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Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.

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Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)321-3562 / 344-2184/ 9101-6361.
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO
ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE LONDRINA-PR.

AUTOS: 2003.0000673-4

SELMA APARECIDA AGUIAR DANTAS, já devidamente


qualificada nos autos em epígrafe de AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR
DANOS MAORAIS, proposta contra BANCO ITAÚ S.A, por seu
advogado e bastante procurador vem com devido respeito e
acatamento a douta presença de Vossa Excelência apresentar a
presente I M P U G A Ç Ã O pelos fatos que passa expor e ao
seu final requerer:

I – DA CONTESTAÇÃO
 A Ré em sua contestação aduz em preliminar a
Ilegitimidade passiva do Réu, pois, não fora ele
quem inscreveu o nome da Autora perante o SERASA;
 Alega também que a Autora esta tentando
ganhar na loteria judicial como afirmam alguns
autores;
 Que o Réu não assumiu o compromisso de
excluir qualquer restrição cadastral em nome da
Autora;
 Que não figura como credor da execução
proposta contra Autora;
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 Que a Autora não teve atingida sua honra
caracterizada pela dignidade, decoro e auto-
estima, pelo fato de ter sido aberto conta
bancária em seu nome, com seus documentos;
 Que não há relato de prática de algum ato,
que causa-se danos materiais ou mesmo perturbação
a tranqüilidade;
 Impugna o valor excessivo do quantun
indenizatório pleiteado pela autora na hipótese de
ser o banco Réu condenado;
 Reitera que a Autora não demonstrou as
conseqüências de seu nome no protesto ou SERASA e
tão pouco a repercussão no meio social em que
vive.
 Por fim requer o acolhimento da preliminar
levantada, com a conseqüente extinção do feito,
requer ainda a improcedência da ação com a
condenação da Autora nas verbas de estilo.
II – P R E L I M I N A R M E N T E

II.I DA LEGITIMIDADE PASSIVA “ad causam”


Em que pese o esforço do nobre colega, as
alegações ora contestadas conforme restará demonstrado não
merecem prosperar, haja vista que todos os fatos narrados pela
Autora em sua peça inaugural foram totalmente carreadas nas
provas acostadas nos autos.

Destarte, ressalte-se que a presente demanda


merece ser julgada totalmente procedente uma vez demonstrado
que foi o Réu, o principal causador dos danos sofridos pela
Autora, vejamos;

O Réu ao alegar sua preliminar de Ilegitimidade


passiva admite sutilmente que a autora sofreu os danos morais,
aduzindo, para tanto, que:
“não foi o mesmo quem praticou o alegado ato de
constrangimento, transtorno e humilhação sofrido
pela Autora”

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Destarte, verifica-se que o Réu reconhece em sua
preliminar que a Autora sofreu os danos alegados, todavia,
invoca como tese defensiva o instituto da Ilegitimidade
Passiva o qual o isentaria da responsabilidade civil se
realmente não fosse ele o causador dos danos.

A alegação do Réu de não ter sido ele quem


inscreveu o nome da Autor no rol do maus pagadores, não
correspondem com a veracidade, pois, se verificarmos no doc.
de fls.20, logo veremos que o SERASA ao emitir o comunicado a
Autora, declarou expressamente que a instituição credora era o
Réu com praça em São Paulo, comunicado ainda que:

“Para informações adicionais, se necessário, V.As.


devera entrar em contato direto com a(s)
instituição(oes) CREDORAS(S), através da
filial/agência onde mantém ou manteve
relacionamento financeiro. Solucionada a situação,
a própria INSTITUIÇÃO CREDORA providenciará a
exclusão dessa(s) anotações na SERASA.”

Destarte, vislumbra-se que a preliminar invocada


cai por terra, uma vez que a Instituição Credora conforme
demonstra o doc. de fls.20 é o próprio Réu.

Com relação aos cheques de fls.32/38, temos que


são todos do Banco Réu que realizou a abertura de conta
corrente em nome da Autora a qual teve seus documentos
furtados.

