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Livro Eletrônico

Aula 02

Legislação Aplicada ao SUS p/ EBSERH - 2018 (Todos os cargos) -


Pós-Edital
Adriano de Oliveira, Ana Paula de Oliveira

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LEI ORGÂNICA DA SAÚDE

Prof. Adriano de Oliveira

LEI ORGÂNICA DA SAÚDE – 8.080/1990

SUMÁRIO
2. Apresentação da Aula 2
958492
5. Introdução à Lei 8.080 4

6. Determinantes sociais em saúde 11

7. Vigilância em Saúde 13

8. Princípios e diretrizes do SUS 18

9. Organização do SUS 22

10. Atribuições e competências 24

11. Estrutura de governança 29

12. Incorporação tecnológica 32

13. Planejamento e orçamento 34

14. Resumo da aula 37

15. Referências 43

16. Simulado 44

17. Gabarito 51

18. Questões Comentadas 52

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APRESENTAÇÃO DA AULA

Exploraremos nesta aula a Lei Orgânica da Saúde, a lei que definiu as


diretrizes para constituição do Sistema Único de Saúde. Sendo assim trata-se
do eixo principal de compreensão da política de saúde no Brasil. As demais
aulas também tratam de normativas (leis, decretos e portarias) muito
importantes para estruturação e organização do sistema, mas para efeito de
provas e concursos não há outro documento sobre o qual se pergunte mais.

O enfoque desta aula será destrinchar a Lei 8.080, destacando os


aspectos que aparecem como maiores tendências nas provas de concurso.

Trata-se de um tema bastante denso e extenso, pois como eu já disse em


outras palavras, esta lei é a coluna vertebral de toda a legislação do SUS. Para
tanto apresentarei um quadro resumo dos artigos da lei, e não trarei na íntegra
o corpo do texto da lei.

Logo após o resumo exploraremos os principais conceitos de que tratam o


conjunto de capítulos e artigos da lei 8.080 e as questões relacionadas a eles. A
ordem em que apresentarei essas abordagens segue a sequência em que eles
aparecem em seus respectivos artigos no texto da lei.

Listei todas as questões ao final da aula como um simulado para você


treinar, logo após você vai conferir o gabarito e na sequência eu comentarei
estas mesmas questões uma a uma para dirimir qualquer dúvida que você
tenha. Leia os comentários mesmo daquelas questões que você acertou,
lembre-se que esta repetição ajuda sua mente a fixar o conhecimento sobre
determinado assunto.

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Segue abaixo um quadro com os destaques que compõem esta aula:

Determinantes Sociais da Saúde

Vigilância em Saúde

Princípios e diretrizes do SUS

Organização do sistema

Atribuições e competências de cada esfera

Estrutura de governança

Planejamento e orçamento

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INTRODUÇÃO À LEI 8.080

A Constituição Federal de 1988 trouxe claramente em seu texto o


entendimento do que passava a significar a Seguridade Social para a sociedade
brasileira. Resgatando também um destaque da história da saúde no período
pré-SUS, podemos afirmar que os artigos da Constituição que se referem à
saúde em grande parte foram inspirados no relatório da histórica 8ª
Conferência Nacional da Saúde, realizada em 1986 por reivindicação de
grupos da sociedade civil organizada.

Sem dúvidas o maior ganho simbólico e concreto que obtivemos com a


promulgação da nova Constituição foi o reconhecimento claro e inequívoco de
que a saúde passaria a ser entendida enquanto um direito inalienável de toda e
qualquer pessoa que esteja presente em território brasileiro, e não mais

A Lei nº 8.080/1990, também chamada de Lei Orgânica da Saúde,


traz em seu cabeçalho e já no primeiro artigo um resumo muito esclarecedor
sobre o seu teor. Esta lei dispõe sobre as condições para a promoção, proteção,
recuperação da saúde, organização e funcionamento dos serviços
correspondentes (cabeçalho) e regula em todo o território nacional as ações e
os serviços de saúde executados isolada ou conjuntamente, em caráter
permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou
privado (artigo 1º).

Isso quer dizer que é uma lei que determina os modos de funcionamento
de todo e qualquer serviço de saúde e não só dos que são mantidos pelo poder
público. Isso significa também que o SUS é composto por todos esses serviços
e não apenas pelos públicos, ressalvando-se que a inciativa privada tem um
caráter complementar e/ou suplementar nesse sistema. Entendimento este
bastante diferente ao que observamos no senso comum.

A Constituição Federal remeteu a regulamentação do SUS à necessidade


de aprovação de leis complementares e ordinárias e, desde então, foram

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aprovadas pelo Congresso Nacional as seguintes leis, emenda e decreto sobre o


tema, com seus respectivos cabeçalhos:

1) Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as


condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e
o funcionamento dos serviços correspondentes.

2) Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe sobre a


participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde.

3) Emenda Constitucional nº 29, de 13 de setembro de 2000, que


altera os artigos 34, 35, 156, 160, 167 e 198 da Constituição Federal e
acrescenta artigo ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para
assegurar os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços
públicos de saúde.

4) Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que regulamenta a Lei


no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do
Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde
e a articulação interfederativa, e dá outras providências.

5) Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012, que


regulamenta o artigo 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores
mínimos a serem aplicados anualmente pela União, por estados, Distrito Federal
e municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de
rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização,
avaliação e controle das despesas com saúde nas três esferas de governo;

Confira abaixo o quadro resumo que explica o teor de cada capítulo, sem
dividir minuciosamente em cada artigo, para não perdermos o foco da
compreensão sistêmica dos temas e não só da memorização.

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QUADRO RESUMO – LEI 8.080

TÍTULO ASSUNTO

 Reafirma a saúde enquanto direito e dever do Estado,


TÍTULO I concretizando-se pela formulação e execução de políticas
que garantam um acesso universal e igualitário as
DISPOSIÇÕES GERAIS ações e serviços de saúde.
 Descreve o que são determinantes de saúde.
 O SUS é formado por órgãos das 3 esferas de poder –
TÍTULO II municipal, estadual e federal por meio de instituições de
administração direta e indireta.
DO SUS  Poderá contar com a participação da iniciativa privada
em caráter complementar.
CAPÍTULOS ARTIGO

 Objetivos do SUS: identificação de determinantes,


formulação de políticas, assistência integral e prevenção.
 Atuação do SUS: vigilâncias (inclusive nutricional);
I assistência integral; participação no saneamento básico;
ordenamento na formação de RH; colaboração na proteção
Objetivos 5º e 6º ambiental; formulação de políticas de medicamentos,
equipamento e materiais; fiscalização de serviços,
Atribuições produtos, substâncias e alimentos; desenvolvimento
tecnológico; política de sangue.
 Definição das vigilâncias: epidemiológica, sanitária e
saúde do trabalhador.
 Princípios do SUS: universalidade, equidade,
II
integralidade, controle social, preservação da autonomia,
Princípios 7º direito a informação, priorização epidemiológica,
participação da comunidade e descentralização,
Diretrizes intersetorialidade, conjugação de recursos, resolutividade,
evitar duplicidade.
 Organização regionalizada e hierarquizada;
 direção única a ser exercida pelo Ministério e Secretarias
III (municipais e estaduais);
 municípios podem formar consórcios;
Organização  criação de comissões intersetoriais para assuntos que
8º - 14 extrapolam a esfera do SUS; criação de comissões
Direção permanentes de integração saúde e ensino;
 CIB e CIT como foros de pactuação;
Gestão  CONASS e CONASEMS como entidades representativas
das Secretarias de Saúde; COSEMS como representantes
das Secretarias Municipais no âmbito dos Estados.

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 Atribuições “comuns” da União, Estados, Distrito


IV
Federal e Municípios.
Competência 15 - 19  Competências “específicas” da direção nacional,
estadual e municipal. O Distrito Federal acumula
Atribuições competências de Estado e Município.

 Instituição do Subsistema de Atenção à Saúde


Indígena com base nos Distritos Sanitários Especiais
Indígenas (DSEI).
 Financiamento federal, Estado e Municípios poderão
complementar.
V  Articulação do Subsistema com os órgãos responsáveis
19: A - H pela Política Indígena.
Saúde Indígena  Levar em consideração a realidade local e as
especificidades da cultura dos povos indígenas.
O Subsistema deverá ser descentralizado,
hierarquizado e regionalizado.
 SUS servirá de retaguarda e referência.
 Direito a participar dos Conselhos de Saúde.
 Estabelecimento do atendimento e internação domiciliar
VI
no SUS, realizados por equipes multidisciplinares que
Internação 19 – I atuarão na prevenção, terapêutica e reabilitação.
 Este atendimento só poderá ocorrer com expressa
Domiciliar concordância do paciente.

