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Estágio na educação infantil: relato de experiência teoria e a prática pedagógica

Jeane vieira de Souza

RESUMO: Este artigo trata-se de um relato de experiencia na disciplina Estágio


Supervisionado em Educação Infantil II do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do
Pará. O objetivo principal deste relato é trazer à tona as observações e aplicação do projeto de
intervenção feito durante o estágio na instituição de educação infantil EAUFPA ( Escola de
Aplicação da UFPA) no Pre II A, falando sobre o contato direto com as crianças, a
compreensão do trabalho docente e a contribuição no desenvolvimento e aprendizagem,
analisando sobre a importância da educação infantil no desenvolvimento das crianças e
demostrando os resultados obtidos através da aplicação do projeto sobre a consciência negra
na educação infantil em parceria com a professora da turma, seguindo os planos de aula,
através de contação de histórias, brincadeiras e atividades planejadas.. A metodologia para a
elaboração deste artigo, foi feita a partir de levantamento bibliográfico e documental
utilizando, além da análise do Diário de Bordo.

Palavras-chaves: Educação Infantil; Estágio Supervisionado; Aprendizagem;

INTRODUÇÃO
Este artigo busca relatar a experencia no estágio Supervisionado na Educação Infantil,
através da prática pedagógica de modo a destacar a importância da disciplina Estágio
Supervisionado na formação dos professores de maneira geral e de modo específico, para a
Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica que requer uma atenção especial
na formação de crianças pequenas e deste modo precisa formar um profissional que queira e
saiba atuar nesses espaços.
De acordo com o artigo 61 da Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96 (BRASIL, 1996),
a formação de professores necessita de uma base sólida no ensino e da integração do
conhecimento teórico com a aplicação prática. Esta integração é conseguida através de
estágios supervisionados, onde os estudos teóricos estão ligados a experiências reais na área
do ensino. A inclusão de estágios curriculares na formação do aluno proporciona uma valiosa
oportunidade de aquisição de experiência prática, amplamente reconhecida como uma
componente essencial da sua qualificação. Esta oportunidade excepcional permite que os
indivíduos coloquem em prática os seus conhecimentos teóricos, mergulhando em cenários da
vida real relevantes para as suas futuras carreiras, melhorando, em última análise, a sua
educação e capacidades profissionais.
Nos cursos de graduação, estabelecer contato com o ambiente de trabalho é de extrema
importância. Serve como uma oportunidade valiosa para melhorar o desenvolvimento
profissional dos alunos, preenchendo a lacuna entre teoria e prática. Esta integração é crucial
para superar a dicotomia existente entre os dois domínios. O estágio supervisionado
desempenha um papel vital para dotar os futuros educadores da competência pedagógica
necessária, abrangendo aspectos práticos e teóricos. Vale ressaltar que o reconhecimento legal
dos estágios supervisionados como componente fundamental da formação de graduação
proporciona aos graduandos a oportunidade de adquirir experiência em primeira mão em suas
futuras carreiras. Além disso, o estabelecimento de parcerias colaborativas entre instituições
educativas e sistemas de formação promove benefícios mútuos e facilita a troca de
conhecimentos valiosos entre todas as partes envolvidas.
Pensando nisso, o objetivo deste artigo é evidenciar as experiências e contribuições
que as práticas realizadas no estágio supervisionado proporcionam para o futuro docente.
Nesse sentido, o estágio de supervisão em educação infantil constitui um momento de
interação com a realidade escolar, promove a ampliação, a interação e o aperfeiçoamento de
conhecimentos teóricos e práticos, sendo um componente essencial no desenvolvimento da
prática docente da educação infantil. Assim, a observação, a coparticipação e as atividades
docentes proporcionam uma análise crítico-reflexiva da atuação profissional dos educadores,
contribuindo para uma formação significativa e consistente.
Segundo Santos (2005), os estágios supervisionados pelo curso, aliados às disciplinas
teóricas desenvolvidas na licenciatura, constituem um importante espaço construtivo no
processo de formação docente e contribuem para a prática profissional dos futuros
professores. Entendido desta forma, o estágio supervisionado deixa de ser a parte prática do
curso, como há muito se vislumbra, e passa a ser uma ferramenta de construção de
conhecimentos teórico-práticos, cuja vivência se dá no âmbito da reflexão analítica. A prática
docente faz com que teoria e prática se entrelaçam sem sobreposição, ou seja, o conceito de
superação da separação entre teoria e prática.
Um roteiro pré-estabelecido foi seguido durante a execução das atividades. Um projeto
de intervenção elaborado para o mês da Consciência Negra na educação infantil na Escola de
Aplicação da UFPA do Pré II A, em colaboração com os professores da sala base, nosso foco
foi além dos recursos utilizados pelas crianças e professores. Também nos aprofundamos nas
rotinas institucionais e pedagógicas, examinando a organização e a dinâmica das atividades
entre crianças e professores. Isso englobou diversos aspectos como as ações pedagógicas
planejadas e espontâneas, os conteúdos explorados, as abordagens metodológicas, as
linguagens utilizadas e os métodos de acompanhamento do desenvolvimento e da
aprendizagem da criança. Todas essas observações e experiências foram meticulosamente
registradas no Diário de Campo. Através deste estágio, obtivemos uma compreensão
abrangente da prática pedagógica na Educação Infantil. Também nos proporcionou a
oportunidade de expandir e aprofundar ainda mais o nosso conhecimento teórico e prático
sobre as necessidades e características únicas das crianças pequenas e a arte de ensinar neste
nível educacional.
Os principais objetivos da vivência no estágio foram além da observação, mas sim por
em pratica atividades pedagógicas desenvolvidas para o Pré II A, com plano de aula planejado
onde as atividades pedagógicas desenvolvidas compreendessem a rotina escolar e a
organização da sala de aula, realizando atividades adequadas à faixa etária das crianças, a fim
de promover e desenvolver habilidades de interação e comunicação com as crianças e com a
equipe da escola, refletir sobre a importância da consciência negra e da cultura afro no brasil e
no processo de ensino-aprendizagem.
Este artigo em formato de um relato de experiencia das vivências durante o período do
Estágio Supervisionado na Educação Infantil, oferecido pela Faculdade de Educação da
Universidade Federal do Pará.

