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HISTORIA DO ACRE

A história do Acre revela aspectos importantes da historia brasileira, principalmente


durante os séculos XIX e XX.
Conforme foi estabelecido no TRATADO DE TRODESILHAS (acordo territorial entre
Portugal e Espanha) em 7 de junho de 1494 até o século XIX, o atual Acre pertencia
a América Espanhola.
Após a independência das colônias Espanholas, o Brasil reconheceu o Acre como
terras bolivianas com o TRATADO DE AYACUCHO, em 23 de novembro de 1867 –
tratado reconhecido por selar a paz entre Brasil e Bolivia.
Apesar de o Acre pertencer à Bolívia, não havia ocupação das terras por parte dos
bolivianos.
Em virtude da abundância da seringa e do inicio do ciclo da borracha, os colonos
brasileiros, iniciaram em 1852, a ocupação do Acre. Ocupação essa que ganhou
grandes proporções em 3 de abril de 1877.
Na época do presidente da Bolívia era Aniceto Arce e foi alvo de um golpe de Estado
pelo então general JOSÉ MANOEL PANDO. Este derrotado veio se refugiar no Acre,
ocasião em que percebeu sua ocupação por brasileiros.
PANDO, que como general veio a governar a Bolívia por 5 anos 1899 a 1904, alertou
as autoridades bolivianas sobre a ocupação das terras acreanas por brasileiros e
iniciaram as manobras diplomáticas.
No início de 1899 desembarcou em Puerto Alonso o ministro boliviano, Dom José
Paravicini, com apoio do governo brasileiro, impôs decretos, inclusive o de abertura
dos rios amazônicos ao comércio internacional, cobrou altos impostos sobre a
borracha, demarcou seringais e oprimiu os nativos da região. O período dessa
atuação ficou na história como os "Cem dias de Paravicini".
A insurreição Acreana ganha seu primeiro ensaio em 1º de maio de 1899 (1º
insurreição), quando seringalistas se reúnem no seringal Bom Destino, de Joaquim
Vitor, liderados pelo jornalista José Carvalho e decidem lutar contra o domínio
boliviano, O momento coincidia com a viagem de Paravivini para Belém. O Delegado
que o substituía, Moisés Santivanez foi expulso. Começava a Revolução Acreana.
Sem armas ou tiros, os revolucionários brasileiros restabeleceram o domínio e
criaram a Junta Central Revolucionária. Para evitar sua volta, o governador do
Amazonas Ramalho Junior, organizou o ingresso do Acre de uma unidade de
Aventureiros comandada pelo espanhol Luiz Galvez de Arias em 4 de junho de 1899
saiu de Manaus e chegou a localidade de Porto Alonso, a qual teve seu nome
mudado para Porto Acre, onde proclamou a 1ª Republica do Acre em 14 de julho de
1899 (2ª insurreição). Apesar disso, o governo brasileiro (presidente da época
Campos Sales), com base no tratado de Ayacucho, considerava o Acre território da
Bolívia e enviou tropas que dissolveram a republica em 15 de março de 1900.
Na época de ocupação do Acre por Galvez, ele descobriu um acordo diplomático
entre Bolívia e Estados Unidos. No qual os norte-americanos dariam apoio militar à
Bolívia em caso de guerra declarada com o Brasil, aumentando assim o interesse de
Ramalho Junior na ocupação do Acre.
Nessa época (1900) a Bolívia organizou uma missão militar para ocupar a região. Ao
chegar em Porto Acre, ela foi impedida pelos seringueiros brasileiros. Os brasileiros
receberam o apoio do governador do Amazonas Leonardo Bertoni, que enviou uma
nova expedição a Expedição dos Poetas comandada pelo jornalista Orlando Correia
Lopes que proclamou a 2ª republica do Acre em novembro de 1900, tendo Rodrigo
Carvalho assumido como presidente. Um mês depois em 24 de dezembro de 1900,
os brasileiros foram derrotados pelos militares bolivianos e esta segunda republica
também foi dissolvida.
Em 11 de julho 1901 a Bolívia assinou um contrato de arrendamento do Acre com
um sindicato de capitalistas norte americanos e ingleses. Pelo contrato, o grupo,
chamado de Bolivian Syndicate, assumiria, por 30 anos, total controle sobre a
região inclusive militar. Nessa ocasião governava a Bolívia o general José Manoel
Pando.
Em 6 de agosto de 1902 um militar gaúcho chamado José Plácido de Castro foi
enviado ao Acre pelo governador Silvério Neri e iniciou a então denominada
Revolução Acreana (3ª e última insurreição). Os rebeldes tomaram toda região,
exceto Porto Acre que somente se rendeu em 24 de janeiro de 1903. Três dias
depois em 27 de janeiro de 1903 foi proclamada a 3ª república do Acre, agora com
o apoio do então presidente Rodrigues Alves e do seu ministro de relações
exteriores Barão do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos) que ordenou o
processo de ocupação do Acre e estabeleceu um governo miliar sob o comando do
general Olímpio da Silveira. O presidente boliviano percebendo que não poderia
manter o controle sobre o Acre, busca finalmente acordo diplomático. Em 21 de
março de 1903, ele concordou com a ocupação e administração brasileira, por
tratado preliminar, até a conclusão dos termos do Acordo que culminaria com o
Tratado de Petrópolis, 17 de novembro de 1903.
Pelo Tratado de Petrópolis, a Bolívia abriria mão de todo território acreano em troca
de territórios do Estado do Mato Grosso mais a importância de 2 milhões de libras
esterlinas e a construção da ferrovia Madeira-Mamoré (que ficou pronta quase 7
anos depois em 1912), ligando os rios Mamoré (em Guajará Mirim – RO na fronteira
Brasil-Bolívia) e o madeira (afluente do Rio Amazonas que cortava a cidade de porto
velho, em Rondônia) e preservaria a liberdade de trânsito pela ferrovia e pelos rios
até o Oceano Atlântico, facilitando o escoamento das exportações bolivianas. O
Brasil pagou ainda 10 mil libras esterlinas ao Bolivian Syndicate pela rescisão do
contrato. Distrato assinado em 26 de fevereiro de 1903.
O Tratado de Petrópolis assinado em 17 de novembro de 1903, pelo Barão do Rio
Branco e por Assis Brasil foi aprovado por lei federal em 25 de fevereiro de 1904
regularizado por decreto presidencial em 7 de abril de 1904, incorporando o Acre ao
Brasil em 1904. Placido de Castro (que faleceu em 11 de agosto de 1908) foi o
primeiro presidente do território.
Logo após a anexação efetiva do Acre ao Brasil, em 1904, os acreanos esperavam
pela sua elevação a Estado o mais rápido possível uma vez que nessa época (auge do
1
ciclo da borracha) o Acre representava do PIB brasileiro. Porém isso não
3
aconteceu. Atendendo as disposições jurídicas do Tratado de Petrópolis, o
presidente Rodrigues Alves, sancionou a lei que criava o Território do Acre (1904) –
o primeiro do país, dividido em 3 departamentos: Alto Acre, Alto Juruá e Alto Purús.
Até 1921, a administração do Acre, exercida nos departamentos, era feita por
nomeação do Presidente da República.
Em 1910 houve a revolta de Cruzeiro do Sul que depôs o prefeito departamental do
Alto Juruá e proclamou criado o Estado independente do Acre (a chamada revolta
do Juruá – Revolta dos 100 dias), cem dias depois, entretanto, as tropas federais
estabeleceram a “ordem” e a tutela.
Em 1912 o alto Juruá se dividiu formando o alto Tarauacá.
Em 1913, um movimento de revolta ocorreria no Purus e em Sena Madureira.
Em 1918, seria a vez da luta autonomista chegar ao vale do Acre, em Rio Branco,
que protestou intensamente contra aquela situação de subjugação ao governo
federal.
A partir do fracasso das revoltas a luta pela autonomia não se deu mas às armas.
Depois da reforma politica de 1920, unificou-se as quatro prefeituras
departamentais em um único governo territorial – serviu para acalmar o vale do
Acre que foi beneficiado pela reforma, já que a capital do território escolhida foi Rio
Branco.
Com a Constituição de 1934 o Acre passou a ter direito a eleger 2 deputados
federais, sem alterar o regime de indicação dos governadores dos territórios. O
movimento autonomista teve novo impulso, na década de 50 quando o PSD, do ex-
governador José Guiomard dos Santos, resolveu assumir essa bandeira e elaborar
um projeto de lei que elevava o Acre a condição de Estado. Esse projeto chegou ao
congresso em 1957, e não foi aprovado.
Depois de muitas disputas no congresso nacional, finalmente em 1962 durante a
fase parlamentarista do governo de João Goulart foi assinada a lei 4.070 de autoria
do então deputado José Guiomard dos Santos. Por ironia política, o presidente João
Goulart era PTB, partido que, a nível nacional se opunha a tal projeto. Ainda assim o
projeto foi aprovado e passou a vigorar em 15 de junho de 1962.
Nas primeiras eleições diretas e livres o primeiro governador constitucional do Acre
foi o professor José Augusto de Araújo.

