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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE BANGU- RJ.

ALEXANDRINA DE OLIVEIRA MARTINS, brasileira, solteira, CPF Nº.


112.495. 307-84 e Cédula de Identidade nº. 20-581.696-0, com residência e
domicilio na rua Arildo Valadão, casa 212, cep 21.850-070, bairro Bangu-
RJ;

Vem perante este juízo propor apresente:

AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS IN REPSA,


CUMULADO COM COBRANÇA INDEVIDA, c/c PEDIDO DE TUTELA
ANTECIPADA

CONTRA TELEFÔNICA BRASIL S.A. , COM NOME FANTASIA DE


VIVO CNPJ 02.558.157\001-62, COM SEDE NA AVENIDA AYRTON
SENNA, NÚMERO 2.250, CEP 22.775-003, CENTRO DO RIO DE
JANEIRO-RJJ.

PRELIMINARMENTE:

REQUER DEFERIMENTO DE TUTELA DE URGÊNCIA, COM A


FINALIDADE QUE VIVO S.A CUMPRA COM A OBRIGAÇÃO DE
FAZER, QUE É A PORTABILIDADE , SERVIÇO ESSENCIAL, SOB
PENA DE MULTA DIÁRIA DE 100,00 ( cem reais ), PELO QUE SE
REQUER PRIORIDADE.
Pelos fatos e fundamentos jurídicos adiante aduzidos.

I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Afirma a parte autora sob as penas da Lei 1.060/50, ser pessoa juridicamente
pobre, não possuindo condições de arcar com às custas processais e ,solicita
os benefícios da GRATUIDADE DE JUSTIÇA.

II – DOS FATOS

A AUTORA NO DIA 21 DE JULHO DE 2023, SOLICITOU


PORTABILIDADE JUNTO A VIVO. ASSIM REALIZOU O TERMO DE
PORTABILIDADE, VISTO QUE A OPERADORA VIVO,
ENCAMINHARIA O CHIP DEPORTABILIDADE DE NÚMERO (21)
98370-8323, PORÉM ATÉ A PRESENTE DATA A PORTABILIDADE
NÃO FOI REALIZADA, PORTANTO PERFAZEM OS MESES DE
JULHO,AGOSTO,SETEMBRO E OUTUBRO DO CORRENTE ANO;

DO DESCUMPRIMENTO DA OPERADORA VIVO S.A:

PORÉM, NO ENTANTO, ENTRETANTO ASSIM QUE O PEDIDO FOI


FEITO O AUTOR ESTA SEM O SERVIÇO ESSENCIAL ATÉ ESTA
DATA A SABER DIA TREZE DE OUTUBRO DO CORRENTE ANO,
ISTO DESDE JULHO, AGOSTO, SETEMBRO E OUTUBRO;

SEM O SERVIÇO ESSENCIAL DESDE O DIA 21 DE JULHO DE 2023, A


AUTORA MAIS UMA VEZ E CONTATO COM A VIVO S.A E LHE FOI DITO QUE
AGUARDASSE , A CHEGADA DO CHIPS;

ASSIM ESGOTADAS AS VIAS ADMINISTRATIVAS BUSCA O BRAÇO FORTE DA


LEI PARA QUE SE FAÇA JUSTIÇA;

DA TUTELA ANTECIPADA

A Lei n.º 8.952, de 13 de dezembro de 1994, ao dar nova redação ao art. 273
Fdo Código de Processo Civil, possibilitou a antecipação dos efeitos da tutela
pretendida no pleito inicial. Sobre o tema em tela, o ilustre processualista
Cândido Rangel Dinamarco aduz:
"O novo art. 273 do Código de Processo Civil, ao instituir de modo explícito
e generalizado a antecipação dos efeitos da tutela pretendida, veio com o
objetivo de ser uma arma poderosíssima contra os males do tempo no
processo." (in "A Reforma do CPC", 2ª ed., ver. e ampla., São Paulo,
Malheiros Editores, 1995).

Por conseguinte, trata-se o instituto da tutela antecipada da realização


imediata do direito, já que dá a autora o bem por ele pleiteado. Dessa forma,
desde que presentes a prova inequívoca e a verossimilhança da alegação, a
prestação jurisdicional será adiantada sempre que haja fundado receio de
dano irreparável ou de difícil reparação.

Assim, verificamos que as condições para que o magistrado conceda a tutela


antecipada, são: a) verossimilhança da alegação;

b) fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação e, comentando


tais requisitos, o Juiz Federal Teori Albino Zavascki pondera que:

"Atento, certamente, à gravidade do ato que opera restrição a direitos


fundamentais, estabeleceu o legislador, como pressupostos genéricos,
indispensáveis a qualquer das espécies de antecipação da tutela, que haja (a)
prova inequívoca e (b) verossimilhança da alegação. O fumus boni iuris
deverá estar, portanto, especialmente qualificado: exige-se que os fatos,
examinados com base na prova já carreada, possam ser tidos como fatos
certos.

