OAB/SP 428.537: Rosa Cristina de Lima

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por TAINARA PAVINI e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado
em 27/04/2021 às 20:10 , sob o número 10044493820218260037.

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Rosa Cristina de Lima
OAB/SP 428.537
Tainara Pavini
OAB/SP 438.060
DOUTO JUÍZO DA __ VARA DE REGISTROS PÚBLICOS DA COMARCA DE
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1004449-38.2021.8.26.0037 e código 3CA5E6C.
ARARAQUARA/SP.
SELMO GOMES DE OLIVEIRA, brasileiro, convivente

em união estável, agricultor, nº de CPF 138.623.928-30, RG nº 22.857.221-6,
residente e domiciliado à CRT 165B, s/n, km 10,Bocaiúva II, na cidade de
Araraquara/SP, Cep: 14.800-000 vem, perante V. Exª, através de suas
advogadas, com a procuração anexa, propor a presente
AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL COM PEDIDO DE

ANTECIPAÇÃO DA TUTELA JURISDICIONAL
com fulcro no art. 191 da CF/88, art. 1.239 do Código

Civil/2002, em desfavor de RONALDO NAPELOSO, casado, ferroviário, inscrito
no RG sob o nº 16.910.565-9 SSP/SP e no CPF/MF 056.462.658-94, residente
e domiciliado à Rua Ema Jorge Haddad, L 36, Q 4 , Chácara Flora, na cidade de
Araraquara/SP, CEP: 14805-368 e LÁZARA APARECIDA DE MORAES
NAPELOSO, casada, do lar, inscrita no RG sob o nº 23.258.626-3 SSP/SP e no
CPF/MF 282.251.778-94, residente e domiciliada à Rua Ema Jorge Haddad, L
36, Q 4 , Chácara Flora, na cidade de Araraquara/SP, CEP: 14805-368, pelas
razões de fato e de direito que passa a escandir:
Avenida Cássio de Carvalho, n. 10, Fonte, CEP: 14.802-350- Araraquara/SP.

Fones (16) 99764-4248 / E-mail: tainarapavini@gmail.com
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por TAINARA PAVINI e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 27/04/2021 às 20:10 , sob o número 10044493820218260037.
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I. PRELIMINARMENTE:
a) DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA:
O autor declara para os devidos fins e sob as penas da

lei, ser pobre, não tendo como arcar com o pagamento de custas processuais e
demais despesas processuais, sobrevivendo com apenas o que produz da terra,
conforme declaração de hipossuficiência em anexo. Assim sendo, o requerente
não tem condições de arcar com as custas processuais e honorários
sucumbenciais sem prejuízo do seu sustento e de sua família, com base no art.
98, do CPC e nos termos do art. 4º da Lei 1.060/50.
b) DA TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE EM CARÁTER DE

URGÊNCIA
A posse é a exteriorização do poder de fato, ou seja,

aquele que se comporta como dono, de fato é possuidor. O conceito de posse
encontra-se no artigo 1.196 do Código Civil, vejamos: “Todo aquele que tem de
fato o exercício, pleno ou não de alguns dos poderes inerentes à propriedade.”
A concessão da antecipação de tutela é possível

quando preenchidos os requisitos do arts. 300 e 311 do Código de Processo
Civil, in verbis:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando

houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode,
conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória
idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa
vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte
economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
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§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida
liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não
será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.
In casu, o autor está em posse legítima, mansa e

pacífica da propriedade rural há 7 anos, conforme se constata através dos
documentos acostados nos autos, referente à regularização de energia elétrica,
com os respectivos pagamentos.
Além disso, é oportuno salientar que recentemente, o

requerente vem sofrendo ameaças de terceiros que surgiram em sua
propriedade para expulsá-lo do local, após vários anos sem que ninguém
contestasse a sua posse, vislumbra-se, assim, o fundado receio de dano
irreparável a mesma, sendo medida imprescindível a concessão da tutela
antecipada para reconhecer a posse do requerente até o final da ação.
c) DO PRAZO SUPLEMENTAR
Nobre Julgador, em virtude da pandemia notória

instalada mundialmente causada pelo novo Coronavírus, e ainda com o objetivo
de melhor instruir esta peça vestibular para provar o pedido declaratório, como
proteger os seus direitos possessórios, requerem seja concedido o prazo
suplementar de 30 dias, para juntar outros documentos faltantes e
complementares, bem como as custas iniciais, pertinentes ao trâmite regular da
ação.
d) DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA FUNÇÃO SOCIAL DA

