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Tribunal de Justiça
Regional do Méier
Cartório da 5ª Vara Cível
Rua Aristides Caire, 35 Sl. 402 - Méier - Rio de Janeiro - RJ e-mail: mei05vciv@tjrj.jus.br
Fls.
Processo: 0165029-12.2014.8.19.0001
___________________________________________________________
Em 10/11/2015
Sentença
Manoel Reginaldo dos Santos ajuizou ação pelo procedimento ordinário em face de Sergio
Schumacher Esteves, todos qualificados na inicial. Alega o autor que adquiriu o imóvel indicado
com título dominical regularmente registrado em nome do autor e, desde então, busca a
desocupação do mesmo. Entretanto, aduz que o réu mantém-se na posse indevida, além de não
pagar condomínio, IPTU. Com base nisto, requer: Gratuidade de justiça; prioridade de idoso;
antecipação de tutela para restituição da unidade imobiliária em causa; pagamento dos alugueres
não pagos desde a ocupação; indenização por perdas e danos e indenização por danos morais.
Petição inicial de fls. 02 a 14, acompanhada dos documentos de fls. 15 a 45.
Decisão do Juízo da 28ª Vara Cível às fls. 40 declinou da competência para este Juízo.
Tutela deferida às fls. 52.
Contestação de fls. 57 a 68. Alegam preliminar de inépcia da inicial, ilegitimidade passiva e
conexão com os processos nº 0019970-02.2009.4.02.5101 e seu apenso nº
0005834-58.2013.4.02.5101, ambos em trâmite na 3ª Vara Cível Federal da Seção Judiciária do
Rio de Janeiro. No mérito, alega posse mansa e pacífica do imóvel por parte de Cleubélis Leite
Pacheco, sua companheira.
Requer gratuidade de justiça, revogação da liminar deferida, ofício ao Juízo da 3 Vara Cível
Federal, manutenção na posse do imóvel, condenação por danos morais e improcedência dos
pedidos do autor.
Em certidão negativa às fls. 181 e 182 o Oficial de Justiça informou que deixou de proceder a
imissão na posse em razão de a Srª Cleubélis Leite Pacheco ter apresentado decisão da 3ª Vara
Federal do Rio de Janeiro concedendo a antecipação de tutela de permanência no imóvel.
Parte ré interpôs agravo de instrumento de fls. 183 a 194.
Decisão do agravo de fls. 202 a 204 deu provimento ao recurso para cassar a decisão recorrida.
Decisão dos embargos de fls. 205 a 209 os rejeitou.
Relatados, decido.
110 SETA
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adquirir um imóvel, mas não tinha todo o dinheiro disponível e decidiu fazer um financiamento
através do Sistema Financeiro da Habitação. Isto ocorreu em 24/05/1988. Um dia, este senhor
resolveu que não mais queria o referido imóvel. O que fazer? Decidiu então realizar um negócio
jurídico apelidado de "contrato de gaveta" e "passou o financiamento" feito em seu nome junto
ao Banco Nacional de Habitação através de um contrato do qual este não teve ciência nem
interveio. Este "novo adquirente" se chama JOSÉ D'AVILA ROSAS JUNIOR, SOLTEIRO, que
assumiu perante ele, Sr. Paulo, a obrigação de pagar a sua dívida junto ao banco Nacional da
Habitação.
Ocorre que este senhor (JOSÉ) não pagou o financiamento, obrigação que assumiu perante Paulo
César. Recebeu uma notificação enviada para o endereço do imóvel com o intuito de notificar o
real devedor perante o Banco Nacional da Habitação, qual seja, Paulo César, única pessoa de que
o Banco tinha conhecimento, no sentido que se tinha iniciado o processo de execução
extrajudicial, na forma do Decreto-lei 70/66 e, caso não houvesse a quitação do débito, o imóvel
seria vendido em leilão extrajudicial. Então, JOSÉ D'AVILA decidiu ajuizar uma ação revisional
contra a Caixa Econômica. Esta ação tramitou na Justiça Federal sob o número
0019970-02.2009.4.02.5101. Para que fique bem claro, esta ação se iniciou em 2009. O referido
senhor José pediu que o juízo suspendesse o leilão extrajudicial do bem, fato que sabia que iria
ocorrer. Nesta ação, o autor, senhor José, fez duas confissões importantes: que recebeu uma
comunicação no imóvel no sentido de que estava ocorrendo a execução extrajudicial do crédito
inadimplido, que o imóvel iria a leilão caso não houvesse o pagamento da dívida.
Nesta ação, o senhor José requeria a revisão das prestações a fim de, obviamente, justificar o seu
inadimplemento e tentar "ganhar tempo". O seu intuito de "ganhar tempo" está claro porque pediu
que o juiz determinasse a paralização da execução extrajudicial que estava já iniciada. Em
decisão preliminar, a então magistrada decidiu que o autor (Sr. José) deveria pagar as prestações
vincendas e vencidas e que deveria haver o depósito do valor integral da dívida vencida a fim de
que se evitasse a exigibilidade da dívida (esta exigibilidade, obviamente, era a execução
extrajudicial do Decreto-lei 70/66) e consequente leilão extrajudicial do bem.
Eis o teor da decisão :
I ¿ Compulsando os autos, verifico que o contrato acostado às fls. 28/30 é um contrato de cessão
de direitos firmado entre particulares, sendo os mutuários originários PAULO RICARDO SANTOS
BOEHMER e MARIA DA PENHA BOEHMER (fls.31).
II - Em dez dias, regularize a parte autora o feito, tendo em vista que os titulares do direito em
questão são adquirentes do imóvel junto à CEF, devendo o (s) promitente (s) comprador (es)
por instrumento particular figurar como representante (es) legal (ais).
III ¿ No mesmo prazo, sob pena de extinção, acoste a parte autora o devido instrumento de
procuração dos cedentes para o cessionário, conforme previsto na Lei 10.150/00, que impõe o
cumprimento de determinadas exigências para a regularização dos contratos de gaveta firmado
até 1996 . No contrato de fls. 29 ¿ verso, verifica-se inclusive que os cedentes outorgaram
constituíram procuradores que são terceiros totalmente estranhos ao contrato em questão.
IV ¿ Ainda no mesmo prazo, sob pena de extinção, acoste a parte autora o devido instrumento de
procuração para regularizar a representação processual, bem como declaração de
hipossuficiência assinada de próprio punho.
V ¿ Atendidas as exigências acima, ainda no mesmo prazo, sob pena de inépcia, emende o autor
a inicial, devendo adequá-la ao art. 50 da lei 10.931/04, quantificando o valor que reconhece
devido à CEF, devendo continuar efetuando o pagamento do valor incontroverso no tempo e modo
contratados (parágrafo 1°, do art. 50 da Lei nr. 10931/2004), da mesma forma que deve fazer com
relação às prestações vencidas, com o que haverá pagamento mensal de uma parcela vencida e
uma vincenda, enquanto perdurar o atraso e, quanto ao valor controvertido, estabelece o
parágrafo 2º do artigo supra mencionado que só pode ser suspensa a exigibilidade mediante
depósito do montante integral, devendo a parte autora, no mesmo prazo, manifestar-se a respeito
de seu cumprimento.
Publicado no D.O.E. de 02/07/2009, pág. 09/13 (JRJLFM).
Devolvido em 16/07/2009 por JRJPOJ
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O senhor José, contudo, jamais cumpriu o item IV da decisão e desistiu da demanda conforme
sentença que abaixo se descreve :
Diante da expressa desistência formulada pela parte autora e a existência de poder para tal no
instrumento de procuração adunado às fls. 40, homologo-a e JULGO EXTINTO O PROCESSO,
SEM JULGAMENTO DO MÉRITO, com fulcro no artigo 267, VIII, do Código de Processo Civil.
Sem custas tendo em vista a Gratuidade de Justiça, que ora defiro. Sem condenação em
honorários posto que a relação processual não se aperfeiçoou.
