Você está na página 1de 45

O SUS E AS POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL

COSEMS/RN
Para analisarmos a história das políticas de saúde no país faz-se
necessário a definição de algumas premissas importantes:

1. a evolução histórica das políticas de saúde está


relacionada diretamente a evolução político-social e
econômica da sociedade brasileira, não sendo
possível dissociá-los;

2. a lógica do processo evolutivo sempre obedeceu à ótica


do avanço do capitalismo na sociedade brasileira,
sofrendo a forte determinação do capitalismo a nível
internacional;

3. a saúde nunca ocupou lugar central dentro da política


do estado brasileiro, sendo sempre deixada no
periferia do sistema, tanto no que diz respeito a
solução dos grandes problemas de saúde que
afligem a população, quanto na destinação de
recursos direcionados ao setor saúde.
Revisando

ANTES DE 1988
até metade dos anos 60, praticou-se como modelo
hegemônico de saúde o sanitarismo campanhista
(modelo), de inspiração militar, que visava o
combate às doenças através de estruturas
verticalizadas e estilo repressivo de intervenção.

Na década de 70 o país apresentava um modelo


hegemônico: médico assistencial-
privatista(modelo). Mas é também neste período
que surgem os alicerces político-ideológicos para
o surgimento do movimento pela Reforma
Sanitária.
Em março de 1986, acontece em Brasília a VIII Conferência Nacional
de Saúde, um dos eventos político-sanitários mais importantes:

Como resultado central da VIII CNS, tivemos o estabelecimento de um


consenso político que permitiu a conformação do projeto da Reforma
Sanitária, caracterizado por três aspectos principais:

 o conceito abrangente de saúde

 saúde como direito de cidadania e dever do


Estado

 a instituição de um Sistema Único de Saúde.


INÍCIO OFICIAL DA REFORMA SANITÁRIA NO BRASIL

A Reforma sanitária Brasileira surgiu


originalmente enquanto um ideário de um
grupo de intelectuais que somados a
segmentos de representação da sociedade
elaboraram o texto o qual foi aprovado como
marco de luta na 8ª Conferência nacional de 8ª Conferência nacional
saúde em 1986. Estas entidades de saúde em 1986.
representativas dos gestores, profissionais da
saúde e movimentos sociais se articularam
conseguindo influenciar o processo da reforma
constitucional que legalizou na Constituição
Brasileira de 1988 (CF/88) o texto aprovado
na 8ª Conferência Nacional de Saúde que
garante que “Saúde é um Direito de Todos e
um Dever do Estado”. MODELO – Constituição Brasileira
ATENÇÃO À SAÚDE de 1988
Constituição Federal 1988 – art. 196 ao 200

Base Legal do SUS – CF 1988


O Capítulo da Saúde
Sistema Único de Saúde – SUS

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do


Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal
e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação.

Art. 197. São de relevância públicas ações e


serviços de saúde, cabendo ao Poder Público
dispor, nos termos da lei, sobre sua
regulamentação, fiscalização e controle, devendo
sua execução ser feita diretamente ou através de
ANA TANIA por
terceiros e, também, LOPES SAMPAIOfísica ou jurídica
pessoa
de direito privado.
Constituição Federal 1988 – art. 196 ao 200

Base Legal do SUS – CF 1988


O Capítulo da Saúde
Sistema Único de Saúde – SUS

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde


integram uma rede regionalizada e hierarquizada
e constituem um sistema único, organizado de
acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização,
descentralização com direção única em cada
esfera de governo;

II - atendimento integral,
integral com prioridade para as
atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais;
ANA TANIA LOPES SAMPAIO
III - participação da comunidade.
comunidade
Constituição Federal 1988 – art. 196 ao 200

Base Legal do SUS – CF 1988


O Capítulo da Saúde
Sistema Único de Saúde – SUS

Parágrafo único. O sistema único de saúde será


financiado, nos termos do art. 195, com recurso
do orçamento da seguridade social,
social da União, dos
Estados do Distrito Federal e dos Municípios, além
de outras fontes.

