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EXCELENTÍSSIMO JUÍZO FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ............................

Qualificação filho maior inválido vem, por seus patronos


adiante firmados (cf. instrumento de procuração pública), respeitosamente,
perante V. Exa., propor a presente

AÇÃO DE COBRANÇA DE PENSÃO POR MORTE CUMULADA COM


PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

em desfavor do INSS (INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL),


por intermédio do representante legal deste, cuja agência de atendimento nesta
cidade de ................., situa-se na Rua Voluntários da Franca, n.º 1186, Centro,
para o que expõe e requer:

DOS FATOS E DO DIREITO

A Autora é filha do Sr. João Gonçalves Oliveira (brasileiro,


solteiro, maior, portador do RG n.º ............................. e inscrito no CPF sob o
n.º ...............................), o qual faleceu nesta cidade de Franca, São Paulo, cujo
óbito foi registrado em data de 10/04/2019, às 14:30 horas, consoante o prova
a inclusa e respectiva certidão do Registro Civil das Pessoas Naturais local.

Feitas tais considerações, é preciso ressaltar que a


dependência econômico-financeira da Autora diante do pai falecido é presumida
e está expressamente prevista pela Lei 8.213/91, em seu artigo 16, inciso I e § 4.º.
em sua primeira parte, cujo texto é colacionado a seguir:

Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social,


na condição de dependentes do segurado:

1
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos
ou INVÁLIDO OU QUE TENHA DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL OU MENTAL QUE O TORNE ABSOLUTA
ou relativamente incapaz, assim declarado
judicialmente;   (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011)

...

§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I


é presumida e a das demais deve ser comprovada.

E, foi por causa do passamento do pai que a Autora cuidou de


formular o pedido de pensão por morte deste, ao INSS, que se deu em
13/05/2019, mas que lhe foi negado sob o argumento de que “o requisito de
qualidade de segurado foi suprido em virtude do segurado instituidor estar
em gozo do benefício 110.287.521-7”, em conformidade com a anexa
‘comunicação de decisão’, a qual não se justifica, sob nenhum aspecto.

Ora, de acordo com os fatos anteriormente narrados,


roborados pela documentação que segue em anexo, tem-se que a presente ação
deverá ser julgada procedente, porque preenchidos estão todos os requisitos
necessários à concessão do benefício.

A Autora realmente está em gozo do benefício


previdenciário por invalidez, que gira em torno de um salário mínimo, cuja
renda é inferior a pensão deixada pelo seu genitor e que possui legítimo
direito, uma vez que a renda do seu genitor que custeava todos seus gastos,
essa renda era de R$ 2.481,79!

Para uma segurada, maior e incapaz, o benefício que tem em


vigor de n.º ............................................, de aposentadoria por invalidez, cuja
renda mensal é de um salário mínimo, impossível obter um sustento digno diante
de suas enfermidades.

Sua curadora atual é sua irmã, antes era sua genitora, mas com
o falecimento da mãe e do pai a única pessoa que se dispõe de grande parte de
seu tempo e renda para cuidar da Requerente é a irmã curadora, que tem uma
renda também baixa, o que deixa a situação ainda mais complicada.

Os cuidados que a Requerente exige envolvem tempo e


dinheiro, não vamos ser hipócritas!

Gastos que compreendem medicamentos diversos, higiene


pessoal, vestuário e alimentação especial, conforme notas em anexo.

2
Inclusive, conforme alguns recibos anexos, fica comprovado
que o falecido pai que custeava os gastos da filha com aluguel e demais itens,
como farmácia.

Mesmo a legislação reconhecendo o direito de filho maior


inválido como direito absoluto à pensão, cabe aqui descrever as provas que se faz
da dependência da autora ao pai falecido, vez que ela tem benefício próprio,
ocorre que o benefício é ínfimo perto da quantia que o genitor recebia:

DESCREVA AS PROVAS DA DEPENDÊNCIA.

É inadmissível, portanto, a negativa do INSS em conceder à


descendente Autora, ainda de tenra idade, a pensão por morte de seu genitor,
porque despreza, por completo e ilegalmente, todos os documentos que
comprovam a imperiosa necessidade deferimento, desde a arena extrajudicial, do
aludido benefício não programado àquela criança.

DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA

Ainda bem que, a teor do art. 273 do CPC, desde que


expressamente requerido, poderá o juiz antecipar, total ou parcialmente, os
efeitos da tutela pretendida na inicial, havendo prova inequívoca e se
convencendo da verossimilhança da alegação.

Para a concessão da tutela antecipada, exige a lei uma das


duas situações alternativas:

a) ou a existência do periculum in mora;

b) ou a existência do abuso do direito de defesa do réu ou seu


manifesto propósito protelatório, independentemente da
existência do periculum in mora.

Na espécie, ambas as situações se fazem presentes, com


ênfase para a segunda delas legalmente prevista, pondo à baila a falta de respeito
do INSS com a dignidade humana da maior incapaz dependente, pela patente
opção do instituto federal em protelar a implantação da pensão o mais que puder!

3
O falecido segurado da Autarquia Ré é pai da ora Autora,
consoante se verifica de seus documentos pessoais, reitere-se, uma vez mais.

O evento morte é inegável.

De outra sorte, também se demonstrou a qualidade de


segurado deste diante do Réu, em virtude do último contrato de trabalho
celebrado, cujos recolhimentos previdenciários foram devidamente realizados e
estão ratificados pelas informações constantes do CNIS – Cadastro Nacional de
Informações Sociais – emitido pela própria Autarquia.

Flagrante nem o fumus boni juris, mas o indenegável direito


propriamente dito da Autora de perceber do instituto securitário o benefício de
pensão por morte de seu pai, visto que, nos dias que correm, vê-se desprovida de
meios que suprem sustento pessoal, eis que era com boa parte dos rendimentos
do pranteado ascendente que alcançava seu sustento.

Aliás, indiscutível é a sua dependência do finado genitor, por


força do comando legal retroapontado.

0 periculum in mora salta aos olhos no caso ora aforado, posto


que até o julgamento desta ação, a Autora sofrerá privações de toda ordem, caso
não seja deferida a tutela antecipada postulada.

Não se sustenta, destarte, a posição da autarquia-ré, à vista da


documentação que instrui a presente petição inicial e demais provas que poderão
ser coligidas, em tempo oportuno e se necessário no entender desse d. Juizado
Especial.

DOS PEDIDOS

DIANTE DO EXPOSTO, mediante os favores do art. 172


do CPC, sob pena da ocorrência dos efeitos da revelia e de confissão quanto à
matéria de fato, requer-se a V. Exa. que se digne:

a) sem a oitiva da parte adversa, conceder à Autora a tutela


antecipada dos efeitos de seu pedido adiante formulado, para que, desde logo,
seja o INSS compelido a conceder-lhe o pagamento mensal da PENSÃO
POR MORTE de seu pai, o Sr. João Gonçalves Oliveira;

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b) ordenar a citação do INSS para responder aos termos da
presente ação que, ao final, deverá ser julgada procedente para condená-lo na
concessão de PENSÃO POR MORTE de JOÃO GONÇALVES OLIVEIRA
em prol da Autora, retroativamente à data do requerimento administrativo
do benefício de n.º ....................................., formulado em 13/05/2019, com os
devidos abonos, pagando os valores em atraso de uma só vez, acrescidos de juros
de mora, correção monetária e honorária advocatícia de 20% sobre o valor da
condenação.

Protesta-se provar o alegado por todos os meios de prova em


Direito admitidos, máxime pela oitiva de testemunhas, arbitramentos, ofícios,
sindicâncias, requisições, etc.

Requer-se, ainda e expressamente, a V. Exa., que se digne:

a) contemplar a autora com os benefícios da gratuidade


judiciária (cf. declaração anexa);

b) intimar o INSS para que remeta a esse d. juízo cópias dos


antecedentes previdenciários do de cujus e do pedido extrajudicial da pensão em
comento, a fim de se agilizar a instrução e garantir-se, efetivamente, o legítimo
direito de ação e de defesa da maior incapaz autora.

Atribui-se à causa o valor de R$ 29.772,00 referente a 12


parcelas do valor da referida pensão que ora se requer.

P. E. DEFERIMENTO.

..................................... 14 de agosto de 2019.

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