 Permissão da presença de 1 acompanhante durante o


VII
período de trabalho de parto, parto e pós-parto, indicado
Parto e Pós- 19: J e L pela própria parturiente.
 Os hospitais devem manter, em local visível, aviso
parto informando sobre este direito.

 Define o que compõe a assistência terapêutica


integral: dispensação de medicamentos e produtos; oferta
VII
de procedimentos terapêuticos, em regime domiciliar,
Incorporação de 19: M-U ambulatorial e hospitalar;
 Detalha procedimentos da política de medicamentos;
Tecnologia  Descreve a composição da Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias no SUS e algumas de suas
atribuições e procedimentos;
TÍTULO III – SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA

 Define e caracteriza as possibilidades de atuação da


I iniciativa privada no sistema de saúde, respeitando as
20 – 23 regras expedidas pelos órgãos gestores do SUS.
Funcionamento  Permite participação direta ou indireta de empresas ou
capital estrangeiro na assistência, em alguns casos.

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 O SUS poderá recorrer a iniciativa privada para


complementar seus serviços.
 Essa participação deve ser por meio de contrato ou
II convênio.
 Entidades Filantrópicas e sem fins lucrativos tem
Participação 24 - 26 preferência.
 Os critérios, valores e parâmetros assistenciais serão
Complementar
estabelecidos pela direção nacional do SUS e aprovados
no Conselho Nacional de Saúde (CNS).
 Aos proprietários e dirigentes de entidades contratadas é
vedado exercer cargo de confiança no SUS.
TÍTULO IV – RECURSOS HUMANOS

 Objetivos da política de recursos humanos:


organização de um sistema de formação de recursos
humanos em todos os níveis de ensino; valorização da
dedicação exclusiva aos serviços do SUS.
 Os serviços públicos constituem campo de prática
para ensino e pesquisa.
27 – 30  Os cargos e funções de chefia, direção e
assessoramento, só poderão ser exercidas em regime de
tempo integral.
 Servidores que acumulam 2 cargos poderão exercer suas
atividades em mais de 1 estabelecimento.
 As especializações na forma de treinamento em serviço
sob supervisão (Programas de Residência) serão
regulamentadas por Comissão Nacional.
TÍTULO V – FINANCIAMENTO

 O orçamento da seguridade social destinará ao SUS os


I recursos necessários, de acordo com a LDO.
31 – 32  Define outras fontes de recursos.
Recursos  Atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e
tecnológico serão co-financiadas pelo SUS, pelas
universidades e com recursos de instituições de fomento.
 Recursos financeiros movimentados ficam sob
fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde.
II
 Na esfera federal, os recursos financeiros serão
33 -35 administrados pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS).
Gestão
 Auditoria do MS acompanha a aplicação dos recursos
Financeira repassados conforme programação.
 Critérios para o estabelecimento de valores a serem
transferidos para Estados e Municípios.

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III  Planejamento e orçamento devem ser ascendentes.


 Vedado o financiamento de ações não previstas nos
Planejamento 36 – 38 planos de saúde, exceto em situações emergenciais.
 Não é permitido auxílio financeiro à instituições
Orçamento prestadoras de serviços com finalidade lucrativa.

DISPOSIÇÕES FINAIS (sem considerar as transitórias)

 O acesso aos sistemas de informação dos ministérios da seguridade social será


assegurado às Secretarias de Saúde, e o MS deve organizar um sistema nacional.
 Hospitais universitários e de ensino integram-se ao SUS, mediante convênio.
 Em tempos de paz serviços das Forças Armadas poderão integrar-se ao SUS. A
gratuidade das ações e serviços de saúde fica preservada nos serviços públicos
contratados, ressalvando-se as cláusulas dos contratos ou convênios.
 O MS, em articulação com os níveis estaduais e municipais organizará, no prazo de 2 anos,
um sistema nacional de informações em saúde, integrado em todo o território
nacional, abrangendo questões epidemiológicas e de prestação de serviços.
 Constitui crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas a utilização de
recursos financeiros do SUS em finalidades diversas das previstas nesta lei.
 Define as atividades de apoio à assistência à saúde como aquelas desenvolvidas pelos
laboratórios de genética humana, produção e fornecimento de medicamentos e produtos,
laboratórios de analises clínicas, anatomia patológica e diagnóstico por imagem

Se você já leu o texto original desta lei ou estudou a respeito dela há


algum tempo atrás vai se surpreender com as novidades incrementadas por leis
subsequentes que provocaram alterações em vários de seus capítulos e artigos.
Confira abaixo a lista de todas estas leis e decreto com seus respectivos
cabeçalhos. Fique atento à estas leis, sobretudo às que são mais recentes, elas
podem se tornar uma tendência para provas que estejam por vir.

Decreto nº 1.651, de 28 de setembro de 1995

Regulamenta o Sistema Nacional de Auditoria no âmbito do SUS.

Lei nº 9.836, de 23 de setembro de 1999

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde,


a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências", instituindo o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.

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Lei nº 10.424, de 15 de abril de 2002


Acrescenta capítulo e artigo à Lei 8.080, que dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
de serviços correspondentes, regulamentando a assistência domiciliar no SUS.

Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005

Altera a Lei 8.080, para garantir às parturientes o direito à presença de


acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no
âmbito do Sistema Único de Saúde.

Lei nº 12.401, de 2011

Dispõe sobre a assistência terapêutica e a incorporação de tecnologia em saúde


no âmbito do SUS.

Lei nº 12.466, de 24 de agosto de 2011

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde,


a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências”, para dispor sobre as comissões intergestores do Sistema Único
de Saúde (SUS), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o
Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e suas
respectivas composições, e dar outras providências.

Lei nº 12.864, de 24 de setembro de 2013

Inclui atividade física como fator determinante e condicionante da saúde.

Lei nº 12.895, de 18 de dezembro de 2013.

Obriga os hospitais de todo o País a manter, em local visível, aviso informando


sobre o direito da parturiente a acompanhante.

Lei nº 13.097, de 19 de janeiro de 2015

Permite a participação de empresas ou capital estrangeiro na saúde.

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Lei nº 13.427, de 30 de março de 2017

Insere entre os princípios do SUS, a organização de atendimento específico e


especializado para mulheres e vítimas de violência doméstica em geral.

DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE

Damos início a esta etapa da aula destacando um primeiro conceito


muito importante que aparece logo nas Disposições Gerais do Título I, os
determinantes e condicionantes da saúde. Isso revela de alguma forma o
entendimento da sociedade brasileira sobre o que é saúde, compartilhando de
uma visão de homem integral. Vejamos como ficou o texto deste artigo:

“Art. 3º - Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do


País, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a
renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens
e serviços essenciais.”

Lembre-se que na lista de leis que alteraram o texto original, consta o


acréscimo da atividade física como um determinante de saúde. (Lei nº
12.864, de 24 de setembro de 2013)

De acordo com definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), os


determinantes sociais da saúde estão relacionados às condições em
que uma pessoa vive e trabalha. Também podem ser considerados os
fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e
comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e
fatores de risco à população, tais como moradia, alimentação, escolaridade,
renda e emprego.

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O esquema abaixo, proposto pelos teóricos Dahlgren e Whitehead,


ilustra bem a interrelação entre estes determinantes sociais (representados
graficamente pelos arcos) e o grupo de fatores e características individuais
(representados na esfera central) sobre as quais não se tem muita possibilidade
de intervenção ou alteração.

Estudos sobre determinantes sociais apontam que há distintas


abordagens possíveis. Além disso, que há uma variação quanto à compreensão
sobre os mecanismos que acarretam em iniquidades de saúde. Por isso, os
determinantes sociais não podem ser avaliados somente pelas doenças
geradas, pois vão além, influenciando todas as dimensões do processo de
saúde das populações, tanto do ponto de vista do indivíduo, quanto da
coletividade na qual ele se insere.

Entre os desafios para entender a relação entre determinantes sociais e


saúde está o estabelecimento de uma hierarquia de determinações entre os
fatores mais gerais de natureza social, econômica, política e as mediações
através das quais esses fatores incidem sobre a situação de saúde de grupos e
pessoas, não havendo uma simples relação direta de causa-efeito.

Daí a importância do setor saúde se somar aos demais setores da


sociedade no combate às iniquidades, ao que chamamos de
intersetorialidade. Todas as políticas que assegurem a redução das
desigualdades sociais e que proporcionem melhores condições de mobilidade,

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trabalho e lazer são importantes neste processo, além da própria


conscientização do indivíduo sobre sua participação pessoal no processo de
produção da saúde e da qualidade de vida.

