dade e preço, bem como
sobre os riscos que apre- sentem; VI – a efetiva prevenção e reparação de danos pa- trimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos; VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclu- sive com a inversão do ônus da prova, a
seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficien- te,
segundo as regras ordinárias de experiências; “Serão inválidas as disposições que ponham em desequilíbrio a
equivalência entre as partes. Se o contrato situa o consumidor em situação inferior, com nítidas desvantagens, tal
contrato poderá ter a sua validade judicialmente questionada, ou, em sendo possível, ter apenas a cláusula que fere

www.cers.com.br 5
o equilíbrio afastada”.
(Felipe Peixoto Braga Netto, in Manual de Direito do Consumidor, Salvador: Edições Juspodivm, 2009).

Responsabilidade OBJETIVA do Fornecedor


Art. 14 - O fornecedor de serviços responde, inde- pendentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficien-
tes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Risco da atividade
“O fundamento do dever de indenizar, aqui, é o risco da atividade: por isso a responsabilidade obje- tiva se aplica a
todas as hipóteses decorrentes de danos experimentados pelo consumidor em decorrência de relação jurídica de
consumo (CDC 6.o VI E 8o).”
(Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery, da obra Código Civil Comentado e Legislação Ex- travagante,
Revista dos Tribunais, 2005).
var cabalmente que o terceiro foi a causa exclusiva do evento, tendo também o indigitado réu concorrido com culpa,
não elide o dever de indenizar. Re- corde-se de que o art. 942 (antigo, art. 1.518) estabelece a responsabilidade
solidária para todos os causadores do dano”. (VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 2003, p.
47/48)

Excludentes na jurisprudência
“...mera dificuldade detectada no setor da construção civil não leva a configurar caso fortuito ou força maior como
hipóteses excludentes, de modo a de- sobrigar a construtora-incorporadora da responsabi- lidade contratual pelo
atraso verificado, consoante o prazo pactuado para a efetiva entrega da coisa ven- dida. (...)” (TJDFT – APC
45105/97 – 5a T.Cív. – Rel. Des. Dácio Vieira – J. 01.12.1997).

DANOS PASSÍVEIS DE RESSARCIMENTO Posição do STJ (RESP 955.134)


DIREITO DO CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE PROMESSA DE
COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. RESCISÃO POR CULPA DA CONSTRUTORA (VENDEDOR). DEFEITOS DE
CONSTRUÇÃO. ARBITRAMENTO DE ALUGUÉIS EM RAZÃO DO USO DO IMÓVEL.
POSSIBILIDADE. PAGAMENTO, A TÍTULO DE SUCUMBÊNCIA, DE LAUDO CONFECCIONADO EXTRAJUDI-
CIALMENTE PELA PARTE VENCE- DORA. DESCABIMENTO. EXEGESE DOS ARTS. 19 E 20 DO CPC. IN-
VERSÃO DE CLÁUSULA CONTRATUAL QUE PREVIA MULTA EXCLUSI- VAMENTE EM BENEFÍCIO DO FOR-
NECEDOR, PARA A HIPÓTESE DE MORA OU INADIMPLE- MENTO DO CONSUMIDOR.
POSSIBILIDADE.1. Apesar de a rescisão contratual ter ocorrido por culpa da construtora (fornecedor), é devido o
pagamento de aluguéis, pelo adquirente (consumidor), em razão do tempo em que este ocupou o imóvel. O pa-
gamento da verba consubstancia simples retribuição pelo usufruto do imóvel durante determinado interregno tem-
poral, rubrica que não se relaciona diretamente com danos decorrentes do rompimento da avença, mas com a
utilização de bem alheio. Daí por que se mostra desimportante indagar quem deu causa à rescisão do contrato, se
o suporte jurídico da condenação é a vedação do enriquecimento sem causa. Precedentes. 2. Seja por princípios
gerais do direito, seja pela principiologia adotada no Código de Defesa do Consumidor, seja, ainda, por comezinho
imperativo de equidade, mostra-se abusiva a prática de se estipular penalidade exclusivamente ao consumidor, para
a hipótese de mora ou inadimplemento contra- Excludentes do dever de indenizar e o risco do empreendimento
Força Maior Caso Fortuito Fato de Terceiro
Fato de terceiro na doutrina
“...O fato de terceiro somente exclui a indenização quando realmente se constituir em causa estranha à conduta,
que elimina o nexo causal. Cabe o agente defender-se, provando que o fato era inevitável e imprevisível (...) O fato
de terceiro deve equivaler à força maior.

