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HISTÓRIA DO ACRE

1. O processo de ocupação das terras acreanas, a ocupação indígena, a imigração nordestina e a produção da borracha, a insurreição
acreana e anexação do Acre ao Brasil. A chegada dos “paulistas” nas terras acreanas a partir dos anos 70 do século passado: êxodo
rural, conflitos pela terra e invasões do espaço urbano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. A evolução política do Acre: de Território a Estado. Desafios para um futuro sustentável. Trabalhos e produção nas diferentes nações
indígenas, uso e posse da terra dos indígenas da Amazônia no auge do ciclo da borracha, ocupação e utilização da terra, ocupação e
disputa pela terra entre povos indígenas e grupos de interesse socioeconômico e atividades econômicas mais relevantes no estudo da
história da Amazônia e do Acre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
HISTÓRIA DO ACRE
nas propriedades agrícolas do Nordeste. Na sequência, em 1882,
O PROCESSO DE OCUPAÇÃO DAS TERRAS ACREANAS, os migrantes que vieram do Nordeste brasileiro, fugindo das secas,
A OCUPAÇÃO INDÍGENA, A IMIGRAÇÃO NORDESTINA fundaram o seringal Empresa, que mais tarde veio a ser a capital do
E A PRODUÇÃO DA BORRACHA, A INSURREIÇÃO ACRE- Acre, Rio Branco.
ANA E ANEXAÇÃO DO ACRE AO BRASIL. A CHEGADA Nessa época, o governo da Bolívia pretendia passar o controle
DOS “PAULISTAS” NAS TERRAS ACREANAS A PARTIR do território do Acre para o Anglo- Bolivian Syndicate de Nova York,
DOS ANOS 70 DO SÉCULO PASSADO: ÊXODO RURAL, por meio de um contrato que concedia não só o monopólio sobre a
CONFLITOS PELA TERRA E INVASÕES DO ESPAÇO UR- produção e exportação da borracha, como também auferia os direi-
BANO tos fiscais, mantendo ainda as tarefas de polícia local. A reação dos
acreanos se concretizou com a rebelião de Plácido de Castro. Tam-
O Estado do Acre desempenhou um papel relevante na história bém o governo brasileiro iniciou ações diplomáticas, capitaneadas
da região Amazônica durante a expansão da economia da borra- pelo Barão de Rio Branco.
cha no fim do século XIX pelo potencial de riqueza natural dos rios Em 1901, Luís Galvez, com o apoio do governador do Estado
acreanos e pela qualidade e produtividade dos seringais existentes do Amazonas, proclamou o Acre Estado Independente, acirrando os
em seu território. O Acre foi cenário do surgimento de organizações conflitos entre bolivianos, seringueiros e seringalistas. As negocia-
sociais e políticas inovadoras nas últimas décadas do século XX ba- ções entre o governo brasileiro e o boliviano chegaram a um acor-
seadas na defesa do valor econômico dos recursos naturais. E hoje, do em 1903, com a assinatura do Tratado de Petrópolis, por meio
tendo optado por um modelo de desenvolvimento que busca con- do qual o Brasil incorporou ao território nacional uma extensão de
ciliar o uso econômico das riquezas da floresta com a modernização terra de quase 200 mil km², que foi entregue a 60 mil seringueiros
de atividades que impactam o meio ambiente, reassume importân- e suas famílias para que lá pudessem exercer as funções extrativas
cia estratégica no futuro da Amazônia. O Acre vem mostrando que é da borracha.
possível crescer com inclusão social e proteção do meio ambiente. Historicamente, a migração dos nordestinos ampliou as fron-
O povoamento humano do Acre teve início, provavelmente, en- teiras do país na Região Norte e contribuiu para a geração de rique-
tre 20 mil e 10 mil anos atrás, quando grupos provenientes da Ásia zas oriundas do crescente volume e valor das exportações brasilei-
chegaram à América do Sul após uma longa migração e ocuparam ras de borracha no período. A crise de preços desse produto, nos
as terras baixas da Amazônia. Registros arqueológicos só recente- primeiros anos do século XX, acabou dando origem a um modelo
mente estudados vem permitindo o conhecimento das origens des- de ocupação baseado em atividades de subsistência e comerciais
sas culturas imemoriais. Mas foi do conflito entre grupos indígenas em escala reduzida, dependente diretamente dos recursos naturais
e migrantes nordestinos que se originou a sociedade acreana tal disponíveis no local. Contudo, a partir de 1912, o Brasil perdeu a
como a conhecemos na atualidade. supremacia da borracha. Esse fato foi ocasionado pelos altos custos
Em meados do século XIX, quando a região amazônica come- da extração do produto, que impossibilitavam a competição com as
çou a ser conquistada e inserida no mercado, a ocupação dos altos plantações do Oriente; inexistência de pesquisas agronômicas
rios Purus e Juruá pelos povos nativos apresentava uma divisão ter- em larga escala devidamente amparadas pelo setor público; fal-
ritorial entre dois grupos linguísticos com significativas diferenças: ta de visão empresarial dos brasileiros ligados ao comércio da goma
no Purus havia o predomínio de grupos Aruan e Aruak, do mesmo elástica; carência de uma mão de obra barata da região, elemento
tronco linguístico, no vale do Juruá havia o predomínio de grupos essencial ao sistema produtivo; insuficiência de capital financeiro
Pano. Cinco grupos nativos diferentes ocupavam os espaços da aliada à distância e às condições naturais adversas da região. Os
Amazônia Sul Ocidental. seringueiros que trabalhavam na extração do látex se mantiveram
A ocupação do território habitado por indígenas e que hoje for- em alguns seringais, sobrevivendo por meio da exploração da ma-
ma o Estado do Acre teve início com o primeiro ciclo econômico da deira, pecuária, comércio de peles e atividades ligadas à coleta e
borracha, por volta da segunda metade da década de 1800. Esse produção de alimentos.
ciclo, que marcou os Estados da Amazônia, em geral, está associa- Por mais de cem anos essa sociedade teve como base a explo-
do com a demanda industrial internacional da Europa e dos EUA, a ração da borracha, castanha, pesca, madeira, agricultura e pecuária
partir de fins do século XIX. Para suprir à procura pela borracha, foi em pequena escala. Se, por um lado, essa tradição contribuiu para
organizado um sistema de circulação de produtos e mercadorias co- a manutenção quase inalterada dos recursos naturais, gerou graves
nectando seringueiros e seringalistas que comandavam a produção desigualdades sociais pela ausência de políticas de infraestrutura
na Amazônia a comerciantes do Amazonas e Pará e grupos finan- social e produtiva para a maioria da população.
ceiros da Europa, lançando os fundamentos da empresa extrativa
da borracha. Impacto sobre as sociedades indígenas
A ocupação do Estado do Acre, diferentemente de outros Es- Como parte do mesmo processo desencadeado pela demanda
tados da Amazônia, apresenta algumas particularidades que mere- da borracha, caucheiros peruanos vindos do Sudoeste cortavam a
cem destaque, por suas consequências sociais, culturais e políticas. região das cabeceiras do Juruá e do Purus, enquanto os primeiros
Grande parte dessas particularidades está associada com questões seringalistas bolivianos começavam a se expandir pelo vale de Ma-
fundiárias históricas e as lutas que essas desencadearam, desde dre de Díos e ocupar as terras acreanas
1867, quando o governo do Império do Brasil assina o Tratado de pelo sul. Frente a essas investidas, os povos nativos da região
Ayacucho, reconhecendo ser da Bolívia o antigo espaço que hoje viram-se cercados por brasileiros, peruanos e bolivianos sem ter
pertence ao Estado do Acre. para onde fugir ou como resistir à enorme pressão que vinha do
A partir de 1878, a empresa seringalista alcançou a boca do capital internacional, que dependia da borracha amazônica. Para
rio Acre controlando a exploração em todo o médio Purus e, em os índios inaugurou-se um novo tempo: de senhores das terras da
1880, ultrapassou a Linha Cunha Gomes, limite final das fronteiras Amazônia Sul-ocidental passaram a ser vistos como entrave à explo-
legais brasileiras, expandindo-se para território boliviano. Intensa ração da borracha e do caucho na região.
seca ocorrida na região nordestina, em 1877, disponibilizou a mão Desde o estabelecimento da empresa extrativista da borracha
de obra necessária para o empreendimento extrativista, população até a década de 1980, os índios do Acre passaram por uma longa
que não estava conseguindo a sobrevivência em fazendas e peque- fase de degradação de sua cultura tradicional, que inclui expropria-