A Borracha no Acre - Primeiro Ciclo


(1877 - 1913)

ECONOMIA
- Por causa da crescente demanda internacional por borracha, a partir da segunda
metade do século XIX, em 1877, os seringalistas com a ajuda financeira das Casas
Aviadoras de Manaus e Belém, fizeram um grande recrutamento de nordestinos
para a extração da borracha nos Vales do Juruá e Purus.
- De 1877 até 1911, houve um aumento considerável na produção da borracha que,
devido às primitivas técnicas de extração empregada, estava associado ao aumento
do emprego de mão-de-obra.
- O Acre chegou a ser o 3° maior contribuinte tributário da União. A borracha
chegou a representar 25% da exportação do Brasil.
- Como o emprego da mão-de-obra foi direcionado à extração do látex, houve
escassez de gêneros agrícolas, que passaram a ser fornecidos pelas Casas Aviadoras.

Sistema de Aviamento
- Cadeia de fornecimento de mercadorias a crédito, cujo objetivo era a exportação
da borracha para a Europa e EUA. No 1° Surto, não sofreu regulamentações por
parte do governo federal. AVIAR= fornecer mercadoria a alguém em troca de outro
produto.
- O Escambo era usual nas relações de troca - as negociações eram efetuadas, em
sua maioria, sem a intermediação do dinheiro.
- Era baseado no endividamento prévio e contínuo do seringueiro com o patrão, a
começar pelo fornecimento das passagens.
- Antes mesmo de produzir a borracha, o patrão lhe fornecia todo o material
logístico necessário à produção da borracha e à sobrevivência do seringueiro.
Portanto, já começava a trabalhar endividado. Nessas condições, era quase
impossível o seringueiro se libertar do patrão.

"O sertanejo emigrante realiza ali, uma anomalia, sobre a qual nunca é demasiado
insistir: é o homem que trabalha para escravizar-se". Euclides da Cunha.

SOCIEDADE
(Seringalista x Seringueiro)
Seringal: unidade produtiva de borracha. Local onde se travavam as relações sociais
de produção.
Barracão: sede administrativa e comercial do seringal. Era onde o seringalista
morava.
Colocação: era a área do seringal onde a borracha era produzida. Nesta área,
localizava a casa do seringueiro e as "estradas" de seringa. Um seringal possuía
várias colocações.
Varadouro: pequenas estradas que ligam o barracão às colocações; as colocações
entre si; um seringal a outro e os seringais às sedes municipais. Através desses
trechos passavam os comboios que deixavam mercadorias para os seringueiros e
traziam pelas de borracha para o barracão.
Gaiola: navio que transportava nordestino de Belém ou de Manaus aos seringais
acreanos.
Brabo: Novato no seringal que necessitava aprender as técnicas de corte e se
aclimatar à vida amazônica.
Seringalista (coronel de barranco): dono do seringal, recebiam financiamento das
Casas Aviadoras.
Seringueiro: O produtor direto da borracha, quem extraia o látex da seringueira e
formavam as pelas de borracha.
Gerente: "braço-direito" do seringalista, inspecionava todas as atividades do
seringal.
Guarda-livros: responsável por toda a escrituração no barracão, ou seja, registrava
tudo o que entrava e saía.
Caixeiro: Coordenava os armazéns de viveres e dos depósitos de borracha.
Comboieiros: responsáveis de levar as mercadorias para os seringueiros e trazer a
borracha ao seringalista.
Mateiro: identificava as áreas da floresta que continha o maior número de
seringueiras.
Toqueiro: Abriam as "estradas".
Caçadores: abastecia o seringalista com carne de caça.
Meeiro: seringueiro que trabalhava para outro seringueiro, não se vinculando ao
seringalista.
Regatão: negociantes fluviais que vendiam mercadorias aos seringueiros a um preço
mais baixo que os do barracão.
Adjunto: Ajuda mútua entre os seringueiros no processo produtivo.
- Havia alta taxa de mortalidade no seringal: doenças, picadas de cobra e parca
alimentação.
- Os seringueiros eram, em sua maioria, analfabetos;
- Predominância esmagadora do sexo masculino.
- A agricultura era proibida, o seringueiro não podia dispensar tempo em outra
atividade que não fosse o corte da seringa. Era obrigado a comprar do barracão.