Conclui-se que a Caixa Econômica Federal sempre esteve livre para cancelar o registro da
propriedade em nome do real mutuário. Primeiro, porque a primeira decisão acima (proferida em
2009) é clara no sentido de que a inexigibilidade da dívida somente poderia ser determinada se
houvesse o depósito integral dos débitos, o que não ocorreu. Em segundo lugar porque o
Decreto-lei 70/1966 lhe autoriza a proceder o leilão extrajudicial do bem. Em terceiro lugar, porque,
com a sentença, definitivamente a Caixa estava livre para a venda do imóvel. Isto ocorreu em
setembro de 2009.
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NADA!!!!!!!!!!!!!!
Não consta documento comprovando que um dia José D'Àvila tenha se casado com Cleubelis,
não há qualquer prova de que Cleubelis tenha se separado de José.
Aqui outro parênteses. No direito anterior, questionava-se a validade de negócios jurídicos usadas
para transferir a propriedade de bens diretamente do mandante para o mandatário. Logo, todo
"contrato de gaveta" era acompanhado de "procurações" para pessoas próximas do cessionário.
No futuro, quando o financiamento fosse quitado, o mandatário poderia transferir a propriedade do
bem do mandante para o cessionário.
Quem é o mandatário do proprietário do imóvel, ou seja, do Sr. Paulo que fez com o Sr. José
D'Ávila o "contrato de gaveta" (cessão dos direitos sobre o imóvel)? Cleubélis. A procuração de
Cleubélis era para, quando José D'Ávila, pessoa que no momento do negócio jurídico se
apresentou como solteiro, acabasse de pagar o financiamento, a procuradora de Paulo realizaria
com a Caixa a escritura de compra e venda passando a propriedade para José D'Àvila. Era assim
que funcionava esta negociação. A mandatária era Cleubélis.
Logo, Cleubélis mantinha um relacionamento com José D'Àvila, mas não se tem nos autos
qualquer certidão de casamento. Não há qualquer acordo de separação. Tudo mentira!!!
Cleubélis está usando a sua figura de mandatária de Paulo para permanecer no imóvel, já que,
supostamente, Cleubélis tinha relacionamento afetivo com José D'Àvila.
ENTÃO, como estava sendo dito, em 04/04/2013, o imóvel, que já era de propriedade da ENGEA
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desde dezembro de 2009, foi vendido da ENGEA, proprietário do imóvel desde o ano de 2009,
frise-se, para o Sr, MANOEL REGINALDO DOS SANTOS, autor da ação de imissão na posse.
Logicamente, o casal acompanhava os passos do processo de alienação do imóvel.
Tanto é assim que em março de 2013, pouco antes da venda pela ENGEA ao Sr. Manoel, a
Senhora Cleubelis, possuidora do imóvel, frise-se, já que é pessoa estranha à qualquer
negociação comprovada destes autos e que sequer participou como obrigada no "contrato de
gaveta" na qualidade de cessionária, ajuizou uma ação para obstar a realização do leilão.
Voltemos à análise da primitiva decisão acima citada. A juíza que LEU o processo originário
movido entre José D'Ávila e Caixa Econômica é explícita ao afirmar que estavam tentando
enganá-la porque estavam afirmando que a Caixa teria descumprido ordem judicial que teria
suspendido o leilão. A juíza é clara ao afirmar que em nenhum momento teria havido tal ordem e
que a venda era lícita.
Veja o trecho da decisão:
A parte Autora, às fls. 151/153, alega que a Caixa Econômica Federal, com inobservância da
existência da presente ação em curso, colocou o imóvel em questão para venda em edital.
Ocorre que inexiste ordem na presente ação que determine a suspensão da execução extrajudicial
do imóvel. Este Juízo, ao contrário, indeferiu o requerimento de antecipação dos efeitos da tutela,
à fl. 86, em razão do inadimplemento contratual.
A parte Autora, ademais, reconhece o não pagamento do saldo devedor (fl. 132) e não realiza o
depósito judicial dos valores devidos, razão pela qual inexiste fundamento para suspensão da
execução extrajudicial do imóvel.
O que fazer se por duas vezes o pleito do Sr. José tinha sido indeferido?
Mesmo o imóvel já tendo sido arrematado pela ENGEA, o Sr. José insistia em suspensão de
"leilão". Como fazer se não estava conseguindo enganar a Juíza federal? Simples, vamos fazer
uma "novela".
Aí entrou em cena a "pobre coitada" da Senhora Cleubélis que passou a afirmar que tinha direitos
sobre o imóvel porque seu ex-marido, Sr. José D'Ávila, tinha deixado que ela lá ficasse, conforme
acordo de separação.
Primeiramente, não houve doação do imóvel (mesmo porque o seu ex-companheiro não era
proprietário do mesmo), não houve cessão dos direitos de José para Cleubélis. Onde estão tais
provas? Onde está a cópia da separação em que tal "acordo" foi feito? Em lugar nenhum dos
autos da ação de imissão de posse nem na ação de embargos de terceiro.
Está claro que a intervenção de Cléubelis se deu porque para José os meios de defesa já tinham
se esgotado porque por duas vezes lhe fora negada a suspensão do leilão. A primeira vez em
2009, antes de a propriedade ser retirada do mutuário de onde a cessão de direitos surgiu e a
segunda após dois anos da arrematação em que o imóvel passou da ENGEA para o Sr. Manoel.
A forma foi "jogar" uma "novela mexicana" para tentar enganar o juízo. Mulher abandonada pelo
marido sempre comove corações!
E pior, até agora está dando certo porque a Sra. Cleubelis ajuizou uma ação nova, em seu nome,
onde não constaria a prova do inadimplemento do financiamento, onde não constariam as duas
negativas de antecipação de tutela.
Sem ler o processo que se encontrava em apenso, no qual o pleito idêntico tinha sido deduzido
pela parte que, com um pouco de esforço, poderia ser considerada legítima para deduzir
demandas perante a Justiça Federal para discutir o referido financiamento, Sr. José, mas tendo
todos os seus pleitos sido negados, a juíza federal proferiu, na ação da "novela mexicana", uma
decisão que a senhora Cleubelis passou a usar para obstar a sua saída do imóvel e,
consequentemente, de seu suposto ex-marido. Contudo, a decisão foi no sentido de suspender o
"leilão" que supostamente retiraria a propriedade do imóvel do proprietário (PAULO RICARDO
SANTOS BOEHMER). Ocorre que este leilão já ocorreu desde 16/12/2009. DESDE TAL DATA O
IMÓVEL ERA DE PROPRIEDADE DE ENGEA PORQUE ESTA O ARREMATOU DA PESSOA
JURÍDICA QUE REPRESENTAVA O EXTINTO BANCO NACIONAL DA HABITAÇÃO. Logo, não
há que se falar em suspensão do leilão já ocorrido QUATRO ANOS ATRÁS. Mesmo que a
suspensão estivesse se referindo À COMPRA E VENDA (não leilão) em que a proprietária do
imóvel desde o ano de 2009 (ENGEA) estivesse fazendo ao Sr. Manoel, certo é que mesmo este
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negócio jurídico já estava realizado, JÁ HAVIA SIDO FEITO DIAS ATRÁS. A decisão judicial
proibindo o "leilão" (que já tinha sido feito, em tese, há dois anos antes, OU SEJA EM DEZEMBRO
DE 2009) foi proferida em 12/04/2013, PUBLICADA APENAS EM 18/04/2013 e a venda pela
ENGEA, proprietária do imóvel desde 2009, ao Sr. Manoel ocorreu em 04/04/2013.
A decisão interlocutória da juíza federal foi proferida em PROFUNDO equívoco porque não
analisou os processos em apenso e, PRINCIPALMENTE, não analisou a documentação do
imóvel. Se tivesse feito, teria LIDO QUE A PROPRIEDADE JÁ TINHA SIDO RETIRADA DO
MUTUÁRIO, Sr. Paulo e, consequentemente, o contrato de gaveta entre este e José também já
tinha sido encerrado, já que vinculado à relação originária entre Paulo e o Banco Nacional de
Habitação. Se tivesse lido o processo, veria QUE O LEILAO JÁ TINHA OCORRIDO E O
IMÓVEL já tinha sido ARREMATADO PELA ENGEA EM 16/12/2009!!!!!!!!!!!! COMO, EM 2013,
ELA PODERIA SUSPENDER ALGO JÁ OCORRIDO HÁ 03 ANOS , 03 MESES E 26 DIAS
ATRÁS??????? Se tivesse lido o apenso veria que José estava de má-fé, que tinha tentado
enganar o juízo fazendo afirmações falsas de que a juíza tinha suspendido a execução
extrajudicial.
