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NA EDUCAÇÃO BÁSICA
UMA FERRAMENTA DE ENSINO TRANSDISCIPLINAR
FRANÇOISE LIMA
TIAGO OLIVEIRA
RAPHAEL BENDER
ALENA MELO
S c i A r t
Organização
Françoise Lima
Produção de conteúdo
Françoise Lima
Tiago Oliveira
Raphael Bender
Alena Melo
Revisão Final
Elizabeth Lima
Apoio
Secretaria da Educação da Ciência e Tecnologia - Paraíba
Programa Gira Mundo
Häme University of Applied Sciences - Hamk, Finland
EEEFM Prof. Antônia Rangel de Farias - João Pessoa/PB
ECI EFM Prefeito Williams de Sousa Arruda - Campina Grande/
PB
EEEFM Professor José Baptista de Mello - João Pessoa/PB
CEEP Prof. Lourdinha Guerra - Natal/RN
SciArt
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
22-105187 CDD-370.78
QUEM SOMOS?
Françoise Dantas de Lima é formada em
Ciências Biológicas pela Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN), mestre em
Ecologia Aquática e doutora em Sistemática e
Evolução também pela UFRN e James Cook
University, Austrália. Atua como professora de
Ciências e Biologia da educação básica pelo
governo da Paraíba, na cidade de João Pessoa.
Participa de projetos que visam a implementação
da Iniciação Científica no ensino básico, como
ferramenta de educação transdisciplinar.
➤ Metodologias ativas e a IC 20
➤ Conclusões 35
➤ Referências Bibliográficas 36
MULTIDISCIPLINARIDADE, PLURIDISCIPLINARIDADE,
INTERDISCIPLINARIDADE E TRANSDISCIPLINARIDADE
Multidisciplinaridade
Estudo de um tema por várias disciplinas ao mesmo tempo.
Entretanto, não há uma discussão integrada e cada professor
articula sua própria metodologia de ensino.
Pluridisciplinaridade
O mesmo elemento também é estudado em várias disciplinas,
com uma maior cooperação entre elas, mas ainda não há
sobreposição de saberes, nem discussão integrada dos
resultados.
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Interdisciplinaridade
Reduz a setorização do conhecimento através da interação de
diversas disciplinas possibilitando uma compreensão mais
unificada de um tema. Nesse processo há coordenação e
reciprocidade, objetivando uma discussão geral do
conhecimento.
Transdisciplinaridade
Propõe uma integração global das várias disciplinas, na qual
fica difícil delimitar em qual momento uma começa ou
termina. É uma abordagem holística que promove a
sobreposição dos saberes visando uma compreensão unitária
da temática abordada.
Provoca a curiosidade
O aluno com experiência em iniciação científica é
condicionado a observar mais atentamente o mundo ao
seu redor, as formas, fenômenos e comportamentos. A
prática científica os levam a fazer do cotidiano uma
constante provocação do saber.
Desenvolve o questionamento
A curiosidade começa a despertar o questionamento.
Os alunos começam a imaginar as razões por trás de tal
fenômeno ou o que faz os sistemas naturais
funcionarem de forma harmônica. Assim, eles são
levados a pensar ativamente em soluções e buscam
respostas que levem a compreensão de si e do mundo.
Obviamente o exercício de questionar transpassa as
fronteiras científicas e os fazem observar e questionar
seu próprio papel como cidadão na sociedade em que
estão inseridos.
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Redução do negacionismo científico
Atualmente nos deparamos com um problema sério que pode
afetar a sociedade como um todo, o negacionismo científico. É
comum vermos pessoas negando a eficácia da vacina, falando
que a Terra é plana ou que não existe aquecimento global. Essa
onda de pensamento pode trazer consequências devastadoras
para a humanidade, como a volta de doenças já controladas ou
o colapso do clima no planeta. Essa condição é, dentre outros
motivos, gerada pela inabilidade de relacionar fenômenos e
concebê-los em sua integridade.