Em outras palavras: diferentemente do que ocorre no processo cautelar


(onde há juízo de plausibilidade quanto ao direito e de probabilidade quanto
aos fatos alegados), a antecipação da tutela de mérito supõe verossimilhança
quanto ao fundamento de direito, que decorre de (relativa) certeza quanto à
verdade dos fatos.

Sob esse aspecto, não há como deixar de identificar os pressupostos da


antecipação da tutela de mérito, do art. 273, com os da liminar em mandado
de segurança: nos dois casos, além da relevância dos fundamentos (de
direito), supõe-se provada nos autos a matéria fática. (...).

Assim, o que a lei exige não é, certamente, prova de verdade absoluta, que
sempre será relativa, mesmo quando concluída a instrução, mas uma prova
robusta, que, embora no âmbito de cognição sumária, aproxime, em segura
medida, o juízo de probabilidade do juízo de verdade" (Antecipação da
Tutela, Editora Saraiva, São Paulo, 1997, fls. 75-76).

Araken de Assis, em sua obra "Aspectos Polêmicos da Antecipação de


Tutela", Ed. Revista dos Tribunais, p. 30, assevera que "a verossimilhança
exigida no dispositivo se cinge ao juízo de simples plausibilidade do direito
alegado em relação à parte adversa. Isso significa que o juiz proverá com
base em cognição sumária”.

Assim, o juízo de verossimilhança reside num juízo de probabilidade,


resultante da análise dos motivos que lhe são favoráveis e dos que lhe são
desfavoráveis. Se os motivos favoráveis são superiores aos desfavoráveis, o
juízo de probabilidade aumenta.

Nessa esteira, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria Andrade Nery, em seu
monumental Código de Processo Civil Comentado, comentam:

"Antecipação da tutela. Pelo CPC 273 e 461, § 3°, com a redação dada pela L
8.952/94, aplicáveis à ACP (LACP 19), o juiz pode conceder a antecipação da
tutela de mérito, de cunho satisfativo, sempre que presentes os pressupostos
legais. A tutela antecipatória pode ser concedida quer nas ações de
conhecimento, cautelares e de execução, inclusive de obrigação de fazer.” V.
Coment. CPC 273, 461, § 3° e CDC 84, § 3° ." (3ª edição, revista e ampliada,
Revista dos Tribunais, 1997, p. 1.149)

No caso em tela, os requisitos exigidos pelo diploma processual para o


deferimento da tutela antecipada encontram-se devidamente preenchidos.

A existência do fumus boni iuris mostra-se clara, considerando a


documentação ora acostada, bem como a inobservância de diversos
princípios constitucionais fundamentais da defesa do consumidor além da
inobservância de diversas normas legais, como, por exemplo, a lei do SAC
DECRETO Nº 6.523, DE 31 DE JULHO DE 2008 em seu artigo 17, § 3o que
diz:

Assim, presentes os requisitos necessários à concessão da tutela antecipada,


requer a Autora, com fulcro no art. 12 da Lei n.º 7.347 de 24 de julho de
1985, o seu deferimento, inaudita altera parte, objetivando O URGENTE
RESTABELCIMENTO DO SERVIÇO ESSENCIAL;

Requer-se ainda, com base no art. 12, § 2.º, da Lei n.º 7.347/85, para o caso
de descumprimento da ordem judicial, a cominação de multa diária em
valor DE CEM REAIS DIÁRIOS, atitude necessária para que se tenha um
eficiente meio de pressão sobre a ré, com o fito de que seja compelida a
cumprir a decisão proferida.
DA PRÁTICA ABUSIVA

Conforme dispõe o art. 39, III do CDC: É vedado ao fornecedor de produtos


ou serviços, dentre outras práticas abusivas:

III- enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer


produto, ou fornecer qualquer serviço;

IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista


sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus
produtos ou serviços;

VI – DOS DANOS MORAIS IN REPSA

O direito à UMA REPARAÇÃO por danos morais IN REPSA, encontra-se


expressamente consagrado em nossa Carta Magna, como se vê pela leitura
de seu artigo 5º, incisos V e X, os quais transcrevo: "É assegurado o direito
de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material,
moral ou àimagem" (artigo 5º, inciso V, CF).

"São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das


pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral,
decorrente de sua violação" (artigo 5º, inciso X, CF).

É correto que, antes mesmo do direito à indenização material e moral ter


sido erigido à categoria de garantia constitucional, já era previsto em nossa
legislação infraconstitucional, bem como, reconhecido pela Justiça.

O comando constitucional do art. 5º, V e X, também é claro quanto ao


direito da parte autora à indenização dos danos morais sofridos. É um
direito constitucional.

