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Exmo. (a) Sr. (a) Dr. (a)

JUIZ (A) DE DIREITO DA _ VARA DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA
COMARCA DE SANTA ISABEL

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ANA CRISTINA DOS SANTOS, brasileira, solteira,
técnica de farmácia, portadora da Cédula de Identidade RG nº 26.265.816-7,
regularmente inscrita no CPF/MF nº 153.836.308-99, residente e domiciliada na
Rua das Açucenas, nº 44, Jd. Novo Éden, Santa Isabel/SP, CEP: 07500-000, por
seus advogados in fine assinados (instrumento de procuração incluso), vem, mui
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO DE REPARAÇÃO CIVIL POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

em face de JOÃO MARCOS DE PAIVA MARTINS,

brasileiro, solteiro, segurança, portador da Cédula de Identidade RG nº 45.931.478
SSP/SP, residente e domiciliado na Rua Amadeu Perone, nº 150, Vl. Guilherme,
Santa Isabel/SP, CEP: 07500-000, pelos motivos de fato e fundamentos de direito
que passam a expor.

R. Benedito Costa Ramos, nº 288, 1º Andar, Vl. Amorim, Suzano/SP, CEP: 08610-
090
Tel.: (11) 99804-9322 / (12) 99676-7577
rogerio@rogeriopreviatti.com.br
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DOS FATOS

Em 12/10/2017, por volta das 15:40h, o Réu, muito

embora inabilitado para conduzir motociclo, conduzia uma motocicleta (melhor
descrita nos inclusos Boletins de Ocorrência Civil e Militar) em alta velocidade
pela Rua José Bueno, no bairro do Cruzeiro, nesta urbe, sentido Bairro do Eldorado,
quando, no cruzamento desta via com a Rua Presidente Vargas, colidiu com o
veículo da Autora.

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E foi tamanho o impacto Excelência que o Réu sequer
pôde ser ouvido no local dos fatos, posto que rapidamente socorrido à Santa Casa de
Misericórdia local para tratamento dos graves ferimentos que sofreu no rosto.

Per si, evidente o abuso da velocidade pelo Réu na

condução de seu motociclo; entretanto, há que se somar o tamanho dos prejuízos
sofridos pela Autora, os quais não teriam ocorrido se o Réu, no momento da colisão,
houvesse respeitado a legislação de trânsito.

E dizemos isto porque, além das graves lesões que o

Réu sofreu em seu rosto, o veículo da Autora teve a caixa de ar dianteira esquerda,
o para-lama dianteiro esquerdo, o para-choque dianteiro, a porta lateral esquerda e o
para-brisas totalmente danificados com o impacto.

Tais peças e serviço de reparo importaram num prejuízo

total para a Autora de R$ 2.240,00 (dois mil duzentos e quarenta reais), sendo R$
1.850,00 (um mil oitocentos e cinquenta reais) de peças e mão-de-obra da lateral do
veículo e R$ 390,00 (trezentos e noventa reais) do para-brisas.

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Frise-se que a colisão ocorreu por culpa exclusiva do

Réu que, ao não observar qualquer das regras de trânsito atinentes ao local,
especialmente o limite de velocidade, causou a colisão com o veículo da Autora.

Importa ainda frisar que a Autora buscou resolver o

litígio amigavelmente com o Réu; entretanto, o Réu se mostrou irredutível e muito
agressivo com palavras, expondo a Autora à situação humilhante de pedinte perante

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os vizinhos do Réu e dos demais que fazem parte de seu convívio social, o que não
se pode admitir.

Ante isto, não havendo possibilidade de composição

amigável entre as partes, alternativa não restou à Autora senão propor a presente
demanda para ver esta insólita situação resolvida e o Réu compelido ao
ressarcimento dos danos materiais e morais que a Autora suportou para que, assim,
seja a Autora restituída à sua situação quo ante acidente.

DO DIREITO

Preconiza o inciso V, do artigo 5°, da Constituição

Federal, que é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização pelo dano material, moral ou à imagem.

Neste diapasão, dispõe o artigo 927 do Código

Civil em vigor que “aquele que, por ato iícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo”.

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E o artigo 186 do Código Civil diz, in

verbis:

Art. 186. Aquele que, por ação ou

omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato
ilícito.

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Com a devida venia Excelência, o Réu preencheu
todos os pressupostos da responsabilização objetiva pelo cometimento de um ato
ilícito na forma dos artigos 186 e 927, ambos do C.C.

O ato ilícito consistiu justamente no conduzir sua

motocicleta, sem ser habilitado para tanto, em alta velocidade em via de trecho
urbano, colidindo com o veículo da Autora.

Os danos restam plenamente demonstrados pelos

B.O.’s Civil e Militar anexos, bem como pelos orçamentos e notas fiscais anexos à
presente.

Por fim, constitui o nexo causal justamente a ação

imprudente e negligente do Réu de conduzir veículo sem a devida habilitação para a
categoria, em alta velocidade, inobservando os princípios e regramentos básicos do
trânsito brasileiro, causando o terrível acidente acima relatado e trazendo sérios
prejuízos financeiros e psicológicos para a Autora.

Portanto Excelência, devidamente caracterizada a

obrigação de indenizar pelo Réu.

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DOS DANOS MATERIAIS

Como bem delineado adrede, a Autora suportou o

pagamento do conserto de seu veículo sem qualquer auxílio do Réu.

E tal conserto lhe custou R$ 2.240,00 (dois mil

duzentos e quarenta reais), sendo R$ 1.850,00 (um mil oitocentos e cinquenta
reais) de peças e mão-de-obra da lateral do veículo e R$ 390,00 (trezentos e noventa

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reais) do para-brisas do veículo, conforme notas anexas.

