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Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1002353-55.2021.8.26.0003 e código D3887E1.
PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO
AUTOR ESTÁ COM 75 (SETENTA E CINCO) ANOS DE IDADE
em face de BANCO PAN S/A, instituição financeira de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº
59.285.411/0001-13, com sede na Avenida Paulista, 1.374, 12º andar, Bela Vista, São Paulo - SP,
CEP: 01310-000, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
I. DA JUSTIÇA GRATUITA.
Dessa forma, de acordo com o que dispõe o artigo 99, § 3º, do Código de
Processo Civil, basta a afirmação de que não possui condições de arcar com as custas e
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honorários sem que isto implique em prejuízo de seu próprio sustento e de sua família,
que se presumirá verdadeira a alegação, assim a teor do que dispõe o artigo 4º da Lei 1.060/50,
o Autor assinou declaração de hipossuficiência (doc. 03), para que lhe seja deferido o benefício da
gratuidade processual, sujeitando-se, dessa forma, às penas da Lei.
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Portanto, ante as circunstâncias apresentadas, necessária se faz a concessão dos
benefícios da Justiça Gratuita ao Autor, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal
c/c artigo 2º, parágrafo único, da Lei n.º 1.060/50, o que desde já requer.
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destinações específicas estabelecidas em contrato.
Assim Excelência, imperiosa se faz a intervenção jurisdicional ao presente caso para que
sejam sanadas todas as irregularidades apontadas, com a declaração de nulidade das cláusulas
ilegais previstas no contrato e o recálculo da dívida com juros simples, uma vez que contrariam
cabalmente o Código de Defesa do Consumidor e os entendimentos das cortes superiores.
III. DO DIREITO.
contratual, incidente sobre pactos maculados de nulidades, conforme artigo 51 da Lei 8.078/90,
transcrito abaixo:
Art. 51 - São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que
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§ 1º - Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
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Quanto ao tema, importante destacar que a ilegalidade da cobrança de juros sobre juros,
ou seja, os chamados juros compostos, já está pacificada pelo Supremo Tribunal Federal, através de
sua Súmula 121, que diz:
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SÚMULA 121 – STF: É vedada a capitalização de juros, ainda
que expressamente convencionada.
Vejamos:
Neste método, o recálculo dos juros é realizado sobre o saldo diário, introduzindo assim,
uma simplificação nos cálculos de juros simples, configurando uma capitalização simples sobre
cálculo linear de juros.
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“Na prática, os problemas de juros simples implicam sempre em
alguma fração do ano, pois os capitais colocados sob regime de
capitalização estão a prazo(n<1) que é o característico das operações
comerciais (...). Para os prazos maiores que um ano, os problemas
já passam para o domínio dos juros compostos, que caracterizam as
operações financeiras”. (MORAES, Euclides M. de Matemática
Financeira. São Paulo: Sulina, 1996. 8º ed.; p. 14).
Isto porque, não se pode esperar que o consumidor, lado mais frágil da relação
jurídica, entenda que a Tabela Price trata-se de um sistema de juros compostos. Não se
pode exigir do consumidor ordinário, ou seja, sem qualificações técnicas na área financeira, que este
saiba que irá pagar “juros sobre juros”.
Diante do desconhecimento, pela maioria dos mutuários, das disposições legais que
orientam as operações no Sistema Financeiro Nacional e da “deficiência” no acompanhamento dos
procedimentos dessas operações, atitudes abusivas e viciosas dessas entidades são, erroneamente,
aceitas como “operações de praxe” ou ainda “práticas de mercado financeiro”.
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indexador do financiamento - Não conhecimento – Pedido não
deduzido na inicial – Princípio da correlação/congruência – Recurso
não conhecido. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO – Contrato de
financiamento de imóvel - Sistema Financeiro da Habitação (SFH) –
Incidência do Código de Defesa do Consumidor – Súmula 297, do
Superior Tribunal de Justiça – Possibilidade do prévio reajuste e
posterior amortização do saldo devedor - Incidência da Súmula 450
do C. STJ - Juros não excessivos – Ausência de limitação a 10% ao
ano, como imposto pelo art. 6º, da Lei nº 4.380/64 – Súmula 422 do
Superior Tribunal de Justiça - Tabela Price como sistema de
amortização – Ocorrência de capitalização –
Inadmissibilidade, em se tratando de contrato vinculado ao
Sistema Financeiro da Habitação (Lei nº 4.380/64) e anterior à
alteração dada pela Lei nº 11.977/09, como na hipótese – Incidência
do método Gauss - Constitucionalidade do Decreto-lei nº 70/66,
permitindo-se a execução extrajudicial – Precedentes
jurisprudenciais – Recurso parcialmente provido.” (TJSP; Apelação
Cível 0002220-55.2011.8.26.0011; Relator (a): Mario de Oliveira;
Órgão Julgador: 19ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional XI -
Pinheiros - 5ª Vara Cível; Data do Julgamento: 21/03/2016; Data de
Registro: 30/03/2016). (g.n.)
