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EXCELENTÍSSIMO JÚIZO FEDERAL DA 5ª VARA DA SUBSEÇÃO

DE (NOME DA CIDADE) – SEÇÃO JUDICIÁRIA DE (NOME DO


ESTADO).

ALMIR SITIO, brasileiro, casado, operário, portador da carteira de


identidade nº _____, e do CPF nº ______, residente e domiciliado na
Localidade Rural de ______, nº_____, Bairro ____, no município de
____, CEP ____-___, vem respeitosamente à Vossa Excelência, por
seus procuradores infra-firmados, conforme procuração anexa e
endereço ao rodapé indicado, propor a presente:

AÇÃO PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DE


APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Em desfavor do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS,


Autarquia Federal com CNPJ nº 29.979.036/0314-53, situada na Rua
____, nº ___, CEP ___-__, Bairro ____, Município de ____, pelos
fatos e fundamentos de direito aduzidos:

I – DOS FATOS

A parte autora requereu em DER-05.11.2019 à concessão do


benefício previdenciário de aposentadoria por tempo de contribuição,
entretanto o benefício restou indeferido.

Segundo consta da decisão do INSS (em anexo), a recusa se deu


em razão de reconhecimento de somente 27 anos e 11 meses até a
DER.

Insatisfeito, e moralmente abalado com as denegatórias de


concessão de sua aposentadoria por tempo de serviço pelo INSS,
busca através deste Juízo, provar suas atividades especiais, para
assim, ser deferida por esta respeitável jurisdição federal sua tão
sonhada aposentadoria.
A) DO PEDRÍODO DE ATIVIDADE ESPECIAL

O INSS não reconheceu os períodos laborados pela parte


autora em condições especiais, vejamos:

1. Períodos entre 02.05.1990 a 20.12.1993

Entretanto, conforme consta do formulário PPP e laudo técnico,


carreado aos autos, a parte autora exerceu junto à empresa
“INDÚSTRIA SOL”, no período acima informado, no SETOR
preparação e no CARGO serviços gerias /auxiliar de produção,
atividade especial pelo agente RUÍDO, onde o segurado foi exposto
a grau de ruído de 90,00 db (a).

Importante ressaltar que; a empresa declarou os agentes com


base em laudo de 1996, diante da inexistência de laudo no período
(cf. documentos anexos ao PPP).

2. Períodos entre 10.01.1994 a 28.04.1995

Conforme consta no formulário PPP e laudo técnico, carreado


aos autos, a parte autora exerceu junto à empresa “INDÚSTRIA
CHUVA”, no período acima informado, no SETOR preparação e no
CARGO serviços gerias / auxiliar de produção, atividade especial
pelo agente RUÍDO, no qual o segurado foi exposto a grau de
ruído de 90,00 db (a).

Importante ressaltar que; a empresa declarou os agentes com


base em laudo de 1996, diante da inexistência de laudo no período
(cf. documentos anexos ao PPP).

3. Períodos entre 13.05.1998 a 06.09.2006

Conforme consta no formulário PPP e laudos técnicos, carreado


aos autos, a parte autora exerceu junto à empresa “MARIA
TROVOADA”, no período acima informado, no SETOR usinagem no
CARGO lixador, atividade especial pelo agente RUÍDO, onde o
segurado foi exposto a grau de ruído de 92,10 db (a) com
exposição habitual e permanente, nos termos do laudo técnico
posterior de vigência até 25.10.2006.

4. Períodos entre 01.07.2011 a 05.11.2019

Conforme consta no formulário PPP e laudo técnico, carreado


aos autos, a parte autora exerceu junto à empresa “MAR
VERMELHO”, no período acima informado, no SETOR usinagem e
no CARGO operador de máquinas, atividade especial pelo agente
RUÍDO, onde o segurado foi exposto a grau de ruído de 86,5 db
(a) de maneira habitual e permanente.