PROPRIEDADE E DO PRE-QUESTIONAMENTO DE RECURSOS
SUPERIORES

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O não reconhecimento ao Princípio Constitucional da
Função Social da Propriedade é uma afronta à Carta Magna, pois a propriedade
deve servir o homem e não o contrário. O Código Civil em seu artigo 1.196,
dispõe que se considera possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno
ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Importante ressaltar que o requerente detém

exclusivamente a posse do terreno rural, sendo que o usucapiente possui a
propriedade há 7 (sete) anos, desde abril de 2014, realizando inúmeros
investimentos de construção, possuindo-o de forma pública e E X C L U S I VA,
o que lhe confere o direito de requerer a regularização do registro do imóvel com
base na posse.
Vale destacar que o conceito de posse, nada mais é que

simplesmente “POSSE”, correspondente a um direito especial, ou seja, “sui
generis”. A jurisprudência e doutrina especializada é majoritária conforme
orientações relevantes:
Enunciado 236 da Jornada de Direito Civil - Arts.1.196,

1.205 e 1.212: Considera-se possuidor, para todos os
efeitos legais, também a coletividade desprovida de
personalidade jurídica.
Enunciado 492 da Jornada de Direito Civil – A posse

constitui direito autônomo em relação à propriedade
e deve expressar o aproveitamento dos bens para o
alcance de interesses existenciais, econômicos e sociais
merecedores de tutela.

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Dessa forma, é possível destacar que o requerente

cumpriu e cumpre o Princípio Constitucional em tela, pois não só faz uso do
imóvel como MORADIA, mas também cuida da manutenção, tornou a terra
produtiva para o seu sustento e conserva o imóvel com a alma de proprietário,
há mais de 7 ANOS, arcando com os pagamentos de todas as despesas, sempre
com a posse EXCLUSIVA do imóvel.
e) DA ANTECIPAÇÃO DA PROVA (PERICIAL)

O requerente necessita seja nomeado um
profissional que preste o serviço de Perito para antecipar o trabalho de
medição, constatação, para elaboração da planta e memorial descritivo
com todos seus requisitos para entrega do laudo pericial a fim de colaborar
e instruir melhor a exordial com informações atualizadas.
À luz do CPC/73, a produção antecipada de prova

destinava-se a antecipar a produção de determinados meios de prova, sob a
justificativa fortalecer e bem colaborar com fase instrutória do processo principal.
Tal medida possuía natureza cautelar, poderia ser

deferida em caráter preparatório ou incidental e a sua concessão pressupunha
urgência (perigo de dano).
Contudo, a produção antecipada de prova foi

profundamente reformulada no CPC. A medida foi desvinculada do requisito da
urgência ou de uma necessária demanda judicial principal (preparatória ou
incidental)
Consagrou-se, com isso, um direito autônomo à prova,

em que a parte pode se valer da medida probatória autônoma, além da hipótese
de urgência, como forma de evitar o litígio ou de conhecer melhor os fatos para
propor futura e eventual demanda melhor instruída.

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Dessa de forma, requer, respeitosamente, seja
DEFERIDO O PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE PROVA (Perícia) com base no
Princípio da Cooperação previsto no Novo Código de Processo Civil e também
com bojo no Princípio da Boa-Fé, pois nada tem a esconder o requerente à
antecipação da perícia.
II. DOS FATOS:

