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AO  JUÍZO DA 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE XXXXXXXXX/GO

PROCESSO Nº xxxxxxxxxxx

FULANO DE TAL E OUTROS, já devidamente qualificada nos autos


da AÇÃO MONITÓRIA sob o número em epígrafe, que lhe move BANCO DO
BRASIL, também já qualificada nos autos, vem respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, por meio de sua procuradora signatária,
apresentar EMBARGOS À MONITÓRIA, com fulcro nos artigos 702 e
seguintes do Código de Processo Civil, com pedido de suspensão de todo e
qualquer mandado de pagamento, pelos fatos e fundamentos de direito exposta a
seguir:

DOS FATOS

O embargado propôs uma Ação Monitória em face do embargante, onde


aduz o requerente ter o requerido na qualidade de seu cliente, celebrado em
12/11/XXXX, Contrato de Abertura de Crédito BB Giro Flex nº XXX.909.743,
vencível em 07/11/XXXX, com a finalidade de abrir um crédito até o limite de
R$ XXX.000,00 (XX mil reais).
Por fim, aduz que a empresa ré cessou o pagamento do débito, ocorrendo
o vencimento da operação em razão da inadimplência (falta de pagamento do
saldo devedor e dos encargos existentes), estando o réu descumpridor com a
obrigação de pagar a quantia de R$ XXX (XXX centavos).

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Portanto, o embargante pagou algumas parcelas do contrato e a quantia


cobrada pelo embargado está exagerada, ao contrário do que menciona na inicial,
não existe uma planilha com a descrição detalhada da dívida, onde fica
demonstrada a abusividade dos juros cobrados.
Assim, o embargante não concorda com o valor mencionado na exordial.

PRELIMINARMENTE
I - DO DIREITO À SUSPENSÃO DE MANDADO DE PAGAMENTO

Com o advento do Código de Processo Civil de 2015, o legislador deixou


claro que o polo passivo da ação monitória que apresentar Embargos Monitórios,
terá direito à suspensão de eventuais mandados de pagamentos expedidos por
força do art. 701 do CPC, senão vejamos o permissivo legal que concede a
suspensão mencionada:
Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o
réu poderá opor, nos próprios autos, no prazo previsto no art. 701,
embargos à ação monitória.
[...] § 4o A oposição dos embargos suspende a eficácia da
decisão referida no caput do art. 701 até o julgamento em primeiro
grau.
Veja que a presente suspensão é totalmente necessária no caso em apreço,
eis que impugna-se a totalidade do valor cobrado, por manifesto excesso de
execução que será abordado em tópico apropriado.
Diante o exposto, requer seja suspenso todo e qualquer mandado de
pagamento em face do ora Embargante para a ora Embargada, com fulcro no art.
702, §4º do CPC, uma vez que opostos Embargos Monitórios.

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II - CARÊNCIA DE AÇÃO

Carência de ação, devido a iliquidez, incerteza e inexigibilidade do título


em que se baseia a presente ação, com todo respeito, mas não há como prosperar
a ação monitória a que estes embargos se referem, senão vejamos.
Necessário se faz que o título em que se baseia a ação monitória seja
certo, líquido e exigível.
Segundo entendimento do Ilustre Doutrinador Eduardo Talamini, em
"Ação Monitória", Editora Revista dos Tribunais, 1997, p. 80:
"A fundamentação da peça inicial e a prova
escrita envolverão, ainda, os fatos que permitam a
determinação da quantidade devida, quando se tratar de
dinheiro ou bem fungível. É que não há espaço para
nenhum processo liquidatório, quer entre a expedição do
mandado e sua comunicação ao réu, quer entre a fase
cognitiva e a executiva."
Ainda, em mesma obra, p. 248 a 250:
"AÇÃO MONITÓRIA - Prova escrita -
Ausência de documento hábil para o manejo da ação -
Inteligência do art. 1.102a do Código de Processo Civil -
Indeferimento da inicial - Sentença mantida.
Para o manejo da ação monitória - instituída pela
Lei 9.079/95- torna-se imprescindível a demonstração
da prova escrita, na qual conste a existência de dívida
certa, líquida e exigível, que, despida de força executiva,
pode ser perseguida pelo procedimento injuntivo. Logo,
não gozando a prova juntada da presunção de força
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executiva, inviável é a propositura da ação monitória,