Ver art. 194 e 195  Seguridade Social

ANA TANIA LOPES SAMPAIO


Revisando
SUS, de caráter público, formado por
uma rede regionalizada,
hierarquizada e descentralizada, com
direção única em cada esfera de
governo, e sob controle da sociedade.
Os serviços privados, conveniados e
contratados, passam a ser
complementares e subordinados às
diretrizes do Sistema Único de Saúde.
LEI ORGÂNICA DA SAÚDE

• 1990  Lei n.º 8 080 - de 19/9/1990, "Lei Orgânica da Saúde"


REGULAMENTOU o Sistema Único de Saúde.
• Lei n.º 8 142 - de 28/12/1990, dispôs sobre a participação da
comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre
as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na
área de saúde.
Linha do Tempo da Saúde: Uma viagem pela História das Políticas de Saúde no Brasil
Lei Orgânica da Saúde
Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990
Sistema Único de Saúde – SUS

Base Legal do SUS – LOS


Dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e
o funcionamento dos serviços correspondentes e
dá outras providências.

Art. 1º Esta lei regula, em todo o território


nacional, as ações e serviços de saúde,
executados isolada ou conjuntamente, em caráter
permanente ou eventual, por pessoas naturais ou
jurídicas de direito Público ou privado.
ANA TANIA LOPES SAMPAIO
Lei Orgânica da Saúde
Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990
Sistema Único de Saúde – SUS

Base Legal do SUS – LOS


DIREITOS E DEVERES

Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano,


devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao
seu pleno exercício.

§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na


formulação e execução de políticas econômicas e sociais
que visem à redução de riscos de doenças e de outros
agravos e no estabelecimento de condições que assegurem
acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a
sua promoção, proteção e recuperação.

§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família,


das empresas e da sociedade.
ANA TANIA LOPES SAMPAIO
Lei Orgânica da Saúde
Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990
Sistema Único de Saúde – SUS

CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE

Base Legal do SUS – LOS


Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e
condicionantes, entre outros, a alimentação, a
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente,
o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o
lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais;
os níveis de saúde da população expressam a
organização social e econômica do País.
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por
força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às
pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e
social.
ANA TANIA LOPES SAMPAIO
 Em consonância com o que preconiza a OMS.
Lei Orgânica da Saúde
Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990
Sistema Único de Saúde – SUS

Base Legal do SUS – LOS


Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços
privados contratados ou conveniados que integram o Sistema
Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as
diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal,
obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos
os níveis de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto
articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos,
individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis
de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua
integridade física e moral;
IV - igualdade da assistência (equidade) à saúde, sem
preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua
saúde;
VI - divulgação ANA TANIA LOPESquanto
de informações SAMPAIO
ao potencial dos
serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
Lei Orgânica da Saúde
Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990
Art. 7º (continuação)
Sistema Único de Saúde – SUS

Base Legal do SUS – LOS


VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de
prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - descentralização político-administrativa, com direção
única em cada esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os
municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de
saúde;
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio
ambiente e saneamento básico;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos,
materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde
da população;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis
de assistência; e
ANA
XIII - organização TANIA
dos LOPESpúblicos
serviços SAMPAIOde modo a evitar
duplicidade de meios para fins idênticos.
PRINCÍPIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Contextualização pelos Sanitaristas sobre Doutrina e Organização
do SUS

Universalidade
Equidade
Integralidade
(sentidos)

Participação Regionalização e Descentralização e


popular hierarquização comando único
Lei Orgânica da Saúde

Base Legal do SUS – Lei 8.142/90


Lei 8.142 de 28 de dezembro de 1990
Sistema Único de Saúde – SUS

Dispõe sobre a participação da comunidade na


gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre
as transferências intergovernamentais de
recursos financeiros na área da saúde e dá outras
providências.

 Produto de intensa mobilização política da


sociedade brasileira.

ANA TANIA LOPES SAMPAIO


Lei Orgânica da Saúde

Base Legal do SUS – Lei 8.142/90


Lei 8.142 de 28 de dezembro de 1990
Sistema Único de Saúde – SUS

Artigo 1° - O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n.


