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Aula 01

Legislação Aplicada ao SUS p/ EBSERH - 2018 (Todos os cargos) -


Pós-Edital
Adriano de Oliveira, Ana Paula de Oliveira

01199360201 - Lucas Brito Araujo


A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

SUMÁRIO PÁGINA
1. A Reforma Sanitária Brasileira 2
2. A Constituição Federal de 1988 5
3. Referências 26
4. Simulado 27
5. Gabarito 38
6. Questões comentadas 39

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Constituição Federal art. 194 à 200
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APRESENTAÇÃO DA AULA

Iniciamos esta aula com uma breve recapitulação do contexto


histórico para melhor compreendermos a inserção da temática da saúde
na Carta Magna da República Federativa do Brasil. Os artigos que serão
explorados como de maior interesse para esta aula trazem concepções
relativamente simples, portanto minhas considerações ao longo do texto
serão objetivas. Problematizarei os diversos aspectos de maneira aplicada
nos comentários das questões ao final da aula. Este é o método que
utilizo para aulas de concursos cujo conteúdo programático é mais
extenso.

É importante que você consiga correlacionar as discussões trazidas


nesta aula com as que estão nas demais aulas, pois as diretrizes
constitucionais naturalmente fundamentaram a legislação subsequente
que regulamentou a gestão e organização do Sistema de Saúde no Brasil.
Por outro lado alguns entendimentos sobre os desdobramentos destes
artigos ficam mais claros na maneira com que se expressam nas leis
específicas, sobretudo na Lei Orgânica da Saúde (8.080/1990).

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A REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA

Antes de iniciarmos efetivamente a discussão acerca do tema


principal desta aula, qual seja, os artigos da Constituição Federal que
discutem saúde, é imprescindível que lembremos de maneira muito breve
alguns fatos que contextualizaram essa inserção tão importante na carta
magna e seus desdobramentos.

Em março de 1986, ocorreu o evento político–sanitário mais


importante para a saúde brasileira no século XX, a 8ª Conferência
Nacional de Saúde. Nela foram lançadas as bases doutrinárias de um
novo sistema público de saúde, e tinha como temas oficiais: Saúde como
Dever do Estado e Direito do Cidadão, Reformulação do Sistema Nacional
de Saúde e Financiamento Setorial. Essa Conferência teve
desdobramentos imediatos em um conjunto de trabalhos técnicos
desenvolvidos pela Comissão Nacional de Reforma Sanitária que
serviriam de base à elaboração da Seção da Saúde na Constituição
Federal de 1988.

O movimento da Reforma Sanitária não só trazia uma luta de que


a saúde deveria ser tratada como um direito inalienável de todo e
qualquer cidadão como também defendia uma perspectiva de
entendimento sobre o conceito de saúde para além do combate à
doenças, pensamento este até então hegemônico. Essa era uma
concepção já difundida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que
define a saúde como “um estado de completo bem-estar físico,
mental e social e não somente ausência de afecções e
enfermidades”.

Isso significa dizer que o processo de saúde-doença deixou de ser


visto como fenômeno meramente biológico e passou a ser compreendido

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como um processo com forte determinação social. Isso se expressa muito


claramente com a ênfase de toda a legislação da saúde quanto a
promoção à saúde e prevenção de agravos tal qual toda a discussão
dos determinantes sociais da saúde.

Retomando o aspecto histórico destaco ainda que em1987, com a


assistência médica ainda sendo operada pelo Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), foi implantado, no
Executivo Federal, um arranjo institucional denominado de Sistema
Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), que tentou
incorporar, em seu desenho organizativo, alguns dos elementos centrais
da proposta da reforma sanitária: a universalização, a descentralização e
a democratização das instâncias gestoras. O SUDS foi, portanto, um
protótipo do SUS.

Com a então publicação da Constituição Federal de 1988, os


grupos mais engajados na consolidação do Sistema Único de Saúde já
preparavam uma lei que abarcasse as especificidades desta política
pública tão relevante. Foi dessa forma que em 1990 foi publicada a Lei
Orgânica da Saúde (8.080), tema de outra aula.

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

A Constituição Federal de 1988, também conhecida como


“Constituição Cidadã”, trouxe claramente em seu texto o entendimento
de que a Seguridade Social deveria ser tratada de maneira distinta do que
vinha sendo considerada até então. Como já foi dito, os pontos da
Constituição que se referem à saúde em grande parte foram inspirados
no relatório da histórica 8ª Conferência Nacional da Saúde, por
reivindicação de grupos da sociedade civil organizada.

Os fundamentos do SUS estão expressos na seção II (da


Saúde) do capítulo II (da Seguridade Social) do título VIII (da Ordem
Social) da Constituição Federal. Não se preocupem com os parênteses,
isso ficará mais claro ao apreciarmos o texto literal destas seções e o
quadro resumo que virá logo abaixo.

Em termos gerais a seção II estabelece: os direitos dos


usuários, os deveres do estado e as diretrizes da organização do
sistema; como será o financiamento desse sistema; a participação da
iniciativa privada e de empresas de capital estrangeiro na assistência à
saúde; as atribuições do sistema; e a admissão de agentes
comunitários de saúde e de combate às endemias, este último
incorporado mais recentemente.

Após este preâmbulo proponho apreciarmos o texto literal desta


parte da Constituição e na sequência de cada artigo fazermos análises
críticas à luz das provocações trazidas pelas questões de provas. Convido-
os a prestarem especial atenção aos incisos e parágrafos que sofreram
alterações por efeito de Emendas Constitucionais (EC), pois isso pode
não só ter alterado a estética do texto, mas também sua lógica original.

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Trago para você um quadro resumo para ajudá-lo (a) a identificar


os elementos chave do texto constitucional durante sua leitura.

QUADRO RESUMO – ARTIGOS DA CF DE INTERESSE PARA O SUS


TÍTULO VIII – Da ordem social
ASSUNTO
CAPÍTULO SEÇÃO ARTIGOS
Define a seguridade social e
Art. 194
descreve seus objetivos.
I
Descreve as fontes de financiamento
Art. 195
da seguridade social.
Define a saúde como direito de
Art. 196 todos e dever do Estado e declara o
acesso como universal.
Designa ao poder público
regulamentar, controlar e fiscalizar
Art. 197
serviços de saúde públicos e
privados.
II
Descreve diretrizes de organização
da rede integrada de ações e
II
Art. 198 serviços públicos de saúde, e
complementa aspectos do
financiamento específico da saúde.
Estabelece diretrizes para
complementariedade do sistema
Art. 199
pela iniciativa privada e veda a
comercialização de órgãos e sangue.
Define competências e atribuições
Art. 200
do SUS

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SEÇÃO I – DISPOSIÇÕES GERAIS

ARTIGO 194

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de


ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência
social.

O jurista Sérgio Pinto Martins conceitua e traduz a seguridade social


da seguinte maneira:
“O Direito da Seguridade Social é um conjunto de princípios, de
regras e de instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção
social aos indivíduos contra contingências que os impeçam de prover as
suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência
social.”

Portanto, neste artigo fica firmado na Constituição Brasileira um


conceito estruturante consagrado em diversos outros países
democráticos, o da seguridade social, que é composta por 3 das
políticas públicas das mais relevantes: saúde, previdência e
assistência social. Em que pese a importância de se conceber estas
políticas conjuntamente, é preciso compreender suas particularidades. Por
exemplo, enquanto o SUS (Sistema Único de Saúde) e o SUAS (Sistema
Único de Assistência Social) radicalizaram no processo de
descentralização, compartilhando toda a sua operacionalidade com
Estados e Municípios, a política de Previdência certamente manteve um
teor muito maior de centralização federal.

