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RESUMO EXPANDIDO

METODOLOGIA ATIVA: PROMOVENDO UMA EDUCAÇÃO


TRANSFORMADORA

AFONSO ALVES DOS SANTOS1; DANIELLA REZENDE DOS REIS2;


LEANDRO MARQUES DA SILVA3; MATHEUS RODRIGUES DA CRUZ4;
PEDRO RODRIGUES MACIEL NETO5; SARAH GABRIELLA CHAVES
FERNANDES6

RESUMO: A metodologia ativa é uma abordagem pedagógica que coloca o aluno no centro do processo
de aprendizagem, envolvendo-o de forma ativa na construção do conhecimento. Essa metodologia vem
sendo trabalhada pelo PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), uma iniciativa do
governo brasileiro que visa incentivar estudantes de licenciatura e pedagogia, com o objetivo de garantir
uma formação de qualidade para futuros professores. A "Sala de Aula Invertida" é uma metodologia ativa
inovadora que se encaixa perfeitamente na proposta pedagógica do PIBID. Os alunos de graduação em
Ciências Biológicas da PUC-GO iniciaram um projeto sob a supervisão da professora Ionara, que abordou
o estudo de protozoários e a importância da higienização dos alimentos antes de serem consumidos. Como
suporte pedagógico, os Pibidanos começaram ministrando uma aula expositiva e dialogada, com
apresentação de slides, aos alunos da Escola Cecília Meireles e, em seguida, conduziram uma aula prática
no laboratório de ciências da escola. Durante a aula prática, foi utilizado um microscópio óptico comum
(MOC), lâminas descartáveis, lamínulas, pipetas, luvas e culturas de protozoários (alface cultivada em água
de poço e água de mina). Os estudantes de Biologia receberam apoio dos alunos de Química para a execução
do projeto. No dia 03/05, os alunos do CEPI Cecília Meirelles apresentaram seminários em grupos (três
grupos), utilizando como base as aulas ministradas pelos Pibidanos anteriormente. A sala de aula invertida
contribuiu significativamente para o desenvolvimento de habilidades essenciais, como pesquisa, trabalho
em grupo, comunicação e autonomia dos alunos.

PALAVRAS-CHAVE: Sala de Aula Invertida. Metodologia Ativa. PIBID.

1
Acadêmico da Pontifícia Universidade Católica de Goiás/Escola de Ciências Médicas e da Vida. Av.
Engler, s/n – Jardim Mariliza, Goiânia, GO. CEP= 4885-460. E-mail: afonsoalves16_@hotmailcom
2
Acadêmico da Pontifícia Universidade Católica de Goiás/Escola de Ciências Médicas e da Vida. Av.
Engler, s/n – Jardim Mariliza, Goiânia, GO. CEP= 4885-460. E-mail: daniellarezende64@gmail.com
3
Acadêmico da Pontifícia Universidade Católica de Goiás/Escola de Ciências Médicas e da Vida. Av.
Engler, s/n – Jardim Mariliza, Goiânia, GO. CEP= 4885-460. E-mail: marksleandro49@gmail.com
4
Acadêmico da Pontifícia Universidade Católica de Goiás/Escola de Ciências Médicas e da Vida. Av.
Engler, s/n – Jardim Mariliza, Goiânia, GO. CEP= 4885-460. E-mail: torume4@gmail.com
5
Acadêmico da Pontifícia Universidade Católica de Goiás/Escola de Ciências Médicas e da Vida. Av.
Engler, s/n – Jardim Mariliza, Goiânia, GO. CEP= 4885-460. E-mail: pedromacielneto761@gmail.com
6
Acadêmico da Pontifícia Universidade Católica de Goiás/Escola de Ciências Médicas e da Vida. Av.
Engler, s/n – Jardim Mariliza, Goiânia, GO. CEP= 4885-460. E-mail: Sarah.01483@gmail.com
INTRODUÇÃO