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ção da mão de obra, descaracterização da cultura e desestruturação Os seringais faliram. Toda a riqueza acumulada havia sido drenada,
da organização social. O encontro entre culturas indígenas e não- ficando o Acre isolado. A população local buscou novas formas de
-indígenas foi marcado pelo confronto, que se expressou de forma organização social e de encontrar novos produtos que pudessem
cruel e excludente. Entre os anos de 1880 e 1910, o intenso ritmo substituir a borracha no comércio internacional. Os seringais se
da exploração da borracha resultou no extermínio de inúmeros gru- transformaram em unidades produtivas mais diversificadas. Tive-
pos indígenas. Além disso, o estabelecimento da empresa extrati- ram início a prática de agricultura de subsistência que diminuía a
vista da borracha alterou a forma de organização social dos índios. dependência de produtos importados, a intensificação da colheita
Alguns pequenos grupos ainda conseguiram se refugiar nas cabe- e exportação da castanha e o crescimento do comércio de madeira
ceiras mais isoladas dos rios, mas a grande maioria foi pressionada e de peles de animais silvestres da fauna amazônica. Começavam
a se modificar para não desaparecer. assim, impulsionadas pela necessidade, as primeiras experiências
A escassez da mão de obra levou ao emprego crescente das de manejo dos recursos florestais acreanos. A situação de tutela
comunidades indígenas remanescentes nos seringais. Os comer- política sobre a sociedade acreana, entretanto, mantinha-se inal-
ciantes sírio-libaneses substituíram as casas aviadoras de Belém e terada. Nem mesmo o novo período de prosperidade da borracha,
Manaus na função de abastecer os barracões e manter ativos os se- provocado pela Segunda Guerra Mundial, foi capaz de modificar
ringais, e a população foi se estabelecendo na beira dos rios, dando esse quadro. Durante três anos (1942-1945), a “Batalha da Borra-
origem a um segmento social tradicional do Estado, os ribeirinhos. cha” trouxe mais famílias nordestinas para o Acre, repovoando e
enriquecendo novamente os seringais. Essa melhoria do contexto
Ribeirinhos econômico fez com que os anseios autonomistas ganhassem nova
No curso dos anos de exploração da borracha e mesmo entre força e, em 1962, depois de uma longa batalha legislativa, o Acre
as crises, às margens dos rios do Acre estabeleceram-se os ribeiri- ganhou o status de Estado e o povo passou a exercer plenamente
nhos, que constituíram comunidades organizadas a partir de unida- sua cidadania.
des produtivas familiares que utilizam os rios como principal meio
de transporte, de produção e de relações sociais. Sulistas no Acre
O ribeirinho, em sua maioria, é oriundo do Nordeste ou des- Os anos 70 e 80 desenharam outro contexto para o Acre com
cende de pessoas daquela região. Destacamos que, com as agudas a vinda dos chamados “paulistas”. Essa identidade foi atribuída de
crises da borracha, muitos desses homens e suas famílias se fixaram forma genérica a grandes empresários sulistas e migrantes rurais
nas margens dos rios, constituindo um tipo de população tradicio- que vieram para o Acre com objetivo de especular com a compra
nal com estilo próprio na qual o rio tornou-se um dos elementos de grandes seringais. É importante salientar que, apesar de núme-
centrais de sua identidade. ro razoável de pessoas oriundas das regiões Sul e Sudeste para os
Os produtores ribeirinhos desenvolvem uma economia de sub- Projetos de Colonização, houve um grande número de pessoas re-
sistência bastante diversificada, ao mesmo tempo adaptada e con- sidentes em áreas de florestas ou rurais dirigidas para os Projetos
dicionada pelo meio ambiente, sem agredi-lo com práticas como de Assentamento. Nesse sentido, os assentamentos serviam para
queima e desmatamento da floresta. Por isso, sempre estiveram atenuar pressões do Sul e Sudeste, mas principalmente das existen-
junto com os seringueiros na organização e defesa dos direitos de tes no Acre, pela qual muitas pessoas foram mortas e expulsas de
ocupação das áreas onde viviam. suas terras.
Embora dados do Incra indiquem a atual existência de concen-
Autonomia acreana tração de áreas nas mãos de grandes proprietários, mesmo dentro
Apesar de o Tratado de Petrópolis ter reconhecido o território dos projetos de colonização, esse fato não ocorria na época da cria-
acreano como brasileiro, a incorporação ocorreu na forma de terri- ção deles. Naquela oportunidade, esses espaços foram loteados e
tório e não como um Estado independente. Isso desagradou o povo ocupados por famílias pobres e sem-terra, basicamente seringuei-
acreano, em razão de sua dependência do poder executivo fede- ros e posseiros.
ral, pois significava que o Acre não tinha direito a uma Constituição Pressões vindas de vários segmentos sociais contribuíram para
própria, não podia arrecadar impostos, dependia dos repasses or- a criação dos projetos de colonização do Acre, entre os quais se des-
çamentários do governo federal e sua população não poderia votar tacaram os ex-seringueiros e posseiros expulsos dos seringais por
nas funções executivas ou legislativas. ocasião do processo de transferência das terras acreanas para os
Além disso, os administradores nomeados pelo governo fede- fazendeiros do Centro-Sul.
ral não tinham nenhum compromisso com a sociedade acreana, Em meados de 70 do século XX, as tensões entre pecuaristas
situação agravada pela distância e isolamento das cidades e inefi- e latifundiários de um lado e seringueiros do outro fomentaram a
ciência dos serviços públicos. expropriação destes dos seringais, dando origem a um contingente
A autonomia política do Acre tornava-se, então, a nova ban- de desempregados nos bairros e no entorno das cidades acreanas.
deira de luta. Começaram a ser fundados clubes políticos e organi- Parcela significativa de famílias migrou para os seringais da Bolívia,
zações de proprietários e/ou de trabalhadores em diversas cidades ali constituindo família e criando novas identidades. Esse novo ator
como Xapuri, Rio Branco e Cruzeiro do Sul. Em poucos anos a si- social foi designado por um grupo de estudiosos como “brasivia-
tuação social acreana se agravaria em muito devido à redução no nos”. Contexto diferente ocorreu nos anos 80, quando os seringuei-
preço da borracha, que passou a ser produzida no sudeste asiático. ros passaram a se organizar politicamente devido as fortes tensões
A radicalização dos conflitos logo produziria efeitos mais graves: o e pela expropriação de suas terras e da proibição do uso dos recur-
assassinato de Plácido de Castro, em 1908, um dos líderes da opo- sos naturais.
sição ao governo federal, e em 1910, registrou-se a primeira revolta Ao custo de muitos conflitos e mortes, a sociedade acreana
autonomista em Cruzeiro do Sul, sendo seguida por Sena Madu- conseguiu redirecionar o modelo econômico implantado pelos mi-
reira, em 1912, e em Rio Branco, em 1918, todas sufocadas à força litares na década de 60. O assassinato de líderes representativos
pelo governo brasileiro. como Wilson Pinheiro e Chico Mendes, entre outros, evidenciou a
A sociedade acreana viveu então um dos períodos mais difíceis força da reação da sociedade local aos agentes externos e produziu
da sua história. Os anos 20 foram marcados pela decadência econô- o recuo daqueles investidores que apenas buscavam exploração de
mica provocada pela queda dos preços internacionais da borracha. curto prazo dos recursos naturais e da força de trabalho.