Vale lembrar que a Autora em sua exordial, não


alegou que foi o Réu quem inscreveu o seu nome perante o
SERASA, mas alegou que fora ele o principal responsável pelos
danos causados, pois, se tivesse atendido em tempo hábil o
pedido feito pela Autora em fls.21 os danos não teriam
ocorrido.

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Assim, ao contrário de todo alegado pelo Réu,
torna-se imperativo sim afirmar, que o Réu é totalmente
responsável pelos atos praticados contra Autora, pois, foi ele
quem abriu a conta em nome da Autora com documentos furtados,
motivo este que levou o nome da Autora a ser escaldada no rol
dos maus pagadores.

Destaca-se que Autora tomou todas as precauções


para que não fosse prejudicada, tornando publico inclusive a
notícia do crime a qual fora vítima, sic fls.18/19.

Vale dizer que o Réu até poderia se isentar da


responsabilidade, se tivesse tomado as mediadas necessárias
que livrassem a Autora de tamanho gravame, agindo assim
conforme resposta enviada para autora em fls.22.

Outrossim, verifica-se que não foi isso que


ocorreu, pois, o Réu nada fez em prol da autora, mesmo
reconhecendo expressamente em fls.22 o erro praticado, deixou
de agir de forma que retificasse seu erro.

Alega o Réu que na abertura da conta foram


apresentados os documentos originais sendo impossível diante
da documentação reconhecer se o portador era ou não titular
dos documentos.

Com a devida vênia, é hilária a alegação do Réu,


pois, se tivessem sido tomadas as cautelas necessárias para
abertura da conta, ter-se-ia desde logo percebido que os
documentos não eram da pessoa que os portava, outrossim, se
foram apresentados os documentos necessários perceberia-se
pela cédula de identidade que a pessoa portadora de referidos
documentos não era a Autora.

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Ademais, verifica-se que o Réu não junta nos autos
os documentos apresentados para abertura da conta, alega
apenas que no ato da abertura foram apresentados os documentos
originais, porém não junta qualquer cópia dos documentos
utilizados.

Ora, é cediço que para abertura de conta é


necessário a apresentação de vários documentos, e se o Réu
realmente tivesse atendido todos requisitos necessários teria
verificado que a pessoa portadora de tais documentos não se
tratava da pessoa da Autora.

Conforme entendimento do Diploma Processual


Civil, deveria o Réu ter juntado a cópias dos docs. utilizados
para abertura da conta, o que não fez, assim como é cediço,
compete ao Réu na contestação alegar toda matéria de defesa
incumbindo também o ônus da prova nos casos previstos no
artigo 333, inciso II do Código de Processo Civil.

Demonstrado que o Réu não comprovou nem demonstrou


os fatos argüidos, ampara-se a Autora no artigo 6º, inciso
VIII do Código de Defesa do Consumidor que lhe garante a
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA na facilitação da defesa de sus
direitos, haja vista que matéria discutida versar sobre
relação de consumo.

Pelo exposto, requer a Autora a este Egrégio Juízo


que julgue totalmente improcedente a preliminar levantada,
haja vista que se não fosse o erro praticado pelo Réu na
Abertura de Conta com Documentos Furtados, nada disto teria
ocorrido.

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II – DO MÉRITO
Equivoca-se o Réu em sua alegação ofensiva de que
a Autora busca um ganho pela loteria judicial.

Excelência, em que pese o pouco caso que Réu


tratou e ainda trata a Autora, é necessário dizer que a busca
da tutela jurisdicional somente existe em virtude de uma
ofensa a honra e moral da Autora, ofensa esta que tornou
publico e notório que é a Autora Má Pagadora.

O fato de ser levado a protesto ou cadastrado de


forma indevida o nome de qualquer pessoa no banco de dados do
SERASA e SCPC, já suficiente para caracterizar o dano moral,
não sendo necessário prova do dano, portanto, não se trata-se
de uma aventura judicial como insinuado pelo Réu, mas sim da
busca de uma reparação a ofensa causada por quem tinha o dever
de agir com a responsabilidade preventiva.