Importante ressaltar que; a empresa declarou os agentes


especiais com PPP baseado em laudos informados no item 18, com
consequentemente identificação de período, peritos e registros de
conselho de classe destes, situação que dispensaria a
apresentação de laudo técnico LTCAT.

Entretanto, para ratificação do PPP foi apresentado LAUDO de


03/2018 e validade até 2019, com informação de ruído habitual e
permanente de 86,5 db (a).

B) CONCLUSÃO

Em conclusão, a autora contava em data anterior à entrada do


requerimento administrativo de 05.11.2019, com 27 anos 11
meses de tempo de serviço pela contagem do INSS (Cf.
Documentação em anexo).

Assim, somando-se ao tempo acima apurado o acréscimo da


atividade especial 08 ANOS, 07 MESES E 22 DIAS:
INDÚSTRIA SOL 02.05.1990 20.12.1993 1.309 3 7 19

INDÚSTRIA CHUVA 10.01.1994 28.04.1995 469 1 3 19


MARIA TROVOADA 13.05.1998 06.09.2006 2.994 8 3 24
MAR VERMELHO 01.07.2011 05.11.2019 3.005 8 4 5
40 % 8 7 22

DESTE MODO, a parte autora possuía:

a) A carência mínima de 338 meses, observando que, conforme


regra do art. 25, II, da Lei n. 8.213/91, para o ano de 2019 são
exigidos somente 180 meses;
b) E o tempo de serviço total – de 36 anos, 06 meses e 22 dias na
DER 05.11.2019.

Desta forma, tendo o autor cumprido as exigências da


legislação previdenciária acima transcrita, visto que possuía um
tempo total SUPERIOR a 35 anos de serviço até 05.11.2019,
faz jus ao benefício de aposentadoria por tempo de serviço na
forma integral.

II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

O tempo de serviço, para fins de aposentadoria, é contado dia a


dia, aplicando-se a legislação vigente à época da prestação laboral
pra caracterização da atividade como especial. Vige, portanto, o
princípio do tempus regit actum.

Assim a lei nova que venha a estabelecer alguma restrição ao


cômputo do tempo de serviço não pode ser aplicada retroativamente,
em razão da intangibilidade do direito adquirido. Assim, se o
trabalhador laborou em condições adversas e a lei da época permitia
a contagem de forma mais vantajosa, o tempo de serviço assim deve
ser contado.
Deste modo, para que a atividade desempenhada pelo segurado
possa ser considerada especial, deve estar prevista nos Decretos
ns.53.831/1964 e 83.080/1979, ou na legislação especial. Possível,
também a demonstração da sujeição do segurado a agentes nocivos
por qualquer outro meio de prova.

RUÍDO

Em relação ao RUÍDO destacamos que, a exposição de segurado ao


agente ruído e níveis superiores a 80 decibéis até 5.3.1997, 90
decibéis até 18.11.2003 e acima de 85 decibéis de 19.11.2003 até a
presente data, caracterizam a atividade como ESPECIAL.

Ainda, a controvérsia sobre a descaracterização ou não da atividade


especial pela informação do empregador em PPP de que o ruído
excessivo e neutralizado por “EPI eficaz”, foi consolidada no âmbito
do Colendo Supremo Tribunal Federal através do julgamento do
Agravo em Recurso Extraordinário n .664.335, vejamos:

NA SESSÃO DO PLENÁRIO DE 4.12.2014 – Decisão: O Tribunal, por unanimidade,


negou provimento ao recurso extraordinário. Reajustou o voto o Ministro Luiz Fux
(Relator). O Tribunal, por maioria, vencido o Ministro Marco Aurélio, que só votou
quanto ao desprovimento do recurso, assentou a tese segundo a qual o direito à
aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposição do trabalhador a agente nocivo
a sua saúde, de modo que, se o Equipamento de Proteção Individual (EPI) for
realmente capaz de neutralizar a nocividade, não haverá respaldo constitucional à
aposentadoria especial. O Tribunal, também por maioria, vencidos os Ministros Marco
Aurélio e Teori Zavaski, assentou ainda a tese de que, na hipótese de exposição do
trabalhador, no âmbito do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), da eficácia para
aposentadoria. Ausente, justificadamente, o Ministro Dias Toffoli. Presidiu o
julgamento o Ministro Ricardo Lewandowki. Plenário, 04.12.2014.