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Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei,


organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações
urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - equidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento;
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

A reflexão que trago no parágrafo anterior, em que me referia aos


termos operacionais, também cabe para analisarmos os princípios
fundantes. Este artigo estabelece em seu parágrafo único princípios
organizacionais comuns para subsidiar o ordenamento da execução de
cada uma dessas 3 políticas. No entanto grande parte da discussão destes
princípios destrincharemos na aula sobre a Lei Orgânica da Saúde, uma
vez que há diferenças consideráveis na aplicação destes para cada um
dos pilares da seguridade social.

Destaco por exemplo o conteúdo que o último inciso traz, tendo sido
acrescentado por meio de uma Emenda Constitucional em 1998, que é
notavelmente fruto de reivindicações do setor previdenciário, uma vez
que o papel principal de empregador e de governo nos setores saúde e
assistência social praticamente se confundem. Tal qual a irredutibilidade
do valor de benefícios, mencionada no inciso IV, também se expressa
mais fortemente na previdência, um pouco menos na assistência social e
quase se desmaterializa na saúde.

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Apenas para efeito de elucidação trago um resumo de base jurídica


sobre os princípios citados neste artigo e que não serão aprofundados na
aula da Lei 8.080/1990.

Princípio da seletividade e distributividade na prestação dos


benefícios e serviços

Este princípio tem por finalidade orientar a ampla distribuição de


benefícios sociais ao maior número de necessitados. Nem todos terão
direito a todos os benefícios, devendo o legislador identificar as carências
sociais e estabelecer critérios objetivos para contemplar as camadas
sociais mais necessitadas.
Destaque-se, entretanto, como já dito anteriormente, a assistência
médica será acessível indistintamente, conforme previsto no artigo 196
que observaremos à frente.

Princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios

Este princípio tem por finalidade preservar o valor de compra


dos benefícios financeiros concedidos pela seguridade social. A
legislação infraconstitucional materializou este dispositivo ao
determinar que anualmente os valores dos benefícios serão
corrigidos por um índice de preço.
A preocupação do legislador ao inserir este princípio no texto
constitucional foi evitar que eventuais reajustes dos benefícios
dependessem de vontade política do governo federal. O eventual
congelamento dos valores, em épocas de processo inflacionário
acelerado, significaria, na verdade, a supressão dos benefícios ao
longo do tempo.

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Princípio da equidade na forma de participação no custeio

Este princípio, resumidamente, expressa que cada um


contribuirá para a seguridade social na proporção de sua capacidade
contributiva. Observa-se, entretanto, que ele é específico para a
Previdência Social, uma vez que é o único sistema contributivo.
As contribuições para a previdência social são vertidas
conforme a renda do segurado. Quanto maior a renda, maior a
alíquota, e, consequentemente, maior a contribuição.

Princípio da diversidade da base de financiamento

O financiamento da seguridade social se dá atualmente através


da contribuição dos trabalhadores, das empresas e dos orçamentos
dos entes estatais. Mesmo as pessoas não enumeradas acima
contribuem para a seguridade social, seja através do pagamento da
CPMF, seja através dos impostos inseridos nos custos dos preços
dos produtos consumidos.
Preocupado em garantir o aumento da arrecadação de
recursos para a seguridade social para garantir o atendimento do
aumento de demanda social, o legislador já expressou na
constituição a permissão para que outras fontes de financiamento
fossem criadas pelo legislador ordinário.

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ARTIGO 195

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de


forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes
dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma


da lei, incidentes sobre:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou


creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

b) a receita ou o faturamento;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)


II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo
regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

III – sobre a receita de concursos de prognósticos.

IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a


ele equiparar.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 2003)

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§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios


destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não
integrando o orçamento da União.

§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de


forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social
e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades
estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área
a gestão de seus recursos.

§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social,


como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem
dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a


manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no
art. 154, I.

§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,


majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser


exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que
as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no
art. 150, III, "b".

§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades


beneficentes de assistência social que atendam às exigências
estabelecidas em lei.

§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador


artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas

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atividades em regime de economia familiar, sem empregados


permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação
de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão
jus aos benefícios nos termos da lei. (EC nº 20, de 1998)

§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo


poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da
atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da
empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
(EC nº 47, de 2005) ==ea01c==

§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o


sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os
Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.
(EC nº 20, de 1998)

§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições


sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em
montante superior ao fixado em lei complementar. (EC nº 20, de 1998)

§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as


contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão
não-cumulativas. (EC nº 42, de 2003)

§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição


gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a,
pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (EC nº 42, de 2003)

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Quanto à forma de financiamento, podemos dividir as 3 políticas em


sistemas contributivos e não contributivos. Sistema contributivo é
aquele que o segurado contribui diretamente, na expectativa de auferir
um benefício no futuro. Sistema não contributivo, por sua vez, é o
sistema para o qual não se exige do beneficiário uma contribuição direta.
Seus recursos são provenientes da arrecadação de tributos pelos entes
estatais.
Diante desta primeira explicação, não restam dúvidas que a
Previdência Social se estrutura em forma de sistema contributivo, como
expressamente determina o artigo 201 do texto constitucional, enquanto
a Saúde e a Assistência Social se estruturaram na forma de sistemas não
contributivos.
Por óbvio este artigo estabelece diretrizes gerais para o
financiamento da seguridade social. Perceba que é o artigo que mais
recebeu Emendas Constitucionais ao longo dos anos, no âmbito das
seções que estamos estudando nesta aula.
E certamente as 3 políticas possuem leis e portarias que explicitam
regras operacionais próprias para operar seu financiamento, a exemplo da
Lei Complementar 141/2012 que estabelece valores que devem ser
aplicados em saúde no âmbito das 3 esferas de governo e dita normas de
fiscalização da aplicação destes recursos.
É previsível que a dimensão de financiamento de qualquer política
exija esse tipo de atualização, de modo a ser condizente com a dinâmica
social e econômica do país. Cabe também ressaltar que você constatará
logo mais a estreita associação que este artigo tem com o artigo 198.
Não é tão comum encontrar questões que tratem exclusiva e
especificamente deste artigo, porém pode ocorrer de algumas alternativas
de determinadas questões mencionarem aspectos do financiamento da
seguridade social, tais como a exclusividade de financiamento da União
ou a isenção de contribuições para a seguridade social para determinados
tipos de instituições. Portanto fique atento e certifique-se de que
compreendeu ao menos as diretrizes principais trazidas por este artigo.

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SEÇÃO II - DA SAÚDE

ARTIGO 196

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido


mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Aqui começa a Seção da Constituição Federal específica da política


de saúde. Neste que é um dos menores dos artigos desse conjunto que
estamos estudando nesta aula, inclusive que não possui nenhum
parágrafo ou inciso, encontramos a essência ideológica do conceito de
saúde enquanto direito de toda a sociedade brasileira, e que, por
conseguinte, é a fundamentação de todo o arcabouço legal do SUS. É a
partir deste artigo que se desdobra toda a composição das leis e diretrizes
para a organização do Sistema Único de Saúde, principalmente a Lei
Orgânica da Saúde 8.080/1990.

Resgata-se neste artigo aquele conceito de saúde na perspectiva da


integralidade conforme preconizado pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) em 2012 – “estado de completo bem-estar físico, mental e social e
não somente ausência de afecções e enfermidades”. Deixando claro que o
modelo de atenção à saúde que se pretende adotar no Brasil não é um
modelo pautado apenas no combate e tratamento de doenças, mas
sobretudo nas ações de promoção da saúde.

Considera-se ainda a influência dos determinantes sociais da saúde,


tema presente na próxima aula. Este artigo também afirma
categoricamente o caráter universal do acesso de todo e qualquer cidadão
ao sistema de saúde brasileiro, sem distinções ou preferências.

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ARTIGO 197

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde,


cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita
diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou
jurídica de direito privado.