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HISTÓRIA DO ACRE
A partir dos últimos anos da década de 70 e durante os anos 80 e 90, o Acre passou a ser o cenário de inúmeras experiências inova-
doras de gestão de recursos naturais e investimentos sociais, em parceria com instituições nacionais e internacionais. Ao mesmo tempo
em que defendiam seus direitos, os diversos grupos sociais elaboravam novas propostas que foram sendo implementadas, em pequena
escala, em todo o Estado.
Os conflitos foram se tornando cada vez mais explosivos e, em 1980, Wilson Pinheiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores
Rurais de Brasiléia, foi assassinado. Muitas outras mortes ocorreriam, culminando com a de Chico Mendes, em 1988, que provocou o
reconhecimento internacional da sua causa, na luta em defesa da floresta e de seus povos.
Não deve ser esquecida, nesse contexto, a importância crescente que as questões ambientais vêm assumindo, internacional e na-
cionalmente. Essa conjugação de circunstâncias fez com que as populações tradicionais recebessem apoio nacional e internacional dos
diversos movimentos que apontavam a necessidade da manutenção dos recursos naturais.

Anexação
O processo de incorporação do Acre ao Brasil decorreu do desbravamento de populações do Nordeste, que o povo arame o fizeram
produtivo, repetindo a proeza dos bandeirantes de São Paulo, que partiram em expedições para o interior nos séculos XVI e XVII. No caso
do Acre, foram as secas nordestinas e o apelo econômico da borracha - produto que no final do século XIX alcançava preços altos nos mer-
cados internacionais - que motivaram a movimentação de massas humanas oriundas do Nordeste, para aquela região amazônica. Datam
de 1877 os primeiros marcos de civilização efetiva ocorrida no Acre, com a chegada dos imigrantes nordestinos que iniciaram a abertura de
seringais. Até então, o Acre era habitado apenas por índios não aculturados, uma vez que a expansão luso-brasileira ocorrida na Amazônia
durante o período colonial, não o havia alcançado. A partir dessa época, no entanto, a região tornou-se ativa frente pioneira, que avançou
pelas três vias hidrográficas existentes: o rio Acre, o Alto-Purus e o Alto-Juruá.
O território do Acre pertencia à Bolívia até o início do século XX, embora desde as primeiras décadas do século XIX a maioria da sua
população fosse formada por brasileiros que exploravam os seringais e não obedeciam à autoridade boliviana, formando, na prática, um
território independente e exigindo a sua anexação ao Brasil. Em 1899, na tentativa de assegurar o domínio da área, os bolivianos instituí-
ram a cobrança de impostos e fundaram a cidade de Puerto Alonso, hoje Porto Acre. Os brasileiros revoltaram-se com tal providência, o
que resultou na disseminação de vários conflitos, que somente terminaram com a assinatura, em 17 de novembro de 1903, do Tratado de
Petrópolis, pelo qual o Brasil adquiriu, em parte por compra e em parte pela troca de pequenas áreas nos Estados do Amazonas e Mato
Grosso, o futuro território e depois Estado do Acre.
Problemas de fronteira também existiram com o Peru, que reivindicava a propriedade de todo o Território do Acre e mais uma extensa
área no Estado do Amazonas, tendo tentado estabelecer delegações administrativas e militares na região do Alto-Juruá entre os anos de
1898 e 1902, e do Alto-Purus entre 1900 e 1903. Os brasileiros, no entanto, com seus próprios recursos, forçaram os peruanos a abandonar
o Alto-Purus em setembro de 1903. Com base nos títulos brasileiros e nos estudos das comissões mistas que pesquisaram as zonas do Al-
to-Purus e do Alto-Juruá, o Barão do Rio Branco, Ministro das Relações Exteriores na época, propôs ao Governo do Peru o acerto de limites
firmado a 8 de setembro de 1909. Com este ato completou-se a integração política do Acre à comunidade brasileira.
A partir de 1920, a administração do Acre foi unificada e passou a ser exercida por um Governador, nomeado pelo Presidente da Re-
pública. Pela Constituição de 1934, o Território passou a ter direito a dois representantes na Câmara dos Deputados.
Em 1957, projeto apresentado pelo Deputado José Guiomard dos Santos elevava o Território à categoria de Estado, o que resultou na
Lei nº. 4.070, de 15 de junho de 1962, sancionada pelo então Presidente da República, João Goulart. O primeiro governador do Estado do
Acre foi o Senhor José Augusto de Araújo, eleito em outubro de 1962, com 7.184 votos.