devendo o autor, em casos tais, recorrer à via adequada.
(...)
Emane Fidélis Santos, todavia, opõe-se a tal classificação e, com respaldo
em Chiovenda, sustenta que o procedimento monitório é dotado de função
"preeminentemente executiva", uma vez que a dívida cobrada, muito embora não
se represente por um título executivo, goza de presunção de certeza e liquidez,
para os efeitos processuais.
Mais do que um processo de cognição e menos do que uma execução, o
procedimento monitório veio a lume como forma de facilitar a concessão da
prestação jurisdicional a quem for detentor de um título certo, líquido e exigível,
porém despido da força executiva.
(...)
"Não é qualquer prova formal de escrita que faz
o título hábil para o pedido monitório. Mister que o que
nela se contém revele obrigação certa, líquida e exigível
(...)."
A inicial veio desacompanhada de documentos que conferissem
legitimidade à quantia pleiteada. Ademais e sob qualquer ângulo, o título não se
reveste da liquidez, certeza e exigibilidade pressuposta para a ação monitória.
Vincula-se a crédito ilíquido, tendo em vista que não há como se saber a origem
do débito. O Embargado não demonstrou quais índices foram utilizados para a
cobrança dos diversos encargos incidentes sobre o pretendido saldo devedor, data
vênia.
Ademais, há ponto de suma importância a ser levantado, qual seja que a
quantia pretendida teve origem em diversos outros contratos anteriormente

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firmados pelas partes, sendo o objeto da monitória "consolidação" dos mesmos, o


que comprova ter havido diversos pagamentos por conta do débito.
Sendo o objeto da pretendida execução um contrato originário em
"renegociação de saldo devedor", foi o mesmo firmado por coação do Embargado
em face dos Embargantes.
Assim, o contrato objeto da presente não apresenta liquidez, certeza e
exigibilidade, eis que o mesmo não advém apenas do contrato anexado aos autos,
mas sim de vários outros que o antecederam e nos quais houve desde o início a
incidência de juros capitalizados.
No entanto, tal fato repetiu-se desde o início da abertura da conta corrente
em questão, ou seja, fazia-se contrato encima de contrato, com o fim de cobrir
saldo negativo dos Embargantes, COBRANDO DOS MESMOS CADA VEZ
MAIS JUROS CAPITALIZADOS.
Gerente algum fecharia o contrato de abertura de crédito em conta
corrente da forma que ocorreu no caso em tela, senão por motivo de consolidação
de dívidas anteriores! Isto porque o valor do limite que receberam os Embargados
pelo contrato em questão foi praticamente o mesmo de que necessitavam para
continuarem utilizando a conta corrente.
Sendo a dívida decorrente de consolidação de débitos anteriores, de onde
houve intensamente a capitalização de juros, não havendo trazido o Embargado
os outros contratos que deram origem ao presente não há liquidez, certeza e
exigibilidade no mesmo.
Se os juros foram capitalizados desde o início, isto quer dizer que tal
capitalização deve ser analisada a partir da abertura da conta corrente, pois o
valor chegou ao que no momento se pretende em decorrência de cálculos de juros
efetuados em desconformidade com a lei desde a abertura da conta corrente.
Com todo respeito, a dívida é ilíquida para os fins do processo monitório.
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Não há espaço para nenhum processo liquidatório na ação monitória, quer


entre a expedição do mandado e sua comunicação ao réu, quer entre a fase
cognitiva e a executiva. Sendo assim, o crédito alegado deve ser claramente certo,
líquido e exigível desde o início, o que não ocorre no caso em tela, devendo ser
julgada extinta a presente monitória, por carência de ação.
No mesmo sentido, encontram-se as jurisprudências Pátrias, senão
vejamos:
Embargos a mandado monitório. Procedência
decretada em 1º grau. Os documentos que a autora
apresentou não permitem a aferição da existência de
dívida e são imprestáveis ao ingresso na via monitória.
Carência da ação reconhecida. Extinção decretada com
fundamento no art. 485, I e VI do C.P.C. Recurso
desprovido, alterado o dispositivo da sentença.
(TJ-SP 10105879820168260068 SP 1010587-
98.2016.8.26.0068, Relator: Campos Mello, Data de
Julgamento: 26/10/2017, 22ª Câmara de Direito Privado,
Data de Publicação: 09/11/2017)
Embora o embargado mencione, deixou de juntar à petição inicial os
documentos imprescindíveis à propositura da ação. Assim, não foram anexadas as
planilhas detalhadas do crédito, indicando por exemplo, as taxas de juros para
cada período específico, os demais encargos aplicados, bem como os
instrumentos contratuais pertinentes ao caso.
Ademais, é requisito indispensável à propositura da ação monitória, a
instrução de prova documentação desde a petição inicial, uma vez que o sistema
pátrio não adotou o procedimento monitório puro, que dispensa tal exigência.