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Ocorre que referido índice, tem como objetivo suprir a perda do poder aquisitivo da
moeda em virtude da inflação, compensando a desvalorização da moeda corrente de acordo com a
alteração de preços dos bens, serviços e outras moedas, ou seja, referido mecanismo não
compreende o retorno do capital emprestado ao Réu e sim, a equivalência para com a inflação
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mensurada.
Ora Excelência, o abuso é visível! O índice utilizado pelo banco Réu é muito
superior ao índice oficial de inflação brasileira IPCA (IBGE), sendo aplicável, ao caso, o
artigo 51, IV, do Código de Defesa do Consumidor, que é expresso ao dispor que “são nulas
de pleno direito as cláusulas contratuais que “estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a
boa-fé ou a equidade”.
Em referida ADIN, o Superior Tribunal Federal deixou expresso que o Código de Defesa
do Consumidor não deve ser aplicado de forma direta e literal na limitação de encargos financeiros,
cabendo ao magistrado verificar no caso concreto se o pacto é nulo, para então aplicar o comando
do artigo 6º, V, do Código de Defesa do Consumidor, que garante a modificação das cláusulas
contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou excessivamente onerosas.
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demonstração da citada ilegalidade, como realizado nesta peça exordial através dos documentos
anexados e das teses invocadas, facilitando assim o acolhimento da tese apresentada. Neste sentido
entende o professor Cândido Rangel Dinamarco:
1
Lei 4.595/1.964, artigo 4, IX
Dalcin e Pisani Advogados
Alameda Santos, 1.165, Jardim Paulista
São Paulo - SP, CEP: 01419-002
Telefone: (11) 3112-2376
ddalcin@dalcinepisani.com.br
mpisani@dalcinepisani.com.br 9
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MARA IZA PEREIRA PISANI e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 16/02/2021 às 12:39 , sob o número 10023535520218260003.
(e-STJ Fl.10)
fls. 10
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Com isso, restou pacificado que a abusividade da taxa de juros remuneratórios
deve ser verificada no caso concreto. Para tanto, observe a taxa média divulgada pelo Banco
Central para o período em que fora pactuado o contrato em questão (doc. 08):
Fonte: https://www3.bcb.gov.br/sgspub/consultarvalores/consultarValoresSeries.do?method=consultarValores
Ora, o abuso é visível! A taxa praticada pelo banco Réu é muito superior à média
de mercado informada pelo Banco Central, sendo aplicável, ao caso, o artigo 51, IV, do Código
de Defesa do Consumidor, que é expresso ao dispor que “são nulas de pleno direito as
cláusulas contratuais que estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o
consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade”.
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Em referida ADIN, o Superior Tribunal Federal deixou expresso que o Código de Defesa
do Consumidor não deve ser aplicado de forma direta e literal na limitação de encargos financeiros,
cabendo ao magistrado verificar no caso concreto se o pacto é nulo, para então aplicar o comando
do artigo 6º, V, do Código de Defesa do Consumidor que garante a modificação das cláusulas
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contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou excessivamente onerosas.
Assim, é certo que quando da alegação de cobrança de juros abusivos, no caso, acima
da média do mercado estabelecida pelo BACEN, faz-se importante a demonstração da citada
ilegalidade, como realizado nesta peça exordial através dos documentos anexados e das teses
invocadas, facilitando assim o acolhimento da tese apresentada. Neste sentido entende o professor
Cândido Rangel Dinamarco:
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Pois bem. Verifica-se no caso em deslinde que a simples limitação dos juros
remuneratórios à taxa estipulada pelo BACEN de 13,97% a.a. para 7,72% a.a., gera uma
redução significativa.
Neste sentido:
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INSTITUIÇÃO FINANCEIRA (SÚMULA 566 DO SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA), RESSALVADA A OCORRÊNCIA DE AFRONTA ÀS
DISPOSIÇÕES DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. 3.
