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Fundamentos e
Metodologia
Fundamentos e Metodologia
do Ensino de Ciências
Curitiba
2010
Ficha Catalográfica elaborada pela Fael. Bibliotecária – Siderly Almeida CRB9/1022
1ª Reimpressão, 2011
Direitos desta edição reservados à Fael.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.
FAEL
Diretor Executivo Maurício Emerson Nunes
Diretor Acadêmico Osíris Manne Bastos
Coordenadora do Núcleo de Vívian de Camargo Bastos
Educação a Distância
Coordenadora do Curso de Ana Cristina Gipiela Pienta
Pedagogia EaD
Secretária Acadêmica Dirlei Werle Fávaro
EDITORA FAEL
Coordenadora Geral Dinamara Pereira Machado
Coordenador Editorial William Marlos da Costa
Edição Jaqueline Nascimento
Revisão Lisiane Marcele dos Santos
Thaisa Socher
Projeto Gráfico e Capa Denise Pires Pierin
Diagramação e Ilustração Ana Lúcia Ehler Rodrigues
apresentação
apresentação
Testemunhar a abertura aos outros,
a disponibilidade à vida, a seus desa-
fios, são saberes necessários à práti-
ca educativa. Viver a abertura respei-
tosa aos outros e, de quando em vez,
de acordo com o momento, tomar a
própria prática de abertura ao outro
como objeto da reflexão crítica deve-
ria fazer parte da aventura docente.
Paulo Freire
A tarefa de falar da obra do professor Francisco exige testemunhar
a caminhada do profissional em diferentes espaços e tempos, sua traje-
tória de formação no âmbito da escola à qual ele está vinculado, assu-
mindo a própria prática docente como objeto referência.
Educação é processo que ocorre ao longo da vida, e é fenômeno,
pela transformação que opera nas dimensões biológica, psíquica, social
e cultural. Portanto, educação é vida, e viver é desenvolver-se, é crescer,
reorganizar-se e reconstruir-se continuamente, é transformação da vida.
Essa produção intelectual tem subjacente toda uma fundamentação
necessária ao desenvolvimento de uma consciência de que o mundo da
escola é o mundo do professor, e de que ele tem que repensá-lo, assu-
mindo a responsabilidade de sua elaboração e reconstrução.
Nesse trabalho, o autor revela sua preocupação em tecer conhe-
cimento e educação, aprofundando a reflexão sobre os conteúdos da
educação científica e da prática pedagógica voltada para uma realidade
dialética e histórica, acreditando que educação é ato de aprender.
O livro didático produzido trata da metodologia do ensino de Ciên-
cias, voltado à formação inicial do educador para atuar nos anos iniciais
apresentação
apresentação
do Ensino Fundamental, em uma concepção socioconstrutivista de co-
nhecimento e linguagem dialógica. Ensinado a questionar e a aprender a
ter prontidão para ouvir, o docente orienta o discente a compreender que
o ensino deve ter como ponto de partida as formas da própria vida, as
experiências, participação e a criatividade do sujeito.
Sinto-me incorporada a esse trabalho, vivendo a sala de aula no
ensino das ciências da natureza, tendo contribuído para que a prática
cotidiana seja tecida e retecida por outros educadores, constituindo uma
unidade real, construção coletiva e dependência recíproca de um ao ou-
tro, na voz narrada e discutida deste amado discípulo.
Sonia Maria Chaves Haracemiv*
Prefácio....................................................................................... 7
1 O que é Ciência? Por que ensinar?............................................. 9
Referências............................................................................... 71
prefácio
prefácio
A disciplina de Fundamentos e Metodologia do Ensino de
Ciências oferece ao acadêmico do curso de Pedagogia uma oportuni-
dade de reflexão, essencial para a compreensão do mundo moderno,
acerca da prática pedagógica da disciplina de Ciências Naturais nos
anos iniciais do Ensino Fundamental e na Educação Infantil.
A Ciência será discutida com a apresentação de diferentes defini-
ções para que se possa diversificá-la com relação às Ciências Naturais, 7
verificando a necessidade de estudá-la enquanto produção humana,
sujeita a influências culturais, econômicas e sociais. Para tanto, será
necessário discutir o conhecimento cotidiano ou de senso comum e o
conhecimento científico, com suas especificidades.