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Assim, com fulcro no art. 700, § 2º, I do CPC, não atendeu o embargado a todos
os requisitos para a propositura da Ação Monitória.
Sendo assim, requer seja julgada extinta a presente, por absoluta carência
de ação.

DO MÉRITO
1. DA NÃO COMPROVAÇÃO DO SALDO DEVEDOR

Pretende o Embargado legitimar os valores pleiteados mediante


'demonstrativo' (sic), por si realizado, o qual sequer foi adequadamente
apresentado nos autos.
Com todo o respeito, os demonstrativos apresentados pelo Embargado,
além da incidência de encargos exorbitantes, são imprestáveis, pois não indicam
quais os critérios utilizados para chegar a astronômica quantia que chegou.
Com efeito, o documento em questão não é demonstrativo de débito, mas
sim de uma situação irreal e absurda.
Desmensurada, incabível e inexigível a pretensão, além de inaceitável,
tanto particular quanto juridicamente.
Destarte, requer seja desconsiderada a pretensão e, não sendo extinta a
monitória pelas diversas razões expostas acima, possam os valores a serem
apurados no presente procedimento.

2. DOS PAGAMENTOS EFETUADOS

Por outro lado, vários pagamentos foram feitos por conta do débito
apontado na inicial fato não considerado pelo Embargado, não tendo sido levados
em consideração quando da confecção do demonstrativo (sic) em anexo.
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Diversos pagamentos, de valores substanciais, foram feitos ao Banco


através de débito em conta corrente, para abater o débito. Como prova do
alegado, segue em anexo Memória de Cálculo com demonstrativo discriminado
e atualizado da dívida com os devidos abatimentos, conforme preceitua o art. 702,
§ 2º do CPC.

3. DO EXCESSO DO VALOR PRETENDIDO E DA CAPITALIZAÇÃO


DE JUROS

Muito embora não se saibam os critérios utilizados pelo Embargado para


chegar ao valor pretendido, ficam impugnados, desde já, todos os encargos
constantes nos documentos anexados à inicial.
Compulsando-se os autos, mais uma vez, detecta-se irregularidades
quanto ao quadro demonstrativo, eis que se limita a informar os encargos e juros
que supõe devidos, sem especificá-los.
Não havendo a devida especificação quanto aos índices utilizados e forma
de cálculo, os quais deram origem às quantias exorbitantes apresentadas,
impossível a manifestação dos Embargantes quanto a esse tópico, restando
impugnado tal demonstrativo.
Os Embargantes invocam a prática de anatocismo, constante e reiterada,
conforme laudo contábil em anexo.
A dívida foi atualizada unilateralmente pelo banco. Cada atualização
produziu a multiplicação do passivo, porquanto os juros eram incorporados ao
principal (capitalizados), passando a contar-se novos juros sobre juros anteriores.
Pelo valor apresentado, ainda que os cálculos não tenham sido
apresentados sob a forma prescrita em lei, é inequívoca a indevida incorporação
dos juros ao capital.
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Pois bem, o saldo do mês anterior, onde já havia sido computado juros era
trazido para o próximo mês e computava-se juros novamente, ou seja, havia
claramente a capitalização de juros.
Ora, essa capitalização não é admissível em nosso ordenamento jurídico.
O artigo 4º da Lei de Usura (Dec.n.º 22.626/33) veda a capitalização de
juros, determinando ser admissível apenas ano a ano, nunca em período inferior.
O STF retratou tal orientação ao editar a Súmula 121, cuja vigência foi
ratificada após a reforma bancária. No julgamento do R.Ex. 90.341-PA, o STF
pronunciou-se nos seguintes termos:
"É vedada a capitalização de juros, ainda que expressamente
convencionada (Súmula 121).
Com o máximo respeito, os Embargantes têm direito a compor seu débito
escoimado de qualquer capitalização de juros.
Desta forma e com respeito, pede: seja reconhecida a inviabilidade da
cobrança dos juros capitalizados, cujo montante será definido com exatidão na
perícia contábil a ser realizada na instrução processual.