A metodologia ativa desempenha um papel fundamental no programa de Trabalho


do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência).
O PIBID é uma iniciativa do governo brasileiro que busca promover a formação
prática de estudantes de licenciatura por meio de uma inserção precoce nas escolas de
educação básica. O PIBID oferece bolsas de iniciação à docência para estudantes de
graduação, que atuam junto a professores da rede pública, auxiliando nas atividades
pedagógicas e desenvolvendo projetos de intervenção nas escolas. O programa visa
fortalecer a formação dos futuros professores, proporcionando uma vivência mais
próxima da realidade educacional, estimulando reflexões sobre a prática docente e
contribuindo para a melhoria da qualidade da educação básica no país.
No âmbito do PIBID, os bolsistas de iniciação à docência são incentivados a
empregar abordagens pedagógicas que estimulem a participação ativa dos alunos em sala
de aula. Isso envolve a criação de atividades práticas, discussões em grupo, resolução de
problemas e outras estratégias que promovam a construção ativa do conhecimento pelos
estudantes. Essa abordagem pedagógica não apenas torna o processo de aprendizado mais
envolvente e significativo, mas também ajuda os futuros professores a desenvolverem
habilidades de planejamento, implementação e avaliação de aulas mais eficazes.
O plano de ação para a proposta pedagógico aos Pibidanos tem como objetivo
central trabalhar com Metodologias Ativas, que colocam o aluno como protagonista de
seu próprio aprendizado, estimulando a participação ativa e o desenvolvimento de
habilidades essenciais. Em vez do ensino tradicional baseado na transmissão passiva de
conhecimento, as Metodologias Ativas propõem ambientes de aprendizagem dinâmicos,
nos quais os alunos são desafiados a resolver problemas, trabalhar em grupo, realizar
pesquisas, debater ideias e aplicar conceitos em situações reais. Nesse contexto, foi
escolhida a metodologia ativa da "Sala de Aula Invertida". Essa abordagem promove a
exploração e explicação dos conteúdos pelos próprios estudantes, por meio de seminários
em grupos.
A "Sala de Aula Invertida" representa uma metodologia ativa inovadora que se
encaixa perfeitamente na proposta pedagógica aos Pibidanos. Essa abordagem desafia o
paradigma tradicional de ensino, transferindo a responsabilidade pela aquisição de
conhecimento dos professores para os alunos. Nesse modelo, os Pibidanos assumem o
papel de facilitadores do aprendizado, disponibilizando recursos de aprendizado prévio,
como vídeos, textos e materiais online, para que os estudantes explorem de forma
independente. Isso permite que as sessões de sala de aula se concentrem em atividades
práticas, discussões estimulantes e a aplicação prática dos conceitos, tornando o processo
de aprendizado mais dinâmico e interativo. A "Sala de Aula Invertida" não apenas
fortalece a autonomia dos alunos, mas também promove o desenvolvimento de
habilidades de pesquisa, pensamento crítico e colaboração, habilidades essenciais para o
sucesso na educação e na vida profissional.

OBJETIVO

Este projeto foi concebido com o propósito de facilitar a introdução à carreira


docente para os participantes do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
(PIBID) neste módulo. Ele visa proporcionar experiências práticas enriquecedoras na
vivência escolar para esses futuros professores, preparando-os para desempenhar o
importante papel de mediadores do conhecimento e facilitadores do aprendizado ao
ingressarem na profissão. Além disso, o objetivo deste trabalho é fomentar o
desenvolvimento de habilidades essenciais, tais como pesquisa, pensamento crítico,
colaboração, trabalho em equipe e autonomia dos alunos do ensino regular ao longo do
processo de aprendizagem.
METODOLOGIA

Este estudo foi realizado pelos integrantes do subprojeto de Ciências da Natureza


do PIBID, graduandos em Ciências Biológicas da PUC-GO e executado no Centro de
Ensino em Período Integral Cecília Meirelles – Aparecida de Goiânia, com os alunos do
1º ano do ensino médio.
No presente estudo, a metodologia empregada baseou-se na abordagem de aula
expositiva e dialogada, que se revelou fundamental para a transmissão eficaz de
informações e conceitos-chave. Para alcançar esse objetivo, foi utilizado uma combinação
de recursos tecnológicos, sendo eles um pendrive, um laptop e uma TV para a reprodução
de slides, auxiliando na organização visual do conteúdo, tornando-o mais acessível aos
participantes.
Na condução das atividades realizadas deste estudo, foi incluído na metodologia a
realização de aula prática em laboratório. Este enfoque permitiu a aplicação prática dos
conceitos previamente apresentados na aula expositiva e dialogada, proporcionando aos
participantes uma experiência prática. Durante essa aula, foram utilizados como materiais
de suporte no laboratório, um microscópio óptico comum (MOC), lâminas descartáveis,
lamínulas, pipeta, luvas e cultura de protozoário.
A metodologia empregada para a cultura de protozoários envolveu a utilização de
água não tratada e folhas de alface como substratos. Inicialmente, amostras de água não
tratada, sendo uma de mina e outra de cisterna/poço d’água, foram coletadas e
acondicionadas em potes de vidro diferentes. Em seguida, folhas de alface frescas foram
adicionadas aos recipientes, servindo como fonte de nutrientes para os protozoários. O
cultivo dos protozoários se deu início em uma semana antes da data programada para a
aula prática. As folhas de alface foram trocadas de 3 em 3 dias para manter uma fonte de
nutrientes saudável e suficiente para os protozoários cultivados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O projeto foi realizado no Centro de Ensino em Período Integral Cecília Meirelles