Neste artigo fica claro que a sociedade brasileira admite que toda e
qualquer questão relacionada à saúde é de interesse público e portanto
precisa ser regulada pelo Estado, mesmo no que tange às práticas da
iniciativa privada. É aí que entra, por exemplo, o papel da Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que estabelece regras de
comercialização das ações de saúde de modo a não violar direitos
humanos e do consumidor em razão de interesses econômicos das
operadoras de planos de saúde.

Lembra-nos também do papel da Agência Nacional de Vigilância


Sanitária (ANVISA) que deve regulamentar e fiscalizar a estruturação e
funcionamento de todo e qualquer atividade produtiva ou serviço que se
relacione com a saúde humana, conforme regras de segurança e
qualidade.

Isso pode nos parecer um tanto óbvio, justamente por estar


previsto em nossa Constituição, porém em muitos países isto não está
claramente legislado.

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ARTIGO 198

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede


regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado
de acordo com as seguintes diretrizes:

I- descentralização, com direção única em cada esfera de governo;


II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,
sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.

§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195,


com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
(Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,


anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos
derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício


financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento);
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação
dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os
arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que
forem transferidas aos respectivos Municípios;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

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III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da


arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de
que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco


anos, estabelecerá:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde
destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos
Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a
progressiva redução das disparidades regionais;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com
saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
IV - (revogado).
(Revogado pela Emenda Constitucional nº 86/2015)

§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir


agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por
meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e
complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua
atuação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)

§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional


nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das
atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às
endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência

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financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos


Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de 2010)

§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art.


169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes
às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias
poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos
específicos, fixados em lei, para o seu exercício.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)

Este que originalmente era um artigo mais simples foi bastante


incrementado por Emendas Constitucionais que dificultaram a definição de
um único tema para ele. De toda forma perceba que o texto original traz
uma essência fundamental, se chamei o artigo 196 de coração do Sistema
de Saúde, aqui temos o esqueleto de sustentação, pois expressa as
diretrizes primordiais de organização do SUS, que também se desdobrará
em um artigo vital da Lei Orgânica da Saúde (8.080).

Os complementos deste artigo trazem mais regras para o


financiamento do Sistema e seus mecanismos de fiscalização, que como
já referi é objeto de outras leis específicas. Além de trazer “bizarramente”
diretrizes específicas sobre a inserção de Agentes Comunitários de
Saúde e de Controle de Endemias, tal qual para a definição de seu
plano de carreira em âmbito federal.

Deixo claro que sou um defensor implacável da Atenção Primária,


da Estratégia de Saúde da Família e da importância destes profissionais
nessa conjuntura. Porém, é evidente que tratar desta especificidade na
carta constitucional conflita com o princípio da descentralização e
autonomia dos entes federados, além do que trata desta carreira
profissional de maneira desigual em relação as demais que atuam no
setor.

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Constituição Federal art. 194 à 200
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ARTIGO 199

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar


do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato
de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades
filantrópicas e as sem fins lucrativos.

§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou


subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais


estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo casos previstos em lei.

§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a


remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de
transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e
transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de
comercialização.

Neste artigo fica estabelecido que tipo de relação pode ser mantida
entre a iniciativa privada e o poder público na execução de ações de
saúde no âmbito do SUS. As empresas que desejam prestar serviços de
interesse público precisam ser contratadas pelo gestor correspondente.

Assim o poder público pode conveniar ou contratar estes


prestadores para entregar serviços, geralmente balizado por uma
padronização de valores médios daquilo que chamamos de “Tabela SUS”.
No entanto, o poder público não pode de modo algum destinar recursos
para auxiliar o crescimento ou manutenção destas instituições.

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Constituição Federal art. 194 à 200
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Outra questão que merece destaque é que a Lei nº 13.097, de 19


de janeiro de 2015 passou a permitir a participação de empresas ou de
capital estrangeiro na assistência à saúde. Com isso praticamente se
anula os efeitos do parágrafo 3º deste artigo.

Porque se buscou garantir esta questão na Constituição? Para


manter a coerência com o projeto de criação de um sistema universal.
Entendia-se que para isso era fundamental manter um equilíbrio entre a
oferta de serviços públicos e privados. O que hoje constatamos é que
cerca de 80% da população brasileira é exclusivamente dependente dos
serviços do SUS, no entanto os gastos públicos com saúde representam
apenas 43% do total de gastos em saúde no país. Esta abertura para o
capital estrangeiro certamente tornará essa relação ainda mais desigual e
desfavorável a lógica de serviço público e gratuito.

O texto da lei 13.097/2015 referente a este artigo da Constituição


ficou descrito da seguinte maneira:

A Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, passa a vigorar com as


seguintes alterações:

“Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, inclusive controle,


de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à saúde nos
seguintes casos:
I - doações de organismos internacionais vinculados à Organização das
Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e
empréstimos;
II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar:
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado, policlínica,
clínica geral e clínica especializada; e
b) ações e pesquisas de planejamento familiar;

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Constituição Federal art. 194 à 200
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III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas,


para atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer
ônus para a seguridade social; e
IV - demais casos previstos em legislação específica.”

Fique atento, como essa é uma mudança relativamente recente e


bastante significativa tornou-se uma tendência em questões de provas
mais qualificadas. Retomaremos essa tema na aula da Lei 8.080
propriamente dita.

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ARTIGO 200

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras


atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de


interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como


as de saúde do trabalhador;

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - participar da formulação da política e da execução das ações de


saneamento básico;

V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e


tecnológico e a inovação;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu


teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;

VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda


e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do


trabalho.

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Constituição Federal art. 194 à 200
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Neste último artigo da seção da saúde constatamos uma lista de


atribuições dos órgãos que compõem o SUS de maneira mais geral. A
especificação de como é que estas atribuições se dividem entre
Municípios, Estados e União você encontrará na aula com base na Lei
8.080/1990.

Destaco aqui as ações próprias de controle e fiscalização dos meios


de produção que afetam diretamente a saúde humana. Essa é uma
atribuição primordialmente da Vigilância Sanitária. Cabe ressaltar que
conforme legislação específica, tanto as ações da Vigilância Sanitária
quanto Epidemiológica são indelegáveis e intransferíveis, portanto não
estão sujeitas aos termos de participação da iniciativa privada constante
no artigo 199.

Chamo atenção também para os incisos IV e VIII que se referem a


relação intersetorial da política de saúde com outras políticas que a
afetam. Muitas questões de prova tentam confundi-lo na perspectiva de
fazê-lo pensar que Meio Ambiente e Saneamento Básico devem ser
cuidados única e exclusivamente pelos órgãos diretamente responsáveis
por estas políticas.

A Lei Complementar nº 141/2012 aumentou essa dificuldade de


entendimento ao buscar diferenciar o que são ações e serviços públicos
de saúde (ASPS) próprios para aplicação de recursos destinados a política
de saúde. Isso pode ser entendido equivocadamente como se a política de
saúde fosse afetada por questões relacionadas a estas políticas, mas não
tivesse qualquer responsabilidade sobre a definição das mesmas.
Conforme se pode observar nestes incisos a saúde fica implicada em
colaborar, formular, e executar as ações referentes as estas políticas de
maneira corresponsável, junto aos órgãos que detêm essa
responsabilidade especifica.

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Constituição Federal art. 194 à 200
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Constituição de 1988 foi um marco na história da saúde pública


brasileira, ao definir a saúde como "direito de todos e dever do Estado".
Porém a implementação do SUS tem sido realizada de forma gradual.

Primeiro veio o SUDS; depois, a incorporação do INAMPS ao


Ministério da Saúde (Decreto nº 99.060, de 7 de março de 1990); e por
fim a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990)
estabeleceu efetivamente as diretrizes para a organização do SUS.