4. DA INEXIGIBILIDADE DA COMISSÃO DE PERMANÊNCIA

Dentro das obrigações estabelecidas ao cliente, está a de informar qual o


montante de juros de mora a pagar.
"Comissão de permanência", não há dúvidas, é a outra designação dada
para juros de mora.
No contrato firmado, foi estabelecido que, no caso de impontualidade no
pagamento, seria cobrado, além de juros de mora, a comissão de permanência,
conforme especifica o artigo 9º, do Contrato de Abertura de Crédito. Não se

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poderá considerar dívida líquida e certa um percentual que depende da demora


em atender o pagamento.
Por isto que indevida é a comissão de permanência, repudiada por pacífica
jurisprudência de nossos tribunais.
Neste sentido, traz-se à colação:
MONITÓRIA. COMISSÃO DE
PERMANÊNCIA. Desde que pactuada, é válida a
cobrança da comissão de permanência após o
vencimento da dívida, desde que não cumulada com
outros encargos moratórios, remuneratórios ou correção
monetária e desde que não supere a soma dos seguintes
encargos: taxa de juros remuneratórios pactuada para a
vigência do contrato; juros de mora; e multa contratual.
(TRF-4 - AC: 50110714820134047100 RS
5011071-48.2013.404.7100, Relator: LUÍS ALBERTO
D'AZEVEDO AURVALLE, Data de Julgamento:
05/07/2017, QUARTA TURMA)
Por isso, requer seja declarada a nulidade do Contrato em questão, ou de
cláusula 9ª do Contrato de Abertura de Crédito, de sorte a extinguir a presente,
sem análise do mérito, ou para excluir do montante do valor cobrado, as taxas
referentes a comissão de permanência cumulada com juros remuneratórios.

5. DO EXCESSO DE EXECUÇÃO

Conforme restará demonstrado, o Embargado está cobrando dos


Embargantes valores acima do que os devidos, motivo pelo qual deverá ser
analisado o excesso de execução no caso concreto, com a readequação dos
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eventuais valores devidos ao Embargado. Segue em anexo a planilha de cálculos


e Laudo Técnico Contábil.

6. DA PRETENSÃO REVISIONAL DENTRO DOS EMBARGOS À


MONITÓRIA - CABIMENTO

Os presentes embargos execução possuem o escopo de declarar a


existência de excesso de execução, por força de cláusulas contratuais abusivas e
de cobrança de juros e outras rubricas em desacordo com o ordenamento jurídico
pátrio.
Nesta senda, nos termos do art. 702 do novo Código de Processo Civil,
temos que:
Art. 702. Independentemente de prévia
segurança do juízo, o réu poderá opor, nos próprios
autos, no prazo previsto no art. 701, embargos à ação
monitória.
§ 1o Os embargos podem se fundar em matéria
passível de alegação como defesa no procedimento
comum.
§ 2o Quando o réu alegar que o autor pleiteia
quantia superior à devida, cumprir-lhe-á declarar de
imediato o valor que entende correto, apresentando
demonstrativo discriminado e atualizado da dívida.
[...]
Desta forma, considerando que os argumentos que aqui serão tecidos,
versarão sobe a existência de excesso de execução decorrente da abusividade

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contratual, e que tal matéria poderia ser ventilada em sede de defesa em ação de
conhecimento, cabível a pretensão revisional dos valores pleiteados.
Nesse sentido:
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL.
COMERCIAL. SOCIEDADE SOB LIQÜIDAÇÃO
EXTRAJUDICIAL. INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO
PÚBLICO NÃO OBRIGATÓRIA. CONTRATO DE
ABERTURA DE CRÉDITO. AÇÃO MONITÓRIA.
CABIMENTO. DISCUSSÃO DOS ENCARGOS NOS
EMBARGOS. - Em se tratando de mera execução ou
cobrança de crédito da instituição financeira
liqüidanda em face de particular, como no caso,
afigura-se despicienda a intervenção do Ministério
Público no feito, pois não há determinação legal
expressa nesse sentido, não se justificando a atuação
ministerial pelo simples fato da instituição financeira
estar sofrendo liquidação extrajudicial. - O contrato de
abertura de crédito rotativo em conta corrente não
possui eficácia de título executivo, mas acompanhado
do demonstrativo de débito, constitui documento hábil
para o ajuizamento da ação monitória, segundo o
enunciado da Súmula de nº 247/STJ. - Eventual
discussão acerca de possíveis excessos perpetrados
pelo credor ou mesmo da ilegalidade dos encargos
cobrados poderá ser amplamente debatida no bojo dos
embargos ao procedimento monitório, que se afiguram
em tudo semelhantes aos embargos à execução, mas
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para o qual não se mostra necessária a constrição