A pessoa acredita que a Terra é plana porque diz não ver a
curvatura da planeta, ou seja, não consegue sistematizar um
pensamento além do alcance de sua visão. Dessa forma,
precisamos do letramento científico para formar cidadãos
capazes de desenvolver um raciocínio transdisciplinar que atue
de forma assertiva em prol do desenvolvimento socioambiental
sustentável.
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Muitas pessoas costumam confundir os conceitos de pesquisa
científica, projeto de pesquisa e relatório de pesquisa. Vamos então
entender cada um deles.
Pesquisa científica
Projeto de pesquisa
Relatório de pesquisa
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Um bom projeto de pesquisa deverá:
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PROJETO Respostas pro-
DE PESQUISA visórias às per-
gunta inicial-
mente formulada.
Ao final do exper-
imento, as hipó-
teses serão nega-
das ou compro-
vadas. HIPÓTESES
Levantamento de
informações prévias
sobre o tema para
embasar a proposta
da pesquisa. Leitura
de artigos, livros,
material da internet,
etc.
REFERENCIAL
É uma apresentação
TEÓRICO geral sobre o assun-
to que se pretende
investigar. Uma
primeira delimi-
tação dentro de
uma área de
pesquisa.
INTRODUÇÃO
Exposição sucinta
das razões de
ordem teórica e
prática que tornam
importante a real-
ização da pesquisa.
JUSTIFICATIVA
Demonstram a
finalidade do
trabalho de pesqui-
sa, o que se quer
alcançar ao final do
projeto. Há o objeti-
vo geral e os espe-
cíficos.
Descreve o que OBJETIVOS
será feito (métodos)
e como será feito
(técnica) para se
obter os resultados
esperados, ou seja,
como os objetivos
estabelecidos serão
alcançados
METODOLOGIA Consiste na
distribuição das
diversas etapas da
pesquisa ao longo
do tempo. Geral-
mente é apresenta-
do em formato de
tabela. CRONOGRAMA
Lista de todas as
fontes de pesqui-
sa usadas para
embasar o que
foi escrito e
discutido. Devem
ser listadas em
ordem alfabética.
CONCLUSÕES
As lições científicas, sociais e
BIBLIOGRAFIA filosóficas que foram aprendi-
das após análise e discussão
dos resultados. Deve promover
19 a reflexão e crítica acerca de
determinado tema.
METODOLOGIAS
ATIVAS E A IC
Diante das novas demandas mais à escolarização formal.
educacionais, um conceito Moran (2015) ressalta que a
passa a ser recorrente no sociedade do conhecimento se
tocante aos processos de ensino baseia nas competências
e aprendizagem: metodologias cognitivas. Tais competências
ativas, definidas por Moran e exigem plena interação com o
Bacich (2018) como sendo objeto do estudo, de forma
aquelas que “dão ênfase ao colaborativa, participativa e
papel protagonista do aluno, ao criativa. No ensino de Ciências,
seu envolvimento direto, o engajamento de estudantes
participativo e reflexivo em deve ser facilitado por meio de
todas as etapas do processo, metodologias que dialogam
experimentando, desenhando, com o modo com o qual os
criando, com orientação do estudantes criam redes de
professor ” e que oferecem interações, seja no ambiente
situações de aprendizagens, nas físico, presencial, ou no
quais o estudante conduz seu ambiente virtual, online. A
ritmo de aquisição do simples disposição dos
conhecimento. Sobretudo em mobiliários de uma sala de aula
uma sociedade que está a cada pode favorecer ou dificultar o
dia mais conectada em espaços fluxo de colaboração entre os
virtuais, os espaços de estudantes.