O requerente, em abril de 2014, há exatamente 7 (sete)
anos, adquiriu a posse de um pequeno imóvel rural, localizado na CRT 165B,
s/n, km 10,Bocaiúva II, na cidade de Araraquara/SP e com extensão de apenas
9,482 (nove, quatrocentos e oitenta e dois) hectares, conforme registros do
imóvel inseridos nessa exordial, sendo de propriedade dos requeridos.
Importante observar, que o autor nunca sofreu qualquer

tipo de contestação ou impugnação com base em reaver o bem por parte de
quem quer que seja, sendo a sua posse, portanto, mansa e pacífica. Frisa-se
ainda, que pelo fato de não possuir nenhum outro imóvel rural ou urbano, o autor
apropriou-se da casa existente no terreno para residir, por conseguinte, durante
todo o período em que reside no imóvel, realizou diversas benfeitorias e não
houve intervalo no tempo de moradia, tornando assim a posse contínua.
Insta Salientar, Vossa Excelência, que o possuidor

desde que entraram para o imóvel agiu como se fosse o próprio dono, efetuando
todos os pagamentos de todos os boletos de conta de energia, inclusive os
atrasados (comprovantes em anexo), bem como, tendo fixado nele moradia sua
e de sua família como já salientado, além de ter tornado a terra produtiva para o
seu sustento e de sua família, mediante o trabalho dos que ali residem. Destarte,
torna-se fácil a constatação do animus domini (ânimo em ser dono).

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Por derradeiro, o autor busca por meio desta medida

judicial regularizar este imbróglio, em prol de tornar-se proprietário do bem.
Dessa forma, por ser medida de direito e da mais salutar justiça e estando
presentes todos os requisitos legais exigidos, os autores fazem jus à presente
ação.
III. DO DIREITO:
A ação de usucapião é uma ação declaratória que tem

por finalidade o reconhecimento judicial da aquisição de um direito real por
usucapião. Trata-se de um direito em que um cidadão adquire em relação à
propriedade de bens móveis ou imóveis, em decorrência do uso continuado
durante determinado lapso temporal.
A presente ação, encontra-se amplamente amparada

pela legislação pátria, pela doutrina e jurisprudência.
De acordo com a doutrina, conceitua Clóvis Beviláqua:
“Usucapião é uma das formas originárias de aquisição

da propriedade de bens móveis e imóveis. Nada mais é do que a aquisição do
domínio pela posse prolongada.”
III.1 - DO USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL:
Constituem requisitos para a aquisição de domínio rural

por meio de usucapião especial:

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a) posse ad usucapionem – isto é, ininterrupta, sem

oposição e com animus domini – pelo prazo de 5 (cinco)
anos;
b) imóvel rural de no máximo 50 hectares;
c) exploração do imóvel para sustento da família,
servindo de moradia ao possuidor;
d) não ser o possuidor proprietário de outro imóvel, rural
ou urbano.
Importante salientar que a presente demanda trata-se

de uma das espécies de usucapião, qual seja, o usucapião especial rural,
também chamada de usucapião pró-labore, estando prevista nos arts. 191,
caput, da CF/88, e art. 1.239, do CC/02, que assim dispõem:
“Art. 1.239, CC: Aquele que, não sendo proprietário

de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por
cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de
terra em zona rural não superior a cinquenta
hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou
de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-
á a propriedade.”
“Art. 191, CF/88: Aquele que, não sendo proprietário de

imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos
ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona
rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a
produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela
sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.”
Corrobora conjuntamente com a tese autoral, a seguinte

jurisprudência:

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DIREITO CIVIL – USUCAPIÃO PRO LABORE –
REQUISITOS – ART. 191 DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL – MORADIA E TRABALHO – SUSTENTO
DA FAMÍLIA – AUSÊNCIA - Para que se adquira a
propriedade pelo usucapião pro labore, mister que se
preencham os seguintes requisitos: [1] – posse
usucapionem; [2] – imóvel rural de no máximo cinquenta
hectares; [3] – ser o imóvel explorado pela família,
servindo-lhe de moradia; [4] – não ser o requerente
proprietário de outro imóvel. – Não demonstrando o
requerente que necessita do imóvel usucapiendo para
moradia e sustento seu e de sua família, não há como
fazer jus ao benefício previsto na Constituição Federal,
que reduz o prazo para aquisição da propriedade pelo
uso para 5 anos. (TJMG – Número do processo:
2.0000.00.424027-1/000 1. Relator: SEBASTIAO
PEREIRA DE SOUZA Data do acordão: 17/09/2004.
Data da publicação: 30/09/2004).
III.1.1 – DA INDISPONIBILIDADE DO IMÓVEL
O imóvel encontra-se indisponível por determinação

judicial, advinda de processos judiciais em face do requerido RONALDO
NAPELOSO, conforme consta nos registros em anexo, a fim de obstar
alienações, onerações, penhora, arresto ou sequestro por dívidas a terceiros
Nessa seara, o TJSP decidiu pela aptidão da usucapião

nesses casos:

