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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ GRADUAÇÃO: DIREITO

Atividade semana 3

Aluna: Monica Cristina Souza de Oliveira Goncalves

Matrícula: 201908398248

AO DOUTO JUIZO DA______ VARA DO TRABALHO DE _____

JOÃO, nacionalidade..., estado civil…, gerente de projetos, CTPS


nº..., série..., inscrita no PIS..., portador do RG nº... expedida pelo (por)...,
inscrito no CPF sob o nº..., Data de nascimento..., tendo como genitora...,
residente domiciliada a..., nº..., bairro..., cep..., Estado..., endereço eletrônico...,
por seu advogado abaixo assinado..., com endereço profissional situado a...,
nº..., bairro..., Cep..., Cidade..., Estado..., de acordo com o artigo 77 inciso, V,
do CPC, para efeitos de intimações e notificações, vem perante Vossa
Excelência, tempestivamente, com fundamento no art. 3º da CLT C/C 840 da
art. CLT, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA NO RITO ORDINÁRIO


COM RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO

em face da sociedade empresária ABC PROJETOS LTDA, inscrita no CNPJ…,


com sede a..., nº..., bairro..., Cep..., Cidade..., Estado..., pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos.

I – PRELIMINARMENTE

I.I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA


Preliminarmente requer informar que o reclamante se encontra
desempregado não obtendo nenhum provento econômico próprio, razão pela
qual, de acordo com art.790, paragrafo 3º da CLT, não poderá arcar com as
despesas processuais sem prejuízo do seu próprio sustento.
I - DOS FATOS

O reclamante foi admitido pela reclamada em 10/05/2018 para função de


gerente de projetos, laborando de segunda a sexta das 10h às 19hs com 1h de
intervalo para refeição e descanso.

Em 13/07/2022, o reclamante foi demitido, sem justa causa, sem receber


nenhuma verba rescisória e nenhuma guia para habilitação no seguro-
desemprego e saque do FGTS de acordo com a legislação trabalhista em
vigor. Ocorre que o Reclamante teve que constituir uma PJ apenas para ser
contratado pela reclamada.

Pelo exposto, destaca-se que, o reclamante jamais teve sua CTPS


assinada pela reclamada.

II - DOS FUNDAMENTOS

II.I - DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO

Em linhas gerais, conforme teor do artigo 3º da CLT, “Considera-se


empregado, toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual
ao empregador, sob a dependência deste e mediante salário.” Desta forma o
legislador trouxe o conceito de empregado estabelecendo todos os requisitos
necessários para que um individuo seja reconhecido como empregado.

Sendo assim, o reclamante possui os requisitos para a caracterização do


vínculo empregatício, apesar da contratação por CNPJ, pois ele atuava com
pessoalidade, sendo o empregado insubstituível por outro, de forma não
eventual, ou seja, não se tratava de atividade esporádica, mas sim continua,
subordinada, na sujeição ao poder de mando do empregador e por fim, de
forma onerosa, remunerada, pela função exercida pelo reclamante.

Desta forma, o contrato de trabalho deve ser definido pela situação


concreta verificada e não pela forma ilícita a norma trabalhista como a empresa
reclamada se utilizou como forma de se eximir dos direitos trabalhistas,
caracterizando uma pejotização, afrontando não só a Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT), que rege os direitos trabalhistas, como também a própria
Constituição Federal.

Ademais, o vínculo empregatício resguarda ao trabalhador o direito as


verbas rescisórias, como o saldo de salário, o aviso prévio, férias acrescidas do
1/3 constitucional, décimo terceiro salário, saque ao FGTS e multa de 40%.
Portanto, diante dos fatos narrados, estamos frente a configuração de
vínculo empregatício que merece ser reconhecido, com a devida assinatura de
sua CTPS com data de admissão e demissão pelo reclamado, pois as
atividades exercidas pelo reclamante preenchem os requisitos previstos nos
artigos 2º e 3º da CLT, sendo estes caracterizadores da relação de emprego, o
vínculo deve ser reconhecido, independentemente da sua apresentação formal.

II.II - DA BAIXA DA CTPS COM ADMISSÃO E DEMISSÃO

Diante da narrativa dos fatos e das provas contidas nos autos, fica
evidente que o reclamante não teve sua CTPS devidamente anotada, e
necessário e que seja reconhecido o vínculo empregatício para que seja anotada
a devida admissão e baixa em sua CTPS datada do dia 24/08/2022.

II.III - DO SALDO DE SALÁRIO  

O reclamante possui direito a 22 (vinte e dois) dias de saldo de


salário, conforme orienta o artigo 64 da CLT.

  Sendo assim, a reclamada deverá pagar a importância de R$


21.666,66 (vinte e um mil, seiscentos e sessenta e seis reais e sessenta e seis)
reais, referente ao saldo de salário ao reclamante.

II.IV - DO AVISO PRÉVIO

Se faz necessário destacar que o reclamante foi dispensado de forma


imotivada, sem receber as verbas rescisórias as quais faz jus, pois como já
relatado anteriormente, houve fraude na contratação do reclamante, portanto ele
faz jus a 42 (quarenta e dois) dias de aviso prévio, amparado pela Lei nº
12.506/2011 e deve ser pago pela reclamada, no valor de R$7.000,00(sete mil)
reais.  

