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DR. TIAGO MENDES DE ARAUJO SANTOS


OAB/SP 427.082
DR. RAFAEL ALMEIDA DO PRADO
OAB/SP 427.137
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO
DA_VARA CÍVEL DA COMARCA DE ITANHAÉM-SP.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1004148-83.2021.8.26.0266 e código 8DB2133.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RAFAEL ALMEIDA DO PRADO, protocolado em 16/07/2021 às 13:09 , sob o número 10041488320218260266.
EDUARDO ORNELAS MOREIRA, brasileiro, divorciado,
autônomo, portador da cédula de identidade RG n° 35.490.091-2 SSP/SP, inscrito no CPF/MF
sob o n° 334.484.358-30, residente e domiciliado na Praça Narciso de Andrade, nº 102 – loja
13, Centro, na cidade de Itanhaém/SP, CEP: 11740-000, por seus advogados, abaixo assinado,
“ut instrumento procuratório incluso”, vem a ínclita presença de Vossa Excelência, nos
termos da Lei nº 9.099/95 e com fundamento nos artigos 2º, 3º, 6º, 14 e 51, todos do Código
de Defesa do Consumidor, propor a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

Em face de PAGSEGURO INTERNET S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no


CNPJ sob o n° 08.561.701/0001-01, com sede na Av. Brigadeiro Faria Lima, 1.384, 4º andar -
parte A, bairro Jardim Paulistano, São Paulo/SP, CEP: 01.451-001, pelas razões de fato e de
direito adiante articuladas:

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

O Requerente é pobre na acepção jurídica do termo, por isso não


possui condições de arcar com taxas, custas processuais, emolumentos ou quaisquer outras
Av. Rui Barbosa, 668, Sala 02, Centro, Itanhaém/SP, CEP 11740-000
fagamendes.adv@yahoo.com, 13 996087152, 13 991382425
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despesas judiciais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, conforme documento
declaração de hipossuficiência anexa. Desta forma, com fundamento no art. 5º, inc. LXXIV

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da CF/88, no art. 98 do CPC/15, bem como na Lei nº. 1.060/50, pugna pelos benefícios da
justiça gratuita.
A condição meramente econômica não afasta o direito ao
benefício, mormente quando evidenciada a impossibilidade financeira de ingressar em juízo,
sem prejuízo do sustento próprio ou da família, ante a insuficiência de recursos disponíveis no
momento para tanto.
Portanto, sem maiores esforços, o documento acostado
comprova, nitidamente, que a concessão dos benefícios da justiça gratuita é medida que se
impõe, eis que declara a parte ativa da lide, expressamente, não possuir condições financeiras
de arcar com o custeio do processo.

DOS FATOS

Em 21 de junho do corrente ano, o Requerente recebeu, via e-


mail, a informação, por parte da Requerida, de que um novo acesso à sua conta havia sido
detectado, conforme documento acostado.
Notando que o dispositivo utilizado para o acesso era diferente
do seu, conforme informado no referido e-mail, o Requerente, prontamente, percebeu que
tratava-se de uma invasão, mediante alteração dos dados sigilosos, tais como: senha do e-mail
para, assim, ter acesso às transações através do aplicativo do banco digital de sua conta
PagSeguro.
Sobreleva dizer que no momento da invasão, o Requerente
estava na estrada nas imediações da SP055 – Rodovia Padre Manoel da Nobrega, 279.0,
Leste, São Vicente – SP (pedágio) e SP 160 - Rodovia dos Imigrantes, 32.0, SUL, São
Bernardo do Campo – SP, conforme print de sua localização anexo.
Foi, então, que percebeu que sua conta havia sido invadida, após
várias tentativas de mudança de senha, conforme se infere dos prints colacionado aos autos,
com a infeliz constatação de que os golpistas, enfim, conseguiram realizar duas transferência
via PIX, sendo a primeira as 22h59 PM no valor de R$ 2.300,00 (dois mil e trezentos reais) e,
na sequência, ou seja, dois minutos depois, exatamente as 23h02 PM conseguiram transferir a
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importância de R$ 63,16 (sessenta e três reais e dezesseis centavos) da sua conta do
PagSeguro, o que totaliza um prejuízo de R$ 2.363,16 (dois mil trezentos e sessenta e três