CRISE (1913)
- Em 1876, sementes de seringa foram colhidas da Amazônia e levadas a Inglaterra
por Henry Wichham.
- As sementes foram tratadas e plantadas na Malásia, colônia inglesa.
- A produção na Malásia foi organizada de forma racional, empregando modernas
técnicas, possibilitando um aumento produtivo com custos baixos.
- A borracha inglesa chegava ao mercado internacional a um preço mais baixo do
que a produzida no Acre. A empresa gumífera brasileira não resistiu à concorrência
Inglesa.
- Em 1913, a borracha cultivada no Oriente (48.000 toneladas) superava a produção
amazônica (39.560t). Era o fim do monopólio brasileiro da borracha.
- Com a crise da borracha amazônica, surgiu no Acre uma economia baseada na
produção de vários produtos agrícolas como mandioca, arroz, feijão e milho.
- Castanha, madeira e o Óleo de copaíba passaram a ser os produtos mais
exportados da região.
- As normas rígidas do Barracão se tornaram mais flexíveis. O seringueiro passou a
plantar e a negociar livremente com o regatão.
- Vários seringais foram fechados e muitos seringueiros tiveram a chance de voltar
para o nordeste.
- Houve uma estagnação demográfica;
- Em muitos seringais, houve um regresso a economia de subsistência.

CONSEQÜÊNCIAS
- Povoamento da Amazônia.
- Genocídio indígena provocado pelas "correrias", ou seja, expedições com o
objetivo de expulsar os nativos de suas terras.
- Povoamento do Acre pelos nordestinos;
- Morte de centenas de nordestinos, vítimas dos males do "inferno verde".
- Revolução Acreana e a consequente anexação do Acre ao Brasil (1889-1903);
- Desenvolvimento econômico das cidades de Manaus e Belém;
- Desenvolvimento dos transportes fluviais na região amazônica;

Segundo ciclo da borracha

A Segunda Guerra Mundial impulsionou o segundo Ciclo da Borracha. Isso se deu


após a tomada dos seringais asiáticos pelos japoneses, privando os países aliados do
produto. O governo brasileiro, incentivado pelos norte-americanos, promoveu uma
política de estímulo à produção da borracha. Surgiu, então, a figura do soldado da
borracha, recrutado do nordeste do país para os seringais da Amazônia, objetivando
o aumento da produção da seringa para ser utilizada na Guerra.
O fim da guerra causou nova queda nos preços do produto e a consequente falência
dos seringais. Os seringalistas falidos abandonaram suas propriedades dando origem
a uma nova categoria nas relações de trabalho - o seringueiro autônomo, que
passou a viver livre dos laços de dependência com o patrão.
Com o novo período de ascensão da borracha, durante a Segunda Guerra Mundial, a
melhoria do contexto econômico permitiu que os Autonomistas ganhassem nova
força.

LINHA CUNHA GOMES

Em 4 de abril de 2008 o governo do Acre vence uma disputa territorial que se


arrastava a 26 anos, no Complexo Florestal Liberdade, Gregório e Mogno.
O motivo foi que a linha cunha gomes demarcada ao início do século XX para servir
de limite territorial entre o Estado do Amazonas e do Acre, fora traçada
imprecisamente, pois em meados da década de 1940 descobriu-se que parte dos
municípios de Feijó, Tarauacá e Sena Madureira que deviam pertencer ao Acre,
estavam dentro do território do Amazonas. Foi então adotada uma linha quebrada,
provisoriamente pelo IBGE com quatro segmentos em 1942.
Durante o século passado houve varias situações em que os municípios tiveram a
administração conjunta.
Ao final da década de 1900, o IBGE começou apoiar o pedido do Acre de receber os
territórios definitivamente, culminando na decisão do Supremo Tribunal de anexar a
zona de litígio ao Acre.
A distância dos municípios a capital de Manaus, dificultava e encarecia a
administração.
Ao total 6 municípios foram atingidos com a decisão, são eles: Boca do Acre,
Eirunepé, Envira, Guajará, Ipixuna e Pauni.
A redefinição da Linha Cunha Gomes consolidou a inclusão de 1,2 milhão de
hectares do Complexo Florestal Liberdade, Gregório e Mogno ao território do Acre.
A decisão proferida em 4 de abril de 2008. Não cabe mais recursos.

DATA DE CRIAÇAO DOS MUNICÍPIOS DO ACRE


23 DE OUTUBRO DE 1912
Cruzeiro do Sul
Rio Branco
Sena Madureira
Tarauacá
Xapuri
21 DE DEZEMBRO DE 1938
Brasiléia
Feijó
14 DE MAIO DE 1976
Assis Brasil
Mâncio Lima
Manoel Urbano
Plácido de Castro
Senador Guiomard
28 DE ABRIL DE 1992
Acrelândia
Bujari
Capixaba
Epitaciolândia
Jordão
Marechal Thaumaturgo
Porto Acre
Porto Walter
Rodrigues Alves
Santa Rosa do Purus

RESUMO MOVIMENTO SINDICAL


O Movimento Sindical dos Trabalhadores Rurais exerceu papel destacado nas lutas
de resistência na região amazônica.
A Floresta Amazônica passou a ser vista como obstáculo a ser vencido no curso da
modernização capitalista. Pois a absorção do progresso técnico implicava na
derrubada de uma parcela significativa da floresta.
A fim de resguardar as fronteiras nacionais, o Estado procura impor um projeto de
modernização da Amazônia . Propondo inicialmente a realização de investimentos
de grande montante em infraestrutura, que englobavam desde a construção de
extensão de eixos rodoviários – como a transamazônica a Cuiabá – Rio Branco e
Cuiabá a Santarém destinados a integração regional e nacional, modernização do
sistema fluvial, implantação do sistema de comunicação, ampliação da produção de
energia elétrica etc.
Agricultura – conjunto de técnicas para cultivo de plantas.
Agropecuária - é o estudo, teoria e prática da agricultura e da pecuária em relação
de reciprocidade.
A incorporação do Acre na “modernização” baseava-se na grande propriedade
fundiária e na pecuária extensiva de corte. Essa estratégia do governo federal,
apoiava-se fortemente na oferta de incentivos fiscais, complementada por outros
incentivos do governo estadual. Esses atrativos aliados a possibilidades de
especulação do mercado de terras abriram passagem para a expansão agropecuária.
A substituição da extração de borracha pela pecuária extensiva de corte como
“carro chefe” de modernização representava uma séria ameaça tanto às oligarquias,
em função ao risco efetivo de perderem o monopólio do acesso e controle de
recursos públicos e da redução da sua fonte de lucro no território: a exploração dos
produtores diretos. Como aos segmentos sociais subalternos do campo
(seringueiros, ribeirinhos e índios) porque a nova modalidade de posse e uso da
terra implicava necessariamente na expropriação das áreas por eles ocupadas.
Deve-se lembrar que 72% da população do estado vivia no campo e que “85,3% das
famílias ocupadas no setor primário não eram proprietárias das terras que
cultivavam.