E necessário também dizer, que se o nome da Autora


encontra-se manchado, tal fato é decorrente da negligência do
Réu, portanto, verifica-se que se não fosse a abertura da
conta a Autora não teria estes problemas.

Ademais, se o Réu quisesse ter agido em benefício


da Autora, teria no mínimo comunicado aos órgãos do SERSA e
Cartórios de Protestos, que as informações constates em seus
respectivos banco de dados eram indevidas, pois a abertura da
conta cujos títulos foram protestados teriam sido feitas com
documentos furtados.

Vislumbra-se que pelo mesnoscabo em que o Réu


tratou a Autora os fatos ocorridos contra ela foram
prejudiciais a sua honra, moral e dignidade.

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Alega a Ré Excelência não ter relação de


causalidade com fato, é hilariante tal afirmação, pois, quem
provocou a situação foi a Ré, quem negativou o nome da Autora
foi a Ré, quem tirou a paz e a tranqüilidade da autora foi a
Ré, quem expôs a autora em situação vexaminosa perante
terceiros foi a Ré, e agora com intuito de escusar-se da
responsabilidade indenizatória, vem alegar que não houve nexo
de causalidade com o fato, e pior, se não bastasse alega que
há ausência de previsão legal, ora isso é realmente
HILARIANTE.

Outrossim, contemplando o direito à reparação do


dano moral, a Autora se amparou no artigo 5º, incisos V e X da
Constituição da Federal de 1988, bem como no art. 159 do
Código Civil, e ainda na Lei 8.078/90 e demais leis especiais
aplicáveis ao caso, que garantem o ressarcimento pelos abalos
causados a esfera moral de qualquer pessoa:

Assim prevê o artigo "Art. 5º (...).

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V – “É assegurado o direito de resposta,


proporcional ao agravo, além da indenização por dano material,
moral ou à imagem."

X – “São invioláveis a intimidade, a vida privada,


a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação."

O Diploma Civil assim dispõe:

"Art. 159 – Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência, ou imprudência, violar
direito, ou causar prejuízo a outrem, fica
obrigado a reparar o dano."

A par desta concepção, a jurisprudência pretoriana


consagrou definitivamente a tese da reparabilidade do dano
moral, atendo-se justamente à interpretação sistemática dos
artigos 5º, incisos V e X da Carta Magna, e no artigo 159 do
Código Civil, no que se refere a esse último, “não se pretenda
que o termo prejuízo há de ser entendido como dizendo apenas
com dano material”, como bem remarcou o Ministro Eduardo
Ribeiro, demonstrando que o contrário resulta da própria lei, pois a Segunda
parte do art. 159 remete aos dispositivos que regulam a liquidação das obrigações e, entre
eles, alguns dizem indiscutivelmente com dano moral (Resp 4236 – RS), veja-se os arestos,
verbis:
"Indenização. Danos morais. Destruição de obra de
arte pertencente ao patrimônio publico. Ato
ilícito. Direito do autor. Indenização devida.
voto vencido. - São invioláveis a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito a indenização
pelo dano material ou moral conseqüente a sua
violação. - Não se paga a dor, tendo a prestação
pecuniária função meramente satisfatória - Assim