8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de
governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as
seguintes instâncias colegiadas:
I - a Conferência de Saúde; e
II - o Conselho de Saúde.
Saúde
§ 1° - A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a
representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a
situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da
política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo
Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo
Conselho de Saúde. TEM CARÁTER CONSULTIVO.
§ 2° - O Conselho de Saúde, em CARÁTER PERMANENTE E
DELIBERATIVO,
DELIBERATIVO órgão colegiado composto por representantes do
governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e
usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da
execução da política de saúde na instância correspondente,
inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões
ANA TANIA LOPES SAMPAIO
serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em
cada esfera do governo.
Lei Orgânica da Saúde

Base Legal do SUS – Lei 8.142/90


Lei 8.142 de 28 de dezembro de 1990
Sistema Único de Saúde – SUS

FINANCIAMENTO

§ 1° - Enquanto não for regulamentada a aplicação


dos critérios previstos no artigo 35 da Lei n. 8.080,
8.080
de 19 de setembro de 1990, será utilizado, para o
repasse de recursos.

 Incentivos com base em critério per capita.

ANA TANIA LOPES SAMPAIO


Lei Orgânica da Saúde

Base Legal do SUS – Lei 8.142/90


Lei 8.142 de 28 de dezembro de 1990
FINANCIAMENTO
Sistema Único de Saúde – SUS

Artigo 4° - Para receberem os recursos, de que trata o artigo 3°


desta Lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão
contar com:
I - Fundo de Saúde;
Saúde
II - Conselho de Saúde,
Saúde com composição paritária de acordo com o
Decreto n. 99.438, de 7 de agosto de 1990;
III - plano de saúde;
IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4°
do artigo 33 da Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990;
V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo
orçamento;
VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e
Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua
implantação.
Parágrafo único - O não atendimento pelos Municípios, ou pelos
Estados, ou pelo Distrito Federal,
ANA TANIA dos requisitos estabelecidos
LOPES SAMPAIO
neste artigo, implicará em que os recursos concernentes sejam
administrados, respectivamente, pelos Estados ou pela União.
Normas Operacionais do SUS
Norma Operacional Básica do SUS 01/91
• Editada pela da Resolução do INAMPS n° 258, de 7 de janeiro de 1991, e
Base Legal do SUS – NOB

reeditada com alterações pela resolução do INAMPS n°273, de 17 de julho


de 1991)
• Objetivo:
– Induzir e estimular mudanças;
– Aprofundar e reorientar a implementação do SUS;
– Definir novos objetivos estratégicos, prioridades, diretrizes e movimentos tático-
operacionais;
– Regular as relações entre gestores;
– Normatizar o SUS.
• Destaque
– Equiparar prestadores públicos e privados, no financiamento  pagamento
pela produção de serviços;
– Centraliza a gestão do SUS no nível federal (INAMPS);
– Estabelece o instrumento convencional como forma de transferência de recursos
do INAMPS para os estados, Distrito Federal e Municípios.
– Institui a Unidade de Cobertura Ambulatorial (UCA) destinada a reajustar os
valores a serem repassados aos Estados, distrito Federal e Municípios.
– implementação do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIASUS).
Normas Operacionais do SUS
Norma Operacional Básica do SUS 01/93
Base Legal do SUS – NOB

• Editada pela portaria GM/MS n° 545, de 20 de maio de 1993)

• Objetivo:
– Formalizou os Princípios Aprovados na 9ª Conferência Nacional de saúde (realizada
em 1992), que teve como tema central “a municipalização é o caminho” e
desencadeou um amplo processo de municipalização da gestão com habilitação
dos municípios nas condições de gestão criadas (incipientes, parcial e
semiplena).
• Destaque
– Cria transferência regular e automática (fundo a fundo) do teto global da assistência
para municípios em gestão semiplena;
– AIH limitada e recurso de cobertura ambulatorial - RCA
– Habilita municípios como gestores;
– Define o papel dos Estados de forma frágil, mas esses, ainda assim, passam a
assumir o papel de gestor do sistema estadual de saúde;
– São constituídas as Comissões Intergestores Bipartite (de âmbito estadual) e
Tripartite (nacional) como importantes espaços de negociação, pactuação,
articulação, integração entre gestores.