Poucos meses após a publicação da 8.080 foi publicada também a


Lei nº 8.142, em 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao SUS uma de
suas principais características: o controle social, ou seja, a inclusão de
trabalhadores e usuários na gestão do sistema e de seus serviços.

O INAMPS só foi extinto em 1993, mas a luta para a superação de


sua lógica ainda não se encerrou, seus vestígios continuam impregnados
em muitas práticas retrógadas que ainda permeiam o universo da gestão
do SUS até hoje.

A Constituição Federal estabeleceu pressupostos fundamentais


para a criação de um sistema universal de saúde no Brasil e disparou um
processo subsequente de aprovação de leis complementares e ordinárias
que foram formuladas e aprovadas pelo Congresso Nacional e
sancionadas pelo Poder Executivo. Essas normativas serão o objeto
central de nossas próximas aulas.

Estas informações a respeito da história e normatização do SUS


são de interesse universal, portanto qualquer concurso pode e costuma
cobrar algo a respeito disso. Fique ligado!

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Constituição Federal art. 194 à 200
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REFERÊNCIAS

BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. A Gestão do SUS /


Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2015.
133 p.

BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Legislação


Estruturante do SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. –
Brasília: CONASS, 2011. 534 p. (Coleção Para entender a gestão do SUS
2011, 13).

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos


Jurídicos. Lei nº 6.229, de 17 de julho de 1975. Dispõe sobre a
organização do Sistema Nacional de Saúde. DOU, 18 de julho de 1975.
(revogada)

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos


Jurídicos. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Promulgada em 05 de outubro de 1988.

MENICUCCI, Telma Maria Gonçalves. História da reforma sanitária


brasileira e do Sistema Único de Saúde: mudanças, continuidades e a
agenda atual. Hist. cienc. Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 21, n.
1, p. 77-92, Mar. 2014

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Constituição Federal art. 194 à 200
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SIMULADO

CESPE – ANS – 2005

Considerando a legislação do setor de saúde no Brasil, em especial


o capítulo da saúde na Constituição da República, julgue os itens
subsequentes.

1. A Constituição buscou romper, no Brasil, com o tipo de acesso aos


serviços públicos de saúde condicionados à situação de trabalho do
usuário.

2. Antes da criação do SUS, um cidadão sem carteira de trabalho


assinada não tinha acesso a serviços públicos de saúde, exceto em
condições de emergência médica.

CESPE – ANS – 2005

Considerando a legislação do setor de saúde no Brasil, emespecial


o capítulo da saúde na Constituição da República, julgue os itens
subsequentes.

3. A Constituição, em seu art. 197, declara de relevância pública as ações


e serviços de saúde e retira a competência da iniciativa privada na
prestação desses serviços.

4. A Constituição determina que as ações e serviços públicos de saúde


integrem uma rede hierarquizada e constituam um sistema único de
acordo com diretrizes que incluem a participação da comunidade.

5. No art. 200 da Constituição, são estabelecidas as competências do


SUS. Essas competências não incluem incrementar em sua área de
atuação o desenvolvimento científico e tecnológico

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Constituição Federal art. 194 à 200
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CESPE – ANS – 2005

Considerando o disposto na CF, julgue os itens a seguir, a respeito


do Sistema Único de Saúde (SUS).

6. Compete ao SUS a formulação de políticas e a execução de ações


relacionadas ao saneamento básico.

7. É competência do SUS a implementação de ações relacionadas à saúde


do trabalhador.

CESPE – ANS – 2013

Acerca das bases legais de implantação do SUS, julgue os itens


seguintes.

8. A vigilância sanitária é uma das atribuições do SUS.

9. A iniciativa privada deve participar do SUS de forma majoritária.

CESPE – ANS – 2013


De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item
que se segue a respeito da participação de empresas privadas no
Sistema Único de Saúde (SUS).

10. As instituições privadas poderão participar de forma complementar do


SUS, contudo não é permitida a destinação de recursos públicos para
auxílios ou subvenções aos estabelecimentos que tenham fins lucrativos.

11. É vedada qualquer participação de empresas ou capitais estrangeiros


na assistência à saúde no país.

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Constituição Federal art. 194 à 200
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CESPE – TJ/SE – 2014

No que concerne às políticas sociais integrantes da seguridade


social, julgue o item que se segue.

12. Na década de 80 do século passado, o projeto de Reforma Sanitária


no Brasil propôs uma série de alterações no modo de se conceber a saúde
pública, mas não definiu um modelo assistencial que se pautasse na
integralidade e equidade das ações.

CESPE – ANVISA – 2007

Acerca do direito constitucional e do direito administrativo


relativamente à saúde, julgue os itens seguintes.

13. O direito ao serviço gratuito de saúde é garantido apenas aos cidadãos


brasileiros que contribuem regularmente para a seguridade social.

14. A competência de legislar acerca da proteção à saúde é privativa da


União.

15. A assistência à saúde é um serviço público.

16. A prestação de serviço de saúde por particulares depende de delegação do


poder público, podendo ocorrer tanto em regime administrativo de autorização
como de permissão.

17) AOCP – EBSERH/HU-UFJF – 2015


Acerca da Ordem Social, de acordo com a Constituição Federal brasileira,
de 05 de outubro de 1988, é correto afirmar que:
(A) a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de
iniciativa exclusiva dos Poderes Públicos.
(B) a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos

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Constituição Federal art. 194 à 200
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orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e


de contribuições sociais.
(C) a saúde é direito de todos e dever de cada cidadão.
(D) não são de relevância pública as ações e serviços de saúde.
(E) a assistência à saúde é exclusiva do Poder Público.

18) AOCP – EBSERH/HE-UFSCAR – 2015


Assinale a alternativa correta.
(A) O Município não tem obrigação de garantir autonomia administrativa
ao Conselho de Saúde.
(B) Os entes públicos não têm que aplicar um valor mínimo em ações e
serviços públicos de saúde.
(C) O Sistema Único de Saúde não tem competência para ordenar a
formação de recursos humanos na área de saúde.
(D) A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
(E) O Sistema Único de Saúde não tem competência para colaborar na
proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

19) AOCP – EBSERH / Nacional – 2015


Assinale a alternativa correta.
(A) O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e
execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos
de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que
assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a
sua promoção, proteção e recuperação.
(B) O dever do Estado em garantir a saúde exclui o das pessoas, da
família, das empresas e da sociedade.
(C) O Sistema Único de Saúde é o conjunto de ações e serviços de saúde,
prestados por órgãos e instituições públicas federal, estadual e municipal,
exclusivamente da Administração Direta.
(D) A iniciativa privada participa concorrentemente do Sistema Único de
Saúde.

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(E) A saúde garantida pelo Sistema Único é exclusivamente física.

20) AOCP – EBSERH / Nacional – 2015


Assinale a alternativa correta.
(A) Não é princípio do Sistema Único de Saúde a conjugação dos
recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos
Estados e do Distrito Federal na prestação de serviços de assistência à
saúde da população.
(B) Não compete ao Sistema Único de Saúde controlar e fiscalizar
procedimentos e substâncias de interesse para a saúde.
(C) A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e
de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação.
(D) Somente a União e os Estados têm obrigação legal de aplicar valor
mínimo de recursos na saúde.
(E) Os gestores locais do Sistema Único de Saúde poderão admitir
agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por
meio de contratação direta, sem teste seletivo ou concurso público, de
acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos
específicos para sua atuação.

21) IBFC – EBSERH/CHC-UFPR – 2015


Assinale a alternativa correta sobre as disposições do artigo 199 da
Constituição Federal sobre a assistência à saúde.
(A) As instituições privadas poderão participar de forma complementar do
sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de
direito público ou convênio, sendo vedado tal acesso às entidades
filantrópicas e as sem fins lucrativos.
(B) É permitida a destinação de recursos públicos para auxílios ou
subvenções às instituições privadas com ou sem fins lucrativos.