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TJSP. Usucapião Extraordinária Recurso: AC162772 1

Origem: Barretos Órgão: CCIV 1 – Relator: Renan Lotufo
Data: 02.06.1992. Usucapião Extraordinária –
indeferimento face as cláusulas de inalienabilidade –
inadmissibilidade – Tais cláusulas não são obstáculo
para impedir o direito de usucapir, visto que a aquisição
é baseada em situação de fato consolidada no tempo –
recurso provido. A inalienabilidade é uma proibição
dirigida a pessoa do proprietário, e não a coisa em si
mesma, compreendendo-se que o que está proibido é
simplesmente a doação, a venda, a permuta, e não a
aquisição de tais coisas pelos modos originários da
acessão da ocupação ou da prescrição aquisitiva, os
quais se realizam exatamente contra aquela vontade e
nem sequer constituem, em termo próprio, alienações
(SÃO PAULO, 1992 apud SCAVONE JUNIOR, 2015, p.
1.041)
O desembargador paulista, Marcelo Berthe concorda:
“Eu acho que o imóvel gravado com cláusulas ou

hipoteca, ou seja, com qualquer ônus que for, pode sim
ser objeto de usucapião. A forma de aquisição pela
usucapião, nós sabemos, é originária e, portanto, nasce
do zero. Tudo que havia antes deixa de existir e se
desliga da sua origem e, portanto, as hipotecas,
cláusulas, seja o que for, não interferirão na aquisição
por meio da usucapião.” (BERTHE, s.a, p.3)
III.1.2 - DOS REQUISITOS DA AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL

RURAL:

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Nos termos do arts. 191, caput, da CF/88, e art. 1.239,
do CC/02, os pressupostos indispensáveis para o deferimento de uma ação de
usucapião especial rural são:
1) O POSSUIDOR NÃO PODE SER PROPRIETÁRIO

DE NENHUM OUTRO IMÓVEL, SEJA ELE RURAL OU URBANO:
Conforme documentos em apenso, o autor não é

proprietário de nenhum outro imóvel urbano ou rural.
2) O POSSUIDOR DEVE POSSUIR A PROPRIEDADE

COMO SUA (ÂNIMUS DOMINI – ÂNIMO EM SER DONO):
Importante destacar, que todos os boletos de energia

(inclusive os atrasados), foram pagos pelo autor, bem como todos os custos para
manutenção do imóvel e cultivo da terra, o que valida o presente requisito, pois,
o demandante concebeu por todo período a função de dono.
3) LAPSO TEMPORAL MÍNIMO DE 05 (CINCO

ANOS):
O usucapiente possui a propriedade há 7 (sete) anos,

desde abril de 2014, conforme narrado na situação fática e comprovado pelos
documentos acostados nos autos.
4) EXERCÍCIO DA POSSE SOBRE O IMÓVEL SEM

OPOSIÇÃO (POSSE MANSA E PACÍFICA) DURANTE TODO O PERÍODO EM
QUE EXERCE A POSSE:

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O requerente detém da posse mansa e pacífica, pois,

desde o início da posse, nunca houve quaisquer oposição ou manifestação por
parte dos proprietários em reaver a posse do bem.
5) EXERCER A POSSE DE FORMA ININTERRUPTA

(POSSE CONTÍNUA) DURANTE TODO O PERÍODO EM QUE EXERCE A
POSSE:
Possui o peticionário, a posse contínua, pois reside no

imóvel desde o início da posse, sem quaisquer interrupção ou intervalo,
conforme mencionado na narrativa.
6) SER A PROPRIEDADE DE TERRA E ESTAR

