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Mário Roberto Outuky – OAB/SP 176.508 fls.

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE


LIMEIRA/SP.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0006391-83.2020.8.26.0320 e código 8EB0B52.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MARIO ROBERTO OUTUKY, protocolado em 18/09/2020 às 17:31 , sob o número WLRA20701454741 .
PROCESSO Nº 0006391-83.2020.8.26.0320

SABRINA SILVEIRA LUZ GONÇALVES, brasileira, casada,

educadora física, RG: M9200695 SSP/MG, CPF 038.529.806-40, residente e


domiciliada a Rua Waldomiro Bueno Moraes, 85, Condomínio Flórida,

Iracemápolis/SP, vem à presença de Vossa Excelência, por seu representante

constituído propor

CONTESTAÇÃO c/c RECONVENÇÃO

Em face da Ação de Indenização por dano Moral movido por

Saulo Jefferson Ferreira, dizendo e requerendo o que segue:

I. BREVE SÍNTESE

Trata-se ação de indenização, movida em face da Ré, por supostas


ofensas morais. Alega o Autor, que a Ré, enviou um áudio para o seu marido,

caluniando e o difamando, aonde transcreve o áudio dizendo ser o Autor um


sociopata, o que lhe causou sérios aborrecimentos, cuja data do evento ocorrera
no dia 12/12/2019 às 22h10m. que na mesma hora, enviou uma mensagem ao

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marido da Ré, questionando tais palavras proferidas pela Ré, cuja resposta foi que

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ela poderia falar o quisesse. No dia 21/01/2020 o marido da Ré, e presidente da

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empregadora do Autor, dispensou sem nenhuma motivação ou justificativa. Que

tal atitude, vem causando profundo constrangimento, dor e humilhação, e que


talvez tenha causado a demissão motivando a presente ação de indenização, a

qual pede R$ 10.000,00 (dez mil reais). Esses são os fatos.

II. DO MÉRITO

Com o devido respeito às argumentações lançadas pelo Autor, estas


não merecem prosperar, vez que, como adiante será demonstrado, o alegado

DANO sofrido pela Autor não restou caracterizado e tão pouco comprovado.

DA FORMA DE OBTENÇÃO DOS ÁUDIOS

Ao afirmar que ocorrerá um atentado contra a sua moral através do


aplicativo WHATSAPP, em conversa reservada entre a Ré e seu respectivo marido,

o Autor produz prova contra si mesmo, pois, se era uma conversa entre esposa e
marido, somente os dois envolvidos tinham acesso a essa informação. Ou seja,

na realidade o que existe é uma invasão de privacidade. Nota-se que


imediatamente ao ocorrido, o Autor contatou o marido da Ré, isso demonstra

que as provas trazidas aos autos, mesmo que envolva o Autor fora obtida de
forma irregular, ferindo a nossa carta Magna protegida por nossa Constituição

Federal:

“CF/88 – Art.5º, X, - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem


das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação”.

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Vale informar que a época, o marido da Ré era presidente da

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Federação Paulista de Basketball, vivia em um período de extrema agitação em

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razão das eleições da instituição citada, que ocorreria em 20/12/2019, eleições

essas turbulentas por conta dos vazamentos de informações internas, muitas de


caráter sigilosas, resultando em inquérito policial, e ações civis, na tentativa de

impedir a reeleição do marido da Ré. A Ré por estar na cidade do interior paulista


e o marido em São Paulo, trocavam mensagens diariamente, e por vezes de fórum

íntimo. Tratando-se do processo judicial, o novo art. 157 do Código de Processo


Penal (CPP), alterado pela lei nº 11.690/2008, também afirma que “são

inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim


entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais". Como o

Autor obteve acesso? Alegar que recebera de um possível cidadão não justifica,
uma vez que o cidadão ora em questão poderia ter repassado para as redes

sociais. Buscava sim prejudicar a eleição do marido da Ré, pois ao deparar com a
derrota da oposição nas eleições da Federação Paulista de Basketball,

simplesmente sem mesmo conversar com o gestor – empregador do Autor,

adentrou com a ação trabalhista, contra a Federação Paulista de Basketball,


resultando em sua demissão. Não aceitando a demissão, solicitou a reintegração,

o que foi negado pelo juízo da esfera Trabalhista. Diante disso, o Autor abriu um
Boletim de Ocorrência junto ao 5º DP de São Bernardo do Campo/SP, contra o

presidente e marido da Ré, e a própria Ré. Que conforme depoimento no referido


IP, houve uma invasão aos aplicativos Whatsapp dos celulares em questão (doc.

Anexo). Ora Exa. o que se vê na aludida transcrição, é exatamente a extração de


uma áudio de caráter sigiloso, que na realidade, não foi autorizado e nem

divulgado em nenhuma rede social que pudesse caracterizar danos ao Autor.

Trata-se de conduta atentatória à boa fé esperada que deve conduzir

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ao imediato reconhecimento da má fé, em busca de enriquecimento ilícito, com

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todos os reflexos legais, em especial à condenação por LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ.

