Você está na página 1de 7

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA

CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE SOROCABA (SP):

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER


Processo autuado sob o nº xxxxxxxxxxxxxxxx

ANA SILVA, brasileira, aposentada, portadora da Cédula


de Identidade RG nº 555.560.332-6 SSP/SP, inscrita no CPF 444.555.444.44
com residência e domiciliada na cidade de Sorocaba-SP, por meio de seu
advogado que esta subscreve, conforme procuração em anexo (Doc. 03 -
Procuração), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, de
acordo com os artigos 186 e 927 do Código Civil Brasileiro c.c arts. 300 e 305
do Código de Processo Civil, bem como os demais dispositivos legais
aplicáveis, ajuizar a presente:

CUMPRIMENTO DEFINITIVO DE SENTENÇA

em face de HYLE AUTOGESTÃO EM SAÚDE, pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no CNPJ sob o nº 56.991.551/0001-88, sediada na cidade de
São Paulo/SP, por razões de fato e direito a seguir expostas.

DOS FATOS
01. A Requerente ANA SILVA, pessoa idosa, há
três anos foi diagnosticada com Mielôma Multiplo Alto Risco, doença em
progressão (CID C90.0), um tipo raro de enfermidade, cujo tratamento indicado
pelos médicos de seu plano de saúde (empresa aqui Requerida HYLE
AUTOGESTÃO EM SÁUDE) somente seria possível através do medicamento
LENALIDOMIDA 25MG por prazo indeterminado.

02. Embora haver expressa recomendação


médica, por duas vezes ao solicitar o medicamento ao seu plano de saúde, seu
pedido foi negado, sob o argumento de que, apesar de aprovado pela ANVISA,
o referido medicamento não consta no rol da ANS, sendo assim, o plano
reconhece ter a cobertura para a enfermidade de Maria, mas não para esse
tratamento específico, aduzindo de que ela estava ciente das cláusulas
contratuais ao aderir o plano.

03. Todavia, a inexistência de previsão expressa


no rol da ANS não é justificativa plausível para a negativa de cobertura, isto
porque o rol da ANS é uma lista de referência do que os planos de saúde
devem cobrir prioritariamente, mas não significa que apenas o que está no rol
possa ser coberto. Ainda, a lei determina que todo medicamento que tenha
registro sanitário no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária) seja fornecido pelo plano de saúde aos pacientes.

04. Portanto, é evidente que o argumento


utilizado pela Ré é insuficiente e abusivo, ocasionando um verdadeiro
sofrimento à Autora, interferindo em seu bem-estar, gerando insegurança e
retardo ao seu tratamento, visto que há uma recomendação expressa pelos
próprios médicos do plano de saúde pelo uso do medicamento no tratamento
de sua doença.
05. Ana, idosa e já aposentada debilitada chegou
até a ir pessoalmente à sede da entidade que administra o plano de saúde,
sendo a empresa HYLE AUTOGESTÃO EM SAÚDE, contudo, não obteve
sucesso.

06. Verifica-se ainda Excelência, que o


medicamento solicitado não é disponibilizado pelo SUS e na rede particular
custa entre R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) à R$ 23.000,00 (vinte e três mil
reais). Com isso, ante a condição de hipossuficiência da Autora, não há
possibilidade de custear o remédio maneira particular.

07. Ocorre que a cada dia a Requerente fica


ainda mais debilitada, em razão da idade e principalmente da doença que
possui qual esta impossibilitada de tratar por falta dos medicamente que
deveriam ser fornecidos por seu plano de saúde.

08. E ainda, aposentada, com renda mínima, não


possui dinheiro suficiente para patrocinar seu próprio tratamento, não havendo
alternativa a não ser pedir socorro ao poder judiciário para ver seu pleito
atendido.
09. Isto posto, não restou alternativa a Autora
senão buscar a tutela jurisdicional para compelir a ré a lhe fornecer o
medicamento prescrito.
10. Diante disso, foi proferida Sentença julgando
procedente a ação, condenando a Ré à obrigação de fazer, consistente em
fornecer o medicamento prescrito à parte autora (LENALIDOMIDA 25 MG);
pagar à autora a importância de R$ 8.000,00 (oito mil reais) a título de
indenização por danos morais, corrigida monetariamente a partir desta data
(Súmula 362 do STJ), com a incidência de juros moratórios de 1% (um por
cento) ao mês; e ao pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios fixados em R$ 2.000,00 (dois mil reais corrigidos monetariamente
pela Tabela Prática do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, desta data até
a do efetivo pagamento, acrescidos de juros de 1% (um por cento) ao mês a contar
do trânsito em julgado (art. 85, §16, do CPC).