Aí, no apenso, a juíza, comovida pela "novela mexicana" acabou por deferir a "suspensão do
leilão" em ação de embargos de terceiro ajuizada por Cleubélis. Ocorre que o ato jurídico que
tirava a propriedade do Sr. Paulo, mutuário, de cujo negócio jurídico a cessão de José se originou,
já estava cancelado desde dezembro de 2009.
Veja que a juíza suspendeu o "LEILAO". O negócio jurídico entre a ENGEA e o Sr. Manoel não foi
leilão, mas sim um contrato de compra e venda do imóvel e MESMO ASSIM TAMBÉM ESTA
COMPRA E VENDA JÁ TINHA OCORRIDO HÁ 08 DIAS ATRÁS. Mesmo que se queira dar uma
"interpretação extensiva" à decisão da referida magistrada, o resultado é o mesmo, ela é
INEFICAZ PORQUE NÃO SE PODE SUSPENDER O QUE JÁ OCORREU. A decisão proferida no
processo "novela mexicana" foi proferida em 12/04/2013.
Façamos um resumo para auxiliar: o financiamento já estava inadimplido há anos.
Da ação de embargos de terceiro
Pelos fatos acima expostos, se verifica que os embargos de terceiro merecem ser julgados
improcedentes. A
A competência da Justiça Estadual para ação de imissão na posse é notória e, além disto, como
visto acima, a venda do imóvel não fora proibida. O leilão ocorreu desde dezembro de 2009
quando a justiça federal já tinha reconhecido o direito da exequente, agente financeiro, em
permanecer executando o débito que CONFESSADAMENTE estava inadimplido.
A alegação de que o financiamento fora quitado não tem comprovação nos autos. Ao contrário, a
pesquisa ao sistema da Justiça Federal aponta justamente o contrário: o inadimplemento foi
confessado e desde o ano de 2009 o imóvel já foi arrematado pela ENGEA em leilão extrajudicial.
A decisão obtida por Cleubélis na sua "novela mexicana" foi proferida quase 04 (quatro) anos
depois do leilão e após a venda pela arrematante a terceiro de boa-fé. Qualquer pagamento
ocorrido à Caixa após 2009 é irrelevante e se trata de matéria a ser dirimida em perdas e danos na
Justiça Federal.
Da ação de imissão na posse
A ação em questão é de imissão na posse, ajuizada por adquirente de imóvel em leilão
extrajudicial, leilão este realizado pela Caixa Econômica Federal.
O adquirente do leilão, ENGEA, que ocorreu em 16/12/2009, após ter registrado a sua escritura de
compra e venda junto ao Registro Imobiliário, fato que lhe concedeu a propriedade do imóvel,
VENDEU o imóvel ao autor, Sr. Manoel. Este veio até o Judiciário para ver reconhecido o seu
pacífico direito de ser possuidor da coisa (imóvel) cuja propriedade adquiriu com o registro
imobiliário. Acreditando que esta Corte seja uma Corte de Justiça e tendo o direito a seu favor, ou
seja, a embasar o seu pedido, deduziu a ação de imissão na posse.
Aqui, um parênteses. Durante meu curso de Mestrado conheci mais profundamente as lições de
um filósofo, Chain Perelman, que afirma ser imperioso conhecer o seu auditório no momento em
que se fala, em que se passa uma ideia. Assim, para que o falante tenha certeza de que o seu
público, o seu auditório, compreenda o que está sendo dito, deverá ajustar seu discurso levando
em consideração o auditório.
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No doutorado, conheci um grande sociólogo francês, Pierre Bourdieu, que afirma ser imperioso ser
entendido, ou seja, ao falar ou escrever, é preciso ser claro para que todos os indivíduos possam
compreender o que está sendo dito, não somente aqueles que integram o campo , isto é, não
somente os que conhecem o assunto que está sendo exposto e já iniciado na matéria sobre a qual
se fala, mas todos, mesmo os que dele nada sabem, como por exemplo, leigos, partes etc. Desta
forma, um médico, ao explicar a doença ao paciente deve fazê-lo de forma clara, a fim de que o
paciente, mesmo que nada saiba sobre medicina, possa compreender o que lhe está sendo dito.
Quando cursei o curso de Bacharelado e Licenciatura em Letras, também aprendi que a
finalidade da língua era se comunicar, logo, deve haver preocupação para evitar o "ruído" que
impede as comunicações.
Logo, a compreensão da sentença depende do auditório que a lerá, do público, conhecedor ou
não do Direito que a lerá. Igualmente, a sentença é uma forma de explicitação de ideias e,
portanto, o "ruído" deve ser evitado. Por este caminhar, impõem-se alguns esclarecimentos
prévios, básicos, que até então, entendia desnecessários porque acreditava que o campo
compartilhava conhecimentos elementares. Concluí que algumas pessoas também precisam de
maiores esclarecimentos, como por exemplo, as partes, a fim de que entendam que não se está
cometendo "injustiças"
Desta feita, a fim de que não haja ruídos na comunicação, o que deve ser evitado por quem
pretende se comunicar, exige-se uma maior digressão. Alguns pontos, elementares para os meus
alunos da graduação, talvez sejam desconhecidos para alguns leitores, como partes, por exemplo
e, portanto, devem ser repisados:
No direito brasileiro, o proprietário de um imóvel é a pessoa em cujo nome este se encontra
registrado no Registro Imobiliário.
Quando a transferência tem por base um negócio jurídico inter vivos, a propriedade imobiliária é
adquirida pelo Registro Imobiliário. O negócio jurídico é apresentado ao Registro Imobiliário onde a
matrícula do imóvel se encontra aberta e se registra a transferência da propriedade para a pessoa
que apresenta título hábil a fazê-lo.
Copia-se o artigo do Código Civil para quem dele não possuem conhecimento:
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no
Registro de Imóveis.
§ 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do
imóvel.
§ 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro,
e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel.
Além do que já foi acima exposto, o que já demonstra a má-fé da ocupante do imóvel, para que
não haja qualquer dúvida, passa-se a expor sobre as formas de aquisição da propriedade
imobiliária, seus efeitos e consequências.
Por que houve o leilão extrajudicial?
O leilão extrajudicial ocorre porque HÁ LEI neste sentido a permitir que o imóvel adquirido por
financiamento junto a um agente financeiro e garantido pelo sistema de hipoteca, em caso de
inadimplência do mutuário, possa ser dele retirado e levado à leilão.
Não se trata de lei nova, devendo todos dela tomar conhecimento, posto que tal Decreto-Lei é
datado de 1966.
Para os que o desconhecem, a fim de que seja clara a presente sentença, passa-se a destacar
alguns artigos:
Art. 31. Vencida e não paga a dívida hipotecária, no todo ou em parte, o credor que houver
preferido executá-la de acordo com este decreto-lei formalizará ao agente fiduciário a solicitação
de execução da dívida, instruindo-a com os seguintes documentos: (Redação dada pela Lei nº
8.004, de 14.3.1990)
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Art 32. Não acudindo o devedor à purgação do débito, o agente fiduciário estará de pleno
direito autorizado a publicar editais e a efetuar no decurso dos 15 (quinze) dias imediatos, o
primeiro público leilão do imóvel hipotecado.
§ 1º Se, no primeiro público leilão, o maior lance obtido fôr inferior ao saldo devedor no
momento, acrescido das despesas constantes do artigo 33, mais as do anúncio e contratação da
praça, será realizado o segundo público leilão, nos 15 (quinze) dias seguintes, no qual será aceito
o maior lance apurado, ainda que inferior à soma das aludidas quantias.
§ 2º Se o maior lance do segundo público leilão fôr inferior àquela soma, serão pagas
inicialmente as despesas componentes da mesma soma, e a diferença entregue ao credor, que
poderá cobrar do devedor, por via executiva, o valor remanescente de seu crédito, sem nenhum
direito de retenção ou indenização sôbre o imóvel alienado.