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como o detrimento de bens materiais ocasiona
prejuízo patrimonial, "a agressão aos bens
imateriais configura prejuízo moral". - Uma vez
incontroversa a existência do dano e admitida a
sua responsabilidade, decorre dai ser o mesmo
indenizável, não pelo simples decurso do tempo ou
pelo desgaste natural, mas justamente pela
comprovada destruição da obra de arte, que é a
projeção da personalidade do autor. Por maioria,
conhecer do recurso e dar-lhe provimento." (STJ,
Relator: MIN: Ministro HÉLIO MOSIMANN, Turma:02,
Recurso especial nº 0037374, Decisão : 28-09-1994,
DJ 24-10-94 PG:28737.) (Grifamos).
"Dano moral puro. Caracterização. Sobrevindo, em
razão de ato ilícito, perturbação nas relações
psíquicas, na tranqüilidade, nos entendimentos e
nos afetos de uma pessoa, configura-se o dano
moral, passível de indenização. recurso especial
conhecido e provido. Por unanimidade, conhecer do
recurso e dar-lhe provimento".(STJ, Relator: MIN:
Ministro BARROS MONTEIRO, Turma:04, Recurso
especial n.º 0008768, Decisão : 18-02-1992, DJ :
06-04-92 PG:04499) (Precedentes RESP - 4236-RS,
R.ESP n.º 57824-8 MG).

“A Constituição Federal de 1988 agasalhou nos


incs. V e X do art. 5.o os direitos subjetivos privados
relativos à integridade moral”.

“O dano moral é o efeito não patrimonial da lesão


de direito e não a própria lesão abstratamente
considerada dano moral é todo sofrimento humano
que não é causado por uma perda pecuniária. Nos
danos morais a esfera ética da pessoa é que é
ofendida; o dano não patrimonial é o que, só
atingindo o devedor como ser humano, não lhe
atinge o patrimônio. O ser humano tem uma esfera
de valores próprios que são postos em sua conduta
não apenas em relação ao Estado, mas também na
convivência com os semelhantes. Respeitam-se, por
isso mesmo, não apenas aqueles direitos que

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repercutem no seu patrimônio material, mas aqueles
direitos relativos aos seus valores pessoais, que
repercutem nos seus sentimentos. Não é mais
possível ignorar esse cenário em uma sociedade que
se tornou invasora porque reduziu distâncias,
tornando-se pequena, e, por isso, poderosa na
promiscuidade que propicia. Daí ser desnecessária
enfatizar as ameaças à vida privada que nasceram
no curso da expansão e desenvolvimento dos meios
de comunicação de massa. Nenhum homem médio
poderia espancar os seus mais íntimos sentimentos
de medo e frustração, de indignação e revolta, de
dor e mágoa, diante da divulgação de seu nome
associado a uma doença incurável, desafiadora dos
progressos da ciência e que tantos desesperos têm
causado à humanidade. O art. 5.o, X, da CF
assegura ao ser humano o direito de obstar a
intromissão na sua vida privada. Não é lícito aos
meios de comunicação de massa tornar pública a
doença de quem quer que seja - ainda mais quando a
notícia é baseada apenas em boatos - pois tal
informação está na esfera ética da pessoa humana,
dizendo respeito à sua intimidade, à sua vida
privada. Só o próprio paciente pode autorizar a
divulgação de notícia sobre a sua saúde. A
reparação do dano moral deve adotar a técnica do
quantum fixo. Apelo provido". (TJ-RJ -- unân. da
1.a Câm. Civ., reg. em 13-01-92 -- AP 3059/91 --
Des. Menezes Direito -- Ney de Souza Pereira x
Bloch Editores S.A.)

Assim como as instituições financeiras, a Ré


defende-se pugnando pelo menor valor indenizatório possível,

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sob alegação de enriquecimento ilícito da autora, e pleiteia a
aplicação do Código Nacional de Telecomunicações ou pela
aplicação da Lei de Imprensa, na tentativa de incitar o Juízo
a estabelecer uma analogia como se tal fosse a preponderância
na jurisprudência atual, entretanto, tal fato não é realidade,
a melhor doutrina e a moderna jurisprudência afastam a
analogia e deixam ao livre arbítrio do juiz o estabelecimento
do quantum indenizatório devido, levando-se em conta as
condições pessoais do autor e da Instituição e com observância
da TEORIA DO DESESTÍMULO, ou seja, o valor não pode ser tal
que leve ao enriquecimento ilícito do ofendido, mas HÁ DE SER
SUFICIENTEMENTE ELEVADO PARA DESENCORAJAR NOVAS AGRESSÕES À
HONRA ALHEIA. Pode-se também observar, que este foi o
entendimento dos Desembargadores dos Egrégios Tribunais de
Justiça de nossos Estados; vejamos: voto vencedor da
Desembargadora do Tribunal do Tribunal de Justiça do Distrito
Federal, Dra. Fátima Nancy Andrighi, na Apelação Cível
nº47.303/98(Danos Morais – Eliomar de S. Nogueira versus
UNIBANCO).
Destarte, ao direito o que interessa é que o
relacionamento entre a sociedade e os entes que contracenam no
orbe jurídico se mantenham dentro de padrões normais de
equilíbrio e de respeito mútuo.