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(C) A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a


remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de
transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e
transfusão de sangue e seus derivados, sendo livre a comercialização.
(D) É permitida a destinação de recursos públicos para auxílios ou
subvenções apenas às instituições privadas desde que estas apresentem
resultados positivos quanto aos seus fins lucrativos.
(E) É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais
estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em
lei.

22) AOCP – EBSERH/HC-UFG – 2015


Quanto à seguridade social, assinale a alternativa correta.
(A) A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas, com acesso preferencial aos mais pobres.
(B) As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede centralizada
e constitui um sistema único.
(C) A União aplicará anualmente, em ações e serviços públicos de saúde,
valor não inferior a 15% (quinze por cento) da receita corrente líquida do
respectivo exercício financeiro.
(D) As ações e serviços públicos de saúde não contarão com a
participação da comunidade.
(E) A assistência à saúde é exclusiva do Poder Público.

23) AOCP – EBSERH/HC-UFG – 2015


Quanto à seguridade social, assinale a alternativa correta.
(A) As instituições privadas poderão participar de forma subsidiária do
Sistema Único de Saúde.
(B) É permitida a destinação de recursos públicos para auxiliar as
instituições privadas com fins lucrativos.

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Constituição Federal art. 194 à 200
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(C) É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais


estrangeiros na assistência à saúde do País, salvo nos casos previstos em
lei.
(D) Não compete ao Sistema Único de Saúde ordenar a formação de
recursos humanos na área de saúde.
(E) Ao Sistema Único de Saúde, compete colaborar na proteção do meio
ambiente, exceto o meio ambiente do trabalho.

24) AOCP – EBSERH/HE-UFPEL – 2015


A Constituição Federal de 1988 estabeleceu de forma relevante uma
seção sobre a saúde. Qual das alternativas a seguir faz parte dessa
seção?
(A) A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como
objetivo o bem-estar e a justiça social.
(B) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em
regime de colaboração seus sistemas de saúde.
(C) A saúde, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.
(D) São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao
Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação,
fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou
através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito
privado.
(E) Os programas suplementares de alimentação e assistência a saúde
serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e
outros recursos orçamentários.

25) AOCP – EBSERH/HDT-UFT – 2015


De acordo com as disposições da Constituição Federal, no que se refere à
Saúde, assinale a alternativa correta.

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Constituição Federal art. 194 à 200
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(A) A assistência à saúde é privativa da União e sem fins lucrativos,


motivo pelo qual é vedada qualquer participação da iniciativa privada,
exceto por instituições sem fins lucrativos.
(B) As instituições privadas poderão participar de forma complementar do
Sistema Único de Saúde, segundo diretrizes deste, somente mediante
contrato de direito privado, após procedimento de licitação na modalidade
concorrência.
(C) É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou
subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
(D) É possível e sempre admitida a participação direta ou indireta de
empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País.
(E) O Poder Público, por meio de Lei Complementar, regulamenta as
condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e
substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento,
bem como estabelece as regras que permitem sua comercialização.

26) AOCP – EBSERH/HU-UFJF – 2015


Com base na Constituição Federal Brasileira de 05 de outubro de 1998,
sobre a Saúde, assinale a alternativa INCORRETA.
(A) A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e
de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação.
(B) São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao
Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação,
fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou
através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito
privado.
(C) O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195,
com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
(D) A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

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(E) É permitida e incentivada a destinação de recursos públicos para


auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

27) AOCP – EBSERH/HU-UFJF – 2015


A Constituição Federal brasileira, de 05 de outubro de 1988, declara que a
saúde é direito de todos e dever
(A) do particular.
(B) da escola.
(C) dos planos de saúde.
(D) do Estado.
(E) das empresas.

28) IBFC – EBSERH – 2013


Segundo artigo 199 da Constituição da República Federativa do Brasil, a
assistência à saúde é livre à iniciativa privada. Analise os itens abaixo e a
seguir assinale a alternativa correta:
I. As instituições privadas poderão participar de forma complementar do
sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de
direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e
as sem fins lucrativos.
II. É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou
subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
III. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais
estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em
lei.
(A) I, II e III são corretos.
(B) Apenas I e II são corretos.
(C) Apenas III é correto.
(D) Apenas I é correto.

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29) IBFC – EBSERH/CHC-UFPR – 2015


Assinale a alternativa correta quanto às disposições do artigo 195 da
Constituição Federal, sobre o financiamento da seguridade social.
(A) As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não
integrando o orçamento da União.
(B) A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como
estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público, mas
poderá dele receber benefícios ou incentivos fiscais.
(C) Qualquer benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,
majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
(D) São passíveis de cobrança de contribuição para a seguridade social
todas as entidades beneficentes de assistência social.
(E) A majoração de qualquer benefício ou serviço da seguridade social
independente de fonte de custeio total.

30) AOCP – EBSERH/HC-UFG – 2015


Sobre a Seguridade Social, assinale a alternativa correta.
(A) A seguridade social compreende um conjunto de ações de iniciativa
dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
(B) Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade
social, com base, exclusivamente, na seletividade e distributividade na
prestação dos benefícios e serviços.
(C) A seguridade social tem como objetivo dar cobertura preferencial aos
mais pobres.
(D) A seguridade social será financiada por toda a sociedade, incidindo
contribuição sobre aposentadoria.
(E) Não haverá incidência de contribuição social sobre a receita de
concursos de prognósticos.

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31) AOCP – EBSERH/HE-UFPEL – 2015


Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade
social. Qual item NÃO se enquadra nessa competência?
(A) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações
urbanas e rurais.
(B) Equidade na forma de participação no custeio.
(C) Habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a
promoção de sua integração à vida comunitária.
(D) Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
(E) Universalidade da cobertura e do atendimento.

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Constituição Federal art. 194 à 200
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Questão Resposta Questão Resposta


1 CORRETO 17 B
2 CORRETO 18 D
3 ERRADO 19 A
4 CORRETO 20 C
5 CORRETO 21 E
6 ERRADO 22 C
7 CORRETO 23 C
8 CORRETO 24 D
9 ERRADO 25 C
10 CORRETO 26 E
11 ERRADO 27 D
12 ERRADO 28 A
13 ERRADO 29 A
14 ERRADO 30 A
15 ANULADA 31 C
16 ERRADO

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Constituição Federal art. 194 à 200
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QUESTÕES COMENTADAS

CESPE – ANS – 2005

Considerando a legislação do setor de saúde no Brasil, em especial


o capítulo da saúde na Constituição da República, julgue os itens
subsequentes.

1. A Constituição buscou romper, no Brasil, com o tipo de acesso aos


serviços públicos de saúde condicionado à situação de trabalho do
usuário.

2. Antes da criação do SUS, um cidadão sem carteira de trabalho


assinada não tinha acesso a serviços públicos de saúde, exceto em
condições de emergência médica.

Comentário

Essa é a essência do que foi proposto pelo movimento da Reforma


Sanitária e que se traduziu por meio do texto constitucional. Apesar de
não haver menção clara a tentativa de superação do modelo
previdenciário de assistência à saúde em qualquer dos artigos, o princípio
da universalidade fica patente já no primeiro artigo da seção II.
Portanto está correto afirmar que a Constituição rompeu com a
lógica de que apenas trabalhadores formais que eram tributados
especificamente por isso é que poderiam desfrutar de ações e serviços de
saúde.
Assim, as duas afirmações estão corretas.

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Constituição Federal art. 194 à 200
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CESPE – ANS – 2005

Considerando a legislação do setor de saúde no Brasil, em especial


o capítulo da saúde na Constituição da República, julgue os itens
subsequentes.

3. A Constituição, em seu art. 197, declara de relevância pública as ações


e serviços de saúde e retira a competência da iniciativa privada na
prestação desses serviços.