A EVOLUÇÃO POLÍTICA DO ACRE: DE TERRITÓRIO A ESTADO. DESAFIOS PARA UM FUTURO SUSTENTÁVEL. TRABA-
LHOS E PRODUÇÃO NAS DIFERENTES NAÇÕES INDÍGENAS, USO E POSSE DA TERRA DOS INDÍGENAS DA AMAZÔNIA
NO AUGE DO CICLO DA BORRACHA, OCUPAÇÃO E UTILIZAÇÃO DA TERRA, OCUPAÇÃO E DISPUTA PELA TERRA ENTRE
POVOS INDÍGENAS E GRUPOS DE INTERESSE SOCIOECONÔMICO E ATIVIDADES ECONÔMICAS MAIS RELEVANTES NO
ESTUDO DA HISTÓRIA DA AMAZÔNIA E DO ACRE

Fonte: IBGE

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HISTÓRIA DO ACRE
O Estado do Acre está localizado no extremo sudoeste da Re- gerenciamento direto da floresta pela população que nela habita,
gião Norte, inserido na área da Amazônia Legal Brasileira (composta tornando-se o agente responsável por si e pelo que pode significar
pelos seguintes estados: Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bo- a preservação da floresta é o recomendável.
lívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa), abrangendo uma su- A Floresta Estadual do Antimary, que abrange 66.168 hectares,
perfície territorial de 16.422.136 ha. O território que hoje forma no centro leste do Estado, foi escolhida como área de estudo de
o Estado do Acre foi incorporado ao Brasil em 17 de novembro de modelos de utilização da floresta tropical. A população local é for-
1903, por força do Tratado de Petrópolis, pelo Decreto Legislativo mada predominantemente por seringueiros, e as principais fontes
nº 1.181, de 25.02.1904, fixado na Administração Provisória do Ter- de renda das famílias são a exploração da castanha e da borracha.
ritório do Acre. Foi elevado à categoria de Estado em 15.06.1962, O Plano de Manejo de Uso Múltiplo da Floresta do Antimary é fi-
através da Lei nº 4.070. No Estado do Acre, a questão fundiária nanciado pela International Tropical Timber Organization (ITTO),
apresenta um nível particular de complexidade resultante de fa- com contrapartida do governo brasileiro. O ponto de partida para
tores históricos relacionados à incorporação ao Brasil de território a interpretação das tipologias florestais foi o mapa confeccionado
anteriormente pertencente à Bolívia e, especialmente, ao fato de a partir de imagens de satélite. Optou-se pela determinação de re-
terem sido reconhecidos os títulos expedidos por diferentes admi- giões de manejo, nas quais poderiam ser agrupados mais de um es-
nistrações nacionais e internacionais como o governo do Estado do trato, desde que não houvesse grande diferenciação entre as espé-
Amazonas, as Repúblicas da Bolívia e do Peru e o ex-Estado Inde- cies potenciais. Definiram-se então três tipologias básicas: Floresta
pendente do Acre. Densa; Floresta Densa de Várzea; e Floresta Aberta com Bambu.
A falta de regularização legal das propriedades só foi evidencia- Segundo levantamento socioeconômico na Floresta do Anti-
da quando o governo federal estimulou a reorganização do espaço mary, estima-se uma produção anual potencial de 200 toneladas
econômico em decorrência de políticas orientadas para a “moder- de borracha natural e 44 toneladas de castanha do Brasil “in natu-
nização” e “integração” da Amazônia ao território nacional. A cria- ra”. A borracha representa o produto mais importante da economia
ção de mecanismos de atração de capitais do Centro-Sul do país e a de extrativismo, havendo no Antimary um total de 544 estradas de
implantação de atividades capitalistas na agricultura tiveram como seringa (114 árvores de seringueira em média por estrada) nas co-
consequência o fato de a terra assumir efetivamente o caráter de locações. A castanha do Brasil é o segundo produto do extrativismo
mercadoria. da Floresta do Antimary, sendo coletada no período da entre-safra
Situado na Amazônia Legal, sua vegetação natural é composta da borracha, que ocorre de dezembro a fevereiro.
basicamente por floresta tropical aberta e floresta tropical densa. Das 1.244 espécies de plantas registradas, 674 foram desig-
O potencial econômico da flora estadual é imensurável, tanto do nadas como tendo potencial de uso pelo extrativismo. Estes usos
ponto de vista madeireiro, da abundância e variedades de espécies estão divididos em categorias, entre as quais destacam-se: para a
produtoras de frutos para a alimentação e uso industrial, quanto da nutrição humana (frutas de árvores, arbustos, palmeiras e cipós);