Assim em hipótese de lesionamento, cabe ao agente


suportar as conseqüências de sua atuação, desestimulando-se
com a atribuição de PESADAS INDENIZAÇÕES, atos ilícitos
tendentes a afetar os referidos aspectos da personalidade
Humana.

VI –
DAS NOTIFICAÇÕES

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Outro dado a ser analisado “in casu”, diz respeito
a falta de notificação de inclusão do nome da Autora no SCPC.

Comumente o que vem ocorrendo como no caso em


tela, é que o SCPC tem hoje a mesma finalidade do SERASA, qual
seja, atividade comercial a manutenção de consumidores de
vários serviços seja bancários, financeiros e outros a nível
nacional.

Assim, pode-se observar que das inúmeras


reclamações há coincidência num ponto: SCPC ou SERASA inclui
nomes na lista negra sem conferir se houve culpa do
correntista ou consumidor. O cadastramento é distribuído aos
SCPCs, bancos etc...
Em muitos casos como o da Autora, os dissabores
dos registros são inverídicos e extremamente perniciosos.

Face aos dissabores causados indevidamente, o


Ministério Público de São Paulo, ao deparar-se com os absurdos
perpetrados em nome de uma falsa segurança, pois os cadastros
são muitas vezes inverídicos, conseguiu assim através de AÇÃO
POPULAR movida contra o SERASA S/A, decisão judicial que
obriga a referida empresa antes de negativar, comunicar por
escrito a abertura do cadastro ao consumidor interessado. (2ª
Vara cível de São Paulo – Processo 2.472/96).

A referida decisãO fixou ainda, multa de


R$5.000,00 (cinco mil reais), para cada comunicação não
escrita não realizada, que reverterá ao FUNDO DE REPARAÇÃO DOS
DIREITOS DIFUSOS LESADOS.

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De tal forma, demonstra mais uma vez a Autora que
fora a negativação totalmente infundada, sendo lesionado
inclusive seu direito de resposta ao agravo cometido pela Ré.

Nesse sentido, o professor Fábio Ulhoa ao comentar


o artigo 42 da Lei 8078/90, acentua com veemência que:

“A sua inadimplência não pode ser tratada de


maneira vexatória ou coercitiva. E a Jurisprudência não esta
alheia a casos em que enxovalha-se o nome e destroe-se o
crédito”.

No mesmo sentido é V. Acórdão do Tribunal de


Alçada do Rio Grande do Sul, vejamos:

“Os efeitos de anotações perpetradas contra os


devedores (Bacen, SERASA, SCPC), são devastadoras,
trazendo prejuízos irrecuperáveis”.

VII –
DO RECONHECIMENTO DO ERRO

Destaca-se conforme doc em anexo, que a Ré


“assume” o erro da negativação, quando sem qualquer requisição
judicial ou mesmo requerimento extrajudicial retirou o nome da
Autora do SCPC, destarte, demonstra a Autora que seu nome fora
realmente negativado indevidamente, sem justo motivo de forma
cruel, grotesca, negligente e imprudente.

VIII -
DO VALOR DO PEDIDO

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Como dito alhures “a melhor doutrina e a moderna
jurisprudência afastam a analogia e deixam ao livre arbítrio
do juiz o estabelecimento do quantum indenizatório devido,
levando-se em conta às condições pessoais da autora e da Ré e,
com observância da TEORIA DO DESESTÍMULO, o valor não pode ser
tal que leve ao enriquecimento ilícito do ofendido, mas HÁ DE
SER “SUFICIENTEMENTE ELEVADO” PARA DESENCORAJAR NOVAS
AGRESSÕES À HONRA ALHEIA.