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reais e dezesseis centavos). Insta consignar que ambas as transferências foram destinadas à
conta de VANIA PAES DA SILVA, pessoa pela qual o Requerente desconhece.
Ato contínuo, informar que não clicou em nenhum link suspeito,
nem tampouco confirmou código algum e, ainda, certifica que nunca perdeu seu cartão.
Acrescenta, outrossim, que possui conta em outros bancos, a
saber: C6 Bank e no PicPay, e que também houve tentativa de invasão nessas duas contas.
Explica, ainda, que após o ocorrido conseguiu, a muito custo,
recuperar as contas, mas que, entretanto, só teve prejuízo com a PagSeguro, razão pela qual se
socorre do Poder Judiciário para que seu pleito seja atendido.
Além de invadir a conta digital do Requerente, os golpistas
ainda conseguiram alterar os dados cadastrais a fim de, ilicitamente, efetuarem as transações
de forma fraudulenta.
No total foram realizados duas transferências via PIX, conforme
print anexo, todos no dia 21.06.21, ambos tendo como favorecido VANIA PAES DA SILVA,
sendo realizados nos seguintes horários e com os seguintes valores:

1. Às 22:59, no valor de R$ 2.300,00 (dois mil e trezentos


reais). Banco: BCO BS2 S.A. – agência: 0001, Conta: 910667-7, código da transação
PIX: E0856170120210622015858304267701;

2. Às 23:02, no valor de R$ 63,16 (sessenta e três reais e


dezesseis centavos). Banco: BCO BS2 S.A. – agência: 0001, conta: 910667-7, código da
transação PIX: E0856170120210622020201002741878

Dessa forma, foram “furtados” da conta do Requerente o valor


total de R$ 2.363,16 (dois mil trezentos e sessenta e três reais e dezesseis centavos).
Tendo constatado as referidas subtrações de sua conta, o
Requerente logo tratou de noticiar o ocorrido à Requerida, solicitando providências, bem
como, logo após, registrou o boletim de ocorrência.

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Nesse sentido, não havendo cancelamento da operação

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fraudulenta realizada na plataforma online da conta do Requerente, nem tampouco o retorno
da análise de sua situação, restou somente a alternativa de buscar a tutela jurisdicional.

Os serviços prestados pelas requeridas foram ineficientes, falhos


e defeituosos, uma vez que permitiram o acesso de terceiros aos dados cadastrais
sigilosos do requerente e autorizaram operação desproporcional aos seus gastos
habituais ocasionando danos, o que não se pode admitir.
Cumpre ressaltar, Excelência, que o Requerente é responsável
pelo cuidado de sua mãe biológica, sendo esta portadora de Neoplasia (câncer), realizando
tratamento oncológico no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Radioterapia e
Quimioterapia), conforme farta documentação anexada aos autos, motivo pelo qual, diante de
todo esse cenário, o Requerente faz jus a uma indenização a título de danos morais na
importância total de R$ 6.000,00 (seis mil reais), como forma de indenizá-lo mediante a falta
de segurança em deixar terceiros (tidos como fraudadores) invadir sua conta digital, alterar os
dados cadastrais e realizar as subtrações de seu numerário, o que não se pode admitir em
hipótese alguma.

DO DIREITO

Tem-se afirmado na doutrina, com repercussão na


jurisprudência, que a responsabilidade civil dos Bancos e administradoras de cartão de crédito
decorre do nexo objetivo entre suas condutas e a lesão à esfera jurídica daquele que, ipso
facto, já se legitima ativamente à indenização.
Havendo ou não culpa de serviço, esteja ela provada ou não, se
existe dano e se ele foi causado nas atividades dos Bancos Comerciais e administradoras a
clientes ou a não clientes, há a obrigação de indenizar.
Basta que os Bancos e administradoras de cartão, nas suas
atividades normalmente desenvolvidas, causem danos, porquanto esses danos eram riscos
previsíveis em razão da própria natureza dessas operações.