OUTRAS DECISÕES
Cláusula que não prevê penalização de construtora por atraso na entrega de imóvel é abusive • Os Juízes de Direito
integrantes da 3a Turma Recursal Cível consideraram abusiva cláusula contratual de venda de imóvel que prevê
tolerância de até 180 dias em caso de atraso na obra, com a condenação de construtora ao pagamento de multa,
além do reconhecimento de danos morais pela de mora na entrega da casa própria.
• TJRS - Recurso no 71003826450v Em seu voto, o Juiz de Direito Carlos Eduardo Ri-chinitti, relator do processo,
explicou: • "A chamada cláusula de tolerância tem sido imposta e aceita como algo absolutamente normal, quando
não é. Infringe mais de um dispositivo do Código do Consumidor (CDC), que demonstram a abusividade na extensão
do prazo de entrega sem qualquer penalização". • Observou que a desvinculação de qualquer penalização não é

www.cers.com.br 6
estendida ao consumidor- contratante, que em caso de atraso de uma presta- ção, que seja apenas por um dia, já
sofre cobrança de juro e multa.
• Sobre os danos morais, o magistrado afirmou: "Não há como se desconhecer
todos os transtornos e frustrações daquele que adquire a tão sonhada casa própria e se vê no pesadelo da incerteza
da entrega. Há diversos casos de pessoas que tem que morar em hotéis ou prorrogar locações. Todo o planejamento
de vida resta frustrado e deve ser com- pensado".

Construtora é condenada a ressarcir por defeitos em prédio novo


• construtora RV LTDA a pagar a proprietário de apar- tamento novo em prédio da construtora a quantia de R$
21.501,44 por ressarcimento de gastos com problemas no imóvel.
• TJDFT - Processo no 2009.01.1.031202-7
• Segundo o autor, ele adquiriu em 2006 um apar- tamento em um prédio novo, pelo valor de R$ 829.600,00. Com
pouco tempo de uso o imóvel apresentou defeitos diversos no acabamento e na estrutura.

• Alegou também que o imóvel foi adquirido com três vagas de garagem, as quais apresentam espa- ço reduzido e,
por isso, não há como efetuar manobras, o que compromete a utilidade do bem. Acrescentou que as paredes do
apartamento também estão fora do esquadro, o que impossibilita a colocação de móveis em condições normais.
Relatou ainda falhas na instalação elétrica, o que gera queima constante de lâmpadas e soltura do miolo de toma-
das. A construtora, embora tenha efetuado reparo, utilizou materiais de baixa qualidade. Afirmou também que foi
atingido em sua honra, pois um empregado da empresa o chamou de "chato", além de ter que enfrentar uma mara-
tona para a solução de todos os defeitos do imóvel.

CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO C/C INDENI- ZAÇÃO POR
DANOS MORAIS. ATRASO NA EN- TREGA DE IMÓVEL. ABORRECIMENTO E DIS- SADOR. EXAME DAS PREM-
ISSAS FÁTICAS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. ENUNCIADO N. 7 DA SÚMULA DO STJ. NÃO INCIDÊNCIA.
1. O simples descumprimento contratual, por si, não é capaz de gerar danos morais, sendo necessá- ria a existência
de uma consequência fática capaz de acarretar dor e sofrimento indenizável pela sua gravidade.
2. A Corte local, para reformar a sentença e julgar procedente o pedido de indenização por danos mo- rais,
concluiu
que o atraso na entrega do imóvel, de aproximadamente 9 (nove) meses, por si, frustrou a expectativa do casal de
ter um lar, causando, con- sequentemente, transtornos por não ter domicílio próprio. Com efeito, o Tribunal de
origem apenas superestimou o desconforto, o aborrecimento e a frustração da autora, sem apontar, concretamente,
situação excepcional específica, desvinculada dos normais aborrecimentos do contratante que não recebe o imóvel
no prazo contratual.
3. A orientação adotada na decisão agravada não esbarra no óbice contido no enunciado n. 7 da Sú- mula do STJ,
tendo em vista que foram considera- das, apenas, as premissas fáticas descritas no acórdão recorrido.
4. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no REsp 1408540/MA, Rel. Ministro ANTO- NIO CARLOS FERREIRA,
QUARTA TURMA, julga- do em 12/02/2015, DJe 19/02/2015).

PETIÇÃO INICIAL (DICAS)

Dicas:
1. Pode ser chamada de exordial, peça inaugural, proscenial e vestibular.
2. Ela identifica a demanda, pois no seu corpo são apresentados os elementos identificadores da ação (partes,
causa de pedir e pedido. Análise do art. 301 §1º e 2º do CPC). Tal fato evita que haja a indevida repetição de
demandas (listispendência, coisa julgada e perempção).
3. Artigos importantes: 156, 161, 169, 171 ambos do CPC.
4. Procure fazer uma peça concisa e com linguagem clara.

Requisitos da petição inicial


Art. 282. A petição inicial indicará:
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; (endereçamento)
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; (qualificação)
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; (causa de pedir)
IV - o pedido, com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; (protesto/requerimento de pro-
vas)
VII - o requerimento para a citação do réu.

www.cers.com.br 7
OBS: No procedimento sumário a petição já deve trazer o rol de testemunhas. Art. 276 do CPC. Destaco que não
haverá mais sumário no Novo CPC.

