Você está na página 1de 8

Carlos José Ribeiro - OAB/RJ nº 90.

506
CARLOS JOSÉ RIBEIRO Altair José de Oliveira - OAB/RJ nº 137.164
ADVOGADOS Lucas de Oliveira Ribeiro - OAB/RJ nº 214.111
Matheus de Oliveira - OAB/RJ nº 220.069
______________________________________________________________________________
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA
CRIMINAL DA COMARCA DE RESENDE/RJ.

PROCESSO Nº: 0004214-93.2020.8.19.0045

ANDRÉ DA SILVA, já qualificado nos autos do processo em epígrafe,


por intermédio de seus advogados devidamente constituídos por instrumento de procuração
anexa aos autos, vem à presença de Vossa Excelência, TEMPESTIVAMENTE apresentar
a sua:

DEFESA PRELIMINAR

Com fulcro no artigo 396 do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir
expostos.

1) DAS PUBLICAÇÕES:
Desde já requer que as futuras INTIMAÇÕES e NOTIFICAÇÕES nos presentes autos,
sejam realizadas exclusivamente em nome do patrono Dr. CARLOS JOSÉ RIBEIRO –
OAB/RJ nº 090.506, sob pena de nulidade;

2) DA TEMPESTIVIDADE:
O Mandado de intimação do ora requerido, foi efetivamente cumprido. Por sua vez,
conforme preconiza o supedâneo artigo anteriormente citado, se faz pertinente o prazo de
10 (dez) dias para apresentação desta; senão, vejamos o que está elencado no excelso
arcabouço jurídico:

Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário,


oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a
rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a
citação do acusado para responder à acusação, por
escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

Desta forma, é criterioso destacar que ao teor do referido mandado, podemos evidenciar
que o presente fora recebido no fia 23 de outubro de 2020, sendo certo que a presente
Defesa Preliminar é TEMPESTIVA.

Nesta vertente, afim de ressaltar o princípio da ampla defesa e do contraditório, o


notificado, antes do fim do prazo, vem apresentar a sua manifestação TEMPESTIVA.
3) DO PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA:
Considera-se necessitado da gratuidade de Justiça, uma vez que a sua situação econômica
não lhe permite pagar às custas dos processos e os honorários de advogado, sem prejuízo do
sustento próprio ou de sua família. Amparado pela Lei 1060/50 e 7510/86.

_______________________________________________________________________________ 1

Avenida Saturnino Braga, nº: 369, Resende Shopping – Torre I - Sala 323 – Bairro: Centro – Resende/RJ –
CEP 27.511-300
Endereço Eletrônico: carloadvogado@gmail.com
Tel.: (024) 3355-0443
Carlos José Ribeiro - OAB/RJ nº 90.506
CARLOS JOSÉ RIBEIRO Altair José de Oliveira - OAB/RJ nº 137.164
ADVOGADOS Lucas de Oliveira Ribeiro - OAB/RJ nº 214.111
Matheus de Oliveira - OAB/RJ nº 220.069
______________________________________________________________________________
Nesta vertente, o requerente encontra-se desempregado, sendo certo que esta não há renda
que ampare de forma garantida o sustendo de sua família.
Neste diapasão, é criterioso destacar que não possui condições financeiras para arcar com
as custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do seu sustento e de sua
família. Nesse sentido, junta-se declaração de hipossuficiência e declaração de pobreza a
fim de que lhe seja concedida a Gratuidade de Justiça.
Informa ainda o Autor que é isento da declaração anual de imposto de renda, tendo em vista
os seus vencimentos.
Por derradeiro requer a Vossa Excelência, seja deferida a Concessão da Gratuidade de
Justiça ao Autor, nos termos da Lei 1060/50, por não ter condições de arcar com as custas
processuais sem prejuízo do próprio sustento e da família.
Por tais razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela
Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e
seguintes.
4) DO BREVE RELATO DOS FATOS:
Supostamente, o ora denunciado teria no dia 16 de novembro de 2019, ofendido a
dignidade do Sr. José Rodrigues de Souza, dizendo “seu velho safado”, “ladrão”, “viado
velho”.