prévia do patrimônio do devedor, ensejando-lhe a mais
ampla possibilidade de defesa, visto que processado sob
o rito ordinário, mediante o crivo do contraditório. -
Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa
extensão, provido. (STJ - REsp: 297570 RS
2000/0143999-5, Relator: Ministro CESAR ASFOR
ROCHA, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação:
DJ 15.04.2002 p. 224)
Ademais, tem-se que os embargos não são uma simples resistência
passiva, como o é a contestação no processo de conhecimento, notadamente
porque o embargante toma uma posição ativa exercitando o direito de ação para
desconstituir o título posto em execução.
Cabe ressaltar novamente que a contratualidade em questão foi
estabelecida mediante instrumento de adesão, que afasta a possibilidade de
negociação das cláusulas entre as partes e permite a ocultação de toda a sorte de
práticas violadoras da legislação consumerista, o que desequilibra o ajuste,
beneficiando apenas uma das partes, qual seja, a instituição financeira embargada.
O pacto, à luz do princípio consumerista da transparência, que significa
informação clara, correta e precisa sobre o contrato a ser firmado, mesmo na fase
pré-contratual, teria que necessariamente conter:
1) redação clara e de fácil compreensão (art. 46);
2) informações completas acerca das condições pactuadas e
seus reflexos no plano do direito material;
3) redação com informações corretas, claras, precisas e
ostensivas, sobre as condições de pagamento, juros, encargos,
garantia (art. 54, parágrafo 3º, c/c art. 17, I, do Dec. 2.181/87);
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4) em destaque, a fim de permitir sua imediata e fácil


compreensão, as cláusulas que implicarem limitação de direito (art.
54, parágrafo 4º)
Nesse mesmo compasso é o magistério de Cláudia Lima Marques:
“ A grande maioria dos contratos hoje firmados
no Brasil é redigida unilateralmente pela
economicamente mais forte, seja um contrato aqui
chamado de paritário ou um contrato de adesão.
Segundo instituiu o CDC, em seu art. 46, in fine, este
fornecedor tem um dever especial quando da
elaboração desses contratos, podendo a vir ser punido
se descumprir este dever tentando tirar vantagem da
vulnerabilidade do consumidor.
(... )
O importante na interpretação da norma é
identificar como será apreciada ‘a dificuldade de
compreensão’ do instrumento contratual. É notório que
a terminologia jurídica apresenta dificuldades
específicas para os não profissionais do ramo; de outro
lado, a utilização de termos atécnicos pode trazer
ambiguidades e incertezas ao contrato. “ (MARQUES,
Cláudia Lima. Contratos no Código de Defesa do
Consumidor: o novo regime das relações contratuais. 6ª
Ed. São Paulo: RT, 2011. Pág. 821-822)
Por esse norte, a situação em liça traduz uma a relação jurídica que, sem
dúvidas, é regulada pela legislação consumerista. Por isso, uma vez seja constada

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a onerosidade excessiva e a hipossuficiência do consumidor, resta autorizada a


revisão das cláusulas contratuais, ainda que em sede de embargos monitórios.
Assim, pertinente a alegação de excesso de execução com o escopo de
também revisar o saldo cobrado em sede de Ação Monitória, o que desde já se
requer.

7. DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Primeiramente, urge asseverar que é cediço a aplicação do Código de


Defesa do Consumidor nas relações com Instituições Financeiras, e,
consequentemente, a todos os contratos bancários.
A Súmula 297 do STJ determina que “O Código de Defesa do
Consumidor é aplicável às instituições financeiras.”, bem como a ADIN 2.591
(chamada “ADIN dos Bancos”), ajuizada pela Confederação Nacional das
Instituições Financeiras (CNF), foi julgada improcedente, tendo o STF entendido
que os bancos devem se sujeitar ao CDC, o que pacificou a questão no âmbito
desta Corte Constitucional.
Portanto, necessário que a presente demanda, seja resolvida com base na
lei consumerista.

8. A REVISÃO NECESSÁRIA

O Superior Tribunal de Justiça, uniformizando a divergência que existia


no âmbito de suas Turmas, passou a entender de forma pacífica que os juros
remuneratórios pactuados em contratos bancários não configuram abusividade,
salvo se estipulados em patamares superiores à taxa média de mercado e
cumulados com comissão de permanência. Note-se que nos cálculos juntados
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pelo embargado, as taxas do FACP ultrapassam o percentual de 200%,