(OBS.: Lei 8689/ 1993 - Extinção do INAMPS, criação do SNA e PC trimestral)


Normas Operacionais do SUS
Norma Operacional Básica do SUS 01/96
• Editada em 5 de novembro de 1996 por meio da portaria GM/MS n° 2203).
Base Legal do SUS – NOB

• Objetivo:
– A NOB/SUS 01/96 promoveu um avanço no processo de descentralização, criando novas
condições de gestão para os municípios pela saúde de seus cidadãos e redefinindo
competências de Estados e Municípios as origens e o processo de implantação do SUS.
• Destaque
– Transfere aos municípios habilitados como Plena da Atenção Básica, os recursos financeiros
com base per capita, criando o PAB (Piso Assistencial Básico) repassado fundo a fundo de
formar regular e automática;
– Reorganiza a gestão dos procedimentos de média complexidade ambulatorial (Fração
Ambulatorial Especializada - FAE);
– Reorganiza a gestão dos procedimentos de Alta Complexidade/Custo (APAC);
– Incorpora as ações de Vigilância Sanitária, criando O Incentivo para as ações básicas de
Vigilância Sanitária;
– Incorpora as ações de Epidemiologia e Controle de doenças;
– Promove a reorganização do modelo de atenção, adotando-se como estratégia principal a
ampliação de cobertura do Programa de saúde Da Família e Programa de Agentes
Comunitários de Saúde, com a criação de Incentivo financeiro;
– Define a elaboração da Programação Pactuada e Integrada (PPI);
– Define as responsabilidades, prerrogativas e requisitos das Condições de Gestão Plena
da Atenção Básica e Plena de sistema Municipal de Saúde para os municípios, e
Avançada do Sistema Estadual e Plena de Sistema Estadual para os estados.
Normas Operacionais do SUS
Norma Operacional de Assistência à Saúde NOAS SUS 01
• Instituída pela portaria GM/MS n° 95, de 26 de janeiro de 2001).
Base Legal do SUS – NOAS

• Objetivo:
– O objetivo da NOAS/SUS 01/01 é “promover maior eqüidade na alocação de
recursos e no acesso da população às ações e serviços de saúde em todos os
níveis de atenção”. Institui o Plano Diretor de regionalização da assistência em
cada Estado e no Distrito Federal, baseado nos objetivos de definição de
prioridades de intervenção coerentes com a necessidade da população garantia de
acesso dos cidadãos a todos os níveis de atenção à saúde.
Destaque
– A NOAS/SUS 01/01 estabeleceu as responsabilidades, requisitos e prerrogativas
dos gestores , as origens e o processo de implantação do SUS municipais e
estaduais.
– A partir de sua publicação os municípios puderam se habilitar em duas
condições: Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada e Gestão Plena de
Sistema Municipal de Saúde.
– Os Estados puderam se habilitar em duas condições: Gestão Avançada do
Sistema Estadual e Gestão Plena de Sistema Estadual .
Normas Operacionais do SUS
Norma Operacional de Assistência à Saúde NOAS SUS 02
• instituída pela portaria GM/MS n°373, de 27 de fevereiro de 2002).
• Objetivo:
Base Legal do SUS – NOAS

– É o resultado dos encaminhamentos estabelecidos na reunião da Comissão Intergestores


Tripartite realizada em 22 de novembro de 2001. Foi firmado um acordo entre o CONASS e
CONASEMS contemplando propostas relativas ao comando único sobre os prestadores de
serviços de média e alta complexidade e fortalecimento da Gestão dos Estados sobre as
referências intermunicipais, notadamente no que diz respeito à explicitação e mecanismos
de acompanhamento dos recursos federais, referentes ao atendimento da população não-
residente que busca atendimento no município de referência.
Destaque
- Estabeleceu que o Limite Financeiro da Assistência de cada Estado, assim como
do DF no que couber, independente de sua condição de gestão, deverá ser
programado e apresentado da seguinte forma:
a) Relação de todos os municípios da UF, independentemente da sua condição de
gestão;
b) Condição de gestão do município ou nível de governo responsável pelo comando
único de média e alta complexidade;
c) Parcela de recursos financeiros para o atendimento da população residente sob
gestão municipal;
d) Parcela e recursos financeiros para atendimento das referências intermunicipais;
e) Parcela d recursos financeiros para atendimento da população residente sob
gestão estadual;
f) Outros recursos sob gestão estadual, alocados nos municípios ou na SES;
g) Limite Financeiro Global da UF, somas dos itens C,D,E e F.
Normas Operacionais do SUS
• Quadro Resumo das Normas
Base Legal do SUS – NOAS

NOB/91 NOB/93 NOB/96 NOAS/01/02

1. Somente Gestão 1. Incipiente 1. Gestão Plena 1. Gestão Plena do


pelo INAMPS do Sistema - Sistema
(Convênios) 2. Parcial GPS Municipal –
GPSM
2. Descentralização 3. Semiplena 2. Gestão Plena
de $ (UCA) da Atenção 2. Gestão Plena da
Básica -GPAB Atenção Básica
3. SIA/SIH Ampliada -
GPABA
Gestão do SUS

ENTIDADES DE REPRESENTAÇÃO DOS GESTORES:


As entidades de representação dos gestores têm tido um papel
importante nas Comissões Intergestores Bipartites e Tripartite,
conformando-as como um espaço consistente de negociação, pactuação,
articulação e integração entre os gestores.
São elas: CONASS e CONASEMS.
 No âmbito municipal/estadual, tem-se o COSEMS.