existência de plantas medicinais e ornamentais. para a construção civil, que inclui aquelas espécies que os extrati-
Ao longo de sua história, a ocupação do território e a organiza- vistas usam na construção de suas casas (cumaru ferro, itauba etc.);
ção de atividades econômicas no Acre, respaldadas por políticas e madeira para botes — espécies utilizadas na construção de canoa,
projetos governamentais, não viabilizaram um modelo de desenvol- (arapari, itaúba, maçaranduba etc.); para fazer ferramentas para
vimento duradouro e sustentável. A partir dos anos 70, a expansão caça e pesca — incluem-se espécies adequadas a caniços e arma-
da fronteira agropecuária e madeireira no Acre (ainda que de forma dilhas; para utensílios variados — incluem-se espécies adequadas
menos intensa do que em outros estados, como Pará, Mato Gros- para a fabricação de facas, utensílios para a extração do látex etc.;
so e Rondônia) foi acompanhada por problemas graves, tais como: remédios (como barba de paca, que é usada como coagulante do
conflitos sociais sobre o acesso à terra e outros recursos naturais, sangue, para uso externo); lenha e carvão — várias espécies arbó-
exploração predatória de recursos naturais, altas taxas de desistên- reas são incluídas nesta categoria, como ingá ferradura e o louro. As
cia nos projetos de assentamento, crescimento desordenado de estradas de seringa estão sendo utilizadas como limites para facili-
cidades como Rio Branco1. O extrativismo vegetal, que tradicional- tar o processo de determinação da área a ser manejada.De acordo
mente sustentou a economia acreana não tem recebido o apoio e com as condições de ocorrência de espécies comerciais, topografia,
o incentivo necessários para uma melhor performance. Os preços distância das margens, mão-de-obra disponível e área total, foram
pagos pela borracha são incapazes de reanimar a produção e a ma- determinados os compartimentos onde serão realizadas anualmen-
deira tem sido explorada de forma seletiva, sem nenhum tipo de te as atividades do projeto.
manejo. Recentemente, o Estado tem realizado, esforços para pro- O bambu é um dos produtos a ser explorado no Acre. Em todo
mover o desenvolvimento sustentável, atendendo às necessidades o mundo, existem mais de mil espécies de bambus herbáceos e gi-
do presente sem comprometer uso dos recursos naturais no futuro. gantes, distribuídos em cerca de 50 gêneros. No Brasil, as espécies
Para tanto, tem utilizado como instrumento o Zoneamento de ocorrência da região amazônica recebem vulgarmente o nome
Ecológico-Econômico (ZEE), organizando o processo de ocupação de taboca ou taquarussu. No Acre, como na Amazônia de maneira
socioeconômica por meio da identificação do potencial de cada re- geral, o bambu nativo é pouco utilizado. Em certas regiões é usado
gião e da orientação dos investimentos para o desenvolvimento do pelo seringueiro apenas como tigela para coleta do látex ou como
extrativismo, da agroindústria e da agropecuária, buscando a pre- ponte sobre pequenos igarapés. Na biodiversidade das florestas
servação da biodiversidade. acreanas, destaca-se, entre outras espécies, o bambu nativo, en-
Destacam-se no Estado, como atividades econômicas mais contrado em grande quantidade em todo o território do Acre.
significativas, a exploração da borracha e da madeira. Os ciclos da O único Distrito Industrial existente no Estado, localiza-se no
borracha no Brasil atraíram para o Estado do Acre, desde o sécu- município de Rio Branco, possuindo infraestrutura básica de trans-
lo passado, um contingente populacional formado principalmente portes coletivos, vias de acesso, energia elétrica e linhas telefôni-
por nordestinos. A queda do preço do produto no mercado in- cas, porém grande parte dos empreendimentos ali instalados en-
ternacional fez com que muitos seringais fossem desativados e a contram-se com suas atividades paralisadas.
produção de borracha decresceu acentuadamente no Acre. O se- A agricultura é geralmente praticada para subsistência, mas al-
ringueiro passou então a diversificar suas atividades, estando hoje gumas lavouras como a mandioca, o arroz, a banana e o milho, são
as florestas acreanas permeadas de comunidades extrativistas. O também de importância econômica para o Estado, além de serem