§ 3º Se o lance de alienação do imóvel, em qualquer dos dois públicos leilões, fôr superior
ao total das importâncias referidas no caput dêste artigo, a diferença afinal apurada será entregue
ao devedor.
Parágrafo único. Na hipótese do segundo público leilão não cobrir sequer as despesas do
artigo supra, o credor nada receberá, permanecendo íntegra a responsabilidade de adquirente do
imóvel por êste garantida, em relação aos créditos remanescentes da fazenda pública e das
seguradoras.
Art 34. É lícito ao devedor, a qualquer momento, até a assinatura do auto de arrematação,
purgar o débito, totalizado de acôrdo com o artigo 33, e acrescido ainda dos seguintes encargos:
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acrescido das penalidades previstas no contrato de hipoteca, até 10% (dez por cento) do valor do
mesmo débito, e da remuneração do agente fiduciário;
II - daí em diante, o débito, para os efeitos de purgação, abrangerá ainda os juros de mora
e a correção monetária incidente até o momento da purgação.
§ 1º A entrega em causa será feita até 5 (cinco) dias após o recebimento das quantias
envolvidas, sob pena de cobrança, contra o agente fiduciário, pela parte que tiver direito às
quantias, por ação executiva.
§ 2º Os créditos previstos neste artigo, contra agente fiduciário, são privilegiados, em caso
de falência ou concordata.
Art 36. Os públicos leilões regulados pelo artigo 32 serão anunciados e realizados, no que
êste decreto-lei não prever, de acôrdo com o que estabelecer o contrato de hipoteca, ou, quando
se tratar do Sistema Financeiro da Habitação, o que o Conselho de Administração do Banco
Nacional da Habitação estabelecer.
Parágrafo único. Considera-se não escrita a cláusula contratual que sob qualquer pretexto
preveja condições que subtraiam ao devedor o conhecimento dos públicos leilões de imóvel
hipotecado, ou que autorizem sua promoção e realização sem publicidade pelo menos igual à
usualmente adotada pelos leiloeiros públicos em sua atividade corrente.
Art 37. Uma vez efetivada a alienação do imóvel, de acôrdo com o artigo 32, será emitida
a respectiva carta de arrematação, assinada pelo leiloeiro, pelo credor, pelo agente fiduciário, e
por cinco pessoas físicas idôneas, absolutamente capazes, como testemunhas, documento que
servirá como titulo para a transcrição no Registro Geral de Imóveis.
Art 38. No período que medear entre a transcrição da carta de arremação no Registro
Geral de Imóveis e a efetiva imissão do adquirente na posse do imóvel alienado em público leilão,
o Juiz arbitrará uma taxa mensal de ocupação compatível com o rendimento que deveria
proporcionar o investimento realizado na aquisição, cobrável por ação executiva.
A legislação supra deixa clara a validade da execução extrajudicial, assim como do leilão e
arrematação extrajudicial do bem hipotecado para garantia do financiamento inadimplido.
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A fim de que não se verifiquem escusas para supor que a transação no caso não seria válida,
deve ficar claro que o agente financeiro NÃO É OBRIGADO A ADVINHAR QUEM SE ENCONTRA
NA POSSE DO IMÓVEL CUJA ALIENAÇAO EXTRAJUDICIAL SE FAZ POR FORÇA DO
INADIMPLEMENTO.
Para quem era criança ou adolescente sem muito conhecimento negocial nos idos de 1980/1990
vamos explicar:
Quando uma pessoa queria adquirir um imóvel e não tinha dinheiro para pagá-lo à vista, podia
pedir um empréstimo num agente financeiro para a sua aquisição. Os empréstimos advinham do
BNH, Banco Nacional de Habitação e, normalmente, era feito através da Caixa Econômica
Federal. Para a garantia do pagamento do empréstimo, o imóvel era dado em hipoteca ao BNH.
A propriedade era do devedor, chamado de mutuário, e o agente financeiro era credor hipotecário.
A relação entre o mutuário e o agente financeiro, que também era o credor hipotecário, era
disciplinada por lei especial, qual seja o Decreto-Lei 70/66 acima mencionado.
Assim, o mutuário assumia o dever de pagar o empréstimo ao agente financeiro, sob pena de, não
o fazendo, ser executado na modalidade extrajudicial, conforme disciplina o referido Decreto.
Ocorre que a inflação era alta, os aumentos das prestações eram constantes e os mutuários, ou
por não mais quererem residir no imóvel, ou por não mais poder pagá-los, desejava "passar" o
financiamento.
Esta negociação não se encontrava prevista na lei, lembrando que o instituto jurídico da "assunção
de dívida" somente se tornou positivado (é quando uma figura jurídica passa a constar na lei.
Explico para que o campo dos não iniciados nos termos legais possa entender o que está sendo
explicitado aqui) com o Código Civil de 2002 (que somente entrou em vigor em 2003, para quem
não sabe).
No entanto, apesar de não haver nenhuma autorização na lei, os mutuários que não podiam ou
não queriam mais ficar com o imóvel, realizavam, SEM A INTERVENÇÃO DO AGENTE
FINANCEIRO, negócios que passaram a ser conhecidos como "contratos de gaveta".
Como faziam os mutuários? Às vezes faziam contratos, ou escrituras públicas, em que transferiam
os direitos sobre o imóvel, mediante o pagamento de uma quantia, para quem desejasse "ficar"
com o imóvel e quisesse continuar a pagar o financiamento. Assim, esta terceira pessoa, que aqui
será chamada de "novo adquirente", se obrigava, apenas perante o mutuário (o que tinha feito o
empréstimo no órgão financeiro) que iria continuar pagando as prestações perante o agente
financeiro. O negócio envolvia, apenas, relações no âmbito do direito obrigacional.
Para que, no futuro, quando se terminasse de pagar pelo financiamento imobiliário, o adquirente
pudesse regularizar a propriedade junto ao agente financeiro, o mutuário passava uma
"procuração" para um parente do "novo adquirente". Este negócio jurídico era apelidado pela
sociedade de "contrato de gaveta" porque não tinha, na época, nenhuma validade, já que o agente
financeiro não participava dele e não tinha dele conhecimento. As prestações eram emitidas em
nome do primitivo mutuário, única pessoa que o agente financeiro conhecia. Aliás, o agente
financeiro não tinha a menor ideia de que o mutuário tinha cometido a irresponsabilidade de
"ceder" o dever de pagar pelas prestações a terceiros porque tal documento não tinha efeitos a
não ser entre as partes que dele participaram.
Aqui, também é preciso mencionar, para os que não conhecem o campo do Direito, que os
contratos somente possuem eficácia entre as partes que dele participam, não podendo ser
impostos a terceiros que dele não participaram.
A este princípio se denomina "efeito relativo do contrato". Hoje, existem algumas mitigações
(diminuições) a este princípio, mas vigorava, na época em que o contrato discutido nestes autos
fora elaborado (entre o mutuário e a Caixa Econômica Federal), o referido princípio em sua
plenitude, assim como tal princípio tem aplicação ao "contrato de gaveta" entre os seus
participantes. Com efeito, desde o direito romano clássico, o contrato obriga as pessoas nele
envolvidas. Dizia-se: Res inter alios acta aliis neque nocere neque prodesse potest (os atos
concluídos por uns não podem beneficiar ou prejudicar a outrem).
Desta forma, o "contrato de gaveta" entre o mutuário e o "novo adquirente do dever de pagar" não
era levado a conhecimento do agente financeiro que, por óbvio, não poderia aceitá-lo. Isto porque
o agente financeiro não é obrigado a aceitar, como devedor, pessoa que não conhece e cuja
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solvabilidade (para os não iniciados no campo jurídico explica-se: possibilidade de pagar pela
dívida) não estava comprovada. Como aceitar uma pessoa como obrigada a pagar uma prestação
de CR$1.000,00, por exemplo, se ela somente ganhava CR$200,00? Óbvio que o agente
financeiro tinha o direito de avaliar o novo contratante que, inclusive, deveria se submeter às
regras de financiamento vigentes no momento do suposto "repasse".