E se não bastasse o direito constitucional previsto no art. 5º, é a própria Lex


Mater que em seu preâmbulo alicerça solidamente como um dos princípios
fundamentais de nossa nação e, via de conseqüência, da vida em sociedade, a
defesa da dignidade da pessoa humana. Dignidade que foi ultrajada,
desprezada pela Ré.

A indenização dos danos morais e materiais que se pleiteia é direito


constitucional a todos. E no ordenamento jurídico infra constitucional, além
do CDC, está o Código de Leis Substantivas Civis de 2002 a defender o
mesmo direito da parte autora. Com efeito o artigo 927 do Código Civil
apressa-se em vaticinar a obrigação de reparar que recai sobre aquele que
causar dano a outrem por ato ilícito.

E o ato ilícito presente neste acidente de consumo é, conforme norma ínsita


no artigo 186 do Códex Civil, a ação ou omissão voluntária da ré que vieram
a causar dano à parte autora.

É assente a doutrina no sentido da reparação do dano sofrido. Assim é que


Sérgio Severo afirma: “Dano patrimonial é aquele que repercute, direta ou
indiretamente, sobre o patrimônio da vítima, reduzindo-o de forma
determinável, gerando uma menos-valia, que deve ser indenizada para que
se reconduza o patrimônio ao seu status que ante, seja por uma reposição in
natura ou por equivalente pecuniário.” (In Os Danos Extrapatrimoniais. São
Paulo: Saraiva, 1996, p. 40).

“Dano moral é aquele que, direta ou indiretamente, a pessoa, física ou


jurídica, bem assim a coletividade, sofre no aspecto não econômico dos seus
bens jurídicos”. (Op. Cit. p. 42).

Quanto ao valor ou critério de seu estabelecimento, já se firmou a


jurisprudência: “Na indenização a título de danos morais, como é impossível
encontrar um critério objetivo e uniforme para a avaliação dos interesses
morais afetados, a medida da prestação do ressarcimento deve ser fixada a
arbítrio do juiz, levando-se em conta as circunstâncias do caso, a situação
econômica das partes e a gravidade da ofensa, de modo a produzir, no

causador do mal, impacto bastante para dissuadi-lo de igual e novo


atentado, sem, contudo, significar um enriquecimento sem causa da vítima,
visto que quem está enriquecendo ilicitamente é a empresa UOL ao se
apropriar indevidamente dos recursos financeiros da Autora. (TJ-MG – Ac.
da 2ª Câm. Cív. julg. em 22-5-2001 – Ap. 000.197.132-4/00-Divinópolis – Rel.
Dês. Abreu Leite; in ADCOAS 8204862).
VII - PEDIDOS

Por todo o exposto requerer:

1)A antecipação dos efeitos da tutela pretendida, inaudita altera

2)- A citação da parte ré para comparecer à audiência de conciliação ou à


audiência de instrução e julgamento, sob pena de revelia (serem julgados
verdadeiros todos os fatos descritos nesta petição);

3)- Inversão do ônus da prova conforme o art. 6º, VIII, do CDC que constitui
direito básico do consumidor a facilitação da defesa dos seus direitos em juízo;

4)- Seja a Ré condenada na obrigação de FAZER, ISTO É, CUMPRIR COM A


PORTABILIDADE,SERVIÇO ESSENCIAL,SOB PENA DE MULTA DIÁRIA
DE 100,00 ( Cem reais ); interrompido em DECORRENCIA DA NÃO
PORTABILIDADE ;

5)- Seja, ao final, julgado procedente a presente demanda, para tornar definitiva a
tutela antecipada deferida e condenar a Ré a pagar a parte Autora UMA
REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS IN REPSA, EM RS. 10.000,00,
DECORRENTE DE INTERRUPÇÃO DO SERVIÇO ESSENCIAL, SEM
QUALQUER AVISO PRÉVIO COMO MANDA A LEI PERTINENTE, tendo em
vista prática abusiva praticada pela Ré, a fim de responder não só a efetiva
reparação do dano, mas também ao caráter preventivo-pedagógico do instituto, no
sentido de que no futuro o fornecedor de serviços tenha mais cuidado e zelo com o
consumidor sem, contudo, caracterizar em hipótese alguma enriquecimento ilícito
por parte do Autor,

Pois o Princípio da Razoabilidade da REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS IN


REPSA,,NÃO SEJA UM PRÊMIO, aos maus prestadores de serviços, públicos e
privados. O que se reclama é uma correção do desvio de perspectiva dos que, a
guisa de impedir o enriquecimento sem causa do lesado, sem perceber, admitem
um enriquecimento indireto do causador do dano, pois neste período, o serviço
essencial foi bruscamente interrompido; EM DECORRÊNCIA DA NÃO
PORTABILIDADE;

6)Por último protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidos.

Dá-se a causa o valor de R$ 10.000,00( Dez mil reais).

Pede deferimento.

Rio, 12 de Outubro de 2023.

SIDNEI BATISTA-OAB\RJ. 96.618

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