Assim, nos períodos em análise a parte autora exerceu atividades


ESPECIAIS, devendo tais períodos ser considerados insalubres e
especiais para efeito de contagem de tempo de serviço, com a devida
conversão para atividade comum com aplicação do fator de cálculo
1.4 (40%).

V – DO PEDIDO
Ex positis, requerer:

a) A concessão dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA com isenção de


custas processual e honorária advocatícios, nos termos do art. 98
do CPC, em especial pela declaração de pobreza e comprovante de
rendimentos inferiores a R$2.800,00 reais (em anexos);
b) Nos termos do art. 319, VII, do CPC, a parte autora informa que,
não tem interesse na designação de audiência de conciliação ou
mediação;
c) A citação do réu, na pessoa de seu procurador, para querendo,
contestar o feito, sob pena de serem reputados como verdadeiros
os fatos aqui alegados nos termos do art. 344, do CPC;

d) Requer a produção das provas necessárias à comprovação do


direito da parte autora, em especial a prova pericial no ambiente
de trabalho da autora e testemunhal para conseqüente
complementação do laudo judicial, se necessárias, considerando a
existência de PPP e LAUDO AMBIENTAL, e a prova documental
acostada em arquivos digitais anexos, e por fim, por todos os
meios de prova, admitidos em direito, nos termos dos arts. 319,
VI, 355 e 369 do CPC;
e) Após a produção das provas, seja julgada procedente e através de
sentença declarar a certeza da existência de relação jurídicas de
trabalho: Em relação ao reconhecimento dos períodos de labor
especial entre 02.05.1990 a 20.12.1993, junto ao empregador –
INDUSTRIA SOL: Em relação ao reconhecimento dos períodos de
labor especial entre 10.01.1994 a 28.04.1995, junto ao
empregador – INDÚSTRIA CHUVA; Em relação ao reconhecimento
dos períodos de labor especial entre 13.05.1998 a 06.09.2009,
junto ao empregador – MARIA TROVOADA; Em relação ao
reconhecimento dos períodos de labor especial entre 01.07.2011 a
05.11.2019, junto ao empregador – MAR VERMELHO; Em todos os
períodos acima, com a devida conversão para atividade comum de
referidos períodos especiais com aplicação do fator de conversão
1.4 (40%) para a concessão de aposentadoria por tempo de
contribuição; Para por fim, declarar por sentença todo o período
de relação jurídica entre à parte autora o réu Instituto Nacional do
Seguro Social;
f) Ainda, seja o INSS condenado a implantar o benefício pleiteado
pela parte autora e pagar na integralidade as parcelas vencidas
referentes à aposentadoria por tempo de contribuição, desde a
data de implementação dos requisitos necessários (carência e
tempo de contribuição/serviço), ou seja, desde a DER –
05.11.2019 (NB -42/001), com a devida correção monetária, juros
moratórios mensais e honorários advocatícios de sucumbência em
patamar de 10% no termo do art. 85, §3º, I, do CPC;
g) Como pedido alternativo, em caso de impossibilidade de concessão
do benefício na DER acima destacada, requer-se a reafirmação da
DER para data de efetiva concessão do benefício aqui pleiteado
nos termos do TEMA 995 do Col. STJ;
h) Por fim, à parte autora informa que, desde já renuncia ao valor
excedente a 60 (sessenta) salários mínimos na data de protocolo
da inicial, para fins de competência deste Juízo Especial Federal.

IV – DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor provisório de R$ 37.850,30 (Trinta e sete mil


oitocentos e cinqüenta reais e trinta centavos).

Pede Deferimento.

Cidade M, 04 de Março de 2022.

Advogado (A)

OAB, N

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