LOCALIZADA EM ZONA RURAL:
É irrefutável a natureza da propriedade, pois, o

requerente detém de todos os documentos comprobatórios necessários, quais
sejam, registro imobiliário e Certidão de Cadastro de Imóvel Rural. Portanto, o
imóvel usucapiendo, trata-se de propriedade rural, situado em zona rural com
endereço CRT 165B, s/n, km 10, Bocaiúva II, na cidade de Araraquara/SP.
7) A PROPRIEDADE DEVE TER A EXTENSÃO NÃO

SUPERIOR A 50 (CINQUENTA) HECTARES:
O referido bem imóvel, com base nos dados inseridos no

registro imobiliário, possui 9,482 (nove, quatrocentos e oitenta e dois) hectares,
destarte, encontra-se acolhido o presente requisito.
8) TER O IMÓVEL UTILIZAÇÃO PARA FINS DE

MORADIA E O POSSUIDOR, MEDIANTE TRABALHO SEU OU COM AUXÍLIO
DA FAMÍLIA, DEVEM TER TORNADO A TERRA PRODUTIVA:

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O usucapiente reformou a casa no terreno para residir,
bem como realizou benfeitorias no imóvel, além de utilizar da propriedade para
tirar da terra a manutenção e subsistência de sua família, podendo ser
comprovado por fotos em anexo e provas testemunhais.
Dessarte, Vossa Excelência, de acordo com os arts.

191, caput, da CF/88, e art. 1.239, do CC/02 e conforme preenchimento de todos
os requisitos específicos para a propositura da ação, acima pontuados, cabe
perfeitamente a presente demanda.
IV. PROVAS- Link
Segue abaixo link contendo provas com vídeo para o

referido processo:
https://drive.google.com/drive/folders/1G4BQjOfLrnLM
MDxa6NAGGYYBwtLD6UoE?usp=sharing
V. DOS PEDIDOS:
Para tanto requer:
a) Em caráter de preliminar, respeitosamente, DEFIRA

as PRELIMINARES como:
1. Concessão da gratuidade de justiça, nos termos do

art. 98 do CPC;
2. Concessão da Tutela antecipada em caráter de
urgência;
3. Concessão do prazo suplementar de 30 dias, para
juntada de documentos e das custas iniciais;
4. Aplicação e reconhecimento do Princípio
Constitucional da Função Social;

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5. Requer, ainda, a antecipação de prova (Perícia)

demonstrando boa-fé e verdade, como também
auxiliar e instruir melhor a exordial;
b) A citação dos réus, nos termos dos arts. 246 e 248

do CPC e que apresente defesa no prazo de 15 dias,
sob pena de sob pena de revelia e confissão ficta;
c) A citação, por mandado, dos confrontantes, a serem

indicados posteriormente, após manifestação do Oficial
Registrador, bem como de seus respectivos cônjuges,
se casados forem devendo as citações, se necessário,
sejam efetuadas sob os auspícios que confere o art. 212
e seguinte do CPC;
d) Que sejam intimados, por via postal, os

representantes da Fazenda Pública da União, Estados,
Distrito Federal, Territórios e Municípios para que
manifestem eventuais interesses na causa;
e) A intimação do Ministério Público cuja manifestação

se faz obrigatória no presente feito;
f) Tendo em vista a natureza da causa, manifesta-se o

requerente, em atendimento ao quanto disposto no art.
319, VII, informando que tem interesse em eventual
designação da Audiência de Conciliação, visando um
possível resultado mais célere do litígio;
g) A produção de todas as provas em direito admitido,

em especial a testemunhal e documental, que desde já
arrola e junta em anexo, protestando pela produção das

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demais provas que eventualmente se fizerem

necessárias no curso da lide.
h) Ao final, seja JULGADO TOTALMENTE
PROCEDENTE o pedido do autor em ser proprietário do
imóvel usucapiendo em questão, objeto da presente
ação;
i) Que a sentença seja transcrita no registro de imóveis,

mediante mandado, por constituir esta, título hábil para
o respectivo registro junto ao Cartório de Registro de
Imóveis;
j) Requer ainda, a condenação dos requeridos ao

ressarcimento das custas e despesas processuais e no
pagamento de honorários advocatícios.
k) Tendo em vista a natureza da causa, manifesta o

autor, em atendimento ao quanto disposto no art. 319,
VII, informando que tem interesse em eventual
designação da Audiência de Conciliação, visando um
possível resultado mais célere do litígio.
Dá-se a causa o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais)

para efeitos de alçada.
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Araraquara/SP, 27 de abril de 2021.
ROSA CRISTINA DE LIMA TAINARA PAVINI

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DOUTO JUÍZO DA __ VARA DE REGISTROS PÚBLICOS DA COMARCA DE

SELMO GOMES DE OLIVEIRA, brasileiro, convivente

AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL COM PEDIDO DE

com fulcro no art. 191 da CF/88, art. 1.239 do Código

Avenida Cássio de Carvalho, n. 10, Fonte, CEP: 14.802-350- Araraquara/SP.