VIGILÂNCIA EM SAÚDE

A vigilância em saúde tem por objetivo a observação e análise


permanentes da situação de saúde da população, articulando-se em um
conjunto de ações destinadas a controlar determinantes, riscos e danos
à saúde de populações que vivem em determinados territórios, garantindo-se
a integralidade da atenção, o que inclui tanto a abordagem individual como
coletiva dos problemas de saúde.

As ações de vigilância, promoção, prevenção e controle de doenças e


agravos à saúde, devem se constituir em espaço de articulação de
conhecimentos e técnicas. O conceito de vigilância em saúde inclui: a
vigilância e o controle das doenças transmissíveis; a vigilância das
doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância da situação de
saúde, vigilância ambiental em saúde, vigilância da saúde do
trabalhador e a vigilância sanitária.

Observamos em seu artigo 6º, que a lei 8.080 elenca as facetas da


vigilância em Saúde como objetivos de atuação do SUS.

Art. 6º - Estão incluídas ainda no campo de


atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):

I - a execução de ações:

a) de vigilância sanitária;

b) de vigilância epidemiológica;

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c) de saúde do trabalhador;

As ações de vigilância, promoção, prevenção e controle de doenças e


agravos à saúde, devem se constituir em espaço de articulação de
conhecimentos e técnicas. Segundo a Portaria nº 1.378 de 2013 as ações de
Vigilância em Saúde envolvem práticas e processos de trabalho voltados para:

 vigilância da situação de saúde da população, com a produção de análises


que subsidiem o planejamento, estabelecimento de
 prioridades e estratégias, monitoramento e avaliação das ações de saúde
pública;
 detecção oportuna e adoção de medidas adequadas para a resposta às
emergências de saúde pública;
 vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis;
 vigilância das doenças crônicas não transmissíveis, dos acidentes e
violências;
 vigilância de populações expostas a riscos ambientais em saúde;
 vigilância da saúde do trabalhador;
 vigilância sanitária dos riscos decorrentes da produção e do uso de
produtos, serviços e tecnologias de interesse a saúde;

Assim, apesar do Ministério da Saúde e dos demais gestores da saúde no


âmbito estadual e municipal ainda não terem concluído a formulação da
Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS), podemos afirmar que os
eixos estruturantes desta política estão bem representados no esquema abaixo:

Vigilância da
Vigilância
situação de
epidemiológica
saúde

VIGILÂNCIA EM
SAÚDE
Vigilância em
Vigilância
saúde
sanitária
ambiental

Vigilância em
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saúde do 14 de 63
trabalhador
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A ideia de representar a PNVS por meio deste esquema é demonstrar


que apesar de haverem dimensões distintas do trabalho de vigilância em saúde,
estas dimensões devem ser entendidas de maneira integrada. Nesta aula
destacaremos apenas os 3 eixos de que se faz menção clara no texto da lei e
por estarem mais presentes nas provas.

Vigilância Sanitária

De acordo com o parágrafo 1º do artigo 6º, a definição que temos de


vigilância sanitária é:

“...um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos


à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio
ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços
de interesse da saúde...”

Este conceito abrange o controle de bens de consumo que, direta ou


indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e
processos, da produção ao consumo. Atua também no controle da prestação
de serviços que, direta ou indiretamente, se relacionam com a saúde.

A vigilância sanitária também pode ser concebida como um espaço de


exercício da cidadania e do controle social, por sua capacidade
transformadora da qualidade dos produtos, dos processos e das relações
sociais.

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Vigilância Epidemiológica

De acordo com o parágrafo 2º do artigo 6º, a definição que temos de


vigilância epidemiológica é:

... “um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a


detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes
e condicionantes da saúde individual ou coletiva, com a finalidade de se
recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças
ou agravos”...

Seu propósito é fornecer orientação técnica permanente para os


que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de
doenças e agravos. Tem como funções, dentre outras: coleta e processamento
de dados; análise e interpretação dos dados processados; divulgação das
informações; investigação epidemiológica de casos e surtos; análise dos
resultados obtidos; e recomendações e promoção das medidas de controle
indicadas.

A operacionalização da vigilância epidemiológica compreende um ciclo de


funções específicas e complementares, desenvolvidas de modo contínuo,
permitindo conhecer, a cada momento, o comportamento da doença ou
agravo selecionado como alvo das ações, de forma que as medidas de
intervenção pertinentes possam ser desencadeadas em tempo oportuno
e com eficácia.

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Saúde do Trabalhador

De acordo com o parágrafo 3º do artigo 6º, a definição que temos de


saúde do trabalhador é:

“...um conjunto de atividades que se destina, através das ações de


vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção
da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e
reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e
agravos advindos das condições de trabalho...”

Em resumo, as principais ações compreendidas pela política de saúde do


trabalhador, conforme a própria lei 8.080 prevê, são:

 assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de


doença profissional e do trabalho;
 participação em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e
agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho;
 participação da normatização, fiscalização e controle das condições que
apresentam riscos à saúde do trabalhador;
 informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às
empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho e doença do trabalho.
 participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde
do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas;
 revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de
trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais;

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PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS

Chegamos ao coração e alma da lei 8.080, a expressão maior dos


valores defendidos nos primórdios pelo movimento da reforma sanitária
brasileira, e que cotidianamente permanece como a bandeira de cada um dos
que militam pelo direito à saúde.

Alguns destes princípios e diretrizes já nos foram apresentados ao


estudarmos a Constituição Federal. Na lei orgânica estes princípios
encontram-se agrupados no artigo 7º, conforme podemos observar no
quadro resumo. Porém, na verdade eles estão espalhados sutilmente nas
descrições de vários outros artigos também. Vale destacar também que a lei é
bem clara ao declarar que esses princípios se aplicam ou deveriam se
aplicar a todos os serviços públicos, privados, contratados ou
conveniados que integram o SUS.

Não estivéssemos em um curso focado, poderíamos fazer de cada um


destes princípios um mote para uma aula própria. Trago-lhes, porém, uma
proposta de glossário que resume cada um destes conceitos tão caros ao SUS,
antecedido por uma imagem que nos lembra que estes princípios precisam
andar completamente integrados.

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Princípios Doutrinários

Universalidade: significa que o Sistema Único de Saúde deve atender a todos


por meio de sua estrutura e serviços, sem distinções ou restrições, oferecendo
toda a atenção necessária, sem qualquer custo, não importando, por exemplo,
se a pessoa possui um plano de saúde privado ou não.

Equidade: preconiza o direito das pessoas de serem atendidas de acordo com


as suas necessidades de saúde, sem privilégios ou preconceitos. O SUS deve
disponibilizar recursos e serviços de forma justa, de acordo com as
necessidades de cada um. Portanto, não é sinônimo de igualdade, apesar do
texto da lei colocar nestes termos e estes conceitos terem muito em comum.
Ocorre que esta concepção evoluiu, visando entre outros aspectos reduzir o
impacto dos determinantes sociais da saúde que acabamos de estudar.

Integralidade: preconiza a garantia ao usuário de uma atenção que abrange


as ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, com garantia de

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acesso a todos os níveis de atenção do Sistema de Saúde. A integralidade


também pressupõe a atenção focada no indivíduo, na família e na comunidade
(inserção social) e não num recorte de ações programáticas ou doenças.

Participação Social: é um mecanismo institucionalizado pelo qual se procura


garantir a participação social, com representatividade, no acompanhamento da
formulação e execução das políticas de saúde. Ele se concretiza
primordialmente por meio dos Conselhos e Conferências de Saúde, mas se dá
também em outras instâncias.

Princípios Organizativos

Regionalização: trata-se de uma forma de organização do Sistema de Saúde,


com base territorial e populacional, adotada por muitos países na busca por
uma distribuição de serviços que promova equidade de acesso, qualidade,
otimização dos recursos e racionalidade de gastos.

Hierarquização: diz respeito à possibilidade de organização dos níveis de


atenção do Sistema conforme o grau de densidade tecnológica dos serviços,
isto é, o estabelecimento de uma rede que articula os serviços dos diferentes
níveis de atenção, através de um sistema de referência e contra-referência de
usuários e de trânsito de informações.

Descentralização: é o processo de transferência de responsabilidades da


gestão e recursos para os municípios, atendendo às determinações
constitucionais e legais que embasam o SUS e que definem atribuições comuns
e competências específicas à União, estados, Distrito Federal e municípios.