2. Educação Infantil da escola de aplicação da UFPA


A escola de aplicação da UFPA, está localizada Av. Perimetral, 1000 - Terra Firme,
Belém - PA, 66095-780, onde na educação infantil há duas turmas de Pré I(A,B) e três turmas
de Pré II( A,B,C) para crianças de 3 anos e 11 meses e alunos de 5 anos e 11 meses. As aulas
estão disponíveis nos turnos da manhã.
Esta unidade educacional é mediana e possui apenas 5 salas de aula, as instalações,
possuem boa estrutura com ar-condicionado nas salas. Além das salas de aula, a EAUFA
conta com uma cozinha, 2 banheiros infantis e 1 banheiros para uso dos funcionários, 1 sala
para coordenação, 1 sala para psicóloga escolar, 1 brinquedoteca, 1 para artes visuais e
música, 1 sala de professores, além do parque (espaço ao ar livre com brinquedos, balanços
escorregas, e muito contato com a natureza) espaço colorido e amplo estruturas apropriadas
para crianças. Como mostrar as fotos 1 e 2.
Existe também uma área destinada às interações entre os alunos que são fora da
educação infantil como refeitório e sala de dança, campo e ginásio, que são espaços utilizados
por toda a comunidade escolar.

Foto 1 - Fonte: arquivo pessoal 2023

Foto 2 - Fonte: arquivo pessoal 2023

O estágio na educação infantil, foi realizado no segundo período letivo da turma do