Não bastasse isto, a Autora necessitou contratar

advogado para ser ressarcida no importe de R$ 2.000,00 (dois mil reais), conforme
recibo de pagamento de honorários anexo.

Neste diapasão, e considerando o já exposto sobre

a responsabilidade exclusiva do Réu pelos danos que causou à Autora em razão de
sua negligente e imprudente ação, de rigor sua condenação no ressarcimento dos
danos materiais totais de R$ 4.240,00 (quatro mil duzentos e quarenta reais).

DO DANO MORAL

Impende neste momento trazer à colação deste

Juízo o magistério do Professor SÉRGIO SEVERO, preciso ao observar que:

“Os Mazeaud e Tunc definiam o dano extrapatrimonial como “aquele que não at
..

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Desta forma, dano extrapatrimonial é a lesão de interesse sem expressão econôm

Nesse sentido, observando as diversas causas do

dano moral, salienta o supracitado civilista que:

“Um homem requer um nome, imposição de sua existência, tirando do seu caráte
...
O direito ao nome é absoluto, ou seja, ele existe contra todos. De forma que deve

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...
De acordo com Julian Pitt-Rivers, “a honra matou mais homens que a peste, susc
...
Na sua configuração atual, a tutela da honra deve abranger as ofensas ao resp
...
Segundo Aparecida Amarante, a honra constitui um bem interno, uma vez que re

O que busca a Autora é a reparação pelos danos

sofridos, dogma da responsabilidade civil clássica, conforme o disposto no art. 402
do Código Civil Brasileiro.

1
in “Os Danos Extrapatrimoniais”, pág. 40/43, ed. 1996, Saraiva.
2
in ob. cit., pág. 129/139.

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De acordo com o autor italiano, citado pelo

eminente Desembargador OZÓRIO DE AZEVEDO JÚNIOR, do Tribunal de
Justiça de São Paulo:

“Mais imoral do que indenizar o dano moral e deixar o dano irressarcido,

O que é imoral é trocar a honra por dinheiro, é vender amor e ceder amor
Mas não é absolutamente imoral receber-se algum dinheiro porque a honra
Se está defendendo a honra, e não praticando um ato imoral.
É que, se é verdade que a dor não tem preço, também é verdade que algum

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O dinheiro sozinho é evidente que não dá felicidade, mas de que ele ajuda a

Neste sentido, atribuir à Requerente lesada uma

mera compensação pelos sofrimentos, para ajudar a amenizá-los, além de uma
satisfação que a ordem jurídica lhe dá de forma a não deixar impune o causador
dos danos que, assim, é indiretamente levado a não reincidir, é medida que se
impõe.

Não foi por outra razão que a atual Constituição

Federal, em seu artigo 5º, inciso X, dispôs que:

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X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pe

Destarte, por violar os princípios

supramencionados, o Réu, ex vi dos arts. 5º, X, da Constituição Federal, e 927 do
Código Civil, responde a título de ilícito absoluto pelo dano moral conseqüente. 3

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De rigor, portanto, seja condenado ao pagamento
de indenização no valor equivalente a 05 (cinco) vezes o prejuízo sofrido pela
Autora, ou seja, R$ 21.200,00 (vinte e um mil e duzentos reais), ou arbitrada,
desde logo (STJ, REsp 171.955-MA, 4ª Turma, rel. Min. SÁLVIO DE
FIGUEIREDO, j. 18.8.98, v.u., DJU 3.11.1998, pág. 160), de acordo com o art.
1.574, parágrafo único, do Código Civil Brasileiro (STJ, Resp 123.205-ES, 4ª
Turma, rel. Min. ROSADO AGUIAR, j. 25.11.1997, v.u., DJU 16.2.1998, pág.
101), proporcionalmente ao grau de culpa, ao nível sócio-econômico e
profissional da Autora e ao porte do Réu (STJ, Resp 135.202-SP, 4ª Turma, rel.
Min. SÁLVIO FIGUEIREDO, j. 19.5.1998, DJU 3.8.1998, pág. 244), ou outro
prudente critério que V. Exa. houver por bem adotar (STJ, Resp 108.155-RJ, 3ª
Turma, rel. Min. WALDEMAR ZVEITER, j. 4.12.97, v.u., DJU 30.3.1998, pág.
41).

DOS PEDIDOS

Diante do todo exposto, pugna a Autora a V. Exa.:

3
TJSP, Ap. Civ. 198.945-1, 2ª Câm., rel. Des. CÉSAR PELIZZO, j. 21.12.93, v.u., JTJ 156/94, Bol. AASP
2013/7.m.

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1. pela citação do Réu no endereço constante do

preâmbulo deste petitório para, querendo, responder à presente Ação, sob pena de
revelia;

2. pela total procedência do presente feito para

condenar o Réu no ressarcimento dos danos materiais suportados pela Autora no
importe de R$ 4.240,00 (quatro mil duzentos e quarenta reais);

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3. pela condenação do Réu no pagamento de danos
morais no valor equivalente a 05 (cinco) vezes os prejuízos sofridos pela Autora,
ou seja, R$ 21.200,00 (vinte e um mil e duzentos reais) ou, ao vosso prudente
arbítrio, o valor que entender compatível com a restituição da Autora ao estado quo
ante colisão perpetrada pelo Réu, ainda que em valor superior ao retro referido;

Termos em que, protestando pela produção de

todos os meios de prova em direito admitidos, em especial pelo depoimento pessoal
do Réu, juntada de novos documentos, oitiva de testemunhas, dentre outras
necessárias à comprovação do alegado,

p. deferimento.

Dá-se à causa o valor de R$ 25.540,00 (vinte e

cinco mil quinhentos e quarenta reais).

Santa Isabel, 7 de novembro de 2017.

Rogerio Previatti
OAB/SP nº
280.375

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