Neste mesmo dia, supostamente, o requerido teria colidido a sua bicicleta contra o Sr. José
Rodrigues de Souza, causando-lhe algumas escoriações.

O M.M. Juízo aceitou a denúncia realizada pelo Nobre Parquet, fazendo com que o
referido caso chegasse a este momento da apresentação da Defesa Preliminar.

Diante o exposto, passa a parte requerida a fundamentar a sua defesa, bem como provar
que as imputações realizadas merecem improcedência.

5) DA REALIDADE DOS FATOS:


Nobre Julgador de piso, a parte requerida vem à baila mostrar a realidade dos fatos
ocorridos no ano de 2019. Para tanto, é criterioso salientar que é visível que esta sobre
transtornos psiquiátricos, podendo ser comprovado a olho nu.

Mas de acordo com o que houve naquela fatídica data, é criterioso destacar que o Termo de
Declaração exposto às fls. 09/10 não condiz com a realidade dos fatos.

O requerido que sofre de transtornos psiquiátricos, naquela data, estava sem tomar os
medicamentos que são essenciais para a sua vida para que não ocorra nenhum tipo de
distúrbio e, como já é sabido, a família do Requerente, Sr. José Rodrigues de Souza,
anteriormente ao fato, já tinha o “currículo” de importunar o acusado. Corroborado a esses
_______________________________________________________________________________ 2

Avenida Saturnino Braga, nº: 369, Resende Shopping – Torre I - Sala 323 – Bairro: Centro – Resende/RJ –
CEP 27.511-300
Endereço Eletrônico: carloadvogado@gmail.com
Tel.: (024) 3355-0443
Carlos José Ribeiro - OAB/RJ nº 90.506
CARLOS JOSÉ RIBEIRO Altair José de Oliveira - OAB/RJ nº 137.164
ADVOGADOS Lucas de Oliveira Ribeiro - OAB/RJ nº 214.111
Matheus de Oliveira - OAB/RJ nº 220.069
______________________________________________________________________________
fatos, no dia do ocorrido, como já anteriormente relatado, o requerido não estava fazendo
uso de seus remédios e ao passar próximo a vítima, estava nervoso e ouviu diversas vozes
e pensou que o Sr. José estaria promovendo mais uma importunação a sua paciência.

Ato contínuo, o requerido proferiu as palavras já aludidas na denúncia afim de se defender.


Entretanto, quanto ao ato de colidir com a sua bicicleta contra a vítima, este não se lembra,
conforme foi relatado no Termo de declaração fazendo com que a sua alegação de que
sofre de transtornos psiquiátricos mais uma vez seja comprovada de forma simples.

Excelência, mesmo não se lembrando do ocorrido, por conta da sua patologia, o


requerido se diz extremamente arrependido, pois foi uma situação alheia a sua
vontade, por conta da abstinência da sua medicação, a qual tem a legítima conduta de
um verdadeiro ser humano, de se desculpar com a vítima.

Nobre Julgador, o requerido namorou a filha da vítima por um período de 6 (seis) meses. E
ela vivia perseguindo o requerido depois do término, uma vez que queria uma quantia no
valor de R$600 (seiscentos reais) mensais e que se não realizasse o pagamento, ela o
mataria.

M.M. Juízo, sabemos que tal conduta não possui relação direta com o caso concreto, mas
se levarmos pela aproximação das condutas, como uma pessoa que sofre de distúrbios
psicológicos, consegue viver sob ameaça daquela que um dia foi a sua companheira? Insta
salientar que no período em que estavam juntos, o pai da namorada, a ora vítima, distratou
por várias vezes o requerido, fazendo com que esse tivesse certa insegurança quando
estava perto. Sendo assim, podemos observar que tal relação abrasiva teve o seu início em
tempos anteriores, tendo o seu estopim no momento do distúrbio do requerido.

Sendo assim Excelência, quanto aos fatos, podemos observar que ocorreram por conta da
abstinência de medicação do suspeito, mas que de forma alguma esse quis atentar contra a
vida do Sr. José e que as escoriações causadas, também ocorreram por conta da sua idade
avançada, uma vez que sabemos que quanto maior a idade, maior a fragilidade do corpo.
Mas, insurge salientar que a IMPUTAÇÃO DO CRIME ESCULPIDO NO ARTIGO
121 É DEVERAS EXAGERADA, uma vez que o requerido somente colidiu a sua
bicicleta por força alheia a sua vontade e mesmo assim, não foi atentado contra a vida.