4. A Constituição determina que as ações e serviços públicos de saúde


integrem uma rede hierarquizada e constituam um sistema único de
acordo com diretrizes que incluem a participação da comunidade.

5. No art. 200 da Constituição, são estabelecidas as competências do


SUS. Essas competências não incluem incrementar em sua área de
atuação o desenvolvimento científico e tecnológico.

Comentário

3. O fato das ações e serviços de saúde serem de relevância pública não


descompromete o setor privado e muito menos o impede de prestar tais
serviços. Portanto essa afirmação está incorreta.

4. Como vemos no artigo 198, de fato a Constituição determina que o


SUS funcione de modo hierarquizado e inclui entre suas diretrizes a
participação da comunidade. Exploraremos melhor estes temas na aula da
Lei 8.080. Está afirmativa está correta.

5. O artigo 200 de fato lista 8 grupos de competências que foram


estabelecidas para o SUS, aconselho a tentar compreender a natureza de
cada uma delas de modo que não tenha que decorar a lista, mas seja
capaz de identificar o que faz sentido ou não como competência desse
sistema. O desenvolvimento científico faz parte, então está certa.

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Constituição Federal art. 194 à 200
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CESPE – ANS – 2005

Considerando o disposto na CF, julgue os itens a seguir, a respeito


do Sistema Único de Saúde (SUS).

6. Compete ao SUS a formulação de políticas e a execução de ações


relacionadas ao saneamento básico.

7. É competência do SUS a implementação de ações relacionadas à saúde


do trabalhador.

Comentário

6. Essa é uma questão que costuma gerar muita dúvida, pois de fato o
artigo 200 inclui em sua lista de competências do SUS “participar” da
formulação de políticas de saneamento, mas não cabe ao mesmo fazer
isso sozinho ou à frente do trabalho dos órgãos diretamente responsáveis
por isso. Portanto está errado.

7. Seguindo a mesma lista do artigo 200 vemos que implementar ações


de saúde do trabalhador certamente está no escopo do SUS. Então esta
afirmativa está correta.

CESPE – ANS – 2013

Acerca das bases legais de implantação do SUS, julgue os itens


seguintes.

8. A vigilância sanitária é uma das atribuições do SUS.

9. A iniciativa privada deve participar do SUS de forma majoritária.

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Constituição Federal art. 194 à 200
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Comentário

8. Percebam que a grande parte destas questões se referem a listinha do


artigo 200, e nesse caso fixe o seguinte, todas as dimensões da vigilância
em saúde (epidemiológica, sanitária e saúde do trabalhador) fazem parte
das atribuições do SUS. Veremos melhor na próxima aula. Essa está
correta.

9. Aqui o tema muda completamente, partimos para o artigo 199 onde


constatamos que é permitida a participação da iniciativa privada na
composição de ofertas dos serviços do SUS, mas jamais será majoritário,
deve ser complementar, ou seja, oferece ao gestor público apenas aquilo
que não se pode suprir por meios próprios. Afirmação incorreta.

CESPE – ANS – 2013


De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item
que se segue a respeito da participação de empresas privadas no
Sistema Único de Saúde (SUS).

10. As instituições privadas poderão participar de forma complementar do


SUS, contudo não é permitida a destinação de recursos públicos para
auxílios ou subvenções aos estabelecimentos que tenham fins lucrativos.

11. É vedada qualquer participação de empresas ou capitais estrangeiros


na assistência à saúde no país.

Comentário

10. Felizmente estas últimas questões trabalham melhor o artigo 199.


Essa primeira esclarece com precisão que o caráter da atuação da
iniciativa privada é complementar ao poder público, mas que não é
permitido que recursos públicos beneficiem qualquer instituição privada.

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Certamente esse não é um princípio válido apenas para a política de


saúde. Afirmativa correta.

11. O artigo 199 traz no seu parágrafo 3º os seguintes dizeres: “É vedada


a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na
assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.”
Não fosse pelo que vem depois da vírgula essa seria uma questão
de fácil interpretação, no entanto aproveitando essa brecha constitucional
um grupo de parlamentares aprovou a Lei nº 13.097, de 19 de janeiro de
2015 que permite a participação de empresas ou de capital estrangeiro na
assistência à saúde.
Perceba que a lei supracitada é posterior a data de realização
desta prova, portanto o gabarito oficial dela é de que a afirmação está
correta, mas na atualidade esta afirmação estaria incorreta.

CESPE – TJ/SE – 2014

No que concerne às políticas sociais integrantes da seguridade


social, julgue o item que se segue.

12. Na década de 80 do século passado, o projeto de Reforma Sanitária


no Brasil propôs uma série de alterações no modo de se conceber a saúde
pública, mas não definiu um modelo assistencial que se pautasse na
integralidade e equidade das ações.

Comentário
A Reforma Sanitária concebia sim um modelo assistencial pautado
na integralidade, olhando o ser humano por inteiro. Já no âmbito da
coletividade havia uma defesa de que para além de igualdade de
condições era precisa conceber a política pública de saúde de modo a
contemplar as pessoas com necessidades diferentes com emprego de
recursos diferentes (equidade). Portanto essa afirmação está Errada.

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CESPE – ANVISA – 2007

Acerca do direito constitucional e do direito administrativo


relativamente à saúde, julgue os itens seguintes.

13. O direito ao serviço gratuito de saúde é garantido apenas aos cidadãos


brasileiros que contribuem regularmente para a seguridade social.

14. A competência de legislar acerca da proteção à saúde é privativa da


União.

15. A assistência à saúde é um serviço público.

16. A prestação de serviço de saúde por particulares depende de delegação do


poder público, podendo ocorrer tanto em regime administrativo de autorização
como de permissão.

Comentários

13. Gosto do estilo da prova do CESPE, pois numa simples frase te remete a
conhecimentos de vários núcleos distintos. Nesta questão, por exemplo, a
banca explora a Constituição Federal de 1988, a Lei 8.080 e confronta com o
período histórico pré-SUS. Ambos marcos legais definem a saúde enquanto
um direito de todo e qualquer cidadão brasileiro, não restringindo àqueles que
pagam qualquer tipo de tributos. É o principio fundamental da universalidade.
A concepção de serviços de saúde voltados apenas para pessoas que
contribuíam com a seguridade social (previdência) se refere a modelos
praticados anteriormente como o INPS e INAMPS. Portanto esta afirmativa
está errada.

14. Vimos também em toda a legislação constante na aula que a


responsabilidade tanto de legislar, quanto de formular políticas e diretrizes e
até mesmo implementá-las é uma dividida entre Municípios, Estados e União.
É o que chamamos de responsabilidade tripartite. Vimos ainda, em aula, que

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Constituição Federal art. 194 à 200
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há até espaços específicos e instrumentos propostos para pactuação de


acordos entre os entes federativos. Assim, esta afirmativa também está
incorreta.

15. Esta questão foi anulada. A assistência ou atenção à saúde é composta


por vários serviços distintos, não dá para caracterizar estes conceitos como se
fosse sinônimo de serviço público.

16. A Constituição Federal de 1988 traz em seu artigo 199 a inequívoca


afirmação de que a “a assistência à saúde é livre à iniciativa privada”. O título
III da lei 8.080 trata especificamente das diretrizes para funcionamento da
iniciativa privada na saúde. Em seu artigo 22 faz apenas a ressalva de que
devem ser observadas as normas expedidas pelo órgão de direção do SUS.
Portanto a iniciativa privada não depende de designação de gestores do SUS,
apenas de sua liberação por meio da Agência Nacional de Saúde Suplementar.
Assim esta afirmativa também está errada.

Pessoal, espero que tenham sentido a simplicidade das questões


referentes a esta disciplina nas provas já realizadas pelo CESPE para
diversos concursos. Não creio que virá por aí algo muito mais difícil do
que isso. Trata-se de uma banca muito respeitada, no entanto tudo indica
que eles não costumam ser exigentes nessa temática.