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HISTÓRIA DO ACRE
essenciais para a subsistência de sua população. Na pecuária destaca-se o rebanho de gado bovino (410 mil cabeças); os suínos (172,2
mil cabeças); e ovinos (26 mil unidades). Existe ainda alguma atividade industrial no Estado do Acre, voltada para a produção alimentícia,
madeireira, de cerâmica e de mobiliário. O comércio é feito quase todo por via fluvial e os produtos exportados convergem em quase to-
talidade, para os Estados do Amazonas e Pará.
Por estar inserido no âmbito da região amazônica, o estado do Acre possui limitações físicas para o desenvolvimento de alguns tipos
de atividades produtivas em larga escala. Com a existência de uma vegetação natural composta basicamente por floresta tropical aberta e
floresta tropical densa, o potencial econômico da flora do Acre é muito grande.
As Terras Indígenas, parte integrante do SEANP, totalizam 14,55% do território do Estado, em sua maioria já regularizadas. Esse é um
fator de relevante importância para o reconhecimento dos direitos dos povos indígenas sobre as terras que tradicionalmente ocupam e
para a proteção de sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições e o fortalecimento de sua identidade.
Com o objetivo de garantir o cumprimento dos direitos das populações indígenas, nos últimos 30 anos foram reconhecidas no Estado
do Acre 34 Terras Indigenas (TIs), destinadas a 14 (quatorze) povos, com uma área de 2.390.112,26 ha (14,55% do território), abrangendo
um contingente populacional estimado em 12.720 índios Do total de 34 Terras Indígenas atualmente reconhecidas no Estado, 24 encon-
tram-se registradas na Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e nos Cartórios de Registro de Imóveis dos respectivos municípios de
localização, ato que conclui todo o processo de regularização fundiária.