Como o "novo adquirente" não queria se submeter a novos financiamentos ou às exigências do
agente financeiro, o "contrato de gaveta" era feito, sem o conhecimento do agente financeiro.
Portanto, se este "novo adquirente" não pagasse o financiamento, era o mutuário que seria
notificado para pagamento. Foi ele quem se obrigou perante o agente financeiro. É apenas ele que
o agente financeiro conhece. O agente financeiro não tem como "adivinhar" que o mutuário
cometeu o ato irresponsável de transferir para terceiros, sem o seu conhecimento, o dever de
pagar pelo financiamento.
Esta figura jurídica efetivada entre o mutuário e o terceiro era uma "transferência de dívida", o que,
no ano de 2002, passou a ser elencado no Código Civil como assunção de dívida.
Ocorre que para que tal assunção de dívida ocorra, a lei exige a concordância do credor, mesmo
que este seja um agente financeiro.
Para que não haja dúvidas, copia-se o artigo:
CAPÍTULO II
Da Assunção de Dívida
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do
credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era
insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na
assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da
assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas
garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que
inquinava a obrigação.
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao
devedor primitivo.
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito
garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito,
entender-se-á dado o assentimento.
Desta forma, certo é que, mesmo que se considere válido o negócio jurídico de "contrato de
gaveta", certo é que o agente financeiro, em caso de inadimplemento, somente tem de notificar a
pessoa que com ele contratou, ou seja, o mutuário, e não pessoa desconhecida.
Esta digressão precisou ser feita para que todos possam entender que a Caixa Econômica Federal
nem o Banco Nacional de Habitação, não tinham o dever de notificar ninguém estranho, não
tinham que notificar muito menos Cleubélis que era um NADA até mesmo para o contrato de
gaveta. Os agentes financeiros tinham, apenas, que notificar a pessoa que com ela contratou, já
que o agente financeiro não participou do "contrato de gaveta" efetuado pelo mutuário e terceira
pessoa desconhecida, no caso, José.
Logo, não há dúvida de que o leilão extrajudicial pode ocorrer desde que seja notificado o
mutuário, pessoa conhecida pelo agente financeiro, como ocorreu. Aliás, até José,
"ocupante-participante por força do contrato de gaveta" dele ficou sabendo EM 2009 e tentou
buscar a paralisação da execução extrajudicial, o que foi condicionado ao depósito da dívida, o
que não ocorreu, tendo o processo sido extinto e depois, pelo que parece, continuou, mas com
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o proprietário tem direito de usar, dispor do bem como de reavê-lo de quem injustamente o possua
ou detenha.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la
do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Assim, não há dúvida de que o PROPRIETÁRIO, NO CASO O SENHOR MANOEL tem o DIREITO
de reaver o bem de quem INJUSTAMENTE o possua ou detenha.
Como leciona o mestre CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA que, possivelmente, aqueles que um
dia estudaram Direito dele já ouviram falar, afirmava que "ser titular de uma relação jurídica
dominial e reunir na sua titularidade o ius utendi, fruendi, abutendi, se não lhe fosse dado
reavê-lo de alguém que o possuísse injustamente, ou a detivesse sem título. Pela vindicatio o
proprietário vai buscar a coisa nas mãos alheias, vai retomá-la do possuidor, vai recuperá-la do
detentor. Não de qualquer possuidor ou detentor, porém daquele que a conserva sem causa
jurídica, ou a possui injustamente."
A ação que tem o proprietário para que com base nesta propriedade, ou seja, tendo como causa
de pedir a propriedade, exerça seu direito a reaver o bem, é ação reivindicatória, que é uma ação
petitória e não possessória. Para quem não sabe, ação possessória tem como causa de pedir a
posse e a ação petitória tem como causa de pedir a propriedade do bem.
Esclarece Carlos Roberto Gonçalves que há diferenças entre a ação reivindicatória e a ação de
imissão na posse. Nesta, a propriedade do autor é certa e como tal pode prová-la desde o início,
como é o caso do Sr. Manoel que, desde o início, juntou cópia do Registro Imobiliário que reflete a
matrícula do imóvel, na qual figura o seu nome como proprietário.
O réu na ação de imissão na posse pode opor-lhe, no dizer de Carlos Roberto, apenas a nulidade
de sua aquisição, o que não ocorreu nestes autos já que está mais do que comprovada que a
aquisição de sua propriedade se deveu ao contrato de compra e venda válido, tendo como
alienante a ENGEA que é adquirente do imóvel A TÍTULO ORIGINÁRIO.
Como dito exaustivamente, a relação jurídica entre a Caixa e o mutuário, que sequer é o marido
da ocupante e, mesmo que se reconheça a validade do contrato de cessão feita pelo mutuário,
Paulo, ao suposto ex-companheiro da ocupante, José, esta relação não tem como macular a
arrematação da ENGEA, por ser tal arrematação forma originária de aquisição da propriedade.
Todas as afirmações acima guardam consonância com posicionamento PACÍFICO do Tribunal de
Justiça do Estado do Rio de Janeiro. A ausência de conexão entre a imissão na posse e ações
envolvendo mutuário e a Caixa Econômica, a consideração da arrematação como forma originária
de aquisição da propriedade a não ser maculada, pois, por eventual decisão na Justiça Federal
sobre a relação de mútuo entre ela e o mutuário, a solução em perdas e danos destas ações se o
imóvel já fora leiloado quando o mérito for julgado na Justiça Federal, a possibilidade do
ajuizamento da ação de imissão na posse, TUDO É PACÍFICO NO TRIBUNAL.
Para não chocar os que desconhecem o Direito, como partes por exemplo, o juízo teve a
preocupação de consultar TODAS AS CÂMARAS CÍVEIS DESTE TRIBUNAL, como se verá
abaixo e TODAS confirmam todas as teses aqui expostas.
A decisão proferida por este juízo em antecipação de tutela não foi teratológica, hipótese que
ensejaria a sua modificação, como estabelece o enunciado de Súmula nº 59 da Corte.
Para que não restem dúvidas, eis como decidem, uma a uma, as Câmaras do Tribunal deste
Estado:
0004715-91.2014.8.19.0066 - APELACAO
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Usucapião ajuizada pelos apelantes em face da Caixa Econômica Federal, em trâmite na Justiça
Federal, porque pela presente ação, que tem natureza petitória, a adquirente, legítima proprietária
do imóvel em questão, reclama a imissão na posse. Naquela, discute-se a propriedade, que os
recorrentes afirmam ter adquirido pelo tempo decorrido. No mérito, a aquisição, pela autora, da
propriedade do imóvel em tela, restou comprovada através de Escritura Pública de Compra e
Venda, aliás, devidamente registrada no Registro Geral de Imóveis - Ausência de qualquer
impedimento ao pedido de imissão na posse - Decisão da Justiça Federal onde foi reconhecida a
validade da execução extrajudicial do imóvel. Permanência dos apelantes na posse ilegal do
imóvel que implicou em danos patrimoniais, razão pela qual deve ser mantida a taxa mensal de
ocupação fixada - Desprovimento da Apelação.
0034996-54.2012.8.19.0210 - APELACAO
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Imóveis, e o termo final deve ser a data em que os réus abandonaram o imóvel, e não a data em
que o autor venha a ser imitido na posse, uma vez que as particularidades do caso sob exame
exigem uma mitigação na interpretação do artigo 38 do DL 70/66. É fato que os réus abandonaram
o imóvel e não foi concedida liminar para imissão do autor na posse. Todavia, o autor registrou a
carta de arrematação em 1993 e somente em 2007 promoveu a presente ação de imissão na
posse, razão pela qual não se afigura justo atribuir aos réus o pagamento da taxa de ocupação até
o efetivo cumprimento do mandado de imissão na posse ou o trânsito em julgado desta demanda.
Devida a taxa de ocupação, seu valor será apurado em liquidação por arbitramento, na forma dos
artigos 475-C e 475-D, do CPC. Impossibilidade de se incluir eventuais débitos de IPTU e de
encargos condominiais, porquanto não se enquadram no conceito legal de taxa de ocupação.