II.V - DO DÉCIMO TERCEIRO

No que concerne o decimo terceiro salário, o reclamante faz jus a


indenização referente ao pagamento integral do valor de R$ 15.000 (quinze mil
reais) posto que nunca houve deposito referente a essa verba.

II.VI - DO DÉCIMO TERCEIRO PROPORCIONAL


O reclamante faz jus ao decimo terceiro proporcional na proporção de
8/12, valor de R$ 21.666,66 (vinte e um mil e seiscentos e sessenta e seis reais e
sessenta e seis centavos)

II.VII - DAS FÉRIAS EM DOBRO

O reclamante faz jus às férias em dobro do período 2018/2019;


2019/2020; 2020/2021 que não foram gozadas, acrescidas de + 1/3 no valor de
53.333,33 (cinquenta e tres mil, trezentos e trinta e tres reais e trinta e tres
centavos).

II.VIII - DAS FÉRIAS SIMPLES

De acordo com a lei o colaborador que adquiriu o direito as férias,


mas não usufruiu e por algum motivo saiu da empresa, recebera esses 30 dias a
que tinha direito em dinheiro.

Neste sentido, o reclamante terá direito ao período de 2021 a 2022 +


1/3 relativos as férias simples no valor de R$ 6.666,66 reais (seis mil, seiscentos
e sessenta e seis reias e sessenta e seis).

II.IX - DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS

O reclamante faz jus às férias proporcionais de 3/12, referentes


ao período acrescidas de + 1/3, no valor de R$1.666,66 (um mil,
seiscentos e sessenta e seis e sessenta e seis) reais.

X - DO DEPOSITO DE FGTS

O reclamante tem por direito a receber a multa do FGTS (Fundo de


Garantia do Tempo de Serviço), no valor por todo o período laborado, pois
estava em contrato CNPJ, de forma fraudulenta, mas laborava com
características de CLT, sendo demitido de forma imotivada.

XI - DA MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT


A reclamada deve ser condenada ao pagamento da multa do qual
trata o artigo 477, da CLT que corresponde ao valor equivalente ao
salário mensal de R$ 5.000,00 (cinco mil) reais pelo não pagamento das
verbas rescisórias no devido prazo legal de 10 dias.

XII - DO SEGURO DESEMPREGO

Considerando que Vossa Excelência autorize a rescisão indireta por


culpa da reclamada, requer e faz jus o reclamante ao recebimento da guia
do Seguro-Desemprego, que devera ser liberada em primeira audiência,
sob pena da reclamada não o fazendo que seja obrigada a arcar com o
valor indenizatório correspondente multa substituta correspondente ao valor
total de R$10.500,00(dez mil e quinhentos) reais.

XIII – DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Conforme expresso no artigo 791-A da CLT, a de observar os honorários


sucumbências no importe entre 5% a 15% sobre o valor da condenação.

Neste sentido, requer a Vossa Excelência, a condenação da reclamada


ao pagamento de 15% a título de honorários sucumbenciais, nos termos nos
termos do artigo 791-A § 2º, I ao IV da CLT, que corresponde a R$17.400,00
(dezessete mil e quatrocentos) reais.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer:

a) a notificação da parte contraria para apresentar defesa no prazo legal;


b) o deferimento da Gratuidade de justiça;
c) reconhecimento do vínculo empregatício;
d) baixa na CTPS com admissão e demissão;
e) que seja julgado procedente o pagamento do saldo de salário na
proporção de 22 dias no valor de R$21.666,66 (vinte e um mil,
seiscentos e sessenta e seis reais e sessenta e seis);
f) A condenação do reclamado ao pagamento de R$ valor de
R$7.000,00(sete mil) reais, a título de aviso prévio de forma indenizada;
g) que seja procedente o pedido do decimo terceiro integral;
h) que seja procedente o pedido do Decimo terceiro proporcional no valor
de R$ 15.000 (quinze mil reais);
i) férias em dobro 53.333,33 (cinquenta e três mil, trezentos e trinta e três
reais e trinta e três centavos);
j) férias simples R$ 6.666,66 reais (seis mil, seiscentos e sessenta e seis
reais e sessenta e seis);
k) que seja julgado procedente o pedido de Férias Proporcionais no valor
de R$ R$1.666,66 (um mil, seiscentos e sessenta e seis e sessenta e
seis) reais + 1/3 de férias proporcionais R$375,00;
l) que seja procedente o valor de R$20.000,00, relativos ao saldo de FGTS
mais multa de 40% no valor de 8.640,00 (oito mil seiscentos e quarenta)
reais;
m) multa do artigo 477 no valor equivalente ao salário mensal de R$ 5.000,00
(cinco mil) reais
n) seguro de desemprego no valor de R$10.500,00(dez mil e quinhentos)
reais.
o) a condenação do reclamado ao pagamento de custas e honorários no
percentual de 15%; R$17.400,00 (dezessete mil e quatrocentos) reais.
p) que todos os pedidos sejam julgados procedentes.

Requer a produção de todos os meios de provas admitidos em direito.

VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor de R$133,484,33.

Nestes termos

Pede deferimento

LOCAL/DATA

ADVOGADO...

OAB nº...

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