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Além destes princípios mais estruturantes do Sistema, sobre os quais


muito se escreve, o artigo 7º menciona ainda os seguintes princípios e
diretrizes:

 preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade


física e moral;
 direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
 divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a
sua utilização pelo usuário;
 utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a
alocação de recursos e a orientação programática;
 integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e
saneamento básico;
 conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de
serviços de assistência à saúde da população;
 capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência;
 organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios
para fins idênticos.

Há de se lembrar ainda que este artigo da lei 8.080 se baseia no


artigo 198 da Constituição. A lei teve a pretensão de detalhar, dando assim
maior clareza aos princípios constitucionais. O texto da Constituição diz o
seguinte:

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede


regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de
acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem


prejuízo dos serviços assistenciais;

III - participação da comunidade.

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ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA

Para a discussão deste tema a proposta é partir de diferentes artigos da


lei 8.080 que estejam diretamente relacionados a organização do SUS
efetivamente e discuti-los para esclarecê-los. Alguns destes artigos encontram-
se no capítulo III, cujo título é justamente – da organização, da direção e
da gestão. Faço abaixo um destaque para alguns artigos chave deste capítulo.

Art. 8º - As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de


Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação complementar da
iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e
hierarquizada em níveis de complexidade crescente.

Art. 9º - A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com


o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de
governo pelos seguintes órgãos:

I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;

II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria


de Saúde ou órgão equivalente; e

III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou


órgão equivalente.

No artigo 8º ficam reiteradas a regionalização e hierarquização como


princípios estruturantes para a organização do SUS. Essa necessidade de
reafirmar estes princípios decorre da longa história de centralização do sistema
de saúde em estruturas federais como principais prestadores de serviços de
saúde aos trabalhadores que possuíam cobertura previdenciária.

Ao propor a descentralização do sistema, a lei 8.080 aponta a


regionalização como possibilidade do estabelecimento de relações de apoio
mútuo entre municípios que guardam entre si interesses comuns. E traz ainda

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na hierarquização a necessidade destas regiões de saúde organizarem seus


fluxos e estratégias de acesso e otimização de recursos

Já no artigo 9º observa-se a inequívoca declaração de que o SUS deve


ter comando único em cada instância, e identifica o Ministério da Saúde e as
Secretarias Estaduais e Municipais como responsáveis por esse comando em
suas respectivas esferas. Isso significa que seus representantes são a
autoridade que determina os rumos das políticas de saúde em seus territórios.

Isso também deflagra o caráter independente de cada um dos poderes


ou instâncias de governo. Veremos mais à frente como essas esferas se
relacionam para pactuar políticas que são de interesse nacional. Isso, porém,
não restringe a possibilidade de se estabelecer políticas e diretrizes locais,
sobretudo no que tange o regramento operacional dos serviços.

Consórcios administrativos intermunicipais

Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver


em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam.

§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá


organizar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas e
práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde.

Trata-se de uma sociedade constituída entre municípios interessados na


tentativa de otimizar recursos por meio de entidade que juridicamente é de
direito privado e que portanto permite facilidades operacionais. Assim o
conjunto de municípios pode realizar provimentos de serviços de saúde para a
região e ratear proporcionalmente tais despesas. Esse dispositivo é previsto
legalmente desde 1937 e não é exclusivo da área da saúde.

A lei 8.080 coloca também a possibilidade de um mesmo município,


sobretudo os de grande porte, estabelecer unidades gestoras para
determinadas área geográficas do município. Comumente esses territórios são
chamados de distrito sanitário. A depender do arranjo organizativo pode
haver maior ou menor autonomia para o gestor local designado, mas nunca
se sobrepõe ao princípio de comando único do Secretário Municipal de Saúde.

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ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS

Outro grupo importante de artigos que nos permite entender a


organização do SUS está nas Seções I e II do capítulo IV, onde temos
descrito as atribuições comuns e competências de cada esfera de
governo. Preparei 2 quadros resumos em que no primeiro eu listo de maneira
simplificada as principais atribuições que são comuns à todos. No segundo
quadro esboço as competências específicas de cada esfera, que em geral são
complementares. Por isso apresento em 3 colunas de uma mesma linha
competências análogas ou complementares das 3 esferas, para que você possa
compreender melhor. Perceba que em geral o Ministério da Saúde possui
atribuições mais relacionadas a formulação e apoio a implementação de
políticas, as Secretarias Estaduais coordenam a implementação das
políticas junto aos municípios e as Secretarias Municipais executam as
ações efetivamente.

O mais importante é que você compreenda qual é essa lógica de


complementação de papéis, ou seja, como é que devem atuar cada um dos
órgãos para alcançar os objetivos comuns do SUS. Ao final da leitura do texto
dos artigos coloquei uma tabela que permite que você compare os papéis de
cada esfera relacionados a temas semelhantes. No esquema abaixo demonstro
como é que se divide os níveis de responsabilidade:

FEDERAL:
coordenar o sistema de saúde, formular políticas e diretrizes nacionais,
fomentar programas, fiscalizar a execução de recursos federais.

ESTADUAL:
articular as regiões de saúde, mediar o acesso à alta complexidade, planejar no
âmbito estadual, apoiar técnica e financeiramente as ações dos municípios.

MUNICIPAL:
administrar os serviços de saúde, garantir acesso ao sistema, executar ações
de saúde

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ATRIBUIÇÕES COMUNS

Definição de mecanismos de controle, avaliação e de fiscalização das ações e


serviços de saúde;

Administração dos recursos orçamentários e financeiros

Acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da população e


das condições ambientais;

Organização e coordenação do sistema de informação de saúde;

Elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade e


parâmetros de custos

Elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade


para promoção da saúde do trabalhador;

Participação na formulação e execução das políticas de saneamento básico e


colaboração na proteção e recuperação do meio ambiente;

Elaboração e atualização periódica do plano de saúde;

Participação na formulação e na execução da política de formação e


desenvolvimento de recursos humanos para a saúde;

Elaboração da proposta orçamentária conforme o plano de saúde;

Elaboração de normas para regular as atividades de serviços privados de


saúde, tendo em vista a sua relevância pública;

Para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias,


decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de
irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera correspondente

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poderá requisitar bens e serviços, sendo-lhes assegurada justa indenização;

Implementar o sistema nacional de sangue, componentes e derivados;

Propor a celebração de convênios, acordos e protocolos internacionais


relativos à saúde, saneamento e meio ambiente;

Elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e recuperação da


saúde;

Promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício profissional e


outras entidades representativas da sociedade civil para a definição e
controle dos padrões éticos para pesquisa, ações e serviços de saúde;

Promover a articulação da política e dos planos de saúde;

Realizar pesquisas e estudos na área de saúde;

Definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscalização inerentes ao


poder de polícia sanitária;

Fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos e de


atendimento emergencial.

COMPETÊNCIAS DAS DIFERENTES ESFERAS DE GESTÃO DO SUS

FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL

Participar na formulação e Participar da formulação da Participar da execução,


na implementação das política e da execução de controle e avaliação das
políticas: de controle das ações de saneamento básico ações referentes às
agressões ao meio e das ações de controle e condições e aos ambientes
ambiente; de saneamento avaliação das condições e de trabalho
básico; e relativas às dos ambientes de trabalho
condições e aos ambientes
de trabalho

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Definir e coordenar os Coordenar e, em caráter Executar serviços


sistemas: de rede de complementar, executar De vigilância
laboratórios de saúde ações e serviços: de epidemiológica; vigilância
pública; de vigilância vigilância epidemiológica; de sanitária;
epidemiológica; e vigilância vigilância sanitária
sanitária

Participar da definição de Participar, junto com os Colaborar na fiscalização das


normas e mecanismos de órgãos afins, do controle dos agressões ao meio ambiente
controle, com órgão afins, agravos do meio ambiente que tenham repercussão
de agravo sobre o meio sobre a saúde humana
ambiente

Participar da definição de Coordenar e, em caráter Executar serviços de saúde


normas e coordenar a complementar, executar do trabalhador
política de saúde do ações e serviços de saúde
trabalhador do trabalhador

Estabelecer normas e Colaborar com a união na Colaborar com a união e os


executar a vigilância execução da vigilância estados na execução da
sanitária de portos, sanitária de portos, vigilância sanitária de
aeroportos e fronteiras aeroportos e fronteiras portos, aeroportos e
fronteiras

Formular, avaliar, elaborar Em caráter suplementar, Dar execução, no âmbito


normas e participar na formular, executar, municipal, à política de
execução da política acompanhar e avaliar a insumos e equipamentos
nacional e produção de política de insumos e para a saúde
insumos e equipamentos equipamentos para a saúde
para a saúde