causando uma onerosidade excessiva ao embargante.
A questão restou abordada no âmbito de julgamento em recursos
repetitivos, na forma do art. 543-C, §7º, do Código de Processo Civil:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E BANCÁRIO.
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO REVISIONAL DE
CLÁUSULAS DE CONTRATO BANCÁRIO.
INCIDENTE DE PROCESSO REPETITIVO. JUROS
REMUNERATÓRIOS. CONFIGURAÇÃO DA MORA.
JUROS MORATÓRIOS. INSCRIÇÃO/MANUTENÇÃO
EM CADASTRO DE INADIMPLENTES.
DISPOSIÇÕES DE OFÍCIO. DELIMITAÇÃO DO
JULGAMENTO. Constatada a multiplicidade de
recursos com fundamento em idêntica questão de
direito, foi instaurado o incidente de processo repetitivo
referente aos contratos bancários subordinados ao
Código de Defesa do Consumidor, nos termos da ADI
n.º 2.591-1. Exceto: cédulas de crédito rural, industrial,
bancária e comercial; contratos celebrados por
cooperativas de crédito; contratos regidos pelo Sistema
Financeiro de Habitação, bem como os de crédito
consignado. Para os efeitos do § 7º do art. 543-C do
CPC, a questão de direito idêntica, além de estar
selecionada na decisão que instaurou o incidente de
processo repetitivo, deve ter sido expressamente
debatida no acórdão recorrido e nas razões do recurso
especial, preenchendo todos os requisitos de
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admissibilidade. Neste julgamento, os requisitos


específicos do incidente foram verificados quanto às
seguintes questões: i) juros remuneratórios; ii)
configuração da mora; iii) juros moratórios; iv)
inscrição/manutenção em cadastro de inadimplentes e
v) disposições de ofício. [...]I - JULGAMENTO DAS
QUESTÕES IDÊNTICAS QUE CARACTERIZAM A
MULTIPLICIDADE.ORIENTAÇÃO 1 - JUROS
REMUNERATÓRIOS   a) As instituições financeiras
não se sujeitam à limitação dos juros remuneratórios
estipulada na Lei de Usura (Decreto 22.626/33),
Súmula 596/STF;b) A estipulação de juros
remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não
indica abusividade; [...]d) É admitida a revisão das
taxas de juros remuneratórios em situações
excepcionais, desde que caracterizada a relação de
consumo e que a abusividade (capaz de colocar o
consumidor em desvantagem exagerada – art. 51, §1º,
do CDC) fique cabalmente demonstrada, ante às
peculiaridades do julgamento em concreto. [...]Os juros
remuneratórios contratados encontram-se no limite que
esta Corte tem considerado razoável e, sob a ótica do
Direito do Consumidor, não merecem ser revistos,
porquanto não demonstrada a onerosidade excessiva na
hipótese. [...](REsp 1061530/RS, Rel. Ministra  NANCY
ANDRIGHI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
22/10/2008, DJe 10/03/2009)
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No caso dos autos, evidente a abusividade dos juros em questão, conforme


denota-se dos cálculos em anexo.
Como se não bastasse esta consideração, existem precedentes também do
STJ entendendo que a contagem mensal de juros sobre juros é vedada, porquanto
subsiste o preceito do art. 4° do Decreto 22.626/33, contrário ao anatocismo,
redação não revogada pela Lei 4.595/64, somente sendo possível nos casos
expressamente previstos em lei, hipótese diversa dos autos (REsp
307.088-SP/Min. Aldir Passarinho).
Não resta dúvidas acerca da ilegalidade na prática de anatocismo, sendo
que a mesma vem de há muito tempo proibida por nossos tribunais (Rev. For.
146/201).
No recente julgamento do AgRg no REsp n. 712.801-RS, relator o Sr.
Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, a Segunda Seção veio a confirmar “a
jurisprudência da Corte que veda a cobrança da comissão de permanência com os
juros moratórios e com a multa contratual, ademais de vedada a sua cumulação
com a correção monetária e com os juros remuneratórios, a teor das Súmulas nº
30, nº 294 e nº 296 da Corte ”
Ademais, a comissão de permanência deve ser afastada, pois inexiste
mora na presente situação, quando constatada a abusividade de cobrança
implementada.
Nesse sentido é a doutrina de Washington de Barros Monteiro:
“ A mora do primeiro apresenta, assim, um lado
objetivo e um lado subjetivo. O lado objetivo decorre da
não realização do pagamento no tempo, lugar e forma
convencionados; o lado subjetivo descansa na culpa do
devedor. Este é o elemento essencial ou conceitual da
mora solvendi. Inexistindo fato ou omissão imputável
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ao devedor, não incide este em mora. Assim se expressa