Serão estudados os Parâmetros Curriculares Nacionais, seus
blocos temáticos, temas transversais e demais orientações. Este do-
cumento tem como finalidade contribuir para a reflexão da prática
pedagógica das Ciências Naturais.
Também se abordará a importância do ensino da disciplina na
Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, por meio
da qual as crianças poderão aprender reconstruindo o conhecimento em
um processo ativo, com brincadeiras, jogos, entre outras atividades.
Serão apresentados neste material nova abordagem e encaminha-
mento para os conteúdos no ensino de Ciências, mediante problema-
tização inicial, seguida da organização do conteúdo e, finalmente,
da aplicação do conhecimento. As atividades práticas também serão
relevantes, pois aproximam o conhecimento científico do cotidiano
do aluno, favorecendo a aprendizagem.
prefácio
prefácio
Nos próximos capítulos, se encontrará o tema: o livro didático no
processo de aprendizagem, sua construção histórica e trajetória desde o
conservadorismo até o conhecimento de ciência e tecnologia.
A avaliação será atividade essencial do processo de ensino-aprendi-
8
zagem, com seus princípios e diferentes critérios propostos.
Como último conteúdo desta disciplina, será apresentada a questão
do currículo nas Ciências Naturais, suas inovações e tendências recen-
tes, esperando que sejam compreendidos e aplicados os conhecimentos
adquiridos na disciplina.
Espera-se que, ao final da disciplina, após a reflexão de todos os
assuntos abordados, seja compreendida a importância do trabalho com
as Ciências Naturais, melhorando a prática pedagógica docente com o
implemento de novas atividades no trabalho com os alunos.
O autor.*
* Francisco Carlos Pierin Mendes é mestre em Educação pela Universidade Federal do Para-
ná (UFPR). Atua na rede pública de ensino e é professor do curso de Pedagogia da Faculdade
Educacional da Lapa (FAEL) nas modalidades presencial e a distância.
O que é
Ciência? Por
que ensinar?
1
O estudo e o ensino de Ciências Naturais nos anos iniciais
do Ensino Fundamental e na Educação Infantil são relevantes para a
compreensão de que a Ciência faz parte da vida cotidiana e interfere
diretamente na sociedade.
Aliado a isso, existe o avanço da tecnologia, que modifica hábitos,
atitudes e valores, determinando ao professor da disciplina a necessi-
dade de se manter constantemente em alerta, reforçando posturas e
atitudes que permitam uma atuação consciente. 9
FAEL
Capítulo 1
O que é Ciência?
Essa é uma pergunta sobre
a qual muitos já devem ter dedi- Saiba mais
cado alguns minutos de reflexão, Rubem Alves (2006), quando indagado sobre
buscando respostas. Existem inú- o que é científico, responde de forma simpli-
meras dúvidas, mesmo quanto ficada, sem elementos complexos da filosofia,
utilizando apenas ricas metáforas: “É aquilo
à possibilidade de respondê-la. que caiu nas redes reconhecidas pela confra-
Alguns autores concebem Ciên- ria dos cientistas. Cientistas são aqueles que
cia de forma bastante restritiva, pescam no grande rio”. O autor afirma, ainda,
outros, por sua vez, a definem de que “a Ciência é um jogo. Um jogo com suas
modo mais amplo. regras preciosas. Como o xadrez. No jogo de
xadrez não se admite o uso de regras do jogo 11
É possível afirmar que a de damas” (p. 113). É recomendada a leitura
Ciência é uma das maiores ativi- do livro Entre a ciência e a sapiência – o dile-
dades humanas, é a contempla- ma da educação, do referido autor; ela contri-
ção e compreensão de inúmeros buirá para o entendimento sobre a Ciência.
fenômenos naturais. Entre as
muitas definições encontradas, apresentam-se algumas que servirão
como suporte para análise e reflexão, fornecendo os elementos necessá-
rios para o enfrentamento deste tema.