Pré II A, com a orientação de uma professora da sala base da escola de aplicação onde o
quantitativo é 15 crianças por turma, além da professora está 1 bolsista que auxilia na rotina
da turma, e 4 professores que dão aulas de música, artes visuais, educação física e
brinquedoteca.
Durante o estágio supervisionado foi informado que uma das crianças da turma possui
o espectro autista, onde a escola oferece acompanhamento que é feito pela coordenação de
inclusão, onde se se tem psicopedagogos e estagiários das mais diversas áreas(psicologia,
pedagogia, entre outros) que acompanham esses alunos dentro de sala.
Foi observado que durante o estágio que a turma nunca estava completa nos dias que
estávamos em sala, o começo do cotidiano das aulas começava na chegada das crianças às
07:30h, desse horário até as 11:40h as crianças, sempre ficavam à vontade para interagir entre
elas, brincar e desenhar, em seguida e feita uma roda de conversa em que se comunicar as
rotinas a serem realizadas ao correr da manhã. Seguindo a rotina, às 9:00h e o momento do
parque para todas as turmas, as 9h30 começar lavar as mãos e seguir para o refeitório por
volta das 10h e o retorno para sala onde normalmente e feito alguma atividade e após o
término eles podem brincar de massinha, brinquedos ou desenhos até a hora da saída.
3. Vivência
As atividades realizadas com a turma do pré II A foi com enfoque ao mês de
consciência negra, foi feito um plano de aula que foi desenvolvido junto a professora da
turma, respeitando as especificidades de cada criança e conciliando a rotina da turma.
No primeiro momento foi observado o dia a dia da turma e interação com as crianças,
buscando forma de se aproximar da turma, o próximo passo foi fazer uma roda de conversa
com eles falando sobre a consciência negra buscando saber o que eles conheciam sobre o
assunto. Reconhecendo o impacto significativo que a Educação Infantil tem na formação do
percurso educativo de uma criança, as minhas experiências pessoais em observações de sala
de aula revelaram que esta fase abrange muito mais do que uma mera troca de conhecimentos.
Como afirma Kramer (2005), os conceitos interligados de nutrir e educar são amplamente
reconhecidos. A Educação Infantil funciona como um procedimento unificado, onde as duas
ações estão intrinsecamente ligadas. O objetivo principal é fornecer assistência para facilitar o
crescimento e desenvolvimento holístico da criança, abrangendo suas dimensões intelectuais,
físicas, psicológicas e sociais. Isto é conseguido através da implementação de abordagens
pedagógicas estimulantes, lúdicas e educativas.
Nos próximos encontros foram apresentadas histórias com culturas afrodescendentes,
músicas, tendo como principal o livro cabelo de lelê que conta a história de uma menina que
se chama Lelê, é uma criança que não gosta do cabelo porque tem muitos cachos, e não sabe
como cuidar. Tudo começa com uma pergunta: "De onde vêm todos esses cabelos
cacheados?" Lelê começa a procurar livros e descobre que havia uma história em seu cabelo,
uma cultura desconhecida para ela. Ela escreve: “Depois do Atlântico, a África evoca e conta
uma teia de sonhos e medos, de guerra em conspirações, de vida e morte, e de amor em
cachos” (p. 12), ou seja, o cabelos afro já foi causa de guerra, morte, luta, ter isso é uma
questão de resistência e militância, e por fim, Lelê, adorou o que leu em seu livro, viu que
havia uma imensidão por trás de sua cultura de cachos, se sentiu acolhida e descobriu que não
era sozinha, descobrindo que havia muitas outras maneiras de abordar essas questões.
A narrativa desta história assume uma abordagem didática, com o objetivo de educar
os leitores sobre o significado cultural e as complexidades que existem dentro de uma
sociedade. Lelê, uma criança curiosa como outras da sua idade, embarca numa jornada para
explorar a história do seu cabelo e da cultura africana. Ao fazer isso, ela descobre formas
alternativas de pentear o cabelo e abraça a beleza de ser fiel a si mesma. Esta constatação vai
além da sua família imediata, estendendo-se para abranger uma compreensão mais ampla da
sua herança e identidade. As ilustrações do livro servem para dar vida à história, agregando
movimento e valorizando a narrativa. Ao longo do texto, o autor faz uma pausa para colocar
questões instigantes ao leitor, incentivando-o a refletir sobre os temas explorados na história.
Perguntas como "O que você acha do cabelo dela?" e "Por que o cabelo do Lelê está assim?"
promover uma experiência interativa, estimulando os leitores a se envolverem no pensamento
crítico com base nos eventos e mensagens transmitidas na história.
A partir disso foi feito uma contação de história sobre o livro de maneira bem
interativa, fazendo pequenas atuações de forma a prender a atenção das crianças e instigando-
as a fazerem perguntas e participar junto da história.