Prestar cooperação técnica e Prestar apoio técnico e Formar consórcios


financeira aos Estados, ao financeiro aos Municípios e administrativos
Distrito Federal e aos executar supletivamente intermunicipais
Municípios ações e serviços de saúde

Promover a descentralização Promover a descentralização Normatizar


para as Unidades Federadas para os Municípios dos complementarmente as
e para os Municípios, dos serviços e das ações de ações e serviços públicos de
serviços e ações de saúde saúde saúde no seu âmbito de
atuação

Normatizar e coordenar Coordenar a rede estadual Gerir laboratórios públicos


nacionalmente o Sistema de laboratórios de saúde de saúde e hemocentros
Nacional de Sangue, pública e hemocentros
Componentes e Derivados

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Acompanhar, controlar e Acompanhar, controlar e Planejar, organizar,


avaliar as ações e os avaliar as redes controlar e avaliar as ações
serviços de saúde, hierarquizadas e gerir e os serviços de saúde e
respeitadas as competências sistemas públicos de alta gerir e executar os serviços
estaduais e municipais complexidade, de referência públicos de saúde
estadual e regional

Formular, avaliar e apoiar Coordenar e, em caráter Executar serviços de


políticas de alimentação e complementar, executar alimentação e nutrição
nutrição; ações e serviços de
alimentação e nutrição

Estabelecer critérios, Formular normas e


parâmetros e métodos para estabelecer padrões, em
o controle da qualidade caráter suplementar, de
sanitária de produtos procedimentos de controle
de qualidade para produtos

Elaborar o Planejamento Participar do planejamento,


Estratégico Nacional no programação e organização
âmbito do SUS da rede regionalizada e
hierarquizada, em
articulação com sua direção
estadual;

Promover articulação com os


órgãos educacionais e de
fiscalização do exercício
profissional, bem como com
entidades representativas de
formação de recursos
humanos na área de saúde

Estabelecer o Sistema
Nacional de Auditoria e
coordenar a avaliação
técnica e financeira do SUS

Executar ações de vigilância


epidemiológica e sanitária
em circunstâncias especiais,
como na ocorrência de
agravos inusitados, que
possam escapar do controle
da direção estadual ou que
representem risco de
disseminação nacional.

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ESTRUTURA DE GOVERNANÇA

Conforme vimos no tópico anterior o poder público estadual tem, então,


como uma de suas responsabilidades nucleares, mediar a relação entre os
sistemas municipais e o federal de mediar entre os sistemas estaduais. Mas
como será que eles exercem este papel?

As instâncias básicas para a viabilização desses propósitos integradores e


harmonizadores são os fóruns de negociação, o de âmbito nacional integrado
pelos gestores municipal, estadual e federal – a Comissão Intergestores
Tripartite (CIT) – e no âmbito de cada estado pelos gestores estadual e
municipal – a Comissão Intergestores Bipartite (CIB). Por meio dessas
instâncias e dos Conselhos de Saúde, são viabilizados os princípios
democráticos de construção da política de saúde.

As Comissões Intergestores Bipartite são instâncias de pactuação e


deliberação para a realização dos pactos intraestaduais e a definição de
modelos organizacionais, a partir de diretrizes e normas pactuadas na
Comissão Intergestores Tripartite. As deliberações das Comissões
Intergestores Bipartite e Tripartite devem ser preferencialmente por construção
de consenso, e não votação.

Nas CIB e CIT são apreciadas as composições dos sistemas


municipais de saúde, bem assim pactuadas as programações entre
gestores e integradas entre as esferas de governo. Da mesma forma, são
pactuados os tetos financeiros possíveis – dentro das disponibilidades
orçamentárias conjunturais – oriundos dos recursos das três esferas de
governo, capazes de viabilizar a atenção às necessidades assistenciais e às
exigências ambientais.

A despeito do que as Normas Operacionais Básicas (NOB) já traziam a


respeito do papel destas Comissões, por meio de portarias, fazia-se necessário

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regulamentar isso em outro nível. Veio então em 2011 com a promulgação da


lei nº 12.466 a inclusão dos seguintes artigos à lei 8.080:

Art.14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são reconhecidas


como foros de negociação e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos
operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS).

Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite


terá por objetivo:

I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da


gestão compartilhada do SUS, em conformidade com a definição da política
consubstanciada em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde;

II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a respeito


da organização das redes de ações e serviços de saúde, principalmente no
tocante à sua governança institucional e à integração das ações e serviços dos
entes federados;

III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integração de


territórios, referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à
integração das ações e serviços de saúde entre os entes federados.

A CIT é composta, paritariamente, por representação do Ministério da


Saúde (MS), do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde
(CONASS) e do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde
(CONASEMS). Já a CIB, composta igualmente de forma paritária, é integrada
por representação da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e do Conselho
Estadual de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS) ou órgão equivalente.
Um dos representantes dos municípios é o Secretário de Saúde da Capital. A
Bipartite pode operar por meio Comissões Intergestores Regionais (CIR), sobre
as quais discutiremos melhor na última aula. Vejamos no artigo seguinte qual a
definição de cada uma dessas instâncias.

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Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho


Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos
como entidades representativas dos entes estaduais e municipais para tratar de
matérias referentes à saúde e declarados de utilidade pública e de relevante
função social, na forma do regulamento.

§ 1º - O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento geral da União


por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de despesas
institucionais, podendo ainda celebrar convênios com a União.

§ 2º - Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) são


reconhecidos como entidades que representam os entes municipais, no âmbito
estadual, para tratar de matérias referentes à saúde, desde que vinculados
institucionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos.

Segue abaixo um esquema para ajudá-lo(a) a fixar melhor esta correlação


entre os órgãos executivos, as Comissões e os Conselhos.

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INCORPORAÇÃO TECNOLÓGICA

Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS de novos


medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a constituição ou a
alteração de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, são atribuições do
Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação de
Tecnologias no SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

Num mundo cada vez mais dinâmico quanto a produção de novos


recursos tecnológicos é preciso que o poder público estabeleça diretrizes para
um uso seguro deles. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no
SUS - CONITEC tem como missão assessorar o Ministério da Saúde nas
atribuições relativas à incorporação, exclusão ou alteração de tecnologias em
saúde pelo SUS, bem como na constituição ou alteração de Protocolos Clínicos e
Diretrizes Terapêuticas - PCDT.

Isso vale para tecnologias que são aplicadas em qualquer serviço de


saúde, seja ele público ou privado. Além desta lei que instituiu a CONITEC, seu
funcionamento foi regulamentado pelo decreto n° 7.646 de 21 de dezembro de
2011.

O esquema abaixo ilustra como está proposto o processo de


incorporação de novas tecnologias no SUS:

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Legenda: DOU = Diário Oficial da União / (SE) = Secretaria Executiva / SCTIE = Secretaria de
Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde.

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PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO

Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único de Saúde


(SUS) será ascendente, do nível local até o federal, ouvidos seus órgãos
deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da política de saúde com a
disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do
Distrito Federal e da União.

O planejamento no âmbito do SUS configura-se como responsabilidade


dos entes públicos, devendo ser desenvolvido de forma contínua, articulada,
integrada e solidária entre as três esferas de governo, de modo a conferir
direcionalidade à gestão pública da saúde.

O processo ascendente e integrado de formulação do planejamento da


saúde busca incluir a problemática local e as necessidades de saúde suscitadas
no município no planejamento do sistema. Nesse sentido, a elaboração dos
Planos de Saúde Nacional, Estadual e Municipal ocorre mediante processo que
possibilita a interação entre as esferas de governo, contemplando momentos de
diálogo entre os entes, escuta das realidades e demandas municipais, regionais
e estaduais, com base no perfil epidemiológico, demográfico e socioeconômico
da população e a organização das ações e dos serviços de saúde, em cada
jurisdição administrativa e nas regiões de saúde.

Portanto é esperado que cada ente federado realize o seu planejamento


considerando as especificidades do seu território; as necessidades de
saúde da sua população; a definição de diretrizes, objetivos e metas a
serem alcançados mediante ações e serviços programados pelos entes
federados; a conformação das redes de atenção à saúde, contribuindo
para melhoria da qualidade do SUS e impactando na condição de saúde
da população.

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Este planejamento pressupõe uma dinâmica que contemple momentos


interdependentes que possibilitem:

 a identificação das necessidades de saúde da população da região


 a definição das diretrizes, dos objetivos e das metas para a região;
 a programação geral das ações e serviços de saúde, a qual é essencial ao
alcance das metas estabelecidas para a região; e
 o monitoramento permanente e a avaliação das ações implementadas.