O Dicionário Aurélio (1986), referência na língua portuguesa, as-
sim define a Ciência:
Ciência (do lat. Scientia) Conhecimento. Saber que se adquire
pela leitura e meditação; instrução, erudição, sabedoria. Con-
junto organizado de conhecimentos relativos a um determi-
nado objeto, especialmente obtidos mediante a observação, a
experiência dos fatos e um método próprio. Soma de conhe-
cimentos práticos que servem a um determinado fim. A soma
dos conhecimentos humanos considerados em conjunto. Pro-
cesso pelo qual o homem se relaciona com a natureza visando
à dominação dela em seu próprio benefício. Atualmente este
processo se configura na determinação segundo um método
FAEL
Capítulo 1
Síntese
Neste capítulo, foi possível perceber que a Ciência e suas aplicações
tecnológicas fazem parte da vida cotidiana, estão presentes no trabalho,
nas escolas, nas residências, interferindo diretamente na sociedade e no
ambiente, embora muitas vezes o cidadão comum, com poucos recur-
sos, não tenha acesso a esses avanços.
14 O professor deve superar a perspectiva de simples transmissão do
conhecimento, procurando, dessa forma, garantir uma abordagem crí-
tica, tratando o conhecimento científico como uma atividade humana,
historicamente construída, vinculada a diferentes interesses.
Foram recordadas diferentes definições atribuídas à Ciência, além
de reflexão sobre a possibilidade de estabelecê-las. É reforçada a defi-
nição de Freire-Maia (2000, p. 24), que, destituída de preocupações
epistemológicas, como já mencionado, afirma de forma clara e objetiva
que Ciência é “um conjunto de descrições, interpretações, teorias, leis,
modelos, etc., visando ao conhecimento de uma parcela da realidade,
em contínua ampliação e renovação, que resulta na aplicação da meto-
dologia científica”.
Observou-se, também, que, por meio da Ciência, o homem busca
explicações para o Universo, para os diferentes fenômenos físicos, quími-
cos e biológicos, em uma tentativa de melhor se adaptar à vida na Terra.
FAEL
2
Conhecimento
cotidiano e científico
nas Ciências Naturais
FAEL
Capítulo 2
FAEL
Capítulo 2
FAEL
Capítulo 2
orientavam-se, então, pela neces- Com o golpe militar de 1964, a LDB precisou
sidade do currículo de respon- ser refeita, o que ocorreu por meio da
der ao avanço do conhecimento Lei n. 5.540/68.
científico e pelas influências de É possível afirmar que a Lei n. 5.692/71 foi
diferentes demandas pedagógicas. o documento que reconheceu a integração
O eixo da questão pedagógica completa do ensino profissionalizante ao siste-
deslocou-se dos aspectos perma- ma regular de ensino, estabelecendo a plena
nentemente lógicos para aspec- equivalência entre os cursos profissionalizantes
e o propedêutico, para fins de prosseguimento
tos psicológicos, valorizando-se a
nos estudos.
participação ativa dos estudantes.
Entre as mudanças mais marcantes, estão o
As atividades práticas passa- rompimento com a tradição de não vincular o
ram a representar importantes ele- Ensino Médio ao mundo do trabalho, tornan-
mentos de compreensão ativa dos do obrigatória a aquisição de uma profissão
conceitos, mesmo que com muita pelo estudante, e a ampliação da obrigato-
dificuldade de implementação, riedade do ensino de quatro para oito anos,
na difícil realidade das escolas, o que originou o Ensino Fundamental, ainda
restrito a alunos entre 7 e 14 anos de idade.
nas quais laboratórios de Ciências
são raramente encontrados. 21
A necessidade e a preocupação em desenvolver atividades prá-
ticas começaram a ter presença marcante nos projetos de ensino e
nos cursos de formação de professores. Diferentes materiais didáticos
foram produzidos dentro dessa tendência, que extrapolava a sala de
aula e tinha como um de seus objetivos levar a Ciência à população,
por meio da produção de kits de laboratório, que eram vendidos em
livrarias e papelarias.
O objetivo fundamental do ensino de Ciências Naturais passou
a ser o fornecimento de condições para o aluno vivenciar o que se de-
nominava método científico, ou seja, a partir dessas observações eram
levantadas hipóteses, testadas, refutadas e abandonadas, quando fosse o
caso, para se trabalhar de forma a redescobrir os conhecimentos.
O método da redescoberta, com sua ênfase no método cien-
tífico, acompanhou durante muito tempo os objetivos do en-
sino de Ciências Naturais, levando alguns professores a, inad-
vertidamente, identificarem a metodologia científica como
metodologia do ensino de Ciências Naturais, perdendo-se a
oportunidade de trabalhar com os estudantes, com maior am-
plitude e variedade (BRASIL, 1998, p. 20).