Colegiado de Gestores
Gestão do SUS e Instâncias de Pactuação e
deliberação
•Quadro Resumo:
ENTIDADE DE COMISSÃO COLEGIADO
ESFERA GESTOR
Saúde Pública

GESTORES INTERGESTORES PARTICIPATIVO

NACIONAL Ministério - Comissão Tripartite Conselho


da Saúde Nacional

ESTADUAL Secretarias CONASS Comissão Bipartite Conselho


Estaduais Colegiado de Estadual
Gestão Regional *
MUNICIPAL Secretarias CONASEMS - Conselho
Municipais Municipal

*Surge com o advento do Pacto pela Saúde


Portarias /Instruções Normativas/Pacto

NOB 01/91 NOB 01/93 NOB 01/96

NOAS 01/02-2002

Pacto pela Saúde


2006
PACTO PELA SAÚDE

• 2006  PACTO PELA SAÚDE


• Assinado o Pacto de Gestão, documento que estabelece as responsabilidades
sanitárias de cada ente federado (União, estados e municípios). Uma das principais
ações é a definição de diretrizes para a gestão do SUS - descentralização,
regionalização, financiamento, pactuação entre municípios e regulação, entre
outros.
Linha do Tempo da Saúde: Uma viagem pela História das Políticas de Saúde no Brasil
PACTO PELA SAÚDE
Pactos pela Vida,
em Defesa do SUS
e de Gestão
PACTO PELA VIDA
6 PRIORIDADES EM 2006
Prioridades básicas em saúde que os três entes federados devem perseguir, com
metas e indicadores para avaliação anual.
•atenção integral à saúde do idoso;
idoso
•o controle do câncer de colo de útero e de mama;
mama
•a redução da mortalidade materna e infantil;
infantil
•o fortalecimento da atenção básica;
básica
•a promoção da saúde;
saúde e
•o reforço de ações para o controle das doenças emergenciais e
endemias,
endemias com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e
influenza
PACTO PELA VIDA
11 PRIORIDADES A PARTIR DE
2009
 Port. GM/MS nº 2.669 de 03 de novembro de 2009
I - atenção à saúde do idoso;
II - controle do câncer de colo de útero e de mama;
III - redução da mortalidade infantil e materna;
IV - fortalecimento da capacidade de respostas às doenças
emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase,
tuberculose, malária, influenza, hepatite e Aids;
V - promoção da saúde;
VI - fortalecimento da atenção básica;
VII - saúde do trabalhador;
VIII - saúde mental;
IX - fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde
às pessoas com deficiência;
X - atenção integral às pessoas em situação ou risco de violência; e
XI - saúde do homem.
PACTO EM DEFESA DO SUS

• Discutir nos conselhos as


estratégias para implantação
• Priorizar espaços com a sociedade
civil para realizar as ações previstas
PACTO DE GESTÃO DO SUS

• Sistemas isolados Solidariedade

• Definição das responsabilidades


sanitárias constituindo espaços de co-
gestão e resgatando o apoio entre os
entes num processo compartilhado
RESPONSABILIDADE
SANITÁRIA

• Definição das responsabilidades por eixos


• Maior transparência para o controle social
• Todos são gestores plenos na sua
responsabilidade
• Superação das habilitações em formas de
gestão
TERMOS DE COMPROMISSO
DE GESTÃO

TCG TCG TCG TCG


MUNICIPAL ESTADUAL DO DF FEDERAL

• Contêm:
• as responsabilidades sanitárias do gestor
• os objetivos e metas do Pacto pela Vida
• Os indicadores de monitoramento e
avaliação dos Pactos;
TERMOS DE COMPROMISSO
DE GESTÃO