RECURSOS
PROVIDOS, EM PARTE. (0011098-30.2007.8.19.0002 - APELAÇÃO - DES. ELISABETE
FILIZZOLA - Julgamento: 31/10/2012 - SEGUNDA CÂMARA CÍVEL)
"A concessão ou não de liminar funda-se no livre convencimento e prudente arbítrio do magistrado
responsável pela instrução e processamento da causa, cabendo-lhe o exame da existência de
seus requisitos, diante das provas produzidas nos autos. Na hipótese, encontram-se presentes os
requisitos autorizadores da medida buscada. A imissão na posse é instrumento processual
colocado à disposição daquele que, com fundamento no direito de propriedade e sem nunca ter
exercido a posse, pretende obtê-la judicialmente. Tem como finalidade, a proteção do proprietário
adquirente de boa-fé, sem posse direta. A agravante alega ter adquirido o imóvel pela Caixa
Econômica Federal, sendo que o mesmo foi retomado, por falta de pagamento, quando então foi
adjudicada pela Empresa Gestora de Ativos - EMGEA que, posteriormente o vendeu para os
agravados. A questão soluciona-se pela orientação contida na Súmula 487 do Supremo Tribunal
Federal: Será deferida a posse a quem, evidentemente, tiver o domínio, se com base nesta for ela
disputada. É a hipótese. A análise do conjunto probatório evidencia que os agravados adquiriram o
imóvel litigioso através de leilão junto à Caixa Econômica Federal por intermédio de escritura
particular de compra e venda devidamente registrada (fls.19/24), inexistindo nos autos PODER
JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO TERCEIRA CÂMARA
CÍVEL 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Apelação Cível nº
0038049-86.2015.8.19.0000 (VMM) Desembargador PETERSON BARROSO SIMÃO qualquer
prova de decisão judicial anulando ou suspendendo a execução extrajudicial na qual foi promovida
à arrematação do bem. Os agravantes alegam que tramita na Justiça Federal demanda proposta
para discutir a nulidade da execução extrajudicial do imóvel pela Caixa Econômica Federal, que lá
figura no polo passivo da ação. Com efeito, diante da documentação acostada aos autos,
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constata-se que os agravados detém justo título, tendo adquirido a propriedade do imóvel de
boa-fé, através de negócio não desconstituído, de forma que possuem o direito de exercer seus
poderes sobre o bem. Ademais, os alegados vícios no procedimento realizado pela Caixa
Econômica Federal não tem o condão de afetar a presente demanda que não discute a
regularidade da aquisição do imóvel, mas tutela a posse do proprietário.
E ainda em situação semelhante:
0005996-50.2014.8.19.0206 - APELACAO
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de sequela. Inteligência do art. 1228 CC. Verossimilhança das alegações do agravado. Liminar
bem deferida. Súmula nº 58 TJRJ. Recurso a que nega provimento.
- APELACAO
DES. HELENO RIBEIRO P NUNES - Julgamento: 31/07/2015 - QUINTA CAMARA CIVEL
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE IMISSÃO NA POSSE EM IMÓVEL
ARREMATADO EM LEILÃO DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. CONEXÃO COM AÇÃO DE
INTERDITO PROIBITÓRIO EM TRAMITAÇÃO NA JUSTIÇA FEDERAL. INEXISTÊNCIA.
OBJETOS E CAUSAS DE PEDIR DISTINTOS. DECISÕES DO JUÍZO DA 29ª VARA FEDERAL
DO RIO DE JANEIRO E DO TRF DA 2ª REGIÃO QUE, ADEMAIS, DEIXAM ENTREVER QUE A
PRÓPRIA JUSTIÇA FEDERAL NÃO RECONHECE A SUA COMPETÊNCIA PARA EXAMINAR A
CONTROVÉRSIA DEBATIDA NESTES AUTOS, A QUAL ESTÁ AFETA À JUSTIÇA COMUM
ESTADUAL. PRECEDENTES DESTE TRIBUNAL. AUTORES QUE ADQUIRIRAM A
PROPRIEDADE DO ALUDIDO IMÓVEL DA CEF, CONFORME SE INFERE DO REGISTRO NO
4º OFÍCIO DO REGISTRO DE IMÓVEIS, O QUE LHES CONFERE EFICÁCIA CONTRA
TERCEIROS. LIMINAR INICIALMENTE DEFERIDA NOS AUTOS DA AÇÃO INTERDITO
PROIBITÓRIO AINDA EM TRAMITAÇÃO NA 29ª VARA FEDERAL DO RIO DE JANEIRO,
AJUIZADA PELOS RECORRENTES EM JUNHO DE 2013 COMO MAIS UMA TENTATIVA DE
LEGITIMAR SUA PERMANÊNCIA NO IMÓVEL APÓS O JULGAMENTO DESFAVORÁVEL AOS
SEUS INTERESSES NA AÇÃO ANULATÓRIA ANTERIOR, QUE FOI CASSADA PELO TRF DA
2ª REGIÃO. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO, NA FORMA DO ART. 557, CAPUT,
DO CPC.
INTEIRO TEOR Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 31/07/2015
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AGRAVO DO ART. 557, §1º DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - APELAÇÃO CÍVEL - IMISSÃO
NA POSSE - IMÓVEL ADQUIRIDO EM LEILÃO EXTRAJUDICIAL - CEF - ALEGAÇÃO DE
NULIDADE POR AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO IRRELEVÂNCIA - MANUTENÇÃO DA
SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA - Cuida a hipótese de Ação de Imissão na Posse cuja sentença
julgou procedente o pedido para determinar a imissão do Autor na posse do imóvel objeto da lide,
sendo deferida a medida liminar determinando a desocupação pelo Réu e todos os eventuais
ocupantes no prazo de 15 dias sob pena de desalijo forçado. - Autor que adquiriu o bem em Leilão
Extrajudicial promovido pela Caixa Econômica Federal com amparo no DL nº 70/66, tendo
realizado o competente registro no RGI. - Antecipação dos efeitos da tutela corretamente
determinada, em consonância com o art. 30 da Lei nº 9.514/97 c/c art. 37, §2º do DL nº 70/66. -
Alegação da Ré de que tramita ação na Justiça Federal discutindo a nulidade do aludido leilão por
ausência de regular notificação que não tem o condão de obstar a procedência do pedido autoral.
A uma, porque a Ré sequer comprovou que a ação declinada realmente diz respeito à nulidade do
leilão. A duas, porque inexiste prejudicialidade externa entre esta demanda e a que supostamente
tramita na Justiça Federal, de acordo com jurisprudência firme do STJ. A três, porque eventual
nulidade do procedimento de alienação do imóvel não pode ser oposta ao Autor, que é terceiro de
boa-fé, resolvendo-se a questão em perdas e danos em face do alienante, conforme dispõe o art.
40 do DL nº 70/66. Precedentes. Decisão agravada mantida. - Recurso Improvido.
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Neste julgamento, veja-se que o relator deixa claro que a interferência da segunda instância na
primeira em relação à antecipações de tutela deve existir quando a decisão de piso se apresentar
teratológica, o que, no seu entender, não ocorre em sede de antecipação de tutela que em ação
de imissão de posse ajuizada por adquirente de imóvel em leilão que pretende, por ser o
proprietário, obter o que a lei lhe reconhece, qual seja, o direito ao exercício da posse:
"A merecer destaque ainda, o assentado na decisão que indeferiu o efeito suspensivo pleiteado: (
... ) Não obstante o argumento social Agravo de Instrumento no 0020480-72.2015.8.19.0000 M 4
contextualizado, prima facie não se vislumbra qualquer teratologia a macular a decisão agravada.
Ao que parece, houve exame da origem e do título dominial, estando a agravante no contraponto
da pretensão deduzida forte no direito de possuir. Indefiro o efeito suspensivo. Por fim, apenas se
cogita de interferência da instância revisora em se tratando de decisão teratológica, contrária à lei
ou à prova dos autos, o que não é a hipótese em comento. Nesse sentido, o entendimento
consagrado na Súmula nº 59, deste Egrégio Tribunal. Em suma, decisão a não merecer nenhuma
censura, inexistindo razão plausível para a reforma que se almeja. À conta do acima, nega-se
seguimento ao recurso, com fundamento no que dispõe o art. 557, caput do CPC, por manifesta a
improcedência.".