Essa proposta não atingiu a maioria das escolas e foi apontada, por
muitos, como responsável pela disseminação da ideia de que somen-
te com laboratórios seria possível alguma modificação no ensino de
Ciências Naturais. A proposta colocou muitos materiais, considerados
avançados, à disposição dos professores. Novos métodos foram intro-
duzidos, e a escola foi organizada de acordo com faixas etárias.
Nos anos 80 do século passado, discussões acerca das relações entre
educação e sociedade uniram-se às tendências progressistas, as quais,
no Brasil, resultaram em correntes importantes, influenciando o ensino
de Ciências Naturais. Surgiu, nesse momento, a tendência chamada
Ciência, Tecnologia e Sociedade, na qual foram ressaltados conteúdos
socialmente relevantes, por meio da discussão coletiva de temas signi-
ficativamente importantes. Ainda nessa década, o ensino de Ciências
Naturais aproximou-se das ciências sociais, reforçando a concepção da
Ciência como construção humana.
O processo de construção do conhecimento científico pelo estu-
dante passa a ser tema de discussão, comprovando que os estudantes
22 possuem ideias muitas vezes elaboradas sobre diferentes fenômenos na-
turais, científicos e tecnológicos.
Atualmente, diversas propostas afirmam que os valores humanos
não são indiferentes ao aprendizado científico, e a Ciência deve ser as-
similada nas suas relações com a tecnologia e, ainda, com as questões
sociais e ambientais.
Muitas propostas têm sido inovadoras com relação aos conteúdos
e métodos. No entanto, é preciso reconhecer que poucas alcançam a
grande parte das salas de aula, ainda submetidas às velhas práticas.
O papel fundamental do ensino de Ciências, na atualidade, é con-
tribuir sensivelmente para a aproximação do aluno com a natureza e
com as questões do cotidiano. Como prática fundamental para a apren-
dizagem da disciplina, é necessário associar seus conteúdos com ques-
tões referentes ao modo de vida atual, para que o aluno, hoje e também
futuramente, possa exercer sua cidadania na plenitude, sendo capaz de
decidir os rumos da sociedade com autonomia e responsabilidade.
O trabalho com Ciências deve dar ao aluno a possibilidade de ex-
perimentar, ver, tocar, cheirar e provar. Para tanto, faz-se necessária a
FAEL
Capítulo 2
Síntese
Neste capítulo foram abordadas as especificidades que diferenciam
o conhecimento científico do conhecimento cotidiano. É possível afir-
mar que o conhecimento cotidiano não é planejado, surge da necessi-
dade de resolver problemas diários. Ele é ingênuo e possui incapacidade
de se submeter à crítica.
O conhecimento científico, por sua vez, se origina da necessidade
do homem em desvelar o mundo, compreendendo os diferentes fe-
nômenos que o cercam. Tal conhecimento possui uma terminologia
específica, com interdependência conceitual, sendo socializado após o
ingresso no ambiente escolar.
23
Na busca pelo desenvolvimento de uma prática pedagógica que
leve à integração dos conceitos científicos e à valorização do pluralismo
metodológico, recordou-se a história do ensino de Ciências no Bra-
sil, cujo desenvolvimento ocorre de forma significativa após a segunda
Grande Guerra, com a tese que defendia a importância da formação
científica da população. Viu-se, também, que, nas últimas décadas, a
prática da disciplina esteve fundamentada na transmissão de informa-
ções, utilizando como ferramenta principal o livro didático.
Observou-se, ainda, que, nos anos 80 do século passado, o estudo
de Ciências Naturais aproximou-se das Ciências Sociais, por meio de
tendências progressistas, enfatizando conteúdos socialmente relevantes.
Atualmente, deve aproximar o aluno da realidade, contribuindo para a
compreensão das inter-relações entre as diversas áreas do conhecimento
e valorizando o conhecimento científico como construção humana.