Contag – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura.


A partir do momento em que a Contag inseriu os interesses dos menos favorecidos
nas disputas políticas em torno do reordenamento da estrutura fundiária, acabou
criando enormes obstáculos a uma conciliação entre as classes dominantes naquele
período.
A Contag elegeu como prioridade as seguintes bandeiras de luta.

1) Não pagamento da renda ao patrão seringalista


2) Cumprimento da lei no sentido de assegurar aos posseiros os seus direitos a
propriedade de um lote de terras.
3) O cumprimento da legislação trabalhista para os assalariados rurais, ocupados
majoritariamente, naquele período nas atividades de desmatamento.

Com a necessidade de diminuir o desmatamento que iria causar extinção dos


materiais de trabalho e fonte de alimentação dos seringueiros surgiu o “empate”.
O primeiro “empate” foi realizado em março de 1976, no seringal Carmem,
município de Brasiléia.
A iniciativa de “empatar” (impedir) o desmatamento surgiu dos posseiros, que
contou com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
Cerca de 60 homens armados cercaram os acampamentos dos “peões” contratados
pelos fazendeiros para fazer derrubada da mata.
O conflito foi solucionado após uma reunião entre partes envolvidas: seringueiros,
direção do STR, delegacia da Contag, fazendeiros e INCRA, na qual os seringueiros
aceitaram trocar suas colocações por lotes de 25 ha.

Reservas extrativistas (Resex) – são terras incorporadas a união, sendo a


regularização de uso mediante critérios estabelecidos de comum acordo pelos
moradores dessas áreas. Não existem judicialmente títulos individuais de
propriedade privada, eles são substituídos por contratos de concessão real de uso,
firmado entre a união e os moradores.
A RESEX – ficou conhecida como reforma agrária dos seringueiros
A pecuária extensiva de corte e a exploração predativa da madeira são atividades
que mais crescem nos últimos anos. A população urbana passou de 30 para 70%
dada a existência do setor agroindustrial relevante, o setor público, comércio,
prestação do serviço e a economia informal constituem principais opções de
ocupação dessa fora de trabalho.
O Acre possui uma área de 164.221.35 km², da qual 31,10% ou seja, 51.072,84km²
destinam-se às unidades de conservação ambiental. O Acre foi o primeiro Estado a
criar reservas extrativistas.

Atualmente o Acre possui 19 unidades de conservação sendo:

5 reservas extrativistas
Resex Alto Juruá (primeira reserva extrativista a ser criada em 1989)
Resex Cazumbá Iracema (2ª maior reserva)
Resex Chico Mendes (Maior reserva extrativista, abrange 7 municípios: Assis Brasil,
Brasiléia, Capixaba, Epitaciolândia, Rio Branco, Sena Madureira e Xapuri)
Resex Alto Tarauacá
Resex Riozinho do Liberdade
A criação das Resex foi uma das principais lutas de Chico Mendes.

1 Estação Ecológica
Estação Ecológica do Rio Acre

1 parque nacional
Parque Nacional da Serra do Divisor

1 parque estadual
Parque Estatual Chandless

3 Florestas Nacionais
Floresta Nacional Macauã
Floresta Nacional São Francisco
Floresta Nacional Santa Rosa do Purus

4 Florestas Estaduais
Floresta Estadual do Antimary
Floresta Estadual Mogno
Floresta Estadual Rio Liberdade
Floresta Estadual Rio Gregório

3 Áreas de Proteção Ambiental


APA Igarapé São Francisco
APA Lago do Amapá
APA Raimundo Irineu Serra

1 Área de Relevante Interesse Ecológico


Área de Relevante Interesse Ecológico Seringal nova vida

O Acre possui 3 unidades de conservação permanente:


O Parque Nacional da Serra do Divisor, o Parque Estadual Chandless e a Estação
Ecológica do Rio Acre.

Aquiri = Rio de Jacarés


Cândido Rondon – responsável pela ligação telegráfica no Acre
As áreas protegidas são necessárias para a preservação dos bens naturais e da
diversidade biológica, para o equilíbrio climático e para a manutenção da qualidade
do ar, além de oferecer lazer e cultura, garantindo a qualidade de vida não somente
a população que ali vive, mas também dos habitantes das cidades de todo o planeta.
As áreas protegidas se dividem em: Unidades de Conservação(UC),Terras Indígenas
(TI), Áreas de Preservação Permanente (APP), Reservas Legais (RL) e algumas áreas
militares. Para cada uma delas existem procedimentos normativos para a gestão do
território.
O projeto de assentamento é uma área orientada para o uso racional dos espaços
físicos e dos recursos naturais existentes, visando a implementação de sistemas de
vivência e produção sustentável, em cumprimento da função social da terra e da
produção econômica, social e cultural do trabalhador rural e seus familiares.
IMAC – instituição responsável pela autorização e controle dos planos e manejo
florestais, em convênio com o IBAMA.
Em 2009, a Regional Baixo Acre apresentou a maior Área Manejada, seguida pelas
regionais do Purus, Alto Acre, Tarauacá-Envira e Juruá.
No Acre entre inúmeros produtos extrativistas, podemos destacar a borracha e a
castanha que ocupam o lugar de destaque na cadeia produtiva. Além desses, temos
produtos estratégicos tais como açaí e copaíba.
As culturas agrícolas podem ser divididas em dois grupos: lavouras permanentes e
lavouras temporárias.
As lavouras temporárias (2015) têm como principais produtos: a mandioca, cana de
açúcar, milho, melancia, arroz e feijão.
O papel da produção de mandioca é muito importante para geração de renda, com
participação de todos os municípios. Atualmente Sena Madureira é o maior
produtor do Estado, seguido de Cruzeiro do Sul. A segunda cultura temporária que
mais gera recurso é o milho. Destacamos ainda o crescimento da produção de cana-
de-açúcar
PRODUÇÃO TEMPORÁRIA TONELADAS
MANDIOCA 1.122.578
CANA DE AÇUCAR 197.376
MILHO 94.483
MELANCIA 19.591
ARROZ 7.144
FEIJÃO 4.226
BATATA DOCE 786
AMENDOIN 443
FUMO 242
ABACAXI (FRUTOS) 7.700