Plano de Saúde

O Plano de Saúde é o instrumento que, a partir de uma análise


situacional, reflete as necessidades de saúde da população e apresenta as
intenções e os resultados a serem buscados no período de quatro anos,
expressos em diretrizes, objetivos e metas. Constituem a base para as
programações de cada esfera de governo, com o seu financiamento previsto
na proposta orçamentária.

Os Planos de Saúde orientam a elaboração do Plano Plurianual e suas


respectivas Leis Orçamentárias, compatibilizando as necessidades da política
de saúde com a disponibilidade de recursos financeiros.

Abaixo trago 2 quadros ilustrativos com sínteses das definições dos


instrumentos da gestão orçamentária que também demonstram a correlação
que existe entre os mesmos. Pode ser óbvio para os que estão
familiarizados com a administração pública, mas nunca é demais ressaltar
que a dinâmica destes instrumentos não se refere apenas a política de
saúde.

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RESUMO DA AULA

Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo


dos principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugestão é a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao início da aula seguinte, como forma de
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a sua
organização de estudos, a cada ciclo é fundamental retomar
esses resumos. Caso encontrem dificuldade em
compreender ou relembrar alguma informação, não deixem
de retornar à aula.

Contexto
A Lei 8.080 surgiu como fruto do movimento de décadas da
Reforma Sanitária, que teve seu ápice na 8ª Conferência Nacional de Saúde e
foi um marco na consolidação do regresso ao regime democrático no Brasil.
Este movimento inspirou processos semelhantes relacionados a outras políticas
públicas, o que faz dele pioneiro. A lei reitera os pressupostos constitucionais
inscritos nos artigos 196 à 200 da CF/88. Além da Lei 8.080 o SUS possui
outros marcos regulatórios importantes:

Lei nº 8.142/1990: participação da comunidade na gestão do SUS e


transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde.

Emenda Constitucional nº 29/2000: estabelece recursos mínimos para o


financiamento das ações e serviços públicos de saúde.

Decreto nº 7.508/2011: regulamenta a Lei 8.080 – organização do SUS,


planejamento da saúde, assistência à saúde e articulação interfederativa.

Lei Complementar nº 141/2012: regulamenta o artigo 198 da CF reiterando


os valores mínimos a serem aplicados por cada esfera de governo e estabelece
os critérios de rateio dos recursos e normas de fiscalização.

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Leis Adicionais

Ao longo do tempo desde a promulgação da Lei 8.080 leis posteriores


alteraram a versão original com acréscimos e mudanças. Esta listado abaixo a
identificação, ano e temática central destas leis e decreto.

Decreto nº 1.651/1995: Sistema Nacional de Auditoria no SUS.

Lei nº 9.836/1999: Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.

Lei nº 10.424/2002: Assistência domiciliar no SUS.

Lei nº 11.108/2005: Direito à presença de acompanhante durante o parto.

Lei nº 12.401/2011: Incorporação de tecnologia em saúde no âmbito do SUS.

Lei nº 12.466/2011: Comissões intergestores, CONASS e CONASEMS.

Lei nº 12.864/2013: Atividade física como fator determinante da saúde.

Lei nº 12.895/2013: Aviso sobre o direito da parturiente a acompanhante.

Lei nº 13.097/2015: Participação de empresas ou capital estrangeiro na saúde.

Lei nº 13.427/2017: Atendimento específico e especializado para mulheres e


vítimas de violência doméstica em geral.

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Determinantes Sociais em Saúde


A saúde é um fenômeno que se expressa como resultante da
combinação da determinação genética e biológica, fatores socioculturais e
econômicos e o meio ambiente.

Vigilância em Saúde

Vigilância Epidemiológica: conhecimento, detecção ou prevenção de


qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde
individual ou coletiva, com a finalidade de adotar as medidas de prevenção e
controle das doenças ou agravos.

Vigilância Sanitária: ações que visam eliminar, diminuir ou prevenir riscos à


saúde e intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da
produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da
saúde.

Saúde do Trabalhador: atividades que se destinam à promoção e proteção da


saúde dos trabalhadores, assim como à recuperação da saúde dos
trabalhadores submetidos à riscos relacionados ao trabalho.

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Princípios e Diretrizes do SUS

Organização do Sistema de Saúde

ATRIBUIÇÕES e COMPETÊNCIAS

FEDERAL:
coordenar o sistema de saúde, formular políticas e diretrizes nacionais,
fomentar programas, fiscalizar a execução de recursos federais.

ESTADUAL:
articular as regiões de saúde, mediar o acesso à alta complexidade, planejar no
âmbito estadual, apoiar técnica e financeiramente as ações dos municípios.

MUNICIPAL:
administrar os serviços de saúde, garantir acesso ao sistema, executar ações
de saúde

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Estrutura de Governança

Incorporação de Tecnologia

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS - CONITEC


tem como missão assessorar o Ministério da Saúde nas atribuições relativas à
incorporação, exclusão ou alteração de tecnologias em saúde pelo SUS, bem
como na constituição ou alteração de Protocolos Clínicos e Diretrizes
Terapêuticas.

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Planejamento e Orçamento

O planejamento no âmbito do SUS configura-se como responsabilidade


dos entes públicos, devendo ser desenvolvido de forma contínua, articulada,
integrada e solidária entre as três esferas de governo. Os Planos de Saúde
orientam a elaboração do Plano Plurianual e suas respectivas Leis
Orçamentárias, compatibilizando as necessidades da política de saúde com a
disponibilidade de recursos financeiros.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. A Gestão do SUS –


Brasília: CONASS, 2015. 133 p.

BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Legislação Estruturante


do SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília : CONASS,
2011. 534 p. (Coleção Para entender a gestão do SUS 2011, 13)

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Secretaria de


Atenção à Saúde. Diretrizes Nacionais da Vigilância em Saúde – Brasília :
Ministério da Saúde, 2010.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Subsecretaria de


Planejamento e Orçamento. Sistema de Planejamento do SUS: uma
construção coletiva: organização e funcionamento – 3. ed. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2009. 100 p. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) (Série
Cadernos de Planejamento v. 1)

Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Para entender a gestão


do SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. - Brasília: CONASS,
2003. 248 p.

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SIMULADO

1) CESPE – ANS – 2013

No que se refere ao Sistema Único de Saúde (SUS), julgue o item


subsequente.

Podem estabelecer consórcio para execução de ações e serviços de saúde os


estados que não tenham condições de realizar tais ações e serviços.

2) CESPE – 2013

No que se refere ao Sistema Único de Saúde (SUS), julgue o item


subsequente.

A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

3) CESPE – ANS – 2013

No que se refere ao Sistema Único de Saúde (SUS), julgue o item


subsequente.

As ações de promoção e de proteção à saúde do trabalhador são


responsabilidades das empresas, sendo competência do SUS o monitoramento,
o controle e a vigilância dessas ações.

4) CESPE – ANS – 2005

Acerca da Lei n.º 8. 080/1990, que regulamenta o Sistema Único de Saúde


(SUS), julgue os itens a seguir.

A omissão na referida lei sobre a possibilidade de os municípios estabelecerem


consórcios intermunicipais gerou práticas as mais díspares no sistema, o que
motivou recente projeto de lei específico sobre o tema.

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5) CESPE – ANS – 2005

Acerca da Lei n.º 8. 080/1990, que regulamenta o Sistema Único de Saúde


(SUS), julgue os itens a seguir.

O subsistema de vigilância sanitária é de competência exclusiva da União e suas


ações estão concentradas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, de forma
similar à saúde suplementar, regulada exclusivamente pela Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS).

6) CESPE – ANS – 2005

Acerca da Lei n.º 8. 080/1990, que regulamenta o Sistema Único de Saúde


(SUS), julgue os itens a seguir.

Originalmente, a Lei n.º 8.080/1990 não incluiu o subsistema de atendimento e


internação hospitalar. Ele foi objeto de nova lei editada apenas no ano de 2002.

7) CESPE – TJ/AL – 2012

Com base no estabelecido na Lei n.º 8.080/1990, que dispõe sobre as


condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e
o funcionamento dos serviços correspondentes, assinale a opção correta. Nesse
sentido, considere que a sigla SUS, sempre que empregada, refere-se ao
Sistema Único de Saúde.

a) Constitui objetivo do SUS a assistência às pessoas por intermédio,


exclusivamente, de ações de recuperação da saúde.

b) Vigilância sanitária é definida como as ações que regulam a produção e


circulação de bens.

c) O atendimento e a internação domiciliares poderão ser realizados sem a


concordância do paciente e de sua família, desde que por indicação do médico
que assiste o paciente.