FAEL
Capítulo 3
FAEL
Capítulo 3
FAEL
Capítulo 3
FAEL
Capítulo 3
úteis; dado que o mundo caminha cada vez mais num sentido
científico e tecnológico, é importante que os futuros cidadãos
preparem-se para viver nele;
as Ciências, como construção mental, podem promover o de-
senvolvimento intelectual das crianças;
as Ciências contribuem positivamente para o desenvolvimen-
to de outras áreas, principalmente a língua e a matemática;
para muitas crianças de muitos países, o ensino elementar é a
única oportunidade real de escolaridade, sendo, portanto, a
única forma de travar contato sistematizado com a Ciência;
o ensino de Ciências na escola primária pode realmente ad-
quirir um aspecto lúdico, envolvendo as crianças no estudo de
problemas interessantes, de fenômenos que as rodeiam em seu
cotidiano (UNESCO, 1983).
Espera-se, assim,
uma superação do que o estudante já possui de conhecimentos
alternativos, rompendo com obstáculos conceituais e adqui-
rindo maiores condições de estabelecer relações conceituais,
interdisciplinares e contextuais, de saber utilizar uma lingua-
gem que permita comunicar-se com o outro e que possa fazer
da aprendizagem dos conceitos científicos algo significativo no
seu cotidiano (PARANÁ, 2008, p. 61).
Síntese
Neste capítulo, foi possível relembrar os Parâmetros Curriculares
Nacionais, documento elaborado em 1997 com o objetivo de formar
um cidadão crítico, cuja inserção na sociedade exige um conhecimento
científico e tecnológico que é cada vez mais valorizado.
34
FAEL
4
Abordagem temática
no ensino de
Ciências Naturais
Abordagem temática
A necessidade de uma nova abordagem e um encaminhamento di-
ferenciado ao ensino de Ciências é fator de consenso entre educadores
e pesquisadores preocupados com a disciplina.
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Ciências
FAEL
Capítulo 4
Problematização inicial
No primeiro momento são apresentadas questões, situações para
discussão com os alunos. Além da motivação para introdução do con-
teúdo, sua função é fazer a ligação do conteúdo selecionado com situa-
ções reais que os alunos conhecem e presenciam.
Organiza-se a turma de forma que os alunos exponham o que pen-
sam, estimulando-os a se manifestarem sobre o assunto. O professor vai
conhecendo o que eles pensam sobre o tema selecionado. Evidencia-se
a apreensão e compreensão das questões levantadas, prevalecendo, ini-
cialmente, a opinião dos alunos.
A função do professor nessa dinâmica é de coordenar as discussões,
fomentando, questionando, levantando dúvidas, buscando, assim, levan-
tar as contradições nas explicações, limitações e lacunas de conhecimento.
O ponto culminante dessa problematização é fazer com que
o aluno sinta a necessidade de aquisição de outros conheci-
mentos que ainda não detém, ou seja, procura-se configurar
a situação em discussão como um problema que precisa ser
enfrentado (DELIZOICOV et al., 2002, p. 134).
37
Além das questões sugeridas no início da atividade, o professor e
os alunos poderão formular outras de interesse maior para o local onde
vivem. Com o levantamento de conhecimentos dos alunos concluído,
adentra-se ao segundo momento.
Organização do conhecimento
Este é um momento em que o conhecimento de Ciências Na-
turais, necessário para a compreensão do tema e da problematização
inicial, será sistematizado e estudado pelos alunos sob a orientação do
professor. Novas fontes de informações devem ser consultadas: o auxílio
de livros, vídeos, textos da internet, entre outros materiais disponíveis
ao aluno, como o seu livro didático.
A utilização de recursos diversificados, além de atrair o interesse
das crianças, desperta nelas a curiosidade sobre como a ciência pode
ser vista nas ações do dia a dia. Quanto mais situações práticas forem
estimuladas, maior será a qualidade do ensino científico.
Diferentes atividades serão empregadas com a função de auxiliar no
desenvolvimento dos conceitos científicos identificados como fundamentais
Aplicação do conhecimento
Apresenta-se como a abordagem sistemática do conhecimento que
vem sendo incorporado pelo aluno, que irá auxiliar, tanto na análise
e interpretação das situações que determinam seu estudo quanto em
outras situações que não estejam diretamente ligadas aos problemas ini-
cialmente propostos, mas que contribuem na sua compreensão (DELI-
ZOICOV; ANGOTTI, 1992).
Pode-se dizer, literalmente, que é a aplicação do conhecimento adqui-
rido em outras situações-problema enfrentadas pelo aluno. Com isso, evita-
se a dicotomização entre Ciência de “quadro-negro” e Ciência para a vida.