Para corroborar com a realidade dos fatos expostas nesse momento, a parte requerida passa
a expor os fundamentos para corroborar a sua defesa.

6) DAS PRELIMINARES:
Antes de adentrarmos no mérito, é criterioso salientar algumas preliminares, afim de que a
ação ora impetrada seja resolvida corretamente a aplicar a verdadeira justiça e o devido
processo legal. Senão, vejamos:

_______________________________________________________________________________ 3

Avenida Saturnino Braga, nº: 369, Resende Shopping – Torre I - Sala 323 – Bairro: Centro – Resende/RJ –
CEP 27.511-300
Endereço Eletrônico: carloadvogado@gmail.com
Tel.: (024) 3355-0443
Carlos José Ribeiro - OAB/RJ nº 90.506
CARLOS JOSÉ RIBEIRO Altair José de Oliveira - OAB/RJ nº 137.164
ADVOGADOS Lucas de Oliveira Ribeiro - OAB/RJ nº 214.111
Matheus de Oliveira - OAB/RJ nº 220.069
______________________________________________________________________________
A) DA INÉPCIA DA DENÚNCIA – ARTIGO 395, I DO CÓDIGO DE PROCESSO
PENAL:
A denúncia oferecida pelo Douto Representante Ministério Público encontra-se em
desrespeito aos preceitos do nosso sistema processual penal, devendo, pois, ser rejeitada,
conforme artigo 395, I do Código de Processo Penal, por ser inepta.

Tal informação se faz verdade porque na peça inaugural, o denunciado foi acusado por fato
descrito genericamente, no que tange ao crime exposto no artigo 121, §4º do Código Penal,
uma vez que não há conduta que seja designada como exercício ilícito contra a vida. Em
momento algum o denunciado teve o diapasão de matar o requerente. Sendo assim, causa
estranheza a aplicação do pedido de condenação no crime de homicídio culposo.
INSURGE SALIENTAR QUE O PACIENTE NÃO VEIO A ÓBITO!

Tal fato que é objeto de inépcia pode ser comprovado pelo teor da denúncia que nenhuma
vez foi mencionado que o requerido teve a intenção de matar e, mesmo assim ao final
desse instrumento processual, foi pedido o acolhimento da denúncia no crime de homicídio
culposo; situação DANTESCA; um crime jurídico sem explicação plausível.

Ora, Digníssimo Julgador de Piso, como se defender da imputação feita de forma tão
ampla e genérica? Se o denunciado em momento algum quis concorrer para o crime ora
descrito na denúncia? Não podemos permitir que imputações genéricas prosperem em
nosso ordenamento processual, inviabilizando o direito que o acusado tem de se defender
amplamente.

Desta forma, requer a Vossa Excelência que seja ACOLHIDA A PRELIMINAR DE


INÉPCIA DA DENÚNCIA com fulcro no artigo 395, I do Código de Processo Penal, uma
vez que não existe diapasão para aplicação do crime esculpido no artigo do Código Penal.

B) DA ABSOVIÇÃO SUMÁRIA – ARTIGO 397, II DO CÓDIGO DE PROCESSO


PENAL C/C ARTIGO 26 DO CÓDIGO PENAL:
Excelência, cumpre ressaltar em caráter liminar que a referida demanda requer a aplicação
do exposto no artigo 397 do Código de Processo Penal c/c artigo 26 do Código Penal, uma
vez que o requerido é portador de doença mental, sendo certo que este ágil da forma
esculpida nos autos por não ter feito uso de seus remédios que controlam os seus distúrbios
mentais, comprovando que este sofre de patologia que modo modificar a sua ação; fato que
consumou o suposto ilícito.