A autora assim em sua inicial requereu o pedido


conforme prevê a própria legislação, não querendo de tal forma
se locupletar ilegalmente e muito menos de obter um
enriquecimento ilícito.

Nesse sentido, a profusa e densa construção


pretoriana e doutrinária – especialmente com o advento da
norma expressamente consignada no artigo 5º, V e X, da
Constituição Federal, admitiu-se definitivamente a reparação
dos danos extrapatrimoniais.

Todavia encontramo-nos agora frente a um aspecto


de como avaliar e fixar quantativamente o preço da “DOR”

Assim, corroborando com todo exposto observa-se


meramente como método ilustrativo ou comparativo o critério
penal do dia multa, que evidencia que essa tradução identária
se fará com base na reparação pecuniária imponível nos crimes
contra a honra, com a seguinte equação:

2 x 360 dm x 5 sm = 3.600sm = R$64.800,00

a b c d E

Isto é:

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a – corresponde ao dobro da pena pecuniária
prevista no parágrafo único do artigo 1.547 do Código Civil;

b = o máximo de dias multa previsto no caput do


artigo 49 do Código Penal(360 dias multa);

c = a quantidade de salários mínimos devolvidos a


cada dia-multa, consoante a regra do artigo 49, parágrafo único
do Código Penal; e

d = o valor devido a título de indenização (artigo


1.547 do Código Civil);

E = o valor total a título indenizatório.

Nesse particular, como destacado por João Castilho


(in Dano à Pessoa e sua Indenização, 2ª Edição, São Paulo/SP,
Editora Revista dos Tribunais, 1994, p.150), “em vários de seus
artigos o Código de Civil, na busca de encontrar um elemento
para fixação do dano à pessoa não patrimonial, remete ao juiz à
legislação penal, quanto às multas que esta fixa”.

Esta postura, já adotada por Galeno Lacerda (in


revista dos Tribunais, São Paulo/SP, fascículo Civil, ano 85,
volume 728, junho de 1996, páginas 95/101) foi igualmente por
nós adotada em nossa obra (in Avaliação dos Danos Morais, Rio
de Janeiro/RJ, Editora Forense S/A, 1998), que estabelece um
parâmetro legislativo para fixação da pretium doloris.

Nesse sentido, se observarmos novamente a


disposição contida no artigo 49 do Código Penal Brasileiro, o
mesmo estabelece que a multa será de 365 dias-multa. E o valor
máximo do dias-multa, diz o parágrafo 1º do citado artigo, será
de cinco salários. Então, 5 X 360 = 1.800,00 salários mínimos.

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Por sua vez o artigo 60, parágrafo 1º do referido
Codex permite que a apontada multa seja aumentada até o seu
triplo, o que resulta: 1.800 X 3 = 5.400 salários mínimos.

E, ao remetermos essas disposições para o Código


Civil em seu artigo 1.547, parágrafo único, que prevê o dobro
da pena pecuniária, concluiremos que o teto atualmente
admissível pela orientação legislativa, para reparação dos
danos morais, poderia ascender à seguinte importância: 5.8400 X
2 = 10.800,00 salários mínimos, ou ainda 10.800,00 X 180,00 =
R$1.944,000,00.

É notório que esse valor indenizatório deverá ser


ajustado pelo douto magistrado, contudo, ressalte-se que a
importância da indenização vai além do caso concreto, posto que
a sentença tem alcance muito elevado, na medida em que
traz conseqüências ao direito e toda sociedade. Por isso, deve
haver a correspondente e necessária exacerbação do quantum
indenizatório, tendo em vista a gravidade da ofensa à honra da
autora, de tal sorte, os efeitos sancionadores da sentença só
produzirão seus efeitos e alcançarão sua finalidade se esse
quantum for suficientemente alto a ponto de apenar a Ré e
assim coibir que outros casos semelhantes aconteçam.