Segue agora algumas outras questões do Instituto AOCP e IBFC que já


realizaram várias provas para EBSERH, conforme já explicado.

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17) AOCP – EBSERH/HU-UFJF – 2015


Acerca da Ordem Social, de acordo com a Constituição Federal brasileira,
de 05 de outubro de 1988, é correto afirmar que:
(A) a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de
iniciativa exclusiva dos Poderes Públicos.
(B) a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e
de contribuições sociais.
(C) a saúde é direito de todos e dever de cada cidadão.
(D) não são de relevância pública as ações e serviços de saúde.
(E) a assistência à saúde é exclusiva do Poder Público.

Comentário
Novamente nos deparamos com uma simples reprodução do artigo em
uma das alternativas. O segredo deste artigo é lembrar que ele trata do
financiamento da seguridade social, e que ao se consolidar como uma
composição de políticas de direitos deve ser arcado por toda a sociedade
na forma do pagamento de seus tributos que por sua vez se revertem em
receita para os Municípios, Estados e União. A resposta então é B.

18) AOCP – EBSERH/HE-UFSCAR – 2015


Assinale a alternativa correta.
(A) O Município não tem obrigação de garantir autonomia administrativa
ao Conselho de Saúde.
(B) Os entes públicos não têm que aplicar um valor mínimo em ações e
serviços públicos de saúde.
(C) O Sistema Único de Saúde não tem competência para ordenar a
formação de recursos humanos na área de saúde.
(D) A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
(E) O Sistema Único de Saúde não tem competência para colaborar na
proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

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Comentário
Esta questão traz uma série de negativas, todas falsas. A única afirmativa
presente deveria lhe chamar a atenção só por esta característica distinta
das demais. A alternativa D nos lembra que a assistência à saúde é livre à
iniciativa privada, lembraremos nas demais questões quais são algumas
das condicionalidades para essa participação.
.
19) AOCP – EBSERH / Nacional – 2015
Assinale a alternativa correta.
(A) O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e
execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos
de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que
assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a
sua promoção, proteção e recuperação.
(B) O dever do Estado em garantir a saúde exclui o das pessoas, da
família, das empresas e da sociedade.
(C) O Sistema Único de Saúde é o conjunto de ações e serviços de saúde,
prestados por órgãos e instituições públicas federal, estadual e municipal,
exclusivamente da Administração Direta.
(D) A iniciativa privada participa concorrentemente do Sistema Único de
Saúde.
(E) A saúde garantida pelo Sistema Único é exclusivamente física.

20) AOCP – EBSERH / Nacional – 2015


Assinale a alternativa correta.
(A) Não é princípio do Sistema Único de Saúde a conjugação dos recursos
financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados e
do Distrito Federal na prestação de serviços de assistência à saúde da
população.
(B) Não compete ao Sistema Único de Saúde controlar e fiscalizar
procedimentos e substâncias de interesse para a saúde.

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(C) A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante


políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e
de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação.
(D) Somente a União e os Estados têm obrigação legal de aplicar valor
mínimo de recursos na saúde.
(E) Os gestores locais do Sistema Único de Saúde poderão admitir
agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por
meio de contratação direta, sem teste seletivo ou concurso público, de
acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos
específicos para sua atuação.

Comentário
Vou comentar essas 2 questões juntas pois compartilham do mesmo
tema. Apesar da simplicidade estamos diante de 2 questões importantes,
pois o texto das alternativas corretas fazem alusão ao artigo chave da CF
para a saúde, o artigo 196.
No caso da questão 12 a desproporção de tamanho de texto da
alternativa A já denuncia que ela pode ser a correta, até porque é a mais
completa, descrevendo o artigo 196 com alguns detalhes diferentes. Já na
questão 13 encontramos o texto literal do artigo 196 na alternativa C.
Pela sua importância e por ser um artigo curto, é essencial que você
esteja com ele afiado na memória.

21) IBFC – EBSERH/CHC-UFPR – 2015


Assinale a alternativa correta sobre as disposições do artigo 199 da
Constituição Federal sobre a assistência à saúde.
(A) As instituições privadas poderão participar de forma complementar do
sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de
direito público ou convênio, sendo vedado tal acesso às entidades
filantrópicas e as sem fins lucrativos.

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(B) É permitida a destinação de recursos públicos para auxílios ou


subvenções às instituições privadas com ou sem fins lucrativos.
(C) A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a
remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de
transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e
transfusão de sangue e seus derivados, sendo livre a comercialização.
(D) É permitida a destinação de recursos públicos para auxílios ou
subvenções apenas às instituições privadas desde que estas apresentem
resultados positivos quanto aos seus fins lucrativos.
(E) É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais
estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em
lei.

Comentário
Essa é uma questão formulada por outra banca que realiza provas
semelhantes a AOCP. Veja como ela tenta te pegar, nas 4 primeiras
alternativas vemos que as afirmações são exatamente contrárias ao
estabelecido no artigo 199. E na última alternativa ele traz a questão dos
investimentos estrangeiros, que foram liberados por meio de uma lei em
2015 e não por uma emenda constitucional, portanto essa parágrafo da
constituição não foi revogado. Por isso a alternativa E está correta.

22) AOCP – EBSERH/HC-UFG – 2015


Quanto à seguridade social, assinale a alternativa correta.
(A) A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas, com acesso preferencial aos mais pobres.
(B) As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede centralizada
e constitui um sistema único.
(C) A União aplicará anualmente, em ações e serviços públicos de saúde,
valor não inferior a 15% (quinze por cento) da receita corrente líquida do
respectivo exercício financeiro.

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(D) As ações e serviços públicos de saúde não contarão com a


participação da comunidade.
(E) A assistência à saúde é exclusiva do Poder Público.

Comentário
Essa questão fica ligeiramente deslocada nessa aula porque alguns
elementos das alternativas a serem descartadas serão melhor trabalhados
na aula da Lei 8.080, mas mesmo pelo bom senso é possível inferir que o
SUS é universal e portanto não pode ser com acesso preferencial para
nenhum segmento da sociedade; sabemos também que trata-se de um
sistema descentralizado (com responsabilidade das 3 esferas de gestão; a
participação social é fundamental (Lei 8.142); e a assistência não é
exclusiva do Poder Público, pois a iniciativa privada pode atuar desse
mesmo modo. Portanto a alternativa correta está na letra C.
A União tem agora um mínimo para investir em saúde e de um ano
para o outro não pode diminuir. A questão da garantia do financiamento
do SUS nas três esferas de gestão (federal, estadual e municipal) foi
objeto de muitos debates e divergências desde a promulgação do texto
original da CF em 1988.
Após 12 anos tivemos avanços com a inclusão da EC 29 em 2000,
mas desta experiência restou o impasse em torno da definição do
percentual de recursos que a União deveria aplicar no sistema de saúde.
Somente em 2015, com a inclusão da EC 86 ficou definido que a União
deveria aplicar não menos do que 15% de sua receita corrente líquida
para fins de funcionamento e qualificação do SUS.

23) AOCP – EBSERH/HC-UFG – 2015


Quanto à seguridade social, assinale a alternativa correta.
(A) As instituições privadas poderão participar de forma subsidiária do
Sistema Único de Saúde.
(B) É permitida a destinação de recursos públicos para auxiliar as
instituições privadas com fins lucrativos.

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(C) É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais


estrangeiros na assistência à saúde do País, salvo nos casos previstos em
lei.
(D) Não compete ao Sistema Único de Saúde ordenar a formação de
recursos humanos na área de saúde.
(E) Ao Sistema Único de Saúde, compete colaborar na proteção do meio
ambiente, exceto o meio ambiente do trabalho.