– Aparecida de Goiânia, com os alunos do 1º ano do ensino médio, com início no dia
29/03, no período vespertino. Neste dia foram ministradas uma aula expositiva dialogada
e uma aula prática em laboratório.
Em um primeiro momento, foi ministrado pelos alunos Pibidanos, graduandos em
Ciências Biológicas, uma aula expositiva e dialogada sobre o tema Protozoários. Nesta
aula, foi introduzido o tema, explanando - o de uma forma geral. O foco principal foi os
protozoários que trazem prejuízo a saúde humana, como o Trypanosoma cruzi,
Plasmodium sp., Leishmania sp., Giardia lamblia, Entamoeba histolytica e outros. Além
de apresentar os riscos que estes trazem a saúde, os tratamentos e meios de prevenção
foram também transmitidos.
Após esse primeiro momento, houve uma aula prática em laboratório para
observação do Protozoário Paramecium sp., trazido em cultura pelos Pibidanos. Este
protozoário foi cultivado em água de cisterna e mina d’agua, sem ter sido fervida, filtrada
ou tratada. A água foi coletada em potes de vidro, folhas de alface formam adicionadas
sem serem higienizadas, foi deixada em cultivo por uma semana. O cultivo foi levado
para o CEPI Cecília Meirelles e foram focadas em um microscópio ótico comum (M.O.C)
duas amostras em lâminas descartáveis deste cultivo. Os alunos puderam, então, observar
os espécimes de Paramecium sp. ali presente.
Os alunos manifestaram um notável entusiasmo durante a aula, participando
ativamente por meio de questionamentos e envolvendo-se profundamente na discussão e
reflexão sobre o tema apresentado. Durante a aula prática, todos eles revelaram um
genuíno interesse em observar o Paramecium sp. através do microscópio, demonstrando
um misto de entusiasmo e surpresa ao testemunhar, pela primeira vez, a vivacidade de um
protozoário in vivo.
Em um outro momento, os Pibidanos graduandos em Química explanaram sobre
a Água Sanitária e seu uso para higienização de alimentos crus. Essa exposição
desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento das pesquisas dos alunos,
preparando-os para liderar o processo de aprendizado na sala de aula invertida, assumindo
o papel de facilitadores do conhecimento.
Enfim, no dia 03/05, os alunos do CEPI Cecília Meirelles apresentaram seminários
em grupos, usando como referências base as aulas ministradas pelos Pibidanos
anteriormente.
Um primeiro grupo de alunos abordou sobre a necessidade da higienização de
hortaliças, frutas e verduras por meio da confecção de cartões explicativos e ilustrados. O
segundo grupo realizou uma pesquisa na escola, com os professores, estudantes e
funcionários da cozinha, tendo como finalidade descobrir se estes conheciam as doenças
provenientes do consumo d’água. Este grupo produziu gráficos, do tipo pizza, para expor
os dados coletados. Nesta pesquisa, os gráficos demonstraram que 5,6% dos entrevistados
não consideravam a água como um meio transmissor de doença, enquanto 94,4% o
consideravam. 61% conheciam alguma doença transmitida pela água e 38,9% não. As
doenças citadas pelos entrevistados foram a Amebíase, Cólera, Dengue, Leptospirose e
Verminose. Infelizmente, este grupo não soube como expor seus gráficos, ficando estes
somente disponíveis em seus smartphones. Após as apresentações a professora Ionara
disponibilizou este material para os Pibidanos. Enfim, o terceiro Grupo realizou uma
pesquisa bibliográfica sobre as Doenças Relacionadas com a Água, citando as principais
e elucidando sobre a necessidade de realização de Exames Parasitológicos. Este grupo
não utilizou nenhum recurso visual para a exposição, demonstrando bastante dificuldade
no desenvolvimento do trabalho.
Durante a apresentação dos alunos, mesmo com uma preparação prévia,
demonstraram certa dificuldade em apresentar o conteúdo, optando por ler o resultado da
pesquisa realizada. Foi possível observar que alguns alunos têm mais facilidade na
interação com outros e com a dinâmica aplicada, já outros demonstram certa dificuldade
na apresentação de um trabalho para uma sala cheia. Essa dinâmica permite que alunos
avancem no seu próprio ritmo, revisem o material quantas vezes for necessário e busquem
esclarecimentos sobre conceitos que não compreendem, para melhor elaboração do
conteúdo que vão expor e maior fixação do conhecimento.
É importante ressaltar que este foi o primeiro contato da turma com esta
metodologia, e foi o primeiro trabalho desenvolvido nesta. É compreensível a dificuldade
demonstrada pelos alunos na elaboração e exposição de seus trabalhos. A partir desta
primeira experiência, foi possível analisar e pensar em novas abordagens para melhorar o
desempenho dos alunos.
A utilização da sala de aula invertida é importante por diversos motivos, tais como
estimular a criatividade, a colaboração e a comunicação entre os alunos, além de
proporcionar acesso a uma variedade de recursos que vão além da internet. Além disso,
essa abordagem é fundamental para o desenvolvimento do pensamento crítico e para
preparar os alunos para enfrentar os desafios do mundo moderno.