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Trazer aos autos, informações sigilosas, retiradas do aplicativo de
mensagens que somente a Ré e seu marido tinham acesso já deixa dúvida quanto

o próprio pedido. Dessa forma requer a inépcia da inicial, tendo em vista a não
autorização da divulgação do áudio, e a forma como o Autor a obteve, tornando

assim a prova apresentada nula.

DA NÃO CONFIGURAÇÃO DO DANO

Para caracterização do dever de indenizar outrem, grande parte da


doutrina, incluindo aqui o eminente Prof. Flavio Tartuce, prevalece o

entendimento de que são quatro as premissas da responsabilidade civil: a


conduta (comissiva ou omissiva), a culpa genérica, o nexo de causalidade e o

dano.

No presente caso e diferente do alegado na exordial, de verdadeira


responsabilidade civil subjetiva, isto é, compete ao Autor demonstrar a culpa da
Ré, além de demonstrar o dano ocasionado.

O Autor, não demonstra o dano causado pois a bem da verdade, os


comentários realizados pela Ré, trata-se de mensagens trocadas em rede privada

de “bate papo”, a qual o Autor não poderia ter acesso. Ao ter acesso a essas
informações feriu a lei 12.737/02, cujo teor trouxe alterações à seção IV do Código

Penal brasileiro, acrescentando-lhe os artigos 154-A e 154-B, buscando proteger


quaisquer violações em dispositivos informáticos (in verbis):

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“Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de

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computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o

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fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa

ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem


ilícita: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas


privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas

em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: Pena -


reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime

mais grave.

§ 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver


divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados

ou informações obtidas.

Diferentemente da Calúnia ou Difamação, o bem jurídico tutelado


no caso é a honra subjetiva do Autor, constituída pelos atributos morais,

intelectuais e sociais (decoro) inerente à dignidade da pessoa humana.

A tipicidade vem caracterizada claramente no Código Penal nos


seguintes termos:

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo lhe a dignidade ou o

decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.


[...]

§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que,


por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem

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aviltantes: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa,

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além da pena correspondente à violência.§ 3º Se a injúria

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consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,

etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou


portadora de deficiência: Pena - reclusão de um a três anos

e multa.

Para configurar a conduta como injúria, deve-se ter presente a


figura do dolo, ou seja, o ânimo de ferir a dignidade de outra pessoa. O que não
ocorre.

Ocorre que o mesmo Código dispõe sobre a possibilidade de


afastamento da pena:

§ 1º - O Juiz pode deixar de aplicar a pena:

I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou


diretamente a injúria;

II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra


injúria.

O que se enquadra no presente caso, uma vez que o ato, ora

impugnado, foi resultado de um bate papo entre marido e esposa, conversa esta
de cunho totalmente privado, sendo que no calor da troca de mensagens, a Ré,

expressou sua “raiva”, na tentativa de defender o marido, desencadeou tais


colocações, como uma situação reprovável, que de imediato foi repelida e

retratada pela própria Ré, como palavras impensadas pelo estado de ânimo
momentâneo.

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Em situações como estas, é preciso, se avaliar o contexto da ofensa,

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sendo necessário examinar o episódio como um todo que ensejou a lide em um

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contexto fático amplo, não podendo isolar o ato proferido pela Ré, quando

resultado de circunstâncias motivacionais suficientes, conforme destaca a


doutrina especializada:

"Por isso, não se deve confundir a injúria com grosseria,


incivilidade, reveladoras, somente, de falta de educação. (....)
Simples referência a adjetivos depreciativos, a utilização de
palavras que encerram conceitos negativos, por si sós, são
insuficientes para caracterizar o crime de injúria. (...). Em
acalorada discussão, por falta do elemento subjetivo, não há
injúria quando as ofensas são produto de incontinência
verbal." (BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito
penal: parte geral Vol. 2. 18 ed. Saraiva, 2018. Versão kindle

p.9706)

No mesmo sentido é o posicionamento jurisprudencial:

APELAÇAO. CRIME CONTRA A HONRA. INJÚRIA RACIAL. FATO


OCORRIDO EM MEIO A ACALORADA DISCUSSÃO. DÚVIDA

QUANTO À OFENSA E AO DOLO ESPECÍFICO. O juízo


condenatório por crime de injúria racial pressupõe a

demonstração inequívoca do dolo de ofender por motivos


relacionados a questões raciais ou de etnia. Demonstrado, no

caso concreto, de maneira induvidosa, a ocorrência de uma


discussão acalorada entre partes que mantinham já relação de

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desavença antiga, resta fragilizada a hipótese acusatória quanto

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ao elemento subjetivo do tipo penal. Nestas circunstâncias, é