SEGUNDO A ORIENTAÇÃO N° 1 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA, DECORRENTE DE JULGAMENTO DE PROCESSO
REPETITIVO, AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NÃO ESTÃO
SUJEITAS A LIMITAÇÃO DE JUROS REMUNERATÓRIOS, MAS
NÃO PODEM PRATICAR TAXAS ABUSIVAS, SUPERIORES À
MÉDIA DE MERCADO, SEGUNDO TABELA DIVULGADA PELO
BACEN. AÇÃO PARCIALMENTE PROCEDENTE. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO.” (TJSP; APELAÇÃO 1012795-
79.2017.8.26.0566; RELATOR (A): ITAMAR GAINO; ÓRGÃO
JULGADOR: 21ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO; FORO DE SÃO
CARLOS - 2ª VARA CÍVEL; DATA DO JULGAMENTO: 23/08/2018;
DATA DE REGISTRO: 23/08/2018). (g.n.)
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PROVIDO.” (TJSP; APELAÇÃO 1006443-31.2016.8.26.0020;
RELATOR (A): NELSON JORGE JÚNIOR; ÓRGÃO JULGADOR: 13ª
CÂMARA DE DIREITO PRIVADO; FORO REGIONAL XII - NOSSA
SENHORA DO Ó - 1ª VARA CÍVEL; DATA DO JULGAMENTO:
20/08/2018; DATA DE REGISTRO: 20/08/2018). (g.n.)
09 de maio de 2012 (data em que fora firmado o contrato), qual seja, de 7,72% a.a., sendo
imperiosa a procedência do presente pedido.
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Conforme se verifica no contrato em questão, o Réu impõe ao Autor a contratação
de Seguro Proteção Financeira, como condição para concessão de financiamento, única e
exclusivamente com empresa pertencente ao mesmo grupo econômico da financeira Ré,
sem sequer estipular o valor total da referida cobrança, descrevendo tão somente, o valor
a ser pago mensalmente, o que sofre com a capitalização de sua cobrança cumulada com
os juros compostos.
Ora Excelência, tal prática é abusiva e lesa o direito do consumidor por não lhe dar a
opção de escolha de contratação ou não de referido seguro, ou até mesmo por não o deixar optar
pela seguradora pertencente ao grupo do Réu ou qualquer outra oferecida no mercado.
Com tal prática, demonstrada está a chamada “venda casada”, uma vez que o
Autor não teve a real opção de contratar ou não referido seguro e, caso optasse por contratar,
escolher entre a seguradora do Réu ou qualquer outra disponível no mercado. Vejamos o trecho do
contrato já preenchido pelo Réu que claramente obriga o consumidor, ora Autor:
Com isso Excelência, confere-se outra abusividade praticada pelo Réu no contrato em
questão, além das tarifas ilegais praticados no contrato firmado entre as partes.
Isso porque a prática de “venda casada” é PROIBIDA POR LEI, conforme disciplina
o Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 39, inciso I, que assim preceitua:
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“APELAÇÃO – Ação revisional de contrato bancário de financiamento
de veículo (motocicleta) – Sentença de parcial procedência – Relação
de consumo – Súmula 297 do STJ; SEGURO DE PROTEÇÃO
FINANCEIRA - Ausência dos termos da suposta contratação e
comprovação da possibilidade de pactuar com instituição
diversa - Informações sucintas, no pacto de financiamento, que não
fazem prova da efetiva negociação do seguro, tampouco da natureza
do mesmo Hipótese de venda casada configurada - Inteligência do
artigo 39, I, do CDC; SENTENÇA MANTIDA - RECURSO NÃO
PROVIDO.” (Recurso de Apelação nº 0002606-44.2013.8.26.0196,
de relatoria da desembargadora Claudia Greco Tabosa Pessoa,
integrante da 19ª Câmara de Direito Privado do TJSP, julgado em
21/03/2016). (g.n.)
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Direito Privado do TJSP, julgado em 12/09/2014). (g.n.)
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IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que
coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
incompatíveis com a boa-fé ou a equidade.
Ainda, o § 1º, inciso III, do citado artigo 51 estabelece ser nula a cláusula que:
Desta forma, certo é que referidas cláusulas não obrigam o consumidor e violam os
princípios de probidade e boa-fé que deveriam ser inerentes aos contratos, na medida em que não
está claro o que se contrata!