TCG TCG TCG TCG


MUNICIPAL ESTADUAL DO DF FEDERAL

• expressa a formalização do Pacto nas suas


dimensões.
• Processo de assinatura negociado
• Enquanto não assina o Termo valem as
prerrogativas atuais – NOB 96/NOAS
RESPONSABILIDADES (6 EIXOS)

•Resposabilidades Gerais  atenção à saúde e


organização da rede de cuidados;
•Regionalização - busca pela definição de recortes
regionais de assistência à saúde (Regiões de Saúde) a partir
das realidades locais e não considerando apenas um
desenho nacional único. A organização da Região de Saúde
deve favorecer a ação cooperativa e solidária entre os
gestores e o fortalecimento do controle social;
•Planejamento - eixo estruturante da relação entre os
gestores. Busca pela pactuação tripartite das bases
funcionais para construir um sistema de monitoramento e
avaliação, bem como promover a participação social e a
integração intra e inter-setorial;
inter-setorial
RESPONSABILIDADES (6 EIXOS)

• Regulação - a regulação dos prestadores de serviços deve ser


preferencialmente do município conforme o desenho da rede de
assistência pactuada entre os gestores e os termos de compromisso de
gestão;
•Participação e Controle Social - comprometimento dos gestores em:
apoiar a estruturação dos conselhos de saúde, conferências,
movimentos socais e a capacitação dos conselheiros; estimular a
participação dos cidadãos nos serviços de saúde; apoiar a implantação
de ouvidorias nos estados e municípios;
•Gestão do Trabalho - Desenvolver ações voltadas para a adoção de
vínculos de trabalho que garantam os direitos sociais e previdenciários
dos trabalhadores de saúde, promovendo a adequação dos vínculos,vínculos
nas três esferas de governo, com apoio técnico e financeiro aos
municípios, pelos estados e União, conforme legislação vigente;
•Educação na Saúde - considera a educação permanente como parte
essencial da política de formação e desenvolvimento dos trabalhadores
para a qualificação do SUS.
•  ESTAS DUAS ÚLTIMAS FORAM REUNIDAS NUMA SÓ EM 2010.
FINANCIAMENTO
FEDERAL (EM 2006 5 BLOCOS)
• Atenção Básica
• Componente Fixo
• Componente Variável

• Média e Alta Complexidade da Assistência


• Vigilância em Saúde
• Componente Vigilância Epidemiológica e Ambiental
• Componente Vigilância Sanitária
 Foram modificados em 2009 para: VIGILÂNCIA E
PROMOÇÃO DA SAÚDE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA
FINANCIAMENTO
FEDERAL (5 BLOCOS EM 2006)

• Assistência Farmacêutica
• Componente Básico
• Componente Estratégico
• Componente Medicamentos de Dispensação
Excepcional
• Organização dos serviços de assistência
farmacêutica
 Foram modificados em 2009 para:
Componentes Básico, Especializado e
Estratégico (Port. 2981 e 2982/2009)
FINANCIAMENTO
FEDERAL (5 BLOCOS EM 2006)

• Gestão - componentes
• Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria
• Planejamento e Orçamento
• Programação
• Regionalização
• Participação e Controle Social
• Gestão do Trabalho
• Educação na Saúde
• Incentivo à implementação de políticas específicas
FINANCIAMENTO
FEDERAL (NOVO BLOCO  6º)

• Investimento na Rede de Serviços de Saúde


• Criado pela Portaria Nº 837, de 23 de abril de 2009
"Art. 4°............................................................................
VI - Investimentos na Rede de Serviços de Saúde."
Parágrafo único. Os recursos financeiros a ser transferidos por meio do Bloco de
Investimentos na Rede de Serviços de Saúde de que trata o inciso VI deste
artigo destinar-se-ão, exclusivamente, às despesas de capital. (NR)

 Despesas de Capital
• Obras (construção, reforma e ampliação) e
Equipamentos (mobiliário, veículos, instrumentais)
• Ex: UBS, UPA, SAMU,...
E AGORA?

• PERGUNTARAM AO DALAI LAMA: O que mais te surpreende na humanidade?


• E ele respondeu:

“Os Homens... Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro
para recuperar a saúde.

E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que
acabam por não viver nem o presente nem o futuro.

E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido”
Linha do Tempo da Saúde: Uma viagem pela História das Políticas de Saúde no Brasil

Você também pode gostar