Produto Interno Bruto


Mesmo com um crescimento de somente 0,2% em 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) do Acre, no período de 2002/2017, cresceu a
uma taxa média de 3,9% ao ano, ocupando a 6ª posição dentre os nove Estados que conseguiram fazer o PIB crescer no período. Na soma,
o PIB acreano cresceu 77,2% em quinze anos, período que coincide com os governos da extinta Frente Popular do Acre no Estado.
O IBGE estima em R$14. 271.000.000,00 o PIB do Acre, 23º no ranking de valor nominal. Os salários tem grande peso na composição
da riqueza acreana. No Norte, a participação da remuneração de empregados também foi mais expressiva em Roraima (60,3%); Acre
(54,5%); e Amapá (55,1%), estados caracterizados pela baixa participação no PIB nacional e pelo peso relativamente alto da atividade de
Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social em suas economias.

Dados do Trabalho e Renda


Rendimento nominal mensal domiciliar per capita [2018]: 909,00 R$
Pessoas de 16 anos ou mais ocupadas na semana de referência [2016]: 322 pessoas (×1000)
Proporção de pessoas de 16 anos ou mais em trabalho formal, considerando apenas as ocupadas na semana de referência [2016] :
39,4 %
Proporção de pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência em trabalhos formais [2019] : 43,3 %
Rendimento médio real habitual do trabalho principal das pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência
em trabalhos formais [2019]: 2.398 R$
Pessoal ocupado na Administração pública, defesa e seguridade social [2017]: 36.527 pessoas

Educação
O gráfico refere-se à quantidade de matrículas do pré-escolar ao ensino médio no período de 2009 a 2018. Observe que houve uma
queda nas matrículas do Ensino Fundamental e médio nos anos de 2016 a 2018.

Fonte: IBGE

5
HISTÓRIA DO ACRE
População Principais problemas do Acre
A análise da evolução e da distribuição da população acreana, O Acre é um estado que registra muitos problemas na área so-
no espaço territorial do Estado, somente pode ser compreendida cial. Além dos altos índices de violência, o estado tem o maior índi-
no contexto histórico do processo de ocupação econômica desse ce de mortalidade infantil da Região Norte. A cada mil crianças nas-
espaço. Dois períodos, já analisados, foram marcantes na ocupa- cidas vivas, 28,8 vão a óbito antes de completar um ano de idade.
ção do território condicionando a evolução e dinâmica recente da Além disso, 60% dos domicílios do estado não possuem servi-
população. O primeiro, relacionado com a expansão da economia ços de saneamento básico.
da borracha, atraiu população expulsa em decorrência das graves
secas que atingiram o Nordeste, especificamente o Ceará. Esses fa-
tos aconteceram na segunda metade dos anos de 1800. Novo fluxo
migratório também foi registrado durante a Segunda Guerra Mun- EXERCÍCIOS 
dial, não tão expressivo quanto o anterior. Período marcante na
evolução populacional do Acre teve início nos anos de 1960, com as 1. (SEE-AC - PROFESSOR PNS - P2 - LINGUAGENS E TECNO-
políticas federais de ocupação da Amazônia e com a modernização LOGIAS - IBADE - 2019) O Tratado de Petrópolis completou em no-
da agricultura no sul do país, que expulsou um contingente signifi- vembro de 2018, 115 anos. A assinatura do documento que colocou
cativo do meio rural, muitos deles dirigindo-se para os estados da fim a Revolução Acreana e tornou oficial a anexação do Acre ao Bra-
Região Norte. sil é um acordo diplomático com o (a):
Segundo estimativa, entre 2000 e 2005, a população do Acre (A) Peru.
aumentou em 112.210 pessoas e, assim, em 2005 detém um con- (B) Estado do Amazonas.
tingente de cerca de 669.736 pessoas. Esse crescimento populacio- (C) Bolívia.
nal decorre da conjugação das circunstâncias já mencionadas; no (D) Paraguai.
entanto, algumas merecem ser salientadas, como as políticas fe- (E) Colômbia.
derais de investimento em infraestrutura e a de assentamentos da
Reforma Agrária nos estados da Amazônia. 2. (SEE-AC - PROFESSOR PNS - P2 - LINGUAGENS E TEC-
Em relação ao movimento de urbanização, em especial, igual- NOLOGIAS - IBADE - 2019) O Brasil possui a 5ª maior extensão
mente merece ser lembrada a evolução no próprio sistema produ- territorial entre os países do mundo, vale observar que a distância
tivo do Acre, nas últimas décadas, marcado pelo dinamismo dos se- entre os pontos extremos do país é bastante parecida, ou seja, o
tores terciário (comércio e serviços) e industrial, em comparação ao Brasil possui uma distância Leste-Oeste muito próxima da distância
setor primário (em particular das atividades agrícolas e extrativas). norte-sul, desde que sejam desconsideradas as ilhas localizadas no
Em tais circunstâncias, a população rural é atraída pela possibilida- Oceano Atlântico, que também pertencem ao território brasileiro.
de de trabalho e de acesso aos benefícios ofertados pelos serviços No Estado do Acre, fica localizado o limite ocidental extremo do
públicos nas cidades (saúde e educação, em particular), o que resul- país, conhecido como:
ta no avanço do movimento de urbanização e em graves problemas (A) Ponta do Seixas.
sociais urbanos, que persistem até os dias atuais. (B) Serra Imeri.
Nesse sentido, o Acre segue a tendência brasileira (e mundial) (C) Arroio Chuí.
de concentração da população nos centros urbanos, apesar de ser (D) Nascente do Rio Moa.
um dos estados brasileiros com menor grau de urbanização. (E) Rio Branco.
Entre 1980 e 2000, o grau de urbanização do Acre se acentua,
aproximando-se da média nacional. Em 1980, o Brasil já apresen- 3. (SESACRE – CONTADOR - IBFC - 2019) “De 1877 até 1911,
tava um grau de urbanização de 67,59%, e o Acre de 44,90%. Em houve um aumento considerável na produção da borracha que, de-
2000, o Brasil atinge um grau de urbanização de 68,19%, e o Acre vido às primitivas técnicas de extração empregada, estava associa-
de 66,4%. Estado do Acre mantém, ao longo desses períodos, uma do ao aumento do emprego de mão-de-obra. A borracha chegou a
taxa geométrica de crescimento anual em torno de 3,0%; mesmo representar 25% da exportação do Brasil”.
considerando as oscilações, cuja taxa mais baixa verifica-se entre (Portal São Francisco, 2019)
1980/1991, igual a 3,01%, chega a 3,29% entre 1991/2000.
A propósito da evolução da população do Estado, deve-se con- Quanto ao produto do extrativismo vegetal que se relaciona ao
siderar que o fluxo migratório em direção ao Acre não tem sido sig- texto, assinale a alternativa correta.
nificativo. Nos últimos anos, o Acre tem recebido e remetido o equi- (A) Pau-brasil
valente a 10% da sua população total em movimentos migratórios, (B) Carvão vegetal
os quais são influenciados, principalmente, pelas oportunidades de (C) Látex
trabalho. Entre 1991 e 2000 o movimento migratório no Estado foi (D) Pinhão
negativo. Em outras palavras, ocorreram mais saídas do que entra-
das. Já com relação às pessoas que se estabelecem no Estado, o 4. (SESACRE – CONTADOR - IBFC - 2019) Em relação à história
quantitativo foi de pouco mais de 20 mil pessoas, ou o equivalente e formação do território do estado do Acre, dê valores Verdadeiro
a 4% da população, em 2000. (V) ou Falso (F).
Um aspecto particularmente significativo, em termos demo- ( ) O Acre foi anexado ao Brasil em 1903, por meio do Tratado
gráficos do Acre, está relacionado com a grande concentração po- de Petrópolis.
pulacional, especialmente a urbana, em apenas um município. Em ( ) O território do Acre foi elevado à categoria de estado no ano
1991, o município de Rio Branco, capital do Estado, detinha cerca de 1962.
de 47% da população total do Estado, 65% da população urbana, ( ) O Acre foi o último estado criado no território brasileiro, em
e 18% da rural. Em 2000, essas participações reduziram um pouco: 1988.
no total, passou para 45%; na urbana para 61% e na rural para 14%. ( ) No período colonial, o Acre pertencia à Bolívia e à Colômbia.