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Autorizá-las a repassar ao consumidor todas as despesas quando já se extrai
lucro da atividade, causaria um desequilíbrio nas relações com o consumidor e
possibilitaria dupla remuneração, pois já embutidas no custo da operação, de forma mascarada,
a transferência dos custos administrativos do Banco à parte hipossuficiente da relação.
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JUROS CONTRATUAIS - VERBA EXCLUÍDA. MÚTUO -
FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO - JUROS - TABELA PRICE -
INADMISSIBILIDADE- MÉTODO QUE CONTEMPLA CAPITALIZAÇÃO
DE JUROS - EXCLUSÃO - CABIMENTO. (...) HONORÁRIOS DE
ADVOGADO - SUCUMBÊNCIA - RECIPROCIDADE - OCORRÊNCIA.
AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS
PARCIALMENTE PROCEDENTE. AGRAVO RETIDO DO BANCO-RÉU
DESPROVIDO. APELAÇÃO DOS AUTORES PROVIDA EM PARTE.”
(TJ-SP - APL: 9172707112006826 SP 9172707-11.2006.8.26.0000,
RELATOR: ÁLVARO TORRES JÚNIOR, DATA DE JULGAMENTO:
15/08/2011, 20ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO, DATA DE
PUBLICAÇÃO: 13/09/2011). (g.n.)
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HOMEM MÉDIO. CÁLCULO DAS PRESTAÇÕES QUE DEVE SER
FEITO SEM O USO DA TABELA PRICE, UTILIZANDO-SE O
MÉTODO LINEAR. (...) FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO. TAXA DE
ADMINISTRAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE FUNDAMENTO LEGAL
PARA A COBRANÇA DE TAL ENCARGO. COBRANÇA DA TAXA DE
ADMINISTRAÇÃO DE MANEIRA PERMANENTE QUE, ADEMAIS,
IMPLICA NA ELEVAÇÃO DO VALOR DA PRESTAÇÃO MENSAL DO
FINANCIAMENTO. AÇÃO DE RESTITUIÇÃO PARCIALMENTE
PROCEDENTE - APELO PROVIDO EM PARTE.” (TJ-SP - APL:
9207301172007826 SP 9207301-17.2007.8.26.0000, RELATOR:
JOSÉ MARCOS MARRONE, DATA DE JULGAMENTO: 16/05/2012, 23ª
CÂMARA DE DIREITO PRIVADO, DATA DE PUBLICAÇÃO:
18/05/2012). (g.n.)
Assim, Excelência, indiscutível que as tarifas exigidas pelo Réu são abusivas e
ilegais, por flagrante ofensa aos artigos 46 e 51, IV, do Código de Defesa do Consumidor,
pelo que deverão ser declaradas nulas de pleno direito as cláusulas do contrato que preveem os
seguintes pagamentos: (a) Taxa de Serviço no absurdo valor de R$ 980,00 (novecentos e
oitenta reais), e da (b) Taxa Mensal no valor de R$ 23,04 (vinte e três reais e quatro centavos).
Diante das flagrantes abusividades praticadas pelo banco Réu, que incluiu no contrato
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firmado, taxa e juros indevidos, bem como, se utilizou da Tabela Price para realizar o cálculo da
dívida, novos cálculos foram realizados através do laudo pericial que instrui essa exordial,
oportunidade em que se constatou que o valor das prestações pagas pelo Autor sempre foram muito
superiores às realmente devidas.
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Assim, conforme pode se constatar às fls. 18/20 do anexo de cálculos do laudo pericial
(doc. 07), considerando-se o valor financiado de R$ 150.308,90 (cento e cinquenta mil, trezentos
e oito reais e noventa centavos), excluindo-se as tarifas indevidas e considerando-se o cálculo
com os juros simples, o Autor passa a ser CREDOR do valor correspondente à R$ 1.085,89
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(um mil e oitenta e cinco reais e oitenta e nove centavos), uma disparidade enorme, se
considerarmos a cobrança ilegal das tarifas e dos juros compostos, onde o Autor permanece devendo
ao Réu o valor de R$ 176.290,52 (cento e setenta e seis mil, duzentos e noventa reais e cinquenta
e dois centavos). Vejamos o trecho retirado do próprio anexo de cálculos do laudo pericial:
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Desta forma, imperiosa se faz a revisão dos valores das parcelas nos exatos
termos apontados no laudo pericial declarando-se como corretos os valores apontados às
fls. 20/25 do laudo, tornando equilibrada a relação contratual firmada entre as partes, devendo,
ao final, ser restituído o valor pago a maior pelo Autor, mesmo que sob a forma de compensação.