CAPÍTULO II

DA PETIÇÃO INICIAL

Seção I
Dos Requisitos da Petição Inicial

Art. 319. A petição inicial indicará:


I - o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação

§ 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz
diligências necessárias a sua obtenção.
§ 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível
a citação do réu.
§ 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção
de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.

Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.

Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta
defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15
(quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.

ENDEREÇAMENTO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XXXXX VARA CIVIL DO FORO XXXX DA CO-
MARCA DA CAPITAL- RIO DE JANEIRO.
OBS: NA JUSTIÇA DEFERAL A NOMENCLATURA CORRETA É JUIZ FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA
XXX.

QUALIFICAÇÃO
CRISTIANO SOBRAL, advogado, casado, portador do RG xxxx e do CPF xxxx, como domicílio na Rua xxxxx, vem,
respeitosamente, por seu advogado abaixo assinado (procuração em anexo), nos termos do art. 282 do CPC, ajuizar
AÇÃO INDENIZATÓRIA pelo procedimento xxxxx em face de GEOVANE MORAES, brasileiro, advogado, solteiro,
portador da identidade xxxx e CPF xxxx, com domicilio na Rua xxxx, pelas razões que passa a expor:

CAUSA DE PEDIR
 Vamos nos valer aqui da 3ª pessoa. Exemplo: A autora na data xxxx.....

 Sempre analisar se existe lógica entre os fatos, os fundamentos jurídicos e o pedido.

 Preciso dar nome a demanda? Não. Escolher o processo e o procedimento. EX. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR
DANOS CAUSADOS EM ACIDENTE EM VIA TERRESTRE PELO PROCEDIMENTO SUMÁRIO (ART.275 II, D
CPC)

www.cers.com.br 8
PEDIDO

 A causa de pedir é o porque e o pedido é o para que.

 O pedido deve ser certo e determinado (condenação, declaração ou constituição- pedido imediato) e na sequên-
cia o pedido mediato (quantia, obrigação de fazer e etc...)

 È possível pedido genérico? Sim. Art. 286 do CPC. Porém sempre deve ser indicado o pedido imediato. Art.
324. O pedido deve ser determinado. § 1o É lícito, porém, formular pedido generic. I - nas ações universais, se o
autor não puder individuar os bens demandados; II - quando não for possível determinar, desde logo, as conse-
quências do ato ou do fato; II - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que
deva ser praticado pelo réu. § 2o O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção.

 Cumulação de pedidos? Sim é possível, mas deve ser observada a compatibilidade. Vide art. 292 CPC. Art.
327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não
haja conexão. § 1o São requisitos de admissibilidade da cumulação que: I - os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de pro-
cedimento. § 2o Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação
se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas
previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompat-
íveis com as disposições sobre o procedimento comum.
 § 3o O inciso I do § 1o não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326.

 Pedido alternativo? Posso sim fazer. Vide art. 288 CPC. A ou B. Art. 325. O pedido será alternativo quando,
pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. Parágrafo único. Quando,
pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um
ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo.

 Pedido sucessivo ou subsidiário? Sim também posso fazer. Vide art. 289 CPC. Pede- se A, se tal pedido não
puder ser atendido, pede-se B. Deve ser elaborado na hora, ou seja, não é admitido posteriormente. Art. 326. É
lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não
acolher o anterior. Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha
um deles.

 Valor da causa. Em certos casos se atribui um valor genérico para a causa como nos casos de investigação de
paternidade. R$ 1000 para fins de distribuição.

PROVAS

 Tem como objetivo formar o convencimento do magistrado. Veja o art. 333 do CPC. Atenção para art. 369 e ss
do NCPC.
 Requer provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em lei, documental, testemunhal, depoimento
pessoal, pericial e inspeção judicial.

OBS: É mais técnico mencionar qual prova você deseja produzir, mas em provas o modelo acima é o melhor.

www.cers.com.br 9
CITAÇÃO X INTIMAÇÃO

Citação ato pelo qual se chama a juízo o réu (art. 213 CPC). No NCPC: Art. 238. Citação é o ato pelo qual são
convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual.

Intimação ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo (art. 234 CPC). No NCPC: Art.
269. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo.

Sugestão de pedido (art. 322 e ss no NCPC):

Requer a citação do réu, por correio, para que, querendo apresente defesa no prazo legal.

NÃO ESQUECER!!!

 Requisitos do art. 282 CPC atual e 319 e ss do NCPC;


 Indicar o endereço do advogado;
 Juntar a procuração;
 Custas;
 Documentos essenciais
 Em certos casos requerer a tramitação especial

www.cers.com.br 10
www.cers.com.br 11

Você também pode gostar