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Porquanto previsíveis, assumiram-nos desde o início, o que
justifica a responsabilização pelos danos irradiados.

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Assumir os riscos é assumir a obrigação de vigilância, garantia e
segurança sobre o objeto do negócio jurídico.
A requerida exerce atividade que podem pôr em risco a
incolumidade dos clientes, além de outrem.
Na medida em que o faz, desde o início assume os riscos do
dano que, a despeito da diligência, se verifique.
Por isso, é claro não poder dela afastar-se a requerida, se se
verifica ineficiência no serviço, não importa se por falha, ou se sem falha.
Incide na espécie a regra jurídica do Artigo 14 do Código de
Defesa do Consumidor, que estabelece que o fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Além disso, no § 2.º do Artigo 3.º desse Código houve explícita
referência aos serviços bancários, quando se definiu o serviço como qualquer atividade
fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária,
financeira, de crédito e securitária.
Superada qualquer discussão acerca da incidência do Código de
Defesa do Consumidor no caso em tela, a responsabilidade civil da requerida emerge do dever
legal de preservar o sigilo bancário.
Efetivamente, essas instituições financeiras têm de manter em
sigilo as informações de que dispõem, no que concerne às suas operações ativas e passivas,
assim como serviços prestados.
A esse propósito, claras as regras jurídicas da Lei Complementar
n.º 105, de 10 de janeiro de 2001, no que concerne a registros, assentamentos e bancos de
dados.
Segundo o Caput do Artigo 1.º dessa Lei Complementar, as
instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços
prestados.

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Segundo o Caput do Artigo 3.º dessa mesma Lei Complementar,
as informações ordenadas pelo Poder Judiciário, prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela

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Comissão de Valores Mobiliários e pelas instituições financeiras, se revestirão sempre do
mesmo caráter sigiloso, só podendo a elas ter acesso as partes legítimas na causa, que delas
não poderão servir-se para fins estranhos à mesma.
O Artigo 10, por sua vez, estabelece que a quebra desse dever de
sigilo constitui crime e sujeita os responsáveis à pena de reclusão, de um a quatro anos,
aplicando-se, no que couber, o Código Penal, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
Concorrem também no presente caso os pressupostos da
responsabilização civil, haja vista que essa violação ao dever de segredo acarretou ao cliente,
ora Requerente, dano patrimonial e mesmo moral, dada a invasão da sua intimidade e vida
privada, tuteladas constitucionalmente.
Essa violação ocorreu, porque a outrem foi dada a cognição dos
dados sigilosos da Autora, necessariamente ligados a essas operações e serviços bancários,
cognição essa sem a qual seria praticamente impossível a perpetração da fraude.
Mas não é só. No que tange às operações financeiras, como
agente emissor, por assim dizer, vértice dessa relação jurídica triangular, os estabelecimentos
bancários contraem em toda essa sistemática operacional plúrimos deveres.
Entre esses plúrimos deveres estão o de resguardar os usuários e
os estabelecimentos conveniados, das fraudes ou irregularidades que não possam ser
razoavelmente detectadas por ambos. E não tendo, as requeridas cumprido com o dever de
resguardar ao Requerente, da fraude da qual foi vítima, surge o dever de indenizar.
Desta forma, o Reqeurente não pode se furtar à responsabilidade
de indenizar, uma vez que são prestadores de serviços e respondem pela reparação dos danos
causados aos consumidores, na forma prevista na Lei n.º 8.078/1990 (Código de Defesa do
Consumidor):

Art. 3.º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública


ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação,
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de
serviços (...);
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§ 2.º - Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito

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e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Art. 6.º - São direitos básicos do consumidor: (...);
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com
vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou
difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for
verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências.
Art. 14 - O fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Ademais, não se alegue culpa concorrente do Requerente na


ocorrência do dano, haja vista que não se pode atribuir culpa alguma a ele, pelas transações
via PIX à beneficiária totalmente desconhecida, em virtude da fraude da qual foi vítima, pois,
como já afirmado alhures, tal fraude só foi encetada porque os estelionatários tiveram acesso
às informações sigilosas do titular da Conta, informações essas que estavam sob a guarda da
requerida, tais como, nome completo da autora, RG e CPF, etc.
Por outro lado, é exigível que a requerida se cerque de cuidados
necessários a fim de evitar a ocorrência deste tipo de acontecimento, o que não foi feito, uma
vez que a conta do Requerente fora invadia, mediante alteração dos seus dados, conforme
print anexo, onde resta demonstrado o prejuízo gerado, além do transtorno que fora causado,
tendo em vista que estava a caminho do hospital do câncer, onde sua mãe realiza tratamento
oncológico.

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Por fim, perfeitamente aplicável à espécie, a inversão do ônus da
prova, cabendo a requerida provar de que o fato se deu por culpa exclusiva ou concorrente, do

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Requerente.
Este é o entendimento do C. Tribunal de Justiça de São Paulo, o
da responsabilidade objetiva imputada ao fornecedor de serviço em casos de fraude,
evidenciado em julgado cuja ementa se transcreve abaixo:

DIREITO DO CONSUMIDOR. TRANSFERÊNCIA DE VALORES DA CONTA


POUPANÇA. FRAUDE PERPETRADA POR TERCEIROS. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA DO FORNECEDOR. DEFICIÊNCIA DO SERVIÇO BANCÁRIO. AUSÊNCIA
DA PRODUÇÃO DE PROVAS PELO BANCO RECORRIDO. DEVER DE RESTITUIR.
DANO MORAL CONFIGURADO. 1. Nos termos do art. 6º, inciso VIII, do CDC, que
institui a facilitação da defesa do consumidor, cumpre ao banco requerido comprovar que a
transferência de valores foi realizada pelo próprio autor, mediante senha previamente
cadastrada. Consoante determina o art. 333, inciso II, do CPC, deixou o réu de comprovar fato
modificativo ou extintivo do direito do autor. (Acórdão n.692790, 20130110178058ACJ,
Relator: MARÍLIA DE ÁVILA E SILVA SAMPAIO, 2ª Turma Recursal dos Juizados
Especiais do Distrito Federal, Data de 5 Julgamento: 02/07/2013, Publicado no DJE:
15/07/2013. Pág.: 296. Banco do Brasil S.A. X Gilmara Silva Teixeira).2. Mesmo diante da
facilidade para a produção de provas, mediante impressão dos registros em seus sistemas,
apresentação de imagens gravadas e etc., a recorrente não trouxe aos autos nenhuma prova
sequer. 3. Nos termos do 14 do CDC, o banco responde objetivamente pelos riscos de sua
atividade, mesma previsão contida na Súmula 479 do STJ, a qual estabelece que "as
instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno
relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias." 4. Se o
banco recorrente adota sistemas, instrumentos ou meios eletrônicos de acesso à conta corrente
de seus correntistas, mostrando-se estes deficientes, a ponto de permitirem que terceiros a ela
tenham acesso e façam operações de transferência de numerários do correntista para outra
conta de seu interesse, assume a instituição bancária a obrigação de reparar o dano moral e
material. Precedente na Turma. (Acórdão n.239214, 20040110539658ACJ, Relator: JOÃO
BATISTA TEIXEIRA, 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal, Data de

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Julgamento: 22/02/2006, Publicado no DJU SEÇÃO 3: 15/03/2006. Pág.: 124). 5. Recurso
CONHECIDO e PROVIDO.”

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O quanto indenizável, e de regra a indenização, é pelo
equivalente, e ordinariamente em dinheiro, há, pois, de ser correspondente ao dano causado.