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III.7. NECESSÁRIA CONCESSÃO DE TUTELA ANTECIPADA EM CARÁTER LIMINAR PARA
DECLARAÇÃO DE INEXIGIBILIDADE DA DÍVIDA.
Em relação ao tema, importante mais uma vez ressaltar que o banco Réu está
cobrando do Autor, parcelas excessivamente mais onerosas do que a dívida correta,
calculadas com juros sobre juros, lesando o consumidor, ora Autor, o que não se pode
admitir.
Desse modo Excelência, é certo o direito do Autor em ter a sua dívida calculada
de forma correta, a qual, se assim concretizada, o torna credor do Réu, conforme
amplamente demonstrado no tópico anterior, e que, pode se constatar às fls. 18/20 do anexo de
cálculos do laudo pericial (doc. 07), demonstrado através do quadro abaixo:
Neste sentido, tem-se o entendimento dos artigos 300 e 301 do Código de Processo
Civil, que tratam da possibilidade de concessão a tutela de urgência. Vejamos:
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I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto
propósito protelatório da parte;
Assim, diante de todo o exposto e das provas trazidas, resta caracterizada à prova
inequívoca, bem como a verossimilhança das alegações.
Desse modo, ante a gravidade da questão, não há dúvida de que a tutela pode ser
ineficaz se concedida apenas ao final da demanda, vez que o Autor continuará despendendo
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de valores para saldar uma dívida que fora quitada, o que de fato tornará uma posterior resolução
ineficaz.
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Portanto, diante dos fatos articulados e de toda a documentação anexada à essa
exordial, resta evidenciado o direito do Autor em ter a concessão da tutela pleiteada, para
que seja suspendida a cobrança ilegal das parcelas do contrato bancário para compra de
imóvel residencial nº 00000.010875.1-6, o qual, diga-se, foi absurdamente onerado pelo
Réu, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00 (mil reais), à ser arbitrada por Vossa Excelência,
de modo a garantir o cumprimento da medida.
Acolhido o pedido acima, requer seja determinado ao banco Réu a não promover
a venda do imóvel em questão através de leilão extrajudicial ou qualquer outro
meio, até sentença meritória.
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como corretos os valores mensais apontados no cálculos anexos (doc. 09), até
a sentença de mérito, a qual decidirá quanto a pertinência das matérias elencadas nesta
inicial.
Acolhido o pedido subsidiário acima, requer seja determinado ao banco Réu a não
promover a venda do imóvel em questão através de leilão extrajudicial ou
qualquer outro meio, até sentença meritória.
uma vez que inexistem provas da natureza, do efetivo alcance das referidas obrigações
e da efetiva prestação de qualquer serviço de administração;
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7) Tornar definitiva a tutela de urgência, declarando inexigível a cobrança
excessivamente onerada pelo banco Réu, ou, caso tenha sido concedido o
pedido subsidiário da tutela de urgência, requer seja definitiva a autorização para que
o Autor continue a efetuar os pagamentos mensais através de depósitos
judiciais, até a efetiva quitação do contrato, adotando-se por base a r. sentença à ser
proferida por Vossa Excelência, oportunidade em que, após a efetiva quitação, o banco
Réu deverá emitir a respectiva carta de quitação da dívida.
V. DAS PROVAS.
Protesta o Autor provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,
especialmente prova pericial técnica contábil, requerendo, desde já, a INVERSÃO DO ÔNUS
DA PROVA (artigo 6º, VIII, do CDC), porquanto indiscutível a relação de consumo no presente caso.
Por fim, tendo em vista o objeto da presente ação, o Autor entende ser desnecessário
o comprometimento da pauta de audiências para tentativa de conciliação ou mediação, motivo pelo
qual, manifesta seu desinteresse, nos termos do artigo 334, § 5º do Código de Processo Civil.
O Autor está hoje com 75 (setenta e cinco) anos de idade, conforme pode-se
Documento recebido eletronicamente da origem
constatar na sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) (doc. 10), a qual comprova que o Autor
nasceu em 03/11/1945. Desse modo, com base no artigo 1.048, I, do Código de Processo Civil,
requer a concessão da prioridade de tramitação ao Autor.
ADVOGADOS
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1002353-55.2021.8.26.0003 e código D3887E1.
noventa reais e cinquenta e dois centavos), correspondente ao proveito econômico da causa.
Termos em que,
pede deferimento.
São Paulo, 16 de fevereiro de 2021.