FONTE: ARQUIVO PESSOAL 2023


Fonte: imagens do google

Todo projeto de intervenção foi baseado em cima desse livro, a 1 atividade foi
conhecer os autores, personagens e o livro, onde as crianças do pré II A preencheriam as
informações sobre a história contada, fazia as perguntas e esperava eles responderem para
colocar no quadro para que pudessem copiar e escrever.

Atividade 1
A segunda atividade consistia em fazer o desenho e o cabelo de lelê com lã colorida,
onde poderiam ficar à vontade para recriar à sua maneira e de diferentes formas.

Fonte: arquivo pessoal 2023.

A terceira atividade foi relembrado a história, feito perguntas sobre o que eles mais
gostaram do livro e por fim eles deveriam desenhar um momento da história que mais eles
mais gostaram.

Fonte: arquivo pessoal 2023


A responsabilidade do professor na produção de métodos e estratégias pedagógicas
para um ensino e uma aprendizagem eficazes, incluindo a incorporação da ludicidade, é um
fator significativo na promoção de uma educação de qualidade.
Segundo Kimura (2008), os próprios professores escolares veem a presença e a
acessibilidade das condições de infraestrutura como um aspecto significativo. O
desenvolvimento do seu trabalho necessita da incorporação de elementos essenciais. No
entanto, os professores devem estar preparados para gerar novos conceitos que se alinhem
com o contexto em que exercem a sua profissão.
As atividades propostas tiveram objetivo de conscientizar sobre a cultura negra, e sua
importância no brasil, aprender a respeitar as diferenças e aumentar o gosto pela leitura,
avaliação da atividade proposta se deu através da participação e interesse das crianças.

4. Considerações finais

Este estágio permitiu refletir sobre a importância da educação infantil no processo de


aprendizagem das crianças, proporcionando uma base de conhecimentos diversificada para o
ensino básico, que, conforme referido no relatório, é a primeira fase do ensino básico. É
importante voltar ao objetivo geral, que é: discutir as realidades escolares na educação infantil
a partir do compartilhamento de experiências em sala de aula. Acredito que este objetivo foi
alcançado porque aprendi o quão único foi o estágio e como trouxe um contributo
significativo para o nosso conhecimento, desde os momentos de observação nos
proporcionam uma visão de como agir e o que fazer para que possamos alcançar nossos
objetivos durante a Regência. eu consigo ver a integração entre teoria e prática e até que ponto
as atitudes das crianças se alinharam com as discussões do autor nas aulas teóricas.
O Estágio de Educação Infantil é uma experiência enriquecedora que contribui para a
nossa formação profissional. Através do contacto direto com as crianças e da prática docente,
somos capazes de melhorar os métodos de ensino em sala de aula, desenvolver competências
pedagógicas importantes e aprofundar a nossa compreensão do atual estágio dos processos de
educação e ensino e da necessidade de como mitigar esta situação. Limitações da melhor
forma de cuidar e desenvolver a aprendizagem holística e integrada das crianças na educação
básica.
Dessa experiência surge a reflexão e o amadurecimento sobre a prática docente e a
conscientização dos processos educativos e escolares. Essa prática permitiu refletir sobre a
consciência teórica estabelecida pela Universidade a respeito da ética, do respeito e da
interação com as crianças, do desenvolvimento do processo educativo, do relacionamento
com outros profissionais para manter o bom comportamento no ambiente de trabalho.

REFERÊNCIAS
KIMURA, S. Geografia no ensino básico: questões e propostas, São Paulo, Contexto,
2008.
KRAMER, Sonia. Profissionais de Educação Infantil: gestão e formação. São Paulo:
Ática, 2005.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996. Diário Oficial
da União, Brasília, 23 dez. 1996.
SANTOS, L. M. M. O papel da família e dos pares na escolha profissional. Psicologia em
Estudo, 10, 1, 57-66, 2005.

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