A meta pretendida com este momento é muito mais a de ca-
pacitar os alunos ao emprego do conhecimento, no intuito de
formá-los para que articulem, constante e rotineiramente, a
conceituação científica com situações reais, que de simplesmen-
38 te encontrar a solução (DELIZOICOV et al., 2002, p. 203).
FAEL
Capítulo 4
FAEL
Capítulo 4
Governo confirma 657 mortes por gripe suína e aponta recuo da do-
ença no país
Balanço divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério da Saúde
contabilizava 657 mortes por gripe suína – a gripe A (H1N1) – no país,
entre 25 de abril e 29 de agosto. O número representa um acréscimo de
100 óbitos em referência ao levantamento da semana passada.
Apesar do aumento no número de mortes, houve uma diminuição no
número de pacientes com gripe suína que evoluíram para casos graves. Entre
23 de 29 de agosto, o Ministério da Saúde recebeu 151 notificações de casos
graves da gripe A (H1N1), contra 639 casos registrados entre os dias 16 e
22 de agosto, e contra 1.165 registros entre os dias 9 e 15 do mês passado.
“A análise epidemiológica dos dados permite concluir que a transmis-
são do novo vírus A (H1N1) e os casos graves provocados por ele estão
diminuindo no Brasil”, afirmou a pasta, em nota. Ao todo, foram confir-
mados 6.592 casos graves da gripe suína no país até esta quarta. O Brasil
tem a sexta maior taxa de mortalidade entre os 15 países com maior núme-
ro de mortes, o que significa o percentual de óbitos em relação à população
de cada país. 41
De acordo com o balanço do Ministério da Saúde, São Paulo tem o
maior número de óbitos no país, com 261 mortes. Na sequência vem o Pa-
raná (186), Rio Grande do Sul (100), Rio (66), Santa Catarina (20), Minas
(10), Paraíba (2), Mato Grosso do Sul (2), Distrito Federal (2), Rondônia
(1), Acre (1), Amazonas (1), Pará (1), Rio Grande do Norte (1), Bahia (1),
Pernambuco (1) e Espírito Santo (1).
Mesmo quando são contabilizados, o número de mortos divulgado
pelas secretarias e pelo ministério podem divergir. A diferença ocorre por-
que os critérios considerados pelos órgãos não é o mesmo – algumas secre-
tarias contabilizam apenas os moradores do Estado que morreram por gripe
suína, outras contam todos os óbitos, independentemente de sua origem.
A Secretaria de Saúde de São Paulo, por exemplo, confirmou nesta
quarta-feira um total de 236 mortes no Estado até 30 de agosto, contra
261 divulgados pelo governo federal.
Sintomas
A gripe suína é uma doença respiratória causada pelo vírus in-
fluenza A, chamado de H1N1. Ele é transmitido de pessoa para pessoa
e tem sintomas semelhantes aos da gripe comum, com febre superior a
http://sitepmcestatico.curitiba.pr.gov.br/servicos/comunicacao/arquivo_noticias/cartaz_h1n1.pdf
42
FAEL
Capítulo 4
Síntese
Neste capítulo, foi possível conhecer uma alternativa para o traba-
lho com a disciplina de Ciências, a abordagem temática, que contem-
pla três momentos: problematização inicial, organização e aplicação
do conhecimento.
No primeiro momento, apresentam-se questões e diferentes situa
ções para serem discutidas com os alunos, procura-se fazer a ligação do
conteúdo selecionado com situações reais que os alunos conhecem e pre-
44 senciam. Nesta dinâmica, a função do professor é coordenar as discus-
sões, questionando e levantando dúvidas. Além das questões elaboradas
pelo professor, os alunos poderão sugerir outras de maior interesse local.
A organização do conhecimento apresenta-se como o momento
em que novas fontes de informações devem ser consultadas, diferentes
atividades serão desenvolvidas, com a função principal de auxiliar no
desenvolvimento dos conceitos científicos, identificados como funda-
mentais na compreensão dos problemas levantados.
Finaliza-se a abordagem temática com a aplicação do conheci-
mento, “que tem como meta capacitar os alunos ao emprego do co-
nhecimento, no intuito de formá-los para que articulem, constante
e rotineiramente, a conceituação científica com situações reais [...]”