Quanto a lavouras permanentes (2015) a principal contribuição é a produção de


banana, seguida da laranja, limão, mamão, tangerina e café.
PRODUÇÃO PERMANENTE TONELADAS
BANANA 106.268
LARANJA 8.686
LIMÃO 4.704
MAMÃO 3.999
TANGERINA 3.197
CAFÉ 2.229
BORRACHA 720
ABACATE 704
MARACUJÁ 693
URUCUM 122
PALMITO 110
GUARANÁ 2
COCO (FRUTAS) 1.427

Pecuária

Bovino - efetivo dos rebanhos 2.916.207 Cabeças


Galináceos - total - efetivo de rebanhos 2.877.012 Cabeças
Galináceos - galinhas - efetivo dos rebanhos 635.435 Cabeças
Suíno - total - efetivo dos rebanhos 149.776 Cabeças
Ovino - efetivo dos rebanhos 99.479 Cabeças
Equino - efetivo dos rebanhos 81.699 Cabeças
Suíno - matrizes de suínos - efetivo dos rebanhos 16.294 Cabeças
Caprino - efetivo dos rebanhos 13.240 Cabeças
Bubalino - efetivo dos rebanhos 3.257 Cabeças

O uso de fogo vem aumentando consideravelmente. O processo de desmatamento


é quase sempre realizado por meio deste recurso. No Acre as queimadas ocorrem
com maior frequência entre os meses de agosto e outubro, época mais seca do ano
na região.
Município apresentam maior índice de desmatamento: capixaba (51,1%) Acrelândia
(58,8%) Senador Guiomard (71,5%) Plácido de Castro (72,2%).
Municípios menos desmatados Santa Rosa do Purus (1,1%) Manoel Urbano (2,3%)
Jordão (2,7%)
Atualmente a madeira de compensado seguida da castanha do Brasil são os
principais produtos mais exportados do Acre.

Por estar localizado a menos de 1500km em linha reta, em relação a linha do


equador (no hemisfério sul) os raios solares incidem de maneira muito forte no acre,
razão das altas temperaturas durante quase todo ano, ocasionando grande
evaporação das águas fluviais, com a consequente formação de muitas nuvens e
chuvas constantes, o que contribui para que a umidade relativa do ar se mantenha
sempre sem índices elevados, em torno de 80 a 90%.
Clima equatorial, com temperatura quente úmida, a média das mínimas situando-se
na faixa de 21 C e a média da máxima de 31 C.
Entre os meses de maio a setembro a massa de ar polar atlântica, que se forma no
Oceano Glacial Antartico avança em direção ao norte e faz com que a temperatura
caia bruscamente podendo atingir a mínima de 10 C .
Inverno de outubro a março. Verão abril a setembro.
Vegetação característica do Acre é a Floresta Equatorial Amazônica, típica do clima
quente úmido, com alto índice pluviométrico (chuvas).
Espécies de vegetais encontrados no Acre:
79% arvores, 8% cipós, 4% palmeiras, 3% arbustos e 6% vivem de outras formas
(plantas herbáceas, epífitas, tabocas, gramíneas, bromélias, orquídeas etc.)
Importância da vegetação: equilibra a natureza ao realizar a fotossíntese, influência
no regime de chuvas, na fertilização do solo e no clima.
Divisão da cobertura vegetal
Maior: Floresta aberta com bambu + Floresta aberta com palmeiras (40.546km² -
24,69%)
Menor: Campinararas (66km² - 0,04%)
Floresta Ombrofila aberta é a predominante no Acre, seguida da ombrófila densa e
campinarara.
O relevo é composto predominantemente por rochas sedimentares, apresentando
uma estreita faixa de planície ao norte e nas encostas dos principais rios, porém, a
maior parte do território do Estado é formada por depressão.
Planície – representada por uma estreita faixa ao norte.
Planalto rebaixado da Amazônia Ocidental- localizado ao longo dos rios Juruá e
Iaco.
Depressão Amazônica – Localizado na parte mais ocidental do estado.
Ponto mais alto do Estado: Mâncio Lima – Serra do Divisor 609 metros.
Efeitos da queimada sobre o solo:

• Destruição da matéria orgânica


• Exposição do solo aos impactos da chuva e do sol
• Compactaão, destruição da vida e diminuição da umidade do solo
• Manifestações de espécies de plantas que surgem logo após as queimadas
• Contribuição para o desequilíbrio da fauno no solo como por exemplo o
aumento da população de cupins.

84% das terras do Acre estão aptas para o cultivo. 2% são favoráveis ao cultivo de
grãos.
Geologia

A formação geológica do Acre é resultado de sucessivas transformações na origem e


formação da Terra, dos processos internos e externos do globo terrestre. O
conhecimento da geologia permite identificar as diversas formações que ocorrem
no estado, definindo diferentes paisagens e o potencial mineral existente.
A Geologia está voltada tanto para indicar os locais favoráveis a encerrarem
depósitos minerais úteis ao homem como para fornecer informações que permitam
prevenir catástrofes sejam de causa natural ou atribuída à ação do homem sobre o
meio ambiente.
Ocorrem no Acre 16 formações geológicas, predominando no território a Formação
Solimões.
A Bacia do Juruá é a de maior diversidade geológica e a de menor diversidade é a
Bacia de Tarauacá. Há certa uniformidade no restante da área do Estado, que é
modificado apenas pela ocorrência de diferentes níveis de terraços fluviais nas
regionais do Purus e Baixo Acre.
Foram identificados, em todo o Acre, sítios arqueológicos, principalmente ao longo
dos rios, onde estão depositados materiais de origem fóssil. Os estudos de
Paleontologia determinam o valor científico desses materiais, que necessitam ser
protegidos para o entendimento da evolução da história do ambiente natural.
Os estudos do material geológico indicam algumas potencialidades de uso e
aplicações, principalmente de minerais como: gipsita, caulim, ametista, lateritas,
areias e argilas.
Todavia, para que haja segurança na sua exploração, é necessário intensificar os
estudos e levantamentos para segurança e controle ambiental.
Pequenos tremores de terra ocorrem no Acre, principalmente na regional do Juruá
pela proximidade com a Cordilheira dos Andes. Apesar da baixa intensidade pode vir
a causar efeitos para a construção civil e obras de infraestrutura.