Parte dispositiva da Sentença

(...)

Desse modo, considerando as condições das partes envolvidas e as peculiaridades do


caso em apreço, considero que o quantum do dano moral para o caso em testilha
deve ser estabelecido em R$ 8.000,00 (oito mil reais), corrigidos monetariamente,
valor este que se revela suficiente para coibir a conduta da ré e desestimular a
repetição do fato com outros consumidores, sem proporcionar um enriquecimento
sem causa à autora.
Posto isso e considerando o mais que dos autos consta, julgo PROCEDENTE a ação
para:
1 - condenar a ré à obrigação de fazer, consistente em fornecer o medicamento
prescrito à parte autora (LENALIDOMIDA 25 MG), segundo prescrição médica, ou
outro em substituição que venha a ser prescrito, nas quantidades e períodos que
forem prescritos pelo médico, sob pena de multa diária na hipótese de
descumprimento, já fixada pela decisão de fls. 34/36, confirmada pelo v. Acórdão,
cuja tutela antecipada torno definitiva.
2 - condenar a ré a pagar à autora a importância de R$8.000,00 (oito mil reais) a
título de indenização por danos morais, corrigida monetariamente a partir desta data
(Súmula 362 do STJ), com a incidência de juros moratórios de 1% (um por cento) ao
mês, contados também dessa data, ocasião em que o dano moral indenizável ganhou
expressão monetária.

Em consequência, extingo o presente feito, com resolução do mérito, nos termos do


que dispõe o artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil.
Consigne-se, ainda, que conforme Súmula 326 do STJ, a condenação em montante
inferior ao postulado na inicial, a título de indenização por dano moral, não implica
em sucumbência recíproca.
Sucumbente, condeno a ré ao pagamento das custas e despesas processuais, tanto as
que deixaram de ser recolhidas pela autora (beneficiária da assistência judiciária),
quanto às de sua alçada porventura em aberto, bem como em honorários
advocatícios, devidos ao patrono da parte autora, que, nos termos do artigo 85, §2º e
§8º, do CPC, fixo por equidade em R$2.000,00 (dois mil reais), corrigidos
monetariamente pela Tabela Prática do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,
desta data até a do efetivo pagamento, acrescidos de juros de 1% (um por cento) ao
mês a contar do trânsito em julgado (art. 85, §16, do CPC).

(...)”

11. Cumpre ressaltar que a referida Sentença


transitou em julgado no dia xxxxxxxx.

DO DIREITO

12. Assim, consoante com o artigo 523 do


Código de Processo Civil, que permite o Cumprimento Definitivo de Sentença,
a Ré é devedora da Autora, ora Exequente no valor de R$ 8.000 (oito mil reais)
a titulo de indenização por danos morais e R$ 2.000,00 (dois mil reais) a titulo
de honorários advocatícios.

DOS PEDIDOS

13. Diante disso, a Exequente requer que:

a) seja recebida a presente conversão de Execução Definitiva de Sentença,


nos moldes do artigo 523 e seguintes, do Código de Processo Civil;

b) seja a Executada intimada a pagar o valor devido de R$ 10.000,00 (dez


mil reais), no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. Não
ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito deverá ser
acrescido de multa de 10% (dez por cento) e também de honorários de
advogado de 15% (quinze por cento), conforme preconiza os artigos 520, § 2º
e 523, §1º, do Código de Processo Civil;
c) seja o nome da Executada incluído em cadastros de inadimplentes,
conforme exposto no artigo 782, § 3º, do Código de Processo Civil;

14. Por fim, requer-se que todas as intimações


judiciais sejam realizadas em nome dos advogados constituídos, Dra. Thifany
Galante, inscrito na OAB/SP sob o nº 444.44, sob pena de nulidade de todos
os atos, de acordo com o artigo 272, §2º do Código de Processo Civil.

Termos em que,
Pede deferimento.
São Paulo, 31 de Março de 2023.

________________________ _________________________________
JOSÉ ERCÍLIO DE OLIVEIRA ADAUTO DO NASCIMENTO KANEYUKI
OAB/SP 27.141 OAB/SP 198.905

Você também pode gostar