Sob esse prisma e, à guisa de ilustração, é


inequívoco que o desfazimento da promessa de noivado possui
uma dimensão diferente daquela da modelo que sofreu intensos
danos físicos que comprometeram sua estética, ou ainda da
hipótese dos pais que perderam filhos em acidente atribuídos a
responsabilidade de terceiro.

IV –
DA IMPUGNAÇÃO À ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

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Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)321-3562 / 344-2184/ 9101-6361.
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Impugnou a Ré, a assistência judiciária requerida


em favor de Autora, alegando mais uma vez sem qualquer prova e
pelo que parece, lhe é de praxe fazer, que a Autora não é
pessoa pobre e que não age de boa fé, sendo a presente ação
apenas uma aventura processual.

Inobstante o equívoco das alegações feitas pela


Ré, a mesma pelo que parece, não observou a simples e clara
leitura do artigo 4º da Lei 1.060/50, que assim dispõe:

Art. 4º “a parte gosará dos benefícios da


assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria
petição inicial, de que não esta em condições de pagar as
custas do processo e honorários de advogado, sem prejuízo
próprio ou de sua família”.

Para que a parte obtenha o benefício da


assistência judiciária, basta a simples afirmação da sua
pobreza, até prova em contrário. (RSTJ7/414; Nesse sentido:
STF-RT 755/182, STF-Bol. AASP2.071/697j, STJ-RF329/236, STJ-RF
344/322.

Tenho para comigo, que a Ré não chegou a ter


conhecimento dos documentos juntados pela autora, pois, em
fls. 15 fora juntado uma portaria expedida por um órgão
público que se baseia na Lei 7.115/83 que dispõe que: “a prova
de residência, pobreza, dependência econômica, homonímia e
bons antecedentes presumem-se verdadeira quando firmada pela
próprio interessado”.

Se não bastasse, parece que há um equivoco no


entendimento da Ré, pois no artigo por ela citado dispõe que:

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“A parte contrária poderá, em qualquer fase da lide, requerer
a revogação dos benefícios de assistência, desde que prove a
inexistência ou o desaparecimento dos requisitos essenciais à
sua concessão”.
Mais uma vez, não juntou a Ré provas que dêem
credibilidade a suas alegações.

De tal sorte, o §2º do artigo 4º dispõe que:

“a impugnação do direito à assistência judiciária


não suspende o curso do processo e será feita em autos
apartados”
Destarte, denota-se que a impugnação da
assistência judiciária, deve ser feita em autos apartados e
não no corpo da contestação, caindo assim por terra, todos os
requerimentos ora levantados pela Ré.

X –
DO PEDIDO

Pelo exposto e de tudo mais que dos autos consta,


não existindo motivos justos, razoáveis e criteriosos na
defesa da Ré, requer-se desde já a Vossa Excelência que seja
mantida a assistência judiciária gratuita (1) pela ausência de
provas nas alegações da Ré (2) por ser verídica a declaração
firmada pela própria Autora, e julgando posteriormente
TOTALMENTE PROCEDENTE a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS, no estado em que se encontra o feito.

Outrossim, em sendo outro o entendimento do douto


magistrado, requer-se seja designando dia e hora para
audiência de conciliação, com indicação precisa das provas que
deverão ser produzidas, mesmo estando a Autora garantida pela

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Inversão do Ônus da Prova, uma vez que trata-se de relação de
consumo.

Requer-se ainda, seja julgada TOTALMENTE


PROCEDENTE a presente ação, condenando a Ré ao seu final, no
pagamento do quantum indenizatório feito na exordial, bem
como, os honorários advocatícios na base de 20%(vinte) por
cento.

Nestes termos pede


E espera deferimento

Londrina, 02 de Dezembro de 2001.

MARCUS VINICIUS GINEZ DA SILVA


Advogado OAB-PR.30664

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