Geomorfologia

O Estado do Acre mostra-se dividido em nove unidades geomorfológicas: a Planície


Amazônica, a Depressão do Endimari-Abunã, a Depressão do Iaco- Acre, a
Depressão de Rio Branco, a Depressão do Juruá-Iaco, a Depressão do Tarauacá-
Itaquaí, a Depressão Marginal à Serra do Divisor, a Superfície Tabular de Cruzeiro do
Sul e os Planaltos Residuais da Serra do Divisor, diferentemente das regionais Alto
Acre e Baixo Acre.
A Planície Amazônica está presente em todas as regionais, sendo áreas utilizadas
por populações ribeirinhas.
• Regional do Juruá – Depressão do Juruá-Iaco e Depressão Marginal à Serra do
Divisor, Planície Amazônica, Planaltos Residuais da Serra do Divisor e a Superfície
Tabular de Cruzeiro do Sul.
• Regional Tarauacá - Envira – Depressão do Juruá-Iaco e Planície Amazônica.
• Regional Purus – Depressão do Juruá-Iaco e Planície Amazônica.
• Regional Alto Acre – Depressões do Rio Branco, Iaco-Acre e Endimari-Abunã,
Planície Amazônica.
• Regional Baixo Acre – Depressões do Rio Branco, Iaco-Acre e Endimari-Abunã,
Planície Amazônica.

OS SOLOS - são de média e baixa fertilidade.

Tipos de solo:
Argissolos – (38,32%), Cambissolos (31,56%), Luvissolos (14,60%), Gleicossolos
(5,98%), Latossolos (3,15%) Vertissolos (3,04%) Plitossolos (2,21%),
Neossolos(1,16%)
Predominância dos solos por regional:
Regional Baixo Acre – Argissolos e Latossolos
Regional Alto Acre – Argissolos
Regional Purus – Cambissolos
Regional Tarauacá-Envira - Cambissolos
Regional Juruá – Vertissolos, Latossolos, Luvissolos, Gleicossolos, Neossolos

Do ponto de vista econômico o Acre pode ser dividido em dois grandes polos
(mesorregiões).

• Mesorregião do Vale do Juruá – 8 municípios que correspondem 30% da


população, a maioria na zona rural.

Microrregião Juruá/Cruzeiro do Sul (5 municípios) – Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima,


Rodrigues Alves, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo. 29.781km² 131.505 hab.
Microrregião Tarauacá-Envira/Tarauacá (3 municípios) – Feijó, Tarauacá e Jordão.
45.154km² 74.579 hab.

• Mesorregião do Vale do Acre - 14 municípios que correspondem 70% da


população. É mais industrializada e com economia mais produtiva.

Microrregião do Purus/Sena Madureira – (3 municípios) – Sena Madureira, Manoel


Urbano, Santa Rosa do Purus. 40.646km² 56.200 hab.
Microrregião do Baixo Acre/Rio Branco (7 municípios) – Rio Branco, Bujari, Porto
Acre, Acrelândia, Senador Guiomard, Capixaba e Plácido de Castro. 22.847km²
442.195 hab.
Microrregião do Alto Acre/Brasiléia (4 Municípios) – Brasiléia, Epitaciolândia,
Xapuri e Assis Brasil. 14.120km² população 64.126 hab.

Maior zona de fronteira do Acre é com o Peru e com a Bolívia (1.565km² e 618km²
respectivamente)

O Acre está localizado abaixo da linha do equador, no hemisfério sul, situando-se


também a oeste do meridiano de Greenwich.
O Acre é o ponto mais alto ocidental do Brasil, limita-se ao norte com o estado do
Amazonas, a Leste com o Estado de Rondônia, a sul e leste com a Bolívia, sul e oeste
com o Peru.

Acesso do Brasil com o Peru: Santa Rosa do Purus, Marechal Thaumaturgo e Assis
Brasil.
Acesso do Brasil com a Bolívia: correspondente às províncias bolivianas de Nicolas
Suárez e Abunã, do Departamento de Pando. Os municípios acreanos, nessa divisa,
são seis: Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba,
Plácido de Castro e Acrelândia

Cidades gêmeas Epitaciolândia e Brasiléia

Bacias hidrográfica

Os rios acrianos fazem parte da Bacia hidrográfica do Rio Amazonas. Principais que
compõe a bacia hidrográfica do Rio Amazonas: Purus, Juruá e Abunã
Principais Bacias do Estado: Bacia do Acre-Purus e Bacia do Juruá.
Principais rios do Acre: Juruá, Purus, Acre, Tarauacá, Iaco, Envira e Xapuri.
Bacias Hidrográficas compreendem divisores de água no qual toda a água
precipitada escorre para um ponto mais baixo, ou seja, podemos dizer que a Bacia
Hidrográfica corresponde ao um rio principal e seus afluentes, onde são realizados
diversos usos.
O estado do Acre faz parte da Região Hidrográfica do rio Amazonas, da Região
Hidrográfica do rio Solimões, das Bacias Hidrográficas do Javari, Juruá, Purus, e da
Bacia Hidrográfica do Rio Madeira (Brasil, 2006).
Os rios Juruá e Purus pertencem à rede hidrográfica do rio
Amazonas e formam a Bacia Hidrográfica do Juruá e a Bacia Hidrográfica do Purus.
São rios que nascem no Peru, atravessam o Estado, em paralelo, no sentido
sudoeste/nordeste e deságuam em outros rios do Amazonas, ou seja, são rios que
apresentam, ao mesmo tempo, caráter internacional e federal.
Bacia do Juruá
A bacia do Rio Juruá tem como principais afluentes, os Rios Tarauacá e Envira, que
formam as sub-Bacias Tarauacá e Envira. Esta bacia abrange oito municípios
pertencentes às Regionais de Desenvolvimento do Juruá e do Tarauacá-Envira:
Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Marechal
Thaumaturgo, Jordão, Tarauacá e quase toda a área do município de Feijó, ficando
uma pequena porção deste na Bacia do Rio Purus.
O rio Juruá é navegável por grandes embarcações entre Cruzeiro do Sul e Marechal
Thaumaturgo, durante a cheia e, por embarcações de pequeno e médio porte, na
vazante.
O rio Tarauacá é o mais importante afluente do rio Juruá, atingindo esse Rio no
estado do Amazonas, é navegável desde a divisa com o Peru até a foz do Jordão.
Seus afluentes são os rios Muru, Envira e jurupari. O rio Envira, principal afluente do
rio Tarauacá é navegável desde sua foz até o Município de Feijó. É um rio de muita
sinuosidade e de grande importância para atividades comerciais e comunicação com
localidades isoladas, cujo acesso é somente via fluvial ou aéreo.