20 aprendizagem não se limitam
Dentro do conceito de metodologias ativas, podem ser
organizadas modalidades de ferramentas que trazemos
aqui como sugestão:
Gamificação
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Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP)
e Aprendizagem Baseada em Problemas
(ABPr)
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Aula invertida
Estudos de caso
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As categorias listadas são algumas das diversas modalidades
que podem ser incluídas nos planos de aula que se pretendem
alcançar a Iniciação Científica como um dos Eixos
Estruturantes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). É
relevante esclarecer que não existe fórmula pronta ou currículo
pré-estabelecido que venham a assegurar a aprendizagem dos
estudantes. A variedade de métodos e o acompanhamento do
professor ao longo do processo serão determinantes para que o
desenvolvimento integral dos estudantes corresponda com as
aprendizagens essenciais que se deseja desenvolver.
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TRABALHANDO A
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
NA COMUNIDADE ESCOLAR
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Saindo do convencional!!!
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INICIAÇÃO CIENTÍFICA NA PRÁTICA
O microscópio de sucata
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O mundo microscópico aos alcance dos
nossos olhos
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Ao final do projeto, cada grupo de estudantes poderá criar seu
próprio portfólio do mundo microscópico. O registro das
imagens é extremamente fácil, pois o microscópio é feito
utilizando as câmeras dos telefones, podendo registrar fotos e
vídeos. Alguns exemplos das imagens registradas estão
apresentados na figura abaixo.
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O envolvimento da família
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A transdisciplinaridade e a IC nas comunidades
escolares
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Uma possível estratégia que o professor poderia adotar em uma
perspectiva transdisciplinar através da iniciação científica seria a
abordagem dos objetivos de desenvolvimento sustentáveis
(ODS) da Organização das Nações Unidas. Os 17 objetivos da
ONU e suas 169 metas fazem parte da agenda 2030 e foram
estabelecidas em 2015 visando estimular a proposição de
soluções para questões que abrangem o desenvolvimento social,
econômico e cuidados com meio ambiente.
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A abordagem dos ODS como objeto de estudo tem sido aplicada
em escolas do mundo inteiro. Ao utilizar os ODS como
norteador, essas metodologias são capazes de despertar e
desenvolver competências e habilidades nos alunos para a
resolução de problemas do mundo real em escalas locais e
globais.
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É de fundamental necessidade que o aluno amplie sua
percepção de pertencimento ao mundo que o cerca e se
enxergue como parte importante (e não apenas
expectador) dos fenômenos científicos que ocorrem
corriqueiramente onde ele está inserido.
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CONCLUSÕES
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
➤ MORAN, J. Mudando a Educação com metodologias ativas. Coleção
Mídias contemporâneas. Convergências Midiáticas, Educação e
Cidadania: aproximações jovens. Vol. II] Carlos Alberto de Souza e
Ofelia Elisa Torres Morales (orgs.). PG: Foca Foto-PROEX/UEPG,
2015. Disponível em: http://rh.unis.edu.br/wp-content/uploads/
sites/67/2016/06/Mudando -a-Educacao -com-Metodologias-
Ativas.pdf. Acesso em 19 dez. 2020.
➤ NICOLESCU, B. O Manifesto da Transdisciplinaridade. São Paulo:
Triom, 1999.
➤ ONU. Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o
Desenvolvimento Sustentável. 2015. Disponível em: https://
nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/. Acesso em: 15 set. 2020.
➤ PIRES, M. F. C. Multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e
transdisciplinaridade no ensino. Interface - Comunicação, Saúde,
Educação, Botucatu, Scielo, v. 2, n. 2, p. 173–182, fev. 1998.
➤ THOMPSON, K. J. Prospects for transdisciplinarity. Futures, Elsevier,
v. 36, n. 4, p. 515–526. 2004.
➤ WORLDVIEW EDUCATION SERVICES. Sustainable Development
Goals Action Kit. Disponível em: http://
cdn.worldslargestlesson.globalgoals.org/2018/09/SDG-Action-
Kit_Final.pdf. Acesso em: 15 set. 2020.
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