o art. 396 do Código Civil de 2002. “ (MONTEIRO,
Washington de Barros. Curso de Direito Civil. 35ª Ed.
São Paulo: Saraiva, 2010, vol. 4. Pág. 368)
Como bem advertem Cristiano Chaves de Farias e Nélson Rosenvald:
“Reconhecido o abuso do direito na cobrança
do crédito, resta completamente descaracterizada a
mora solvendi. Muito pelo contrário, a mora será do
credor, pois a cobrança de valores indevidos gera no
devedor razoável perplexidade, pois não sabe se postula
a purga da mora ou se contesta a ação. “ (FARIAS,
Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Direito
das Obrigações. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2010. Pág. 471)
Na mesma linha de raciocínio, Silvio Rodrigues averba:
“Da conjunção dos arts. 394 e 396 do Código
Civil se deduz que sem culpa do devedor não há mora.
Se houve atraso, mas o mesmo não resultar de dolo,
negligência ou imprudência do devedor, não se pode
falar em mora. “ ( In, Direito civil: parte geral das
obrigações. 32ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2002. P. 245).
Por fim, colhe-se lição de Cláudia Lima Marques:
“Superadas as dúvidas interpretativas iniciais, a
doutrina majoritária conclui que a nulidade dos arts. 51
e 53 é uma nulidade cominada de absoluta (art. 145, V,
do CC/1916 e art. 166, VI e VII, do CC/2002, como

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indica o art. 1º do CDC e reforça o art. 7º, caput, deste


Código.
(... )
Quanto à eventual abusividade de cláusulas de
remuneração e das cláusulas acessórias de
remuneração, quatro categorias ou tipos de problemas
foram identificados pela jurisprudência brasileira
nestes anos de vigência do CDC: 1) as cláusulas de
remuneração variável conforme a vontade do
fornecedor, seja através da indicação de vários índices
ou indexadores econômicos, seja através da imposição
de ‘regimes especiais’ não previamente informados; 2)
as cláusulas que permitem o somatório ou a repetição
de remunerações, de juros sobre juros, de duplo
pagamento pelo mesmo ato, cláusulas que estabelecem
um verdadeiro bis in idem remuneratório; 3) cláusulas
de imposição de índices unilaterais para o reajuste ou
de correção monetária desequilibradora do sinalagma
inicial; cláusulas de juros irrazoáveis. “(MARQUES,
Cláudio Lima. Contratos no Código de Defesa do
Consumidor. 6ª Ed. São Paulo: RT, 2011. Págs. 942-
1139)
Em face dessas considerações, conclui-se que a mora cristaliza o
retardamento por um fato, quando imputável ao devedor. É dizer, quando o
credor exige o pagamento do débito, agregado com encargos excessivos, retira-
se do devedor a possibilidade de arcar com a obrigação assumida. Por
conseguinte, não pode lhes ser imputados os efeitos da mora.
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O Superior Tribunal de Justiça, ao concluir o julgamento de recurso


repetitivo sobre revisão de contrato bancário (REsp nº. 1.061.530/RS), quanto ao
tema de “configuração da mora” destacou que:
“ORIENTAÇÃO 2 – CONFIGURAÇÃO DA MORA
a) O reconhecimento da abusividade nos encargos exigidos
no período da normalidade contratual (juros remuneratórios e
capitalização) descaracteriza a mora;
b) Não descaracteriza a mora o ajuizamento isolado de ação
revisional, nem mesmo quando o reconhecimento de abusividade
incidir sobre os encargos inerentes ao período de inadimplência
contratual. “
E do preciso acórdão em liça ainda podemos destacar que:
“Os encargos abusivos que possuem potencial para
descaracterizar a mora são, portanto, aqueles relativos ao chamado
‘período da normalidade’, ou seja, aqueles encargos que
naturalmente incidem antes mesmo de configurada a mora. “
Conforme demonstrado, cobrou-se juros sobre juros antes mesmo da
Requerente colocar as partes requeridas, ora Embargantes, em mora com a
presente monitoria, o que, por si só, faz com que a mora deva ser descaracterizada
e consequentemente, a comissão de permanência afastada.
No caso ainda, foi necessário reelaboração total dos cálculos cobrados,
inclusive para Abatimento da Taxa do Fator Risco (aproximadamente 79%) sem
valor dos juros.
Com isto, é evidente que o Executado está sendo cobrado em quantia
muito superior a que realmente é devida! Veja que conforme abatimento de
pagamentos, os Embargantes na realidade JÁ LIQUIDARAM
PRATICAMENTE METADE DO CONTRATO, sendo que, na realidade,
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são devedores do banco de apenas R$ 87.780,59 (oitenta e sete mil e


setecentos e oitenta reais e cinquenta e nove centavos), que por cobrarem
valores abusivos e ilegais, estão cobrando do embargante o dobro do débito
real.