Bacia do Purus
O rio Purus, junto com os rios Juruá e Javari, são considerados os principais rios da
Amazônia Sul-Ocidental brasileira. A Bacia do Purus tem como principais afluentes
os rios Iaco, Macauã, Iquiri e o Rio Acre. Os rios Iquiri e Rio Acre formam as Sub-
bacias do Rio Iquiri e do Rio Acre.
Os municípios que compõem a Bacia do Rio Purus pertencentes às Regionais de
Desenvolvimento do Purus são: Santa Rosa do Purus, Sena Madureira, Manuel
Urbano, Assis Brasil e pequenas porções dos territórios de Bujari e Feijó.
Os municípios da Regional do Purus que compõem parte da Bacia do Rio Purus
apresentam a área de cobertura florestal bem conservada, enquanto que os
municípios de Acrelândia e Senador Guiomard que pertencem à sub-bacia do rio
Iquiri apresentam mais de 50% de suas áreas desflorestadas (ACRE, 2007a).
Bacia do Rio Acre
O rio Acre e seus afluentes formam a Bacia Hidrográfica do Rio Acre e ocupa parte
das regionais de Desenvolvimento do Alto Acre e Baixo Acre. Nasce em território
peruano, atravessa os países da Bolívia e do Brasil. No Acre, deságua no rio Purus e
tem como principais afluentes os rios Xapuri e Riozinho do Rôla, este último
apresentando-se como o maior e mais importante afluente da Bacia Hidrográfica do
Rio Acre. Dentre outros afluentes importantes do Rio Acre estão os rios Antimary e
Andirá.
Os Municípios formadores da bacia do rio Acre são os que apresentam maior taxa
de desmatamento, como Capixaba (42%), Epitaciolândia (42%), Porto Acre (41%),
Bujari (34%), Brasiléia (27%), Rio Branco (25%) e Xapuri (20%).
Bacia do Rio Abunã
O rio Abunã nasce na Bolívia, atravessa os estados do Amazonas, Acre e Rondônia e
forma, com o rio Mamoré, a Bacia Hidrográfica do rio Madeira; é considerado uma
bacia binacional. Em território acreano, o rio Abunã ocupa áreas dos municípios de
Acrelândia, Senador Guiomard, Plácido de Castro, Capixaba, Epitaciolândia e Xapuri.
Os municípios brasileiros que compõem esta bacia tiveram, em 2006, alto
percentual de desmatamento, destacando Plácido de Castro (71%), Senador
Guiomard (68%) e Acrelândia (53%). As águas deste manancial são utilizadas para
consumo, recreação e lazer, dentre outros.
A gestão dos recursos hídricos, a partir de bacias hidrográficas, ainda é um grande
desafio no Acre, uma vez que nossas principais bacias hidrográficas são formadas
por rios fronteiriços, ou seja, aqueles que as águas de um rio são utilizadas por dois
ou mais estados da mesma federação ou com outros países.
A Bacia Hidrográfica do rio Madeira em território acreano ocupa uma área de 5.227
km2. Tem cerca de 1.500 pessoas em núcleos habitacionais nos seus principais
afluentes. (Acre, 2007).

Política

O estado do Acre é governado por três poderes, o executivo, representado pelo


governador, o legislativo, representado pela Assembleia Legislativa do Acre, e o
judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Acre e outros
tribunais e juízes. Também é permitida a participação popular nas decisões do
governo através de referendos e plebiscitos.
A atual constituição do estado do Acre foi promulgada em 1989, acrescida das
alterações resultantes de posteriores Emendas Constitucionais.
O Poder Executivo acreano está centralizado no governador do estado, que é eleito
em sufrágio universal e voto direto e secreto, pela população para mandatos de até
quatro anos de duração, e podem ser reeleitos para mais um mandato. Sua sede é o
Palácio Rio Branco, que desde 1930 é a sede do governo acreano.
O Poder Legislativo do Acre é unicameral, constituído pela Assembleia Legislativa do
Acre, localizado no centro de Rio Branco. Ela é constituída por 24 deputados, que
são eleitos a cada 4 anos. No Congresso Nacional, a representação acreana é de 3
senadores e 8 deputados federais.
A maior corte do Poder Judiciário acreano é o Tribunal de Justiça do Estado do Acre,
localizado no centro de Rio Branco. Compõem o poder judiciário os
desembargadores e os juízes de direito.

Formação política atual do Acre

• 198 Vereadores
• 24 deputados Estaduais
7 reeleitos
17 eleitos pela primeira vez

• 8 deputados federais

1 - Angelin
2 - César Messias Major Rocha
3 - Léo de Brito
4 - Jessica Sales
5 - Sibá Machado (reeleito)
6 - Flaviano Melo (reeleito)
7 - Alan Rick
8 – Major Rocha

• 3 Senadores (mandato de oito anos)