Para isto, requer observar os sobreditos artigos. Senão, vejamos:

Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos,


deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando
verificar:

_______________________________________________________________________________ 4

Avenida Saturnino Braga, nº: 369, Resende Shopping – Torre I - Sala 323 – Bairro: Centro – Resende/RJ –
CEP 27.511-300
Endereço Eletrônico: carloadvogado@gmail.com
Tel.: (024) 3355-0443
Carlos José Ribeiro - OAB/RJ nº 90.506
CARLOS JOSÉ RIBEIRO Altair José de Oliveira - OAB/RJ nº 137.164
ADVOGADOS Lucas de Oliveira Ribeiro - OAB/RJ nº 214.111
Matheus de Oliveira - OAB/RJ nº 220.069
______________________________________________________________________________
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do
agente, salvo inimputabilidade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou


desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação
ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Para tanto, é essencial vislumbrar o que está expresso na Lei nº 10.216/01 que dispõe sobre
as pessoas com transtornos mentais; nisto é possível compreender que o requerido se
encaixa perfeitamente no que o arcabouço jurídico condiz. Assim, se espera de Vossa
Excelência que tal preliminar seja acolhida.

Sabemos que é criterioso que tenhamos nos autos os procedimentos que comprovem essa
patologia. Para isso, estão anexados a essa manifestação os laudos médicos do requerido e,
seria de extrema necessidade que este M.M. Juízo, avaliasse a preliminar embasado nos
documentos médicos e, em caso de dúvida que suscite perícia no requerido afim de
comprovar e acolher a preliminar requerida.

7) DOS FUNDAMENTOS:
Neste momento, a parte requerida passa a contrapor os pontos articulados da denúncia,
afim de que seja feita a verdadeira justiça:
A) DA NÃO APLICAÇÃO DO ARTIGO 129, §7º C/C 121, §4º DO CÓDIGO
PENAL:
Nobre Julgador, primeiramente é criterioso destacar que não há fundamentação
contundente e nem fato que corrobore para que seja aplicada a pena esculpida no artigo
121 do Código Penal. NÃO EXISTIU HOMICÍDIO NO FATO EM TELA, nem ao
menos TENTATIVA DE HOMICÍDIO. Sendo assim não o que se falar em aplicação
concomitante dos artigos 129, §7º e do 121, §4º, ambos do Código Penal.

Excelência, a parte requerida de foram alguma está alegando que não houve lesão a vítima,
até porque é comprovado que houve sim; entretanto, a aplicação da concomitância dos
artigos acima nos passa uma sensação de aplicação exacerbada da Lei em um fato que não
existe essa observância, ou seja, mesmo agindo por circunstâncias alheias a sua vontade
NÃO HÁ O QUE SE FALAR EM HOMICÍDIO, já que a pessoa que foi vítima está
viva, recuperada e em momento algum houve fato que tentou a sua vida, sendo possível
adequar o ilícito a tipificação de Lesão Corporal somente, não precisando se falar em
HOMICÍDIO.

Lendo e relendo a denúncia Excelência, não nos parece adequado pedido de condenação
nesses crimes. Forma injusta e até mesmo um pedido arbitrário. Desqualificar o crime
requerido é necessário, até mesmo para ser aplicada, em caso de condenação, uma
sentença justa e adequada as circunstâncias do fato, ou seja, um denunciado que tem
_______________________________________________________________________________ 5

Avenida Saturnino Braga, nº: 369, Resende Shopping – Torre I - Sala 323 – Bairro: Centro – Resende/RJ –
CEP 27.511-300
Endereço Eletrônico: carloadvogado@gmail.com
Tel.: (024) 3355-0443
Carlos José Ribeiro - OAB/RJ nº 90.506
CARLOS JOSÉ RIBEIRO Altair José de Oliveira - OAB/RJ nº 137.164
ADVOGADOS Lucas de Oliveira Ribeiro - OAB/RJ nº 214.111
Matheus de Oliveira - OAB/RJ nº 220.069
______________________________________________________________________________
problemas mentais que por falta do seu remédio desencadeou em uma ação que não
correspondia a sua vontade. Insta salientar que no momento do ilícito, o denunciado
teve um de seus distúrbios, ouviu vozes e por isso pensou que fosse a vítima que já
tinha o histórico de lhe importunar por conta do relacionamento da sua filha com o
denunciado que havia durado 6 (seis) meses.