Posicionamento da Décima Câmara Cível de forma direta, clara e explícita pela inexistência de
conexão entre a imissão na posse ajuizada pelo adquirente de imóvel em leilão extrajudicial e
eventual ação movida pelo mutuário perante o agente financeiro:
Apelação cível. Ação de imissão de posse. Imóvel adquirido em leilão promovido pela Caixa
Econômica Federal. Tramitação de ações perante a Justiça Federal, ajuizadas por ex-mutuários
inadimplentes e discutindo a validade da execução extrajudicial, ou mesmo a constitucionalidade
do Decreto Lei nº 70/66, que não possuem o condão de obstar o exercício da posse do adquirente
de boa-fé, cujo título aquisitivo foi regularmente transcrito perante o registro imobiliário. Atual
ocupante do imóvel que sequer demonstrou ao Juízo haver resgatado ou consignado
judicialmente o valor do seu débito antes da realização do leilão público, como exige o artigo 37,
§3º Decreto-lei 70/66. Ação de caráter puramente petitório, que não se revela adequada para
discutir possíveis falhas no procedimento de alienação extrajudicial, como pretendido em apelo.
Recurso improvido.
Neste acórdão, o ilustre relator com quem esta magistrada teve a honra de dividir o ensino de
Direito Civil em alguns Cursos Preparatórios deste Estado, ressalta o ponto essencial que
aparentemente não está sendo levado em conta neste processo, qual seja, A AQUISIÇÃO DE
IMÓVEL EM LEILAO, SEJA ELE JUDICIAL OU EXTRAJUDICIAL, É FORMA ORIGINÁRIA DE
AQUISIÇAO DA PROPRIEDADE NÃO INFLUINDO A RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE O
DEVEDOR QUE PERDE O IMÓVEL E O AGENTE FINANCEIRO.
Veja-se parte do pedagógico Acórdão:
E frise-se, por oportuno, que a causa de pedir é toda calcada na aquisição originária do domínio
através de leilão extrajudicial, de forma que o pedido antecipado de imissão na posse, em
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No mérito, deve-se observar que as ações reais, tal como a ação em comento, servem justamente
para tutelar um direito real, oponível erga omnes de quem indevidamente detenha o bem. No caso
dos autos, a posse exercitada pelo réu não pode obstar o exercício do direito de propriedade dos
autores. 10. A jurisprudência desta Corte Estadual há muito já pacificou o entendimento que a
tramitação de ações perante a Justiça Federal, ajuizadas por ex-mutuários inadimplentes e
discutindo a validade da execução extrajudicial, ou mesmo a constitucionalidade do Decreto Lei nº
70/66, não tem o condão de obstar o exercício da posse do adquirente de boa-fé, cujo título
aquisitivo foi regularmente transcrito prante o Registro Imobiliário (0011811-26.2012.8.19.0003)
Processo: 0020813-94.2015.8.19.0203
- APELACAO
DES. CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ - Julgamento: 03/09/2015 - DECIMA SEGUNDA
CAMARA CIVEL
APELAÇÃO CÍVEL. IMISSÃO NA POSSE. LEILÃO EXTRAJUDICIAL. IMÓVEL COM ALIENAÇÃO
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Processo: 0008275-80.2010.8.19.0066
- APELACAO DES. JAIME DIAS PINHEIRO FILHO - Julgamento: 02/09/2015 - DECIMA
SEGUNDA CAMARA CIVEL
- AGRAVO DE INSTRUMENTO
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DES. LUCIA MIGUEL S. LIMA - Julgamento: 19/05/2015 - DECIMA SEGUNDA CAMARA CIVEL
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Posicionamento da Décima Quinta Câmara Cível também afirmando a posição pacífica do Tribunal
de Justiça do Estado do Rio de Janeiro no sentido de que ações ajuizadas na Justiça Federal não
influenciam o direito do adquirente do imóvel em leilão extrajudicial em ver reconhecido o direito à
imissão na posse, aliás, direito concedido pelo Código Civil ao proprietário:
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Processo : 0012308-56.2011.8.19.0203
- APELACAO
DES. CELSO FERREIRA FILHO - Julgamento: 10/02/2015 - DECIMA QUINTA CAMARA CIVEL
DES. CARLOS JOSE MARTINS GOMES - Julgamento: 25/02/2015 - DECIMA SEXTA CAMARA
CIVEL
Ementa: Apelação cível. Ação de imissão na posse. Imóvel adquirido através de financiamento
110 SETA
Estado do Rio de Janeiro Poder Judiciário
Tribunal de Justiça
Regional do Méier
Cartório da 5ª Vara Cível
Rua Aristides Caire, 35 Sl. 402 - Méier - Rio de Janeiro - RJ e-mail: mei05vciv@tjrj.jus.br
Processo : 0027825-89.2015.8.19.0000
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Posicionamento da Décima Nona Câmara Cível comprovando, mais uma vez, que é notório que o
posicionamento do Tribunal de Justiça deste Estado é PACÍFICO no sentido de que não há
conexão ou influência entre ações perante a Justiça Federal onde se discute o inadimplemento do
mutuário e a ação de imissão de posse ajuizada para que o atual proprietário seja imitido na posse
de imóvel de sua propriedade:
0028531-72.2015.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO
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0016910-53.2013.8.19.0031 - APELACAO
- AGRAVO DE INSTRUMENTO
DES. CARLOS SANTOS DE OLIVEIRA - Julgamento: 23/06/2015 - VIGESIMA SEGUNDA
CAMARA CIVEL
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o qual se insurge contra a decisão que deferiu liminar de imissão na posse, aduzindo que o
contrato de financiamento do imóvel ainda é objeto de discussão no âmbito da Justiça Federal. 2.
A ação de imissão na posse tem caráter petitório, revelando-se a via adequada para aquele que
adquire a propriedade, por meio de título registrado, postule a posse de quem injustamente a
detenha. 3. O magistrado de primeiro grau, ao deferir a antecipação dos efeitos da tutela cumpriu
determinação legal expressa constante do parágrafo 2º do artigo 37 do Decreto-Lei 70/66. 4. A
propositura de ação revisional do contrato de financiamento, perante a Justiça Federal, não é
capaz de suspender a ação de imissão na posse, posto que esta não se revela a via adequada
para a discussão acerca da regularidade da execução administrativa realizada pela Caixa
Econômica Federal. A matéria aqui discutida versa, tão somente sobre a proteção da posse do
proprietário, adquirente de boa-fé, que não obteve a transferência quando deveria. Precedentes. 5.
A decisão agravada não se afigura abusiva, ilegal ou teratologia, o que impede a sua reforma,
conforme entendimento sumulado deste Tribunal de Justiça. DESPROVIMENTO DO RECURSO.-
Data de Julgamento: 23/06/2015
Posição do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que a ação de imissão da posse manejada
pelo adquirente do imóvel não pode ser sobrestada por ação ajuizada pelo mutuário inadimplente
e o agente financeiro:
AgRg no REsp 1151040 / RJ - Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO - QUARTA TURMA - DJe
22/02/2012 AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE
AJUIZADA POR ARREMATANTE DE IMÓVEL CONTRA OS OCUPANTES. SUSPENSÃO DO
PROCESSO. INOCORRÊNCIA. PREJUDICIALIDADE EXTERNA NÃO CONFIGURADA. 1. Nos
termos do artigo 265, IV, "a", do Código Civil de 2002, deve o juiz decretar a suspensão do
processo quando houver questão prejudicial (externa) cuja solução é pressuposto lógico
necessário da decisão que estará contida na sentença. 2. Nesse passo, o STJ possui
entendimento consolidado no sentido de que "o art. 265, IV, 'a', do CPC, não impõe o
sobrestamento de ação de imissão de posse enquanto se discute, em outro feito, a anulação de
ato de transferência do domínio" (REsp 108.746/SP, Rel. Ministro Carlos Alberto Menezes Direito,
DJ 02.3.98). 3. A demanda petitória ajuizada objetivou amparar o proprietário sem posse e de
boa-fé, que arrematou imóvel leiloado pela Caixa Econômica Federal, por isso não há falar em
suspensão da demanda até o julgamento final da ação anulatória de adjudicação extrajudicial. 4.