Gladson Cameli
Jorge Viana
Sergio Petecão

Energia

O consumo de energia no Acre é alimentado por dois sistemas elétricos: Centrais


Elétricas do Norte do Brasil - Eletronorte e Eletroacre/ Guascor do Brasil. O Sistema
Elétrico da Eletronorte é associado ao intercâmbio energético na linha de
transmissão Porto Velho/Rio Branco (Linhão), responsável pela geração e
transmissão de energia elétrica na capital do Estado e pelo suprimento de doze
localidades do interior, pertencentes ao Sistema ELETROBRÁS DISTRIBUIÇÃO ACRE:
Acrelândia, Bujari, Porto Acre, Plácido de Castro, Rio Branco, Senador Guiomard,
Capixaba, Xapuri, Brasiléia, Epitaciolândia, Bujari e Sena Madureira.
O sistema Acre- Rondônia atualmente é atendido por geração de energia hidráulica
da UHE Samuel e UTE Termonorte I e II, ambas localizadas no estado de Rondônia e
pelo Sistema Interligado Nacional (SIN).
Atualmente o sistema Acre-Rondônia possui uma capacidade de 100 101 fornecer
524MW para atender toda a demanda dos dois estados, observando que o maior
fornecimento vem da queima de combustível fóssil. Com a interligação dos estados
do Acre e Rondônia ao Sistema
Interligado Nacional (SIN), está sendo injetado no sistema cerca de 200MW neste
primeiro momento. Esta interligação proporciona uma maior estabilidade no
sistema, pois qualquer problema que ocorra em alguma máquina geradora, o
sistema SIN supre de energia os Estados do Acre e Rondônia.
O Sistema Elétrico da Eletroacre/Guascor é composto por sistemas isolados no
estado e atende aos municípios restantes. A maioria da população do Acre recebe
energia elétrica convencional e a população restante, não atendida, corresponde a
uma parcela que vive em localidades remotas, no interior do estado.
Desde 1999, o Programa Luz para Todos, política do Governo Federal em parceria
com o Governo do Acre, beneficiou a população rural/florestal em 18 municípios
que não eram atendidos com a rede de energia elétrica convencional. Outras
iniciativas inovadoras têm sido desenvolvidas buscando garantir energia às
populações de áreas mais remotas. A Funtac desenvolve pesquisas com um Fogão
Gerador de energia, já em fase de fabricação pela iniciativa privada.

TERRITÓRIO POPULAÇÃO P. URBANA P. RURAL


Feijó Rio Branco Rio Branco Rio Branco
Sena Madureira Cruzeiro do Sul Cruzeiro do Sul Cruzeiro do Sul
Tarauacá Sena Madureira Sena Madureira Tarauacá
MAIOR
Manoel Urbano Tarauacá Tarauacá Feijó
Rio Branco Feijó Feijó Sena Madureira
Cruzeiro do Sul Brasiléia Brasiléia Porto Acre
Epitaciolândia Santa Rosa Santa Rosa Assis Brasil
Capixaba Assis Brasil Porto Acre Manoel Urbano
Acrelândia Jordão Jordão Santa Rosa
MENOR
Plácido de Castro Manoel Urbano Porto Walter Jordão
Senador Guiomard Bujari Bujari Epitaciolândia
Porto Acre Capixaba Assis Brasil Bujari

População do Acre: 733.559 habitantes (50,2% homens 49,8% mulheres)

Capital Rio Branco


População estimada 2016(2) 816.687
População 2010 733.559
Área 2015 (km²) 164.123,712
Densidade demográfica 2010 (hab/km²) 4,47
Rendimento nominal mensal domiciliar per capita da população residente 2016 Reais)(1) 761
Número de Municípios 22
Municípios Gentílico P. 2010 P. 2016 Municípios Área territ. 2015 km²
Rio Branco rio-branquense 336.038 377.057 Feijó 27.975,43

Cruzeiro do Sul cruzeirense 78.507 82.075 Sena Madureira 23.753,05


Sena Madureira sena-madureirense 38.029 42.451 Tarauacá 20.171,07

Tarauacá tarauacaense 35.590 39.427 Manoel Urbano 10.633,14


Feijó feijoense 32.412 32.372 Rio Branco 8.835,52
Brasiléia brasileense 21.398 24.311 Cruzeiro do Sul 8.779,40

Senador Guiomard guiomaense 20.179 21.369 Marechal Thaumaturgo 8.191,69


Plácido de Castro placidiano 17.209 18.336 Porto Walter 6.443,83
Xapuri xapuriense 16.091 17.894 Santa Rosa do Purus 6.145,61

Mâncio Lima mancio-limense 15.206 17.545 Mâncio Lima 5.452,85


Rodrigues Alves rodriguesalvense 14.389 17.464 Jordão 5.357,28
Marechal Thaumaturgo thaumaturguense 14.227 17.401 Xapuri 5.347,47
Porto Acre portoacrense 14.880 17.111 Assis Brasil 4.974,18
Epitaciolândia epitaciolandense 15.100 17.038 Brasiléia 3.916,50

Acrelândia acrelandense 12.538 14.120 Rodrigues Alves 3.076,95


Porto Walter portowaltense 9.176 11.059 Bujari 3.034,87

Capixaba Capixabense 8.798 10.820 Porto Acre 2.604,88


Bujari Bujariense 8.471 9.503 Senador Guiomard 2.321,45
Manoel Urbano manoel-urbanense 7.981 8.765 Plácido de Castro 1.943,25

Jordão Jordãoense 6.577 7.685 Acrelândia 1.807,95


Assis Brasil assis-brasiliense 6.072 6.863 Capixaba 1.702,58

Santa Rosa do Purus Santa-rosense 4.691 6.021 Epitaciolândia 1.654,77


Acreanos Ilustres

Adib Jatene - Médico (cirurgião torácico), cientista brasileiro, ex-Ministro da Saúde,


fundador do Instituto do Coração;
Armando Nogueira - Jornalista e escritor; Criador do telejornalismo no Brasil, com a
criação do Jornal Nacional;
Antônio Carlos Gouveia - Popular Carlão, ex-jogador de vôlei; Capitão da Seleção
Brasileira campeã dos Jogos Olímpicos de 1992 em Barcelona; Melhor Jogador de
Vôlei do Mundo em 1994;
Brendha Haddad - Atriz;
Chico Mendes (Francisco Alves Mendes Filho) - Ambientalista, Líder seringueiro;
Mártir da Floresta Amazônica;
Enéas Carneiro - Político. Formado em Medicina e especialista em Cardiologia;
Glória Perez - Novelista;
Iolanda Fleming - Primeira governadora mulher do Brasil;
Jarbas Passarinho - Militar e político; Ex-governador e ex-senador do estado do
Pará, ex-ministro da Justiça e do Trabalho e Previdência Social;
João Donato - Músico. Foi um dos responsáveis pelo surgimento da Bossa Nova;
José Vasconcelos - Humorista, ator e dramaturgo;
Miguel Jerônimo Ferrante - ex-Ministro do STF e escritor, pai de Glória Pérez;
Marina Silva - Ambientalista, pedagoga e política, ex-ministra do Meio Ambiente.
Tião Viana - Médico e atual Governador
Jorge Viana – Engenheiro e atual Senador

Curiosidades => http://www.portalsaofrancisco.com.br/turismo/acre


Chico Mendes https://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Mendes
Chico Mendes resumido https://educacao.uol.com.br/biografias/chico-mendes.htm

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