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sabido que os envolvidos tendem a exceder-se, o que acaba

por mitigar a voluntariedade que se exige para a configuração


dos crimes contra a honra, pois afetada a consciência, afetado

fica também o dolo, enquanto elemento subjetivo do tipo


penal. Não suficiente isso, do exame dos depoimentos dos

autos se verifica que, assim como a ofendida, o réu também


prestou relatos coerentes e seguros, tanto na polícia quanto

em juízo, e afirmou que a vítima também o ofendeu, assim


como danificou a cerca de sua residência ao atirar tijolos, o

que foi negado pela ofendida. Não se afigura crível que, em


meio a discussão acalorada entre partes que já mantinham

desavença, a vítima não tenha proferido ofensas contra o réu,


permanecendo inerte, notadamente quando incontroverso que

foi esta quem deu início à discussão ao se dirigir até a

residência do acusado para tirar satisfações sobre


acontecimento anterior. Dúvida fundada quanto à existência

das ofensas e quanto ao elemento subjetivo do tipo penal que


se resolve em favor do acusado. Absolvição confirmada.

RECURSO DESPROVIDO. (TJRS, Apelação 70073824401,


Relator(a):Sérgio Miguel Achutti Blattes, Terceira Câmara

Criminal, Julgado em: 13/09/2017, Publicado em: 22/09/2017)

O Autor sequer demonstrou nos autos quais foram os danos


produzidos, se somente o Autor tomou conhecimento. Em nenhum momento
terceiros tomaram conhecimento através de post da Ré ou curtiram ou ainda que

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teriam veiculado as mensagens supostamente ofensivas. Mais uma vez, vale dizer

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que não há prova do DANO experimentado pelo Autor.

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Ao contrário disto, ao analisar as provas trazidas pelo Autor é possível
concluir que NÃO HÁ “CURTIDAS”, COMPARTILHAMENTOS e afins, o que significa

dizer que não há extensão do DANO, ainda mais ao patamar de R$10.000,00!


Absurdo!

Neste sentido, dispõe o artigo 944 do Código Civil: “Art. 944. A

indenização mede-se pela extensão do dano.” Ora, se não há o DANO, não há


que se falar em extensão deste. A tutela da honra da pessoa sob seu aspecto

subjetivo é o que a norma pretende assegurar ao tipificar a conduta da injúria.


Para tanto, a lei repreende exclusivamente o ato voluntário e imotivado, o que

não se aplica ao presente caso. Não reconhecendo nenhum dano, não faz jus a
indenização. Diante disso, requer a improcedência do pedido por não incorrer

em qualquer dano moral.

III. DA RECONVENÇÃO

Conforme disposição expressa do Art. 343 do CPC, pode o Réu em


sede de contestação arguir a Reconvenção, o que faz pelos fatos e direito a seguir.

“Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar

pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa”

Ao obter informações de forma duvidosa, expõe a conduta do


Autor, que não mede esforços para obter indenização alheia, caracterizando

enriquecimento ilícito. Expõe ao ridículo a Ré, que mesmo sendo um momento

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de extrema raiva, considerou o fato um ato de ofensa.

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Assim diz a Lei 13.709/2018:

Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como fundamentos:

I - o respeito à privacidade;

II - a autodeterminação informativa;

III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião;

IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;

V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;

VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e

VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a

dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais.

Na mesma lei temos:

Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser realizado nas


seguintes hipóteses:

I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;

Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei deverá ser

fornecido por escrito ou por outro meio que demonstre a manifestação de


vontade do titular.

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§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse deverá constar de

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cláusula destacada das demais cláusulas contratuais.

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Como agente operador da instituição que estava lotado, agiu de forma

premeditada ao obter dados reservados a Ré e seu marido, violando os direitos


constitucionais e determinados por lei. Assim sendo requer que seja o Autor

condenado a pagar o equivalente a R$ 3.000,00 (três mil reais) à Ré, como multa
por litigância de má fé, como forma de reparação da ação indevida do Autor.

IV. DO REQUERIMENTO E DAS PROVAS QUE PRETENDE PRODUZIR

Requer:

a) pela improcedência total da ação;


b) oitiva de testemunhas;

c) apresentação dos aplicativos da Ré a ser apresentada em


audiência nos termos do Parágrafo Único do art. 434 do

CPC;

d) depoimento pessoal dos envolvidos, para possíveis


esclarecimentos sobre o objeto da ação, nos termos do
Art. 385 do CPC;

e) desde já informa não ter interesse em audiência de


conciliação.

Em sede de RECONVENÇÃO, requer:

A) O recebimento das razões de reconvenção para o seu


devido processamento, nos termos do art. 343 do CPC;

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B) Seja intimado o Autor para apresentar resposta, nos


termos do §1º art. 343, do CPC;

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C) A total procedência da RECONVENÇÃO para
cumulativamente requerer a condenação do Autor a
pagar multa por litigância de má fé.

D) A produção de todas as provas admitidas em direito,

E) A condenação do Autor para pagamento de multa


indenizatória no valor de R$ 3.000,00.

Do valor da causa à Reconvenção: R$ 3.000,00

Nestes termos, pede deferimento.

São Paulo, 15 de setembro de 2020.

Mário Roberto Outuky


OAB/SP 176.508

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