Agravo regimental a que se nega provimento.
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afirmando que fora ao local cumprir a diligência de imissão de Manoel na posse do imóvel, mas
não encontrou a senhora Cléubelis. Contudo, a advogada lhe desmentiu porque o porteiro teria
dito não somente que a oficial de justiça subira até o apartamento, mas também lá ficou por longo
tempo. Desmascarada, a oficial de justiça então informou que não havia cumprido a diligência
porque Cleubelis lhe teria "dito" que havia uma decisão na Justiça Federal proibindo o "leilão".
Assim, teria desistido de cumprir a decisão da Justiça Estadual que lhe paga os vencimentos,
frise-se. Afirmou para a advogada que NÃO LHE FORA MOSTRADA A TAL DECISAO, mas que
estava aguardando, com o mandado em seu poder, que Cleubelis ou o seu advogado lhe
entregasse a cópia da tal decisão. Como houve insistência, a oficial combinou que iria sair naquele
momento e que todos deveriam ir até o apartamento para a diligência. Chegando lá,
MIRACULOSAMENTE, o advogado de Cleubelis lá estava com a cópia da famigerada e absurda
decisão da Justiça Federal e isto bastou. A oficial pegou a cópia e imediatamente saiu. A
advogada do senhor Manoel veio até o cartório perquirir se a decisão da Justiça Estadual,
proferida nestes autos, ainda se mantinha. Chamada a comparecer no gabinete, a oficial de justiça
disse para esta magistrada que não ira cumprir a decisão porque não concordava com ela e, ato
contínuo, saiu.
Miraculosamente, no exato instante que a oficial de justiça se retirou do gabinete se negando a
cumprir o mandado porque não concordava com a decisão, um fax noticiou a suspensão da
decisão de imissão na posse, apesar de entendimento PACÍFICO de todas as Câmaras do
Tribunal no sentido de ausência de conexão entre as ações na justiça federal e ação de imissão
na posse pelas razoes já acima expostas.
No entanto, o julgamento pelo colegiado da Câmara deixou claro que, em sede de cognição
exauriente, a antecipação de tutela poderia ser deferida, o que ora se faz.
Há notícias não confirmadas de que foi sugerido para a advogada do autor, Sr. Manoel, que se a
mesma estava com pena dele, deveria levá-lo para sua casa.
Logicamente, advogados, assim como juízes, promotores, Ministros, Desembargadores, etc não
levam partes para abrigá-las em sua residência, porque, caso o fizessem, não haveria espaço em
suas casas, além do que, a imparcialidade deve ser respeitada.
Ocorre que o Sr. Manoel que acreditou no negócio jurídico que fez, acreditou na lei, na Justiça,
não tem onde morar. Sim, porque ele era proprietário de um apartamento no quarto andar de um
edifício sem elevador, como esclarecido na audiência de conciliação, mas por ser idoso e ter
problemas de locomoção (problemas em uma das pernas) não poderia mais lá residir. Daí que
vendeu o imóvel e comprou este, ajuizou a demanda de imissão na posse, mas por força da
decisão tomada nestes autos, está sem ter onde morar. O autor é hoje um "SEM TETO" e passa
os dias, conforme informado pelos funcionários, sentado numa cadeira no interior do Fórum do
Méier, ao lado da porta do Cartório da 5ª Vara Cível. Sim, lhe foi dito que ele não tinha direito a
ficar no imóvel pelo qual pagou todo o dinheiro que tinha, todas as economias de uma vida e o
preço do único imóvel que tinha conseguido comprar para repousar na sua velhice. Foi-lhe dito
que apesar de ter pago por este imóvel e, apesar de com o dinheiro de sua aposentadoria, pagar o
condomínio do apartamento e o IPTU, quem tinha que continuar morando lá era a Cléubelis e seu
amante. O Judiciário lhe causou um problema, nada mais justo do que o Judiciário o acolha
durante o dia, daí porque o Senhor Manoel "mora" na porta do Cartório praticamente o dia todo. É
aposentado e sem teto. O seu dinheiro está sendo usado para que Cleubelis use o apartamento e
nele viva com o amante.
O senhor Manoel poderia até mesmo ajuizar uma ação de responsabilidade civil contra o Estado
porque a situação pela qual passa não tem razão de ser por força da lei e do posicionamento
pacífico deste Tribunal que lhe favorece.
A lesão aos direitos da personalidade do autor é manifesta porque a conduta da ré é afrontosa e
de má-fé. O Sr. Manoel, idoso com 87 anos de idade e com dificuldade física de locomoção não
tem onde morar e ela permanece no imóvel com um amante sem nada pagar.
Informalmente, quando já encerrada a audiência, enquanto se aguardava a impressão da
assentada, o senhor Manoel comentou que a sua vida fora uma luta. Que quando era pequeno viu
o seu pai matar sua mãe na sua frente, mas que nunca pode ver seu pai condenado pelo
homicídio da mãe. Mas ele ainda acreditava na Justiça.
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Bom, não sei se ele pode continuar acreditando na Justiça. Mas tenho certeza que ele pode
acreditar que das mãos desta magistrada não será cometida uma segunda injustiça para com ele.
Em 12 de junho de 1997, ao tomar posse de forma orgulhosa como magistrada, após ter sido
aprovada em concurso público, jurei cumprir a Constituição e as leis do meu país, juramento
renovado a cada mudança de titularidade. Sigo firme no propósito de cumprir o meu juramento,
apesar de, às vezes, não acreditar que isto faça alguma diferença......
Isto posto, quanto à ação de embargos, julgo-a improcedente e condeno a autora nas custas e
honorários advocatícios que arbitro em R$3.000,00. No que tange à imissão na posse,
CONCEDO A ANTECIPAÇÃO DE TUTELA EM COGNIÇÃO EXAURIENTE COMO SUGERIDO
PELO COLEGIADO PELA CÂMARA NO JULGAMENTO DO AGRAVO, DETERMINANDO A
IMEDIATA IMISSÃO DO AUTOR NA POSSE DO IMÓVEL AUTORIZANDO O CUMPRIMENTO
DO MANDADO PELO OFICIAL DE JUSTIÇA DO PLANTÃO EM CARÁTER DE URGÊNCIA.
DEFIRO A UTILIZAÇÃO DA FORÇA NECESSÁRIA, DO ARROMBAMENTO, DA UTILIZAÇÃO DE
FORÇA POLICIAL, AUTORIZANDO ESTA A USAR DA FORÇA NECESSÁRIA PARA O
CUMPRIMENTO DESTA DECISÃO NOS LIMITES DE SUA NECESSIDADE E RAZOABILIDADE
SOBRE BENS E PESSOAS QUE TENTEM SE OPOR AO CUMPRIMENTO DA PRESENTE.
DEFIRO QUE O SENHOR MANOEL FIQUE COMO DEPOSITÁRIO DE TODOS OS BENS
EXISTENTES NO INTERIOR DO IMÓVEL OU, CASO SEJA POSSÍVEL, A REMOÇÃO DOS
BENS PARA O DEPÓSITO PÚBLICO. CASO SEJA NECESSÁRIO, A DILIGÊNCIA PODERÁ SE
PROLONGAR ATÉ TERMINAR, INCLUSIVE APÓS O ENCERRAMENTO DO EXPEDIENTE
FORENSE. Torno definitiva a antecipação e julgo procedentes os pedidos do autor em sede de
imissão na posse. Condeno os ocupantes do imóvel ao pagamento ao autor de taxa de ocupação
pelo uso indevido do imóvel desde a data da citação até a data do cumprimento da decisão em
R$500,00 por mês. Condeno a ré a pagar indenização por danos morais ao autor em R$10.000,00
com correção desde a sentença e juros desde a citação. Condeno a ré nas custas e honorários
advocatícios em R$5.000,00.
Expeça-se mandado com as cautelas de praxe face á necessidade da demanda.
PRI. Com o trânsito, dê-se baixa e arquivem-se os autos.
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Em ____/____/_____
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