(DELIZOICOV et al., 2002, p. 203). Pretende-se que o aluno perce-
ba que o conhecimento está disponível para o uso por parte de qual-
quer indivíduo, sendo necessária apenas a sua apreensão.
Outro assunto trabalhado diz respeito à importância das ativida-
des lúdicas e dos jogos no ensino de Ciências Naturais. Por meio destas
brincadeiras o aprendizado é facilitado, pois possibilita ao aluno viven-
ciar novas experiências, arriscar, construir e interagir com o outro.
FAEL
5
Atividades práticas
no ensino de
Ciências Naturais
Neste sentido
o professor será um orientador crítico da aprendizagem, dis-
tanciando-se da postura autoritária e dogmática no ensino, e
dando condições para que os alunos venham a ter uma visão
mais adequada do trabalho em Ciências. Se esta perspectiva
FAEL
Capítulo 5
FAEL
Capítulo 5
O ar tem peso
Pegue um cabide e amarre uma linha bem no meio. Pendure
uma bexiga cheia de ar em cada extremidade do cabide. Prenda
a linha na maçaneta de uma porta, por exemplo. Equilibre as
bexigas. Agora, esvazie o ar de uma das bexigas. Veja o que acon-
tece. Você pode equilibrá-las outra vez? Porque a vareta tomba
para o lado da bexiga cheia?
Disco de Newton
50 Para comprovar que a luz branca é uma mistura de várias cores,
tome um disco de cartolina branca de 10 cm de diâmetro e divida-o
em 21 partes iguais. Cole o disco em um papelão grosso. Pinte cada
uma das partes de uma cor, nesta ordem: vermelho, alaranjado,
amarelo, verde, azul anil e violeta. Repita a sequência de cores até
pintar o círculo todo. Faça um furo no centro do círculo e passe por
ele um lápis. Prenda o lápis no círculo com fita adesiva. Faça o disco
girar rapidamente sobre uma mesa. Você verá o disco tornar-se pra-
ticamente branco. Tente analisar o que está acontecendo. Relacione
essa experiência com a duração da imagem na retina do olho.
FAEL
Capítulo 5
Telefone de barbante
Pegue dois copos plásticos e faça um pequeno orifício no centro
de cada um, depois passe através deles as extremidades de um barbante
(de 3 a 5 m de comprimento). Dê dois ou três nós para evitar que o
barbante saia pelos furos, e estique bem o fio. Então, fale com a boca
encostada em um dos copos e peça a alguém que escute do outro lado.
A voz produz ondas sonoras, no ar, dentro do copo. Essas ondas fazem o
fundo do copo vibrar. O fundo do copo, por sua vez, faz o barbante vibrar.
Esse conduz o som até o outro copo que o recebe da mesma maneira, per-
mitindo que a outra pessoa, colocada na outra extremidade, ouça a voz.
Condução de calor
Pingue parafina (de uma vela) em um arame, de 2 em 2 cm e, en-
quanto a parafina estiver mole, grude um clips em cada gota. Use 4 ou 6
clips. Depois que a parafina esfriar, acenda a vela e, segurando o arame
com um prendedor de roupa ou um isolante, aqueça a ponta do arame. O
que aconteceu? Porque os clips mais próximos do fogo caíram primeiro?
Observação: você pode trocar os clips por pequenos pregos, percevejos
etc. O arame pode ser trocado por uma barra metálica.
52
FAEL
Capítulo 5
Síntese
Neste capítulo, viu-se a importância das atividades práticas no en-
sino de Ciências. Elas podem ser feitas no laboratório da escola ou em 53
outros espaços que permitam a realização das experiências.
Aprendeu-se que as experiências despertam grande interesse nos
alunos, pois propiciam uma situação de investigação. Porém, ela por si
só, não garantem a aprendizagem.
Foram respondidos os questionamentos de Weissmann (1998),
com relação a qual ambiente é o mais adequado para se fazer experiên-
cias. A realização de experimentos, tanto em sala de aula como em ou-
tros ambientes, determina posições explícitas ou implícitas em relação
à sala de aula.
Por fim, foram sugeridas algumas experiências que você poderá
realizar com seus alunos, dinamizando as aulas e desenvolvendo dife-
rentes habilidades.