Comentário
Dessa vez vou começar debaixo pra cima, as alternativas D e E
fazem referência ao que compete ao SUS. Na alternativa D há uma
negação a respeito de uma importante prerrogativa do SUS que é ordenar
a formação de recursos humanos na área da saúde. Esta na prática é uma
corresponsabilidade compartilhada com a Política de Educação, seja no
nível técnico ou superior, mas que certamente exige protagonismo do
SUS. Já na alternativa E até vemos uma afirmação condizente com as
responsabilidades do SUS que vimos no texto do artigo 200, mas excetua
o ambiente de trabalho que não pode ser descolado deste aspecto.
Na B há um absurdo de dizer que os recursos públicos podem ser
aplicados para favorecer empresas lucrativas. E na A ele troca a palavra
complementar por subsidiária. Por isso só nos resta a letra C, que como
eu já disse não foi revogada.

24) AOCP – EBSERH/HE-UFPEL – 2015


A Constituição Federal de 1988 estabeleceu de forma relevante uma
seção sobre a saúde. Qual das alternativas a seguir faz parte da seção?
(A) A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como
objetivo o bem-estar e a justiça social.
(B) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em
regime de colaboração seus sistemas de saúde.
(C) A saúde, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao

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pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da


cidadania e sua qualificação para o trabalho.
(D) São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao
Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação,
fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou
através de terceiros e, por pessoa física ou jurídica de direito privado.
(E) Os programas suplementares de alimentação e assistência a saúde
serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e
outros recursos orçamentários.

Comentário
Como vimos no quadro resumo, a seção II possui 5 artigos, o desafio
desta questão é identificar qual alternativa traduz ou transcreve um
deles. Pela maneira com que estamos discutindo fica evidente que se
trata de algo relacionado ao Artigo 197. Porém quero destacar que
novamente nos deparamos como uma questão interessantíssima, pois
todas as alternativas trazem princípios condizentes com o que se propõe
para a organização do SUS. Porém a única alternativa que de fato se
refere a um artigo da seção II é a representada pela letra D.

25) AOCP – EBSERH/HDT-UFT – 2015


De acordo com as disposições da Constituição Federal, no que se refere à
Saúde, assinale a alternativa correta.
(A) A assistência à saúde é privativa da União e sem fins lucrativos,
motivo pelo qual é vedada qualquer participação da iniciativa privada,
exceto por instituições sem fins lucrativos.
(B) As instituições privadas poderão participar de forma complementar do
Sistema Único de Saúde, segundo diretrizes deste, somente mediante
contrato de direito privado, após procedimento de licitação na modalidade
concorrência.
(C) É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou
subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

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(D) É possível e sempre admitida a participação direta ou indireta de


empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País.
(E) O Poder Público, por meio de Lei Complementar, regulamenta as
condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e
substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento,
bem como estabelece as regras que permitem sua comercialização.

26) AOCP – EBSERH/HU-UFJF – 2015


Com base na Constituição Federal Brasileira de 05 de outubro de 1998,
sobre a Saúde, assinale a alternativa INCORRETA.
(A) A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e
de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação.
(B) São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao
Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação,
fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou
através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito
privado.
(C) O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195,
com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
(D) A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
(E) É permitida e incentivada a destinação de recursos públicos para
auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

Comentário
Nesse caso eu adotei um critério diferente para comentar essas 2
questões juntas. Creio que você percebeu que há um aspecto
apresentado por uma das alternativas de cada uma destas questões em
que elas se contrapõem, trata-se da destinação de recursos públicos para
beneficiar instituições privadas.

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A Constituição não causa dúvida ao moralizar o tema declarando


que essa prática não é permitida. O SUS pode pagar por serviços
prestados pela iniciativa privada, e isso inclusive é algo muito comum,
porém não pode conceder quaisquer vantagens para os mesmos. Assim a
resposta da primeira questão é letra C e como na questão seguinte está
sendo pedido para apontar a incorreta, a resposta é E.

27) AOCP – EBSERH/HU-UFJF – 2015


A Constituição Federal brasileira, de 05 de outubro de 1988, declara que a
saúde é direito de todos e dever
(A) do particular.
(B) da escola.
(C) dos planos de saúde.
(D) do Estado.
(E) das empresas.

Comentário
Para fazer contraste com as questões anteriores, e para te mostrar
que existem questões bem fáceis sobre este assunto também, vemos
agora esta que está acima. Por motivos óbvios a resposta é D.

28) IBFC – EBSERH – 2013


Segundo artigo 199 da Constituição da República Federativa do Brasil, a
assistência à saúde é livre à iniciativa privada. Analise os itens abaixo e a
seguir assinale a alternativa correta:
I. As instituições privadas poderão participar de forma complementar do
sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de
direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e
as sem fins lucrativos.
II. É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou
subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

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III. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais


estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em
lei.
(A) I, II e III são corretos.
(B) Apenas I e II são corretos.
(C) Apenas III é correto.
(D) Apenas I é correto.

Comentário
Esta questão abarca um bom conjunto das condicionalidades que eu
me referi na aula, sobre em quais circunstâncias a iniciativa privada pode
ou não participar da assistência em saúde. Portanto todas as afirmações
estão corretas, e isso nos dá como resposta a letra A.

29) IBFC – EBSERH/CHC-UFPR – 2015


Assinale a alternativa correta quanto às disposições do artigo 195 da
Constituição Federal, sobre o financiamento da seguridade social.
(A) As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não
integrando o orçamento da União.
(B) A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como
estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público, mas
poderá dele receber benefícios ou incentivos fiscais.
(C) Qualquer benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,
majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
(D) São passíveis de cobrança de contribuição para a seguridade social
todas as entidades beneficentes de assistência social.
(E) A majoração de qualquer benefício ou serviço da seguridade social
independente de fonte de custeio total.

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Constituição Federal art. 194 à 200
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Comentário
O princípio resgatado por essa questão trata de esclarecer que os
percentuais das receitas de Estados e Municípios que devem ser aplicados
às políticas que compõem a seguridade social não devem levar em conta
os recursos recebidos pela União. A resposta portanto é letra A.

30) AOCP – EBSERH/HC-UFG – 2015


Sobre a Seguridade Social, assinale a alternativa correta.
(A) A seguridade social compreende um conjunto de ações de iniciativa
dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
(B) Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade
social, com base, exclusivamente, na seletividade e distributividade na
prestação dos benefícios e serviços.
(C) A seguridade social tem como objetivo dar cobertura preferencial aos
mais pobres.
(D) A seguridade social será financiada por toda a sociedade, incidindo
contribuição sobre aposentadoria.
(E) Não haverá incidência de contribuição social sobre a receita de
concursos de prognósticos.

Comentário
Essa questão talvez valha mais a pena você já tentar logo identificar a
alternativa correta do que ficar tentando descartar todoas as demais. As
alternativas D e E estava complicado de eliminar com convicção. Por isso
observe atentamente a alternativa A e veja que ela traz uma definição
bem correta do que é seguridade social. Essa é a resposta.

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Constituição Federal art. 194 à 200
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31) AOCP – EBSERH/HE-UFPEL – 2015


Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade
social. Qual item NÃO se enquadra nessa competência?
(A) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações
urbanas e rurais.
(B) Equidade na forma de participação no custeio.
(C) Habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a
promoção de sua integração à vida comunitária.
(D) Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
(E) Universalidade da cobertura e do atendimento.

Comentário
Todas as alternativas trazem questões pertinentes a
responsabilidades do poder público. Se você não é capaz de se recordar
exatamente do texto de cada artigo tente distinguir que a maior parte das
alternativas trata de aspectos no plano (nível) dos princípios, mas uma
delas destoa tratando de um aspecto de caráter mais operacional ou
executivo. É a alternativa C.

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