O autor declara para os devidos fins e sob as penas da

b) DA TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE EM CARÁTER DE

A posse é a exteriorização do poder de fato, ou seja,

A concessão da antecipação de tutela é possível

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando

§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida

In casu, o autor está em posse legítima, mansa e

Além disso, é oportuno salientar que recentemente, o

Nobre Julgador, em virtude da pandemia notória

d) DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA FUNÇÃO SOCIAL DA

Avenida Cássio de Carvalho, n. 10, Fonte, CEP: 14.802-350- Araraquara/SP.

O não reconhecimento ao Princípio Constitucional da

Importante ressaltar que o requerente detém

Vale destacar que o conceito de posse, nada mais é que

Enunciado 236 da Jornada de Direito Civil - Arts.1.196,

Enunciado 492 da Jornada de Direito Civil – A posse

Avenida Cássio de Carvalho, n. 10, Fonte, CEP: 14.802-350- Araraquara/SP.

Dessa forma, é possível destacar que o requerente

e) DA ANTECIPAÇÃO DA PROVA (PERICIAL)

À luz do CPC/73, a produção antecipada de prova

Tal medida possuía natureza cautelar, poderia ser

Contudo, a produção antecipada de prova foi

Consagrou-se, com isso, um direito autônomo à prova,

Avenida Cássio de Carvalho, n. 10, Fonte, CEP: 14.802-350- Araraquara/SP.

Dessa de forma, requer, respeitosamente, seja

II. DOS FATOS:

Importante observar, que o autor nunca sofreu qualquer

Insta Salientar, Vossa Excelência, que o possuidor

Avenida Cássio de Carvalho, n. 10, Fonte, CEP: 14.802-350- Araraquara/SP.

Por derradeiro, o autor busca por meio desta medida

A ação de usucapião é uma ação declaratória que tem

A presente ação, encontra-se amplamente amparada

De acordo com a doutrina, conceitua Clóvis Beviláqua:

“Usucapião é uma das formas originárias de aquisição

III.1 - DO USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL:

Constituem requisitos para a aquisição de domínio rural

Avenida Cássio de Carvalho, n. 10, Fonte, CEP: 14.802-350- Araraquara/SP.

a) posse ad usucapionem – isto é, ininterrupta, sem

Importante salientar que a presente demanda trata-se

“Art. 1.239, CC: Aquele que, não sendo proprietário

“Art. 191, CF/88: Aquele que, não sendo proprietário de

Corrobora conjuntamente com a tese autoral, a seguinte

Avenida Cássio de Carvalho, n. 10, Fonte, CEP: 14.802-350- Araraquara/SP.

DIREITO CIVIL – USUCAPIÃO PRO LABORE –

III.1.1 – DA INDISPONIBILIDADE DO IMÓVEL

O imóvel encontra-se indisponível por determinação

Nessa seara, o TJSP decidiu pela aptidão da usucapião

Avenida Cássio de Carvalho, n. 10, Fonte, CEP: 14.802-350- Araraquara/SP.

TJSP. Usucapião Extraordinária Recurso: AC162772 1

O desembargador paulista, Marcelo Berthe concorda:

“Eu acho que o imóvel gravado com cláusulas ou

III.1.2 - DOS REQUISITOS DA AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL

Avenida Cássio de Carvalho, n. 10, Fonte, CEP: 14.802-350- Araraquara/SP.

1) O POSSUIDOR NÃO PODE SER PROPRIETÁRIO

Conforme documentos em apenso, o autor não é

2) O POSSUIDOR DEVE POSSUIR A PROPRIEDADE