No mérito fundamental e até mesmo nos princípios que norteiam a nossa vida, por mais
que tenha havido algum crime, podemos observar que a sua concretizavam aconteceu por
circunstância alheia à vontade do denunciado, bem como este mesmo não se lembrando do
ocorrido, deseja que tudo isso termine e quer se redimir pedindo desculpas a vítima. Então
Excelência, pelas circunstâncias do caso concreto, não se tornaria legítima a aplicação da
justiça se o pedido de concomitância dos artigos fosse aplicado.

B) DA REALIZAÇÃO DE EXAME DE SANIDADE MENTAL:


Excelência, acredito que paira na sua consciência se o autor do fato possui insanidade
mental ou não. Insurge salientar que no presente feito, a Instauração do Incidente de
Insanidade Mental é plenamente importantíssimo, uma vez que tal conduta foi
desencadeada pela patologia mental que o denunciado possui. Sendo assim é preciso a sua
comprovação para que tenha o devido processo legal e de fato seja visto que todo o
imbróglio ocorreu por circunstâncias alheias a sua vontade.

Sabemos que o requisito mínimo e fundamental para o incidente de insanidade mental é a


razoável dúvida sobre a sanidade do acusado, o que de fato existe; tanto para o M.M. Juízo,
para o Parquet e para todas partes do processo.

Assim, Nobre Julgador de piso, insurge a necessidade de tal procedimento


médico/processual.

No âmbito da perícia de insanidade mental, será fundamental determinar se o réu era, ao


tempo do crime, de fato, inimputável, conforme artigo 26 do Código Penal. Constatada a
inimputabilidade, o processo seguirá com a presença do curador, podendo inclusive
resultar na absolvição imprópria do acusado (aquela que absolve o réu, porém aplica-lhe
medida de segurança).

Sendo assim, de acordo com os fatos esculpidos nos autos, a parte requer que tal que a
perícia seja realizada afim de comprovar a insanidade o ora denunciado.

C) DO PERDÃO JUDICIAL:
Excelência, podemos observar que o suposto Autor dos fatos, nem se lembra como se deu
a sua participação no suposto ilícito uma vez que por conta da medicação que é parte do
seu cotidiano, a qual não fez uso na data do suposto ilícito, o fez “ouvir vozes” que
desencadearam na conduta ora objeto da ação.

_______________________________________________________________________________ 6

Avenida Saturnino Braga, nº: 369, Resende Shopping – Torre I - Sala 323 – Bairro: Centro – Resende/RJ –
CEP 27.511-300
Endereço Eletrônico: carloadvogado@gmail.com
Tel.: (024) 3355-0443
Carlos José Ribeiro - OAB/RJ nº 90.506
CARLOS JOSÉ RIBEIRO Altair José de Oliveira - OAB/RJ nº 137.164
ADVOGADOS Lucas de Oliveira Ribeiro - OAB/RJ nº 214.111
Matheus de Oliveira - OAB/RJ nº 220.069
______________________________________________________________________________
Nobre Julgador e Nobre Parquet, o denunciado. Embora não se lembre do fato, se sente
envergonhado pelo constrangimento causado, bem como quer se desculpar com a vítima,
mostrando que se arrependeu de todo imbróglio.

Tal afirmação é tão verídica que podemos comprovar até mesmo por confirmação da
vítima que o denunciado evita transitar no mesmo local que ele, para evitar qualquer tipo
de burburinho bem como pela vergonha que o fato lhe causou.

Assim, mesmo que o fato lhe conceda uma condenação, permite o ordenamento jurídico
que o M.M. Juízo lhe conceda o perdão judicial. Senão, vejamos:

Dispõe o §5º, do artigo 121 do Código Penal que:


“Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a
pena, se as consequências de a infração atingirem o próprio agente
de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. ”

Assim sendo, tendo em vista que o suposto Autor do fato é pessoa que possui deficiência
mental e que na data da ocasião do suposto ilícito, não estava com a medicação correta
bem como não se lembra do fato e ademais tem vergonha do que isso tenha causado tendo
a vontade de se desculpar com a vítima, torna-se totalmente aplicável por analogia o
instituto do PERDÃO JUDICIAL, o que se requer a Vossa Excelência.