Tal valor é o que o ofendido tinha e perdeu. Cabível também,


neste caso, a indenização pelos danos morais suportados pelo requerente, decorrentes de
ato ilícito. É indenizável, como dano moral, o constrangimento sofrido pelo requerente, que,
em virtude da invasão da sua conta, mediante subtração de numerário, montante este que esta
fazendo muita falta para o mesmo, onde vê-se despojado de suas economias, gerando situação
de stress e incerteza quanto ao suprimento de eventuais necessidades no futuro.
O dever de indenizar resulta da responsabilidade obrigacional
assumida pela requerida, decorrente do vínculo jurídico que o une ao requerente, e que, no
caso, foi descumprida, mediante conduta negligente da requerida, devendo ser condenada a
ressarcir o requerente no valor total de R$ 2.363,16 (dois mil trezentos e sessenta e três
reais e dezesseis centavos), referente às transferências via PIX realizadas de forma
fraudulenta através de sua conta digital.
No que diz respeito ao dano moral sofrido pelo requerente, é de
alvinitente clareza que qualquer subtração fraudulenta do patrimônio de uma pessoa, é causa
suficiente a ensejar alterações em seu bem-estar ideal.
O quantum a ser fixado por Vossa Excelência para a
indenização do dano moral, como sabido, não pode configurar valor exorbitante que
caracterize o enriquecimento sem causa do requerente, nem consistir em valor irrisório a
descaracterizar a indenização almejada.
Nesta esteira de entendimento, e em observância ao Princípio da
Razoabilidade, pretende o requerente que seja fixada a indenização pelos danos morais em R$
6.000,00 (seis mil reais).

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:


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I – A TOTAL PROCEDÊNCIA DA AÇÃO.

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II – A condenação da Requerida a indenizar o Requerente, a
título de danos materiais na importância de R$ 2.363,16 (dois mil trezentos e sessenta e três
reais e dezesseis centavos);

III – A condenação da Requerida em Danos Morais na


importância justa e razoável de R$ 6.000,00 (Seis mil reais), conforme princípio da
Proporcionalidade e Razoabilidade;
IV – A Repetição do indébito, conforme determinação do art.
42, parágrafo único, do CDC;

V – Seja determinada a citação da Requerida para comparecer à


audiência de conciliação a ser designada e, querendo, oferecer sua defesa na fase processual
oportuna, sob pena de revelia, confissão ficta da matéria de fato;

VI – A condenação da Requerida ao pagamento das custas


processuais e honorários advocatícios, atualizados, conforme previsão legal (§2º, art. 85,
NCPC);

VII – Protesta provar o alegado por todos os meios em direito


admitidos, sem exceção, em especial pela prova documental, testemunhal, depoimento
pessoal das Requeridas, juntada de documentos e outras que se fizerem necessárias.

Requer por fim que todas as intimações sejam publicadas


em nome dos Drs. Tiago Mendes de Araújo Santos OAB/SP 427082 e Rafael Almeida do
Prado OAB/SP 427137 sob pena de nulidade dos demais atos praticados.

Av. Rui Barbosa, 668, Sala 02, Centro, Itanhaém/SP, CEP 11740-000
fagamendes.adv@yahoo.com, 13 996087152, 13 991382425
fls. 11

DR. TIAGO MENDES DE ARAUJO SANTOS


OAB/SP 427.082
DR. RAFAEL ALMEIDA DO PRADO
OAB/SP 427.137
Dá-se à causa o valor total de R$ 8.363,16 (oito mil trezentos e
sessenta e três reais e dezesseis centavos).

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1004148-83.2021.8.26.0266 e código 8DB2133.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RAFAEL ALMEIDA DO PRADO, protocolado em 16/07/2021 às 13:09 , sob o número 10041488320218260266.
Nestes termos,
Pede deferimento,

Itanhaém, 16 de julho de 2021.

(Assinado Digitalmente)
______________________________________
TIAGO MENDES DE ARAÚJO SANTOS
OAB/SP 427082

______________________________________
RAFAEL ALMEIDA DO PRADO
OAB/SP 427137

Av. Rui Barbosa, 668, Sala 02, Centro, Itanhaém/SP, CEP 11740-000
fagamendes.adv@yahoo.com, 13 996087152, 13 991382425

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