EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRABALHO

DA MM. XXX ª VARA DO TRABALHO DA COMERCA DE NOVA IGUAÇU- RJ

FABIANA FARIAS, brasileira, viúva, técnica administrativa, portadora da cédula de

identidade RG n° 145456-02, inscrito no CPF/RJ sob nº 222.333.666-99, portador da
CTPS nº 37262 – série n° 119, inscrita no NIT sob o n. 1327149354, residente na Rua
dos Robalos, nº 17, casa, Nova Iguaçu/RJ, CEP: 10.000-333, por sua Advogada,
constituída nos termos do incluso instrumento de mandato (doc. …..), vem,
respeitosamente à honrosa presença de Vossa Excelência, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA RITO SUMÁRISSIMO

Em face de INDÚSTRIA DE RECICLAGEM, inscrito no CNPJ sob o nº

10.666.333/0001, com sede na Rua do Palácio, nº 10, Catete, Rio de Janeiro, Cep:
20.555-960 pelos motivos de fato e de direito abaixo aduzidos:

I. DOS FATOS

A RECLAMANTE foi admitida em 10 de fevereiro de 2020, para exercer a função de

técnica administrativa, com uma jornada de trabalho de 8h às 17h, com horário de
almoço de 12h às 13h, recebendo por mês o valor de 1.500,00 (mil e quinhentos reais),
porém, seu FGTS nunca foi depositado durante todo o contrato de trabalho, e no dia
15/01/2023 foi dispensada sem justa causa.

Porém, até o momento, apesar de insistentes apelos a RECLAMADA, não efetuou

nenhum pagamento referente às verbas rescisórias passando-se longos meses sendo
devido o que a lei determina a ser pago no prazo de 10 dias. A reclamante não recebeu
aviso prévio, como também nenhum pagamento relativo às verbas rescisórias, não
recebeu o 13º salário proporcional e nem gozou de férias.
A Constituição Federal protege o contrato de trabalho, estabelecendo em seu artigo 7º os
direitos dos trabalhadores em casos de despedidas arbitrárias ou sem justa causa
determinando devida indenização a estes, dentre outros direitos
 II. DA GRATUITADE DE JUSTIÇA

Cumpre salientar que o Reclamante não possui condições financeiras de arcar com as
custas processuais e os honorários advocatícios de 5 a 15% sem prejuízo ao seu próprio
sustento e de sua família, requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita, nos
termos do art. 4º da Lei 1.060/50, e do artigo 790, § 3º da CLT, declarando para os
devidos fins e sob as penas da Lei, ser pobre, não tendo como arcar com o pagamento
de custas processuais e demais despesas processuais.

III. DOS DIREITOS

III.I – DA INADIMPLÊNCIA DA RECLAMADA

A. DO SALDO DE SALÁRIO
A RECLAMANTE faz jus ao pagamento do saldo de salário equivalente aos 15 dias
trabalhados no mês janeiro de 2023 e que ainda não lhe foram pagas. Com base no
artigo 4 da CLT, considerando como tempo de serviço o tempo efetivamente trabalhado,
e 457 da CLT na qual trata de quais verbas fazem parte da remuneração dos
colaboradores.

B. DAS FÉRIAS E DA MULTA

A RECLAMANTE faz jus ao pagamento na forma indenizatória do período de férias
integrais e não usufruídas do período de 02/2020 a 01/2021, 02/2021 a 01/2022,
02/2022 a 01/2023, e 20/02/2023 1/12 férias proporcionais, sendo condenado ao
pagamento de 2 férias (02/2020 a 01/2021 e 02/2021 a 01/2022) conforme multa do
artigo 137 da CLT, além das férias simples de (02/2022 a 01/2023) e proporcionais
(1/12) embasadas no artigo 146 da CLT, todas acrescidas de 1/3 Constitucional, art. 7º,
XVII, da Constituição Federal.
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C. DO 13º SALÁRIO
A RECLAMANTE laborou para a RECLAMADA até Janeiro de 2023, contudo, tendo
em vista a projeção do aviso prévio, o contrato encerrou em fevereiro de 2023, sendo
assim, conforme art. 1º do Decreto n. 57.155/1965 que regulamenta a Lei n. 4.749/1965,
e ainda o Decreto 10.854/2021 (art. 76), a Reclamante faz jus a 2/12 relativo ao 13º
salário de 2023.
D. DO FGTS E MULTA