6
HISTÓRIA DO ACRE
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
cima para baixo.
ANOTAÇÕES
(A) V, V, F, V
(B) V, V, F, F ______________________________________________________
(C) F, V, V, F
(D) F, F, F, V ______________________________________________________

5. (SESACRE – CONTADOR - IBFC - 2019) Em relação aos paí- ______________________________________________________


ses que fazem fronteira com o estado do Acre, dê valores Verdadei-
ro (V) ou Falso (F). ______________________________________________________
( ) Bolívia
______________________________________________________
( ) Chile
( ) Peru ______________________________________________________
( ) Venezuela
______________________________________________________
Assinale a alternativa correta de cima para baixo.
(A) V, F, V, F ______________________________________________________
(B) F, V, F, V
(C) V, V, F, F ______________________________________________________
(D) F, F, V, V
______________________________________________________
6. (SEE-AC - PROFESSOR - LÍNGUA PORTUGUESA - IBADE - ______________________________________________________
2019) O município de Rio Branco, capital do estado, é o que possui
a população mais numerosa do Acre. A grande maioria dos municí- ______________________________________________________
pios não atinge a marca dos 30 mil habitantes. Entre os municípios
a seguir, o único que, segundo o Censo do IBGE de 2010 e suas pro- ______________________________________________________
jeções para 2018, passaram da marca de 30 mil habitantes e:
(A) Sena Madureira. ______________________________________________________
(B) Assis Brasil.
(C) Xapuri ______________________________________________________
(D) Capixaba
______________________________________________________
(E) Plácido de Castro
______________________________________________________
7. (SEE-AC - PROFESSOR - LÍNGUA PORTUGUESA - IBADE
- 2019) O atual estado do Acre foi anexado oficialmente ao Brasil ______________________________________________________
graças as negociações realizadas pelo Barão do Rio Branco. O Trata-
do de Petrópolis, efetivando a posse brasileira do Acre, foi assinado ______________________________________________________
no ano de:
(A) 1930. ______________________________________________________
(B) 1830.
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(C) 1889.
(D) 1703. ______________________________________________________
(E) 1903.
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GABARITO
_____________________________________________________
1 C ______________________________________________________
2 D
______________________________________________________
3 C
4 B ______________________________________________________

5 A ______________________________________________________
6 A ______________________________________________________
7 E
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