8) DOS PEDIDOS:
Diante o exposto, requer a Vossa Excelência o que segue:

a) Seja CONCEDIDA o GRATUIDADE DE JUSTIÇA ao denunciado, uma vez que


este não possui condições de arcar com as custas do processo e honorários
advocatícios sem que estes interfiram no seu sustento e de sua família;

b)Seja RECEBIDA a presente DEFESA PRELIMINAR de acordo com o artigo 396


do Código de Processo Penal, uma vez que esta é TEMPESTIVA e é aplicação da
mais lídima justiça;

c) Seja REJEITADA a presente denúncia uma vez que:


c.1) é INEPTA, obedecendo o exposto no artigo 395, I
do Código de Processo Penal uma vez que não há
condição plausível para a aplicação do crime exposto
no artigo 121 do Código Penal, bem como a sua
fundamentação na denúncia, fazendo com que a Defesa
Preliminar fique desconexa;

c.2) ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA, de acordo com o


artigo 397, II do Código de Processo Penal c/c artigo 26
do Código Penal, uma vez que está evidente que o
_______________________________________________________________________________ 7

Avenida Saturnino Braga, nº: 369, Resende Shopping – Torre I - Sala 323 – Bairro: Centro – Resende/RJ –
CEP 27.511-300
Endereço Eletrônico: carloadvogado@gmail.com
Tel.: (024) 3355-0443
Carlos José Ribeiro - OAB/RJ nº 90.506
CARLOS JOSÉ RIBEIRO Altair José de Oliveira - OAB/RJ nº 137.164
ADVOGADOS Lucas de Oliveira Ribeiro - OAB/RJ nº 214.111
Matheus de Oliveira - OAB/RJ nº 220.069
______________________________________________________________________________
denunciado é portador de patologia mental a qual
condiz com a causa excludente de culpabilidade por
não poder entender de forma profícua e contundente o
ilícito que concorreu no momento do fato;

c.3) subsidiariamente, caso Vossa Excelência entenda


pela continuação da matéria, que seja oportunizada a
apresentação de testemunhas em momento oportuno;

d) Que seja REJEITADO o pedido de condenação no artigo 121, §4º do Código


Penal, uma vez que não houve homicídio já que a vítima se encontra em pleno
gozo da sua vida, bem como em nenhum momento o denunciado usou de arma para
atentar diretamente a vida da vítima;

e) Que seja REALIZADO a PERÍCIA para constatação da INSANIDADE


MENTAL do denunciado, para que assim seja comprovado que este concorreu ao
suposto ilícito por circunstâncias alheias a sua vontade;

f) Que seja CONCEDIDO por este M.M. Juízo, o PERDÃO JUDICIAL, uma vez
que possui deficiência mental e que na data da ocasião do suposto ilícito, não
estava com a medicação correta bem como não se lembra do fato e ademais tem
vergonha do que isso tenha causado tendo a vontade de se desculpar com a vítima,
torna-se totalmente aplicável por analogia o instituto do PERDÃO JUDICIAL;

g) Que as futuras INTIMAÇÕES e PUBLICAÇÕES sejam realizadas em nome do


Dr. CARLOS JOSÉ RIBEIRO – OAB/RJ nº 090.506, estabelecido no endereço
lançado no rodapé desta petição, sob pena de nulidade;
Nestes termos, pede deferimento.
Resende, 03 de novembro de 2020.

CARLOS JOSÉ RIBEIRO


OAB/RJ nº 090.506

ALTAIR JOSÉ DE OLIVEIRA


OAB/RJ nº 137.164

LUCAS DE OLIVEIRA RIBEIRO


OAB/RJ nº 214.111

MATHEUS DE OLIVEIRA
OAB/RJ nº 220.069

_______________________________________________________________________________ 8

Avenida Saturnino Braga, nº: 369, Resende Shopping – Torre I - Sala 323 – Bairro: Centro – Resende/RJ –
CEP 27.511-300
Endereço Eletrônico: carloadvogado@gmail.com
Tel.: (024) 3355-0443

Você também pode gostar