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d) É vedada a participação da iniciativa privada no SUS.

e) São fatores determinantes e condicionantes da saúde da população a


alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a
renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços
essenciais.

8) CESPE – MPE/RO – 2013

Com relação ao SUS, assinale a opção correta.

a) As ações e serviços públicos de saúde integram rede regionalizada e não


==ea01c==

hierarquizada cujas diretrizes básicas são a descentralização, a participação da


comunidade e o atendimento integral, com prioridade para as atividades de
controle das doenças e endemias.

b) Para financiamento do SUS, os entes federativos deverão aplicar um


percentual mínimo na saúde, que, no caso dos estados e dos municípios, deve
ser definido em lei complementar de iniciativa de suas respectivas casas
legislativas, não podendo ser inferior a cinco por cento da arrecadação dos
impostos de sua competência.

c) As ações e serviços de saúde são da competência da União, dos estados, do


Distrito Federal e dos municípios, cabendo à União a responsabilidade pelo seu
financiamento, com recursos do orçamento da seguridade social

d) Embora a assistência à saúde seja livre à iniciativa privada, instituições


particulares não podem participar do SUS, salvo se forem entidades
filantrópicas e sem fins lucrativos.

e) A direção do SUS é exercida, no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde e,


no âmbito dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, pela respectiva
secretaria de saúde ou órgão equivalente.

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9) CESPE – MPE/RN – 2009

No que concerne ao SUS, assinale a opção correta.

a) À iniciativa privada é vedado participar do SUS, ainda que em caráter


complementar.

b) As ações e os serviços públicos de saúde são desenvolvidos, obedecendo-se,


entre outros, ao princípio da centralização político-administrativa, com direção
única em cada esfera de governo.

c) É vedada aos municípios a constituição de consórcios para desenvolverem


em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam.

d) No âmbito do SUS, o atendimento e a internação domiciliares não incluem


procedimentos fisioterapêuticos.

e) No campo de atuação do SUS, está a execução de ações de assistência


terapêutica integral, inclusive a farmacêutica.

10) CESPE – FUNASA – 2013

Considerando as bases legais do Sistema Único de Saúde (SUS), julgue o item a


seguir.

Considere que uma parturiente, atendida em serviço de saúde de rede


conveniada ao SUS, tenha requerido que seu cônjuge a acompanhasse durante
o trabalho de parto e que seu pedido tenha sido negado pelo médico plantonista
sob a alegação de que não havia cobertura prevista para isso no SUS. Nessa
situação, a ação do médico foi ilegal, pois uma rede conveniada ao SUS é
obrigada a permitir a presença de acompanhante, não só durante o parto, mas
também no pós-parto imediato.

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11) CESPE – TRT/8ª Região (PA e AP) – 2016

Assinale a opção que apresenta corretamente o conceito do princípio da


integralidade da saúde no Sistema Único de Saúde (SUS).

a) Priorização da oferta de ações e serviços aos segmentos populacionais que


enfrentam maiores riscos de adoecer e morrer em decorrência da desigualdade
social

b) Ações de promoção, recuperação e reabilitação da saúde e prevenção de


riscos, com garantia de continuidade do atendimento na rede de serviços de
saúde, abrangendo-se as dimensões biológicas, psicológicas e sociais.

c) Distribuição racional dos recursos de saúde no território brasileiro, de


acordo com as necessidades da população.

d) Ordenação do sistema de saúde e o estabelecimento de fluxos assistenciais


entre os serviços.

e) Atendimento disponível a todos os cidadãos, independentemente da classe


social, cor, crença religiosa, idade, escolaridade e local de residência.

12) CESPE – MPU – 2013

Acerca de princípios, diretrizes e gestão financeira do Sistema Único de Saúde


(SUS), julgue o item subsecutivo.

Pelo princípio de equidade são garantidas a igualdade na assistência à saúde e


a priorização das ações e dos serviços de saúde, conforme as necessidades
individuais de cada grupo.

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13) CESPE – TRT/8ª Região (PA e AP) – 2013

Acerca do princípio da equidade no Sistema Único de Saúde (SUS), assinale a


opção correta.

a) O princípio da equidade no SUS é restrito à atenção básica, por ser esse um


serviço de menor custo e de amplo alcance, que atende ao cidadão brasileiro
onde ele esteja.

b) As modalidades atuais de repasses intergovernamentais e de remuneração


dos serviços em saúde atendem ao princípio de equidade no SUS.

c) A promoção de equidade no SUS deve ser realizada por meio da preferência


de atendimento aos usuários de baixa renda.

d) A oferta de serviços que privilegiam os grupos menos vulneráveis, um


pressuposto do SUS, compromete a resolutividade da atenção básica.

e) A equidade no SUS pressupõe a oferta de serviços de saúde de todos os


níveis de acordo com a complexidade que cada caso requeira, até o limite da
capacidade do sistema.

14) CESPE – DEPEN – 2013

Acerca do Sistema Único de Saúde (SUS), julgue os itens subsequentes.

A assistência à saúde deve obedecer aos princípios da igualdade e da


autonomia, devendo ainda ser livre de preconceitos ou vantagens de qualquer
espécie aos seus usuários.

15) CESPE – ANS – 2005

Tendo em vista os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS),


descritos na Lei Orgânica de Saúde, julgue o item que se segue.

O atendimento integral ao paciente é um princípio do SUS estendido a todas as


suas unidades. Um hospital privado, mesmo que conveniado, não possui essa
obrigatoriedade.

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16) CESPE – ANS – 2005

Tendo em vista os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS),


descritos na Lei Orgânica de Saúde, julgue o item que se segue

Considere a seguinte situação hipotética

Durante sua viagem de férias, um cidadão residente e domiciliado na cidade de


Niterói – RJ procurou o serviço do SUS da cidade de Florianópolis – SC. Ao
apresentar seus documentos na recepção, recebeu a informação de que não
seria atendido na unidade, pois não era residente na cidade.

Recebeu, ainda, a orientação para procurar um serviço privado da região. Nessa


situação, está caracterizado o desrespeito ao princípio da universalidade do
acesso.

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GABARITO

Questão Resposta

1 ERRADO

2 ERRADO

3 CERTO

4 ERRADO

5 ERRADO

6 ERRADO

7 E

8 E

9 E

10 CERTO

11 B

12 CERTO

13 E

14 CERTO

15 ERRADO

16 CERTO

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QUESTÕES COMENTADAS

1) CESPE – ANS – 2013

No que se refere ao Sistema Único de Saúde (SUS), julgue o item


subsequente.
Podem estabelecer consórcio para execução de ações e serviços de saúde os
estados que não tenham condições de realizar tais ações e serviços.

Comentário
Essa é uma questão traiçoeira pois trata de um mecanismo amparado na
lei 8.080 mas se refere a esfera de governo errada. O consórcio é um
dispositivo previsto no artigo 10, no entanto só é cabível para o nível municipal
e não estadual, portanto essa afirmação está incorreta.

2) CESPE – ANS – 2005

Acerca da Lei n.º 8. 080/1990, que regulamenta o Sistema Único de


Saúde (SUS), julgue os itens a seguir.

A omissão na referida lei sobre a possibilidade de os municípios estabelecerem


consórcios intermunicipais gerou práticas as mais díspares no sistema, o que
motivou recente projeto de lei específico sobre o tema.

Comentário

Conforme já mencionado na questão anterior os consórcios municipais


encontram respaldo no artigo 10 da lei 8.080, portanto está também está
incorreta.

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3) CESPE – ANS – 2013

No que se refere ao Sistema Único de Saúde (SUS), julgue o item


subsequente.

A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

Comentário

Esse é um tipo de questão das mais rasas para apenas diferenciar quem
já teve algum contato com arcabouço legal do SUS de quem se pauta apenas
pelo senso comum. Como já tínhamos observado na aula sobre a Constituição
Federal e agora observamos no artigo 8º da 8.080, é claro que a iniciativa
privada é livre para oferecer serviços de saúde, embora tenha que cumprir com
diretrizes emitidas pela própria ANS. Esta afirmação está certa.

4) CESPE – ANS – 2013

No que se refere ao Sistema Único de Saúde (SUS), julgue o item


subsequente.

As ações de promoção e de proteção à saúde do trabalhador são


responsabilidades das empresas, sendo competência do SUS o monitoramento,
o controle e a vigilância dessas ações.

Comentário

Conforme vimos no artigo 6º a saúde do trabalhador é objeto da política


pública de saúde, portanto não apenas as empresas empregadoras tem
responsabilidade sobre a condição de saúde dos trabalhadores, mas também o
Estado. E de fato, em que pesem as limitações, o SUS possui uma ampla rede
de serviços de atenção à saúde do trabalhador. Esses serviços além de
monitorar e controlar, também presta assistência. Portanto esta é incorreta.