9. DAS CLAUSULAS CONTRATUAIS QUE PRECISAM SER


REVISADAS

Dentre as cláusulas abusivas que precisam ser revisadas, que vão de


encontro com os direitos dos consumidores, os Embargantes destacam as
seguintes:
ESTABELECER AS CLÁUSULAS
Estas cláusulas são abusivas e ferem os direitos dos Embargantes como
consumidores, sendo que devem revisadas por Vossa Excelência, assim como
qualquer outra clausula que vossa senhoria encontre e repute ser necessária para a
preservação dos direitos dos consumidores. Inclusive, existe no contrato cobrança
de taxa de abertura de crédito que não é permitida.

10. COMPENSAÇÃO E/OU REPETIÇÃO DO INDÉBITO

Relativamente à repetição de indébito, já assentou o STJ que ela é


possível se verificada a cobrança de encargos ilegais, como ocorreu no caso
vertente, tendo em vista o princípio que veda o enriquecimento sem causa do
credor, independentemente da comprovação do erro no pagamento, pela
complexidade do contrato em discussão, no qual são inseridos valores sem que
haja propriamente voluntariedade do devedor para tanto (REsp 345.550/Min.
Menezes Direito, AgRgAg 425.305/Min. Nancy Andrighi, REsp 79.448/Min.
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Aldir Passarinho, REsp 184.237/Min. César Asfor, REsp 200.267/Min. Sálvio de


Figueiredo, REsp 623.806/Min. Humberto Gomes de Barros, REsp 631.253/Min.
Pádua Ribeiro, REsp 631.576/Min. Fernando Gonçalves).
Revisada a pactuação, entende-se possível, na forma dos arts. 368 e 369
do Código Civil, que, depois de efetuado novo cálculo para a apuração dos
débitos e créditos, se opere a compensação entre os valores encontrados, o que
desde já se requer.

11. DA INVERSÃO DO ÔNUS DE PROVA

Impõe-se a declaração deste Juízo no tocante a inversão do ônus da prova


ao presente caso, eis que não resta dúvida que a relação existente entre as partes é
de consumo, porquanto a Embargada enquadra-se no conceito de fornecedora de
serviços e o Embargante como consumidor final e fiador, aplicando-se ao
presente caso todo o disposto no Código de Defesa do Consumidor, em especial o
contido no artigo 6o, inciso VIII.

12.DOS PEDIDOS

Face o exposto, requer à Vossa Excelência:

1. Que os presentes Embargos sejam recebidos para apreciar a preliminar DE


SUSPENSÃO DE MANDADO DE PAGAMENTO, para que seja
suspenso todo e qualquer mandado de pagamento em face do ora
Embargante para a ora Embargada, com fulcro no art. 702, §4º do CPC,
uma vez que opostos Embargos Monitórios;

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2. A intimação da Embargada, para querendo, apresentar defesa dentro do


prazo legal;
3. Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,
essencialmente pelos documentos já juntados;
4. A condenação do Embargado no ônus da sucumbência;
5. A inversão do ônus de prova (artigo 6º, inciso VIII, CDC), ante a
reconhecida vulnerabilidade (artigo 4º, inciso I, CDC) do Embargante;
6. Caso não extinga a monitória liminarmente, requer a intimação do
Embargado para, querendo, impugnar os presentes Embargos, que deverão
ser acolhidos, determinando:
1) a redução da dívida ao montante adequado, se for este o
entendimento de Vossa Excelência, determinando a exclusão de
verbas inexigíveis, produzidas por anatocismo e outros vícios, com a
condenação do Embargado a devolver em dobro o que estiver
cobrando a mais, nos termos do artigo 940, do Novo Código Civil
Brasileiro;
2) a condenação do Embargado em quantia proporcional à
sua sucumbência, no percentual de 20% (vinte por cento) do valor
(atualizado) do que pretendeu receber;
3) a exclusão da cobrança de "multa", ou sua redução a 2%
(dois por cento);
4) a aplicação do limite constitucional de juros;
5) a aplicação do limite legal de juros, bem como a exclusão
da comissão de permanência cumulado com juros remuneratórios;
6) a amortização dos valores efetivamente pagos;
7) a exclusão da cobrança da taxa de abertura de crédito;

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Outrossim, requer a total procedência dos presentes Embargos a


Monitória, para que seja julgado improcedente a Ação Monitória, por inexistência
do débito no valor alegado pela Embargada, conforme cálculos em anexo e
fundamentos jurídicos elencados acima, requerendo-se a repetição dos indébitos.
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Belém/PA, 25 de January de 2022.

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