CONCLUSÃO

A utilização da metodologia ativa da sala de aula invertida demonstrou ser uma


abordagem pedagógica eficaz e enriquecedora. Durante a aplicação dessa metodologia,
os estudantes assumiram um papel mais ativo em seu próprio processo de aprendizagem,
tornando-se protagonistas na exploração e explicação dos conteúdos. Os seminários
realizados pelos alunos proporcionaram interações dinâmicas, permitindo a troca de
conhecimentos e o esclarecimento de dúvidas entre os colegas, além da interação com
professores e funcionários da escola.
Os alunos demonstraram dificuldade para utilizar recursos audiovisuais e
multimídias, visto que as exposições foram feitas em cartazes ou apenas dialogadas. Os
gráficos do segundo grupo não foram expostos no seminário, pois os alunos não souberam
montar uma apresentação de slides. A sala de aula invertida pode incentivar o uso dos
recursos de multimídias, com o auxílio dos Pibidanos, tornando as apresentações mais
atrativas e envolventes.
A sala de aula invertida contribuiu para o desenvolvimento de habilidades
essenciais, como a pesquisa, o trabalho em grupo, a comunicação e a autonomia dos
alunos. Essa metodologia proporcionou uma aprendizagem mais significativa, conectada
com a realidade dos estudantes, e demonstrou ser uma alternativa eficiente para superar
os desafios do ensino tradicional baseado na transmissão passiva de conhecimento. A
partir dessa experiência, reconhece-se a importância de fomentar a aplicação de
metodologias ativas, como a sala de aula invertida, visando promover uma educação mais
participativa, engajada e significativa.

REFERÊNCIAS

1. Metodologias Ativas. Disponível em: < https://ead.ucs.br/blog/exemplos-de-


metodologias-ativas >. Acesso em: 7 de setembro de 2023.
2. Educar Brasil Escola. Estratégias de ensino: cultura de protozoários. Disponível
em: < https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/cultura-
protozoarios.htm >
3. QueroBolsa. Biologia – Manual do Enem >Protozoários: o que são, reprodução
e doenças causadas. Disponível em: <
https://querobolsa.com.br/enem/biologia/protozoarios >
4. Cassiano Rodrigues e Jaqueline Miranda Pinto.AULA PRÁTICAS SOBRE
PROTOZOÁRIOS. Disponível em: <
https://sites.unipampa.edu.br/pibid2014/files/2016/08/protozoarios-cassiano-
santos-rodrigues.pdf >
5. Só Biologia. Reino dos protistas. Disponível em: <
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/Protista.php
6. Experimentoteca.Como cultivar protozoários para aula prática. Disponível em:<
https://experimentoteca.com.br/como-cultivar-protozoarios-para-aula-pratica/>
7. Youtube. Paramecia Contractile Vacuoles by Edwin Lee:<
https://youtu.be/MxbwiACd0Tw>

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