A RECLAMADA deixou de efetuar corretamente os depósitos do Fundo de Garantia

por Tempo de Serviço (FGTS).
Por não haver recolhido devidamente os valores referentes ao FGTS durante o período
do pacto laboral, deverá ser expedido à autoridade competente a determinação para que
proceda a expedição da Notificação para Depósito do Fundo de Garantia – NDFG.
Deverá, portanto, a RECLAMADA, ser condenada no pagamento dos mesmos,
atualizados, e com correção monetária mais multa de 20% (vinte por cento), como
também ao pagamento do acréscimo a ser efetuado no montante de 40% (quarenta por
cento), conforme dispõe a Lei 8.036/90, em seu artigo 18, § 1º e artigo 22.

E. DO AVISO PRÉVIO E BAIXA DA CPTS

É devido à RECLAMANTE o aviso prévio remunerado de acordo com o § 4º do artigo
487 da CLT. Sendo este aviso de 36 dias, sendo 30 dias com base no artigo
anteriormente citado, combinado com a Lei 12.506/2011 que garante mais 6 dias a
reclamante. Do mesmo modo, a data de recisão do contrato e a baixa da carteira de
trabalho deve ser projetada para 20/02/2023 dando por encerrado o contrato de trabalho.

F. DA MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT

Em virtude da RECLAMANTE não ter dado motivo para a cessação das relações de
trabalho, sendo, portanto, dispensada sem justa causa, e o não pagamento dentro do
prazo de 10 dias conforme § 6, do artigo 477 da CLT, a mesma tem o direito de haver da
RECLAMADA multa por atraso, como prevê o dispositivo do § 8º do artigo 477 da
CLT.

G. DAS VERBAS RESCISÓRIAS E MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT

A RECLAMANTE foi dispensada sem justa causa e não percebeu os respectivos
direitos rescisórios, dentre os quais o saldo de salário, as férias integrais vencidas e
proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional; o 13° salário proporcional, aviso prévio,
o FGTS mais a multa de 40%.
Assim, postula a RECLAMANTE, seja CONDENADA A RECLAMADA, quando da
audiência inaugural, a efetuar todo o pagamento das verbas rescisórias incontroversas.
 IV. DOS PEDIDOS

DIANTE DO EXPOSTO REQUER

I – saldo de salário de 15 dias;

II – férias em dobro, 1 férias simples com acréscimo de 1/3 Constitucional;

III – férias proporcionais de 1/12 com acréscimo de 1/3 Constitucional;

IV – 13º salário proporcional;

V– aviso prévio remunerado de 36 dias + baixa na CTPS projetada para 20/02/2023;

VI – Fundo de Garantia por tempo de serviço do mês da rescisão;

VII – multa de 40% do FGTS mais multa de 20%;

VIII– multa do artigo 477 da CLT;

IX– multa do artigo 467 da CLT no que couber;

X – juros e correção Monetária .

XI – Reitera o pedido de concessão dos benefícios da justiça gratuita, na forma da Lei

nº 1.060/1950, por ser pessoa economicamente pobre, na acepção jurídica do termo,
conforme declaração em anexo (doc. ….).
XII – Requer a notificação da RECLAMADA para audiência a ser designada por esse
MM. Juízo, com o depoimento pessoal da RECLAMADA por meio de seu
representante legal, sob pena de revelia e confissão, oitiva de testemunhas, juntada de
novos documentos e que ao final seja julgada PROCEDENTE A PRESENTE
RECLAMAÇÃO, condenando-se a RECLAMADA no pagamento do pedido nos exatos
termos da exordial, atualizando-se e corrigindo-se todos os valores até a data do efetivo
pagamento.

XIII – Honorários Advocatícios (de 5% a 15% nos termos do art. 791-A da CLT) e
demais cominações legais.

XIV– Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitido,
máxime, pelo depoimento pessoal do representante legal da reclamada, pena de
confesso, oitiva de testemunhas, perícias e vistorias, se necessário, bem como juntada de
outros documentos, desde que assim exija o controvertido dos autos.

Dá-se à presente o valor de R$ XXX, para todos os efeitos legais.

Termos em que

Pede Deferimento.

(local e data).

Advogado (nome)

OAB/RJ nº………….