FAEL
Capítulo 6
FAEL
Capítulo 6
Concluindo,
a avaliação escolar é tomada como um componente do pro-
cesso educativo, que tem como finalidade orientar o ensino
e facilitar a aprendizagem de Ciências. É somente pela ava-
liação contínua e diária, que o professor sabe se os alunos
estão aprendendo, mas principalmente, se está conseguindo
ensinar-lhes algo (CARVALHO et al., 1998, p. 35).
60
FAEL
Capítulo 6
Síntese
Neste capítulo, foi possível refletir sobre o livro didático de Ciên
cias, sobre sua importância para os alunos e sobre as orientações e enca-
minhamentos durante as últimas décadas.
Percebeu-se que os livros da década de 70 e 80 do século XX apre-
sentavam a face conservadora e uniformizadora do ensino de Ciências,
cujas características eram a memorização, apresentação de conteúdos de
forma compartimentalizada e experimentação como palavra final, sem
vínculo com modelos teóricos.
O cenário da época era dominado por esse conservadorismo, re-
flexo do ensino tradicional, com poucos esforços de renovação, que
ocorreria somente nos anos 90. Período de mudanças significativas,
principalmente com a preocupação em atender ao perfil sociocultural
dos alunos, ao processo de globalização e às novas demandas do mundo
do trabalho. A publicação dos parâmetros curriculares marcou efetiva-
62 mente esse período.
Os materiais passam a apresentar inovações, abordando a ciência e
suas relações com a tecnologia e com a sociedade, centrando, também,
o ensino-aprendizagem no aluno como sujeito do processo.
Atualmente, é indispensável a incorporação de novos fundamentos
para a confecção de materiais contextualizados, com conteúdos apre-
sentados de forma interdisciplinar, contemplando os diferentes ramos
do conhecimento.
Outro elemento essencial na ação docente diz respeito à avaliação
no processo de ensino-aprendizagem. De uma prática que valorizava a
memorização de informações objetivas, em um sistema classificatório,
avança na perspectiva de atingir uma nova postura, a de orientar o
processo educativo com o objetivo principal de formar cidadãos parti-
cipativos, que possam agir conscientemente na sociedade.
FAEL
7
Currículo de
Ciências: algumas
considerações
FAEL
Capítulo 7
FAEL
Capítulo 7
FAEL
Capítulo 7
Síntese
Neste capítulo foi possível conhecer um pouco sobre as inovações
curriculares que se fizeram presentes no ensino de Ciências Naturais.
Historicamente, o ensino dessa disciplina privilegiou uma forma mecâ-
nica e instrumental de organização dos saberes, com uma lógica disci-
plinar hierarquizada e fragmentada.
Foi abordada, também, a trajetória das questões relacionadas ao
currículo, que, no final do século XX, apresenta um deslocamento de
enfoque, até então voltado para a preparação dos estudantes para o
vestibular, para um conhecimento de ciências para todos.
Atualmente, é possível afirmar que o currículo segue as novas
tendências de valorização das questões culturais. Para Macedo (2004,
p. 127), “a cultura é um conceito multifacetado que vem assumindo
diferentes sentidos”, instâncias diferentes buscam articular os significa-
dos, como, por exemplo, a instância simbólica de produção ou repro-
dução da sociedade.
70
Constatou-se que os conteúdos no currículo não podem ser ca-
racterizados por rigidez, como se fossem definitivos. É fundamental
articulá-los e reestruturá-los sempre que necessário.
FAEL
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do Ensino de Ciências
Metodologia
Para o físico Marcelo Gleiser, aprender ciência é tão im-
portante quanto aprender a ler, escrever e fazer contas,
é preciso mostrar que ela é uma das atividades humanas
mais lúdicas que existe. Nessa perspectiva de valoriza-
ção do trabalho com a disciplina e buscando aproximar o
conhecimento científico do cidadão menos escolarizado,
apresentamos este material.
Temos a certeza de que esta leitura contribuirá para uma
mudança no enfoque dado ao ensino da disciplina, supe-
rando visões tecnicistas que valorizam a memorização e
fragmentação do conhecimento científico.
Esta obra propiciará ao aluno da educação a distância a
possibilidade de estabelecer relações com a sua prática,
buscando elementos para refletir e construir uma nova
concepção de ensino de Ciências Naturais, valorizando o
conhecimento científico como elo fundamental na cons-
trução do saber.