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5) CESPE – ANS – 2005

Acerca da Lei n.º 8. 080/1990, que regulamenta o Sistema Único de


Saúde (SUS), julgue os itens a seguir.

O subsistema de vigilância sanitária é de competência exclusiva da União e suas


ações estão concentradas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, de forma
similar à saúde suplementar, regulada exclusivamente pela Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS).

Comentários

Essa frase gera um impacto que pode levar a um engano ao se buscar


enaltecer o papel da ANVISA. Em que pese a relevância desta magnífica
Agencia Reguladora, a promoção da política de Vigilância Sanitária não é de
exclusividade da ANVISA. Além de não se constituir num subsistema, a
vigilância sanitária é uma responsabilidade compartilhada entre as 3 esferas de
governo, conforme apontado nas competências descritas a partir do artigo 15.
Essa então também não está correta.

6) CESPE – ANS – 2005

Acerca da Lei n.º 8. 080/1990, que regulamenta o Sistema Único de


Saúde (SUS), julgue os itens a seguir.

Originalmente, a Lei n.º 8.080/1990 não incluiu o subsistema de atendimento e


internação hospitalar. Ele foi objeto de nova lei editada apenas no ano de 2002.

Comentário

Essa afirmação está redondamente enganada simplesmente por ter


trocado o termo domiciliar por hospitalar, não fosse isso estaria corretíssimo.
Portanto era uma questão que testava mais sua atenção a prova.

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7) CESPE – TJ/AL – 2012

Com base no estabelecido na Lei n.º 8.080/1990, que dispõe sobre as


condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, assinale
a opção correta. Nesse sentido, considere que a sigla SUS, sempre que
empregada, refere-se ao Sistema Único de Saúde.

a) Constitui objetivo do SUS a assistência às pessoas por intermédio,


exclusivamente, de ações de recuperação da saúde.

b) Vigilância sanitária é definida como as ações que regulam a produção e


circulação de bens.

c) O atendimento e a internação domiciliares poderão ser realizados sem a


concordância do paciente e de sua família, desde que por indicação do médico
que assiste o paciente.

d) É vedada a participação da iniciativa privada no SUS.

e) São fatores determinantes e condicionantes da saúde da população a


alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a
renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços
essenciais.

Comentário

Na alternativa A vemos uma discrepância com o princípio da


integralidade. Na B também só se destaca uma dimensão da vigilância
sanitária. Na C apresenta-se um absurdo afirmando justamente o contrário de
um direito básico. Já na D basta lembrar que qualquer Secretaria de Saúde
pode comprar serviços de um hospital ou clínica privados. Portanto resta
apreciar na alternativa E a definição dos determinantes e condicionantes da
saúde e reparar que como essa questão é de 2012 não está incluso nessa
definição a atividade física, pois isso só ocorreu em 2013. Foi justamente para
que você se atentasse a isso que eu trouxe essa questão para cá.

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8) CESPE – MPE/RO – 2013

Com relação ao SUS, assinale a opção correta.

a) As ações e serviços públicos de saúde integram rede regionalizada e não


hierarquizada cujas diretrizes básicas são a descentralização, a participação da
comunidade e o atendimento integral, com prioridade para as atividades de
controle das doenças e endemias.

b) Para financiamento do SUS, os entes federativos deverão aplicar um


percentual mínimo na saúde, que, no caso dos estados e dos municípios, deve
ser definido em lei complementar de iniciativa de suas respectivas casas
legislativas, não podendo ser inferior a cinco por cento da arrecadação dos
impostos de sua competência.

c) As ações e serviços de saúde são da competência da União, dos estados, do


Distrito Federal e dos municípios, cabendo à União a responsabilidade pelo seu
financiamento, com recursos do orçamento da seguridade social

d) Embora a assistência à saúde seja livre à iniciativa privada, instituições


particulares não podem participar do SUS, salvo se forem entidades
filantrópicas e sem fins lucrativos.

e) A direção do SUS é exercida, no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde e,


no âmbito dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, pela respectiva
secretaria de saúde ou órgão equivalente.

Comentários

As ações de saúde devem ser praticadas na perspectiva da integralidade,


com igual relevância das ações de promoção, prevenção, proteção e
recuperação, assim não se pode dizer que há prioridade para o controle de
doenças endêmicas.

Os mínimos de aplicação de recursos em cada esfera de governo são


distintos, 12% para os Estados e 15% para municípios, já no âmbito federal o

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parâmetro é relativizado anualmente por meio de indicadores econômicos.


Sabe-se portanto que a União não é a única responsável pelo financiamento do
sistema.

A despeito do estabelecimento de preferência às entidades filantrópicas e


sem fins lucrativas na celebração de contratos de complementação das ações
do Estado, isso não concede as mesmas exclusividade.

Assim ficamos com a alternativa que possui a descrição mais simples ao


se referir a responsabilidade da direção do SUS em cada âmbito. Alternativa E.

9) CESPE – MPE/RN – 2009

No que concerne ao SUS, assinale a opção correta.

a) À iniciativa privada é vedado participar do SUS, ainda que em caráter


complementar.

b) As ações e os serviços públicos de saúde são desenvolvidos, obedecendo-se,


entre outros, ao princípio da centralização político-administrativa, com direção
única em cada esfera de governo.

c) É vedada aos municípios a constituição de consórcios para desenvolverem


em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam.

d) No âmbito do SUS, o atendimento e a internação domiciliares não incluem


procedimentos fisioterapêuticos.

e) No campo de atuação do SUS, está a execução de ações de assistência


terapêutica integral, inclusive a farmacêutica.

Comentários

Após passar por uma série de alternativas cujos fundamentos já


exploramos e permitem você identificar as inconsistências, chegamos a
alternativa E com o esclarecimento de que a assistência farmacêutica é parte
integrante da missão do SUS de promover um cuidado integral. A iniciativa

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privada pode participar do SUS, a descentralização é um princípio fundante do


sistema, os municípios podem formar consórcios e a fisioterapia é uma área
fundamental nos processos de reabilitação promovidos pela internação
domiciliar.

10) CESPE – FUNASA – 2013

Considerando as bases legais do Sistema Único de Saúde (SUS), julgue


o item a seguir.

Considere que uma parturiente, atendida em serviço de saúde de rede


conveniada ao SUS, tenha requerido que seu cônjuge a acompanhasse durante
o trabalho de parto e que seu pedido tenha sido negado pelo médico plantonista
sob a alegação de que não havia cobertura prevista para isso no SUS. Nessa
situação, a ação do médico foi ilegal, pois uma rede conveniada ao SUS é
obrigada a permitir a presença de acompanhante, não só durante o parto, mas
também no pós-parto imediato.

Comentário

O artigo 19-J da Lei 8.080 deixa claro que a parturiente tem o direito de
escolha do seu acompanhante em todas as fases do nascimento desde o pré-
parto, durante o parto e no pós-parto. Acrescenta ainda que as instituições
próprias ou vinculadas ao SUS devem tornar visível o comunicado a respeito
deste direito. A questão, portanto está correta.

11) CESPE – TRT/8ª Região (PA e AP) – 2016

Assinale a opção que apresenta corretamente o conceito do princípio da


integralidade da saúde no Sistema Único de Saúde (SUS).

a) Priorização da oferta de ações e serviços aos segmentos populacionais que


enfrentam maiores riscos de adoecer e morrer em decorrência da desigualdade
social

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b) Ações de promoção, recuperação e reabilitação da saúde e prevenção de


riscos, com garantia de continuidade do atendimento na rede de serviços de
saúde, abrangendo-se as dimensões biológicas, psicológicas e sociais.

c) Distribuição racional dos recursos de saúde no território brasileiro, de


acordo com as necessidades da população.

d) Ordenação do sistema de saúde e o estabelecimento de fluxos assistenciais


entre os serviços.

e) Atendimento disponível a todos os cidadãos, independentemente da classe


social, cor, crença religiosa, idade, escolaridade e local de residência.

Comentário

Nesta questão eles querem saber se você apreendeu os princípios do SUS,


em especial o da integralidade. Em cada alternativa ele está te descrevendo
corretamente um determinado princípio. Nas alternativas A e C ele te traz o
princípio da equidade. Na alternativa D de modo diferenciado ele se refere a
hierarquização. Já na alternativa E ele explora a ideia de igualdade. E é na letra
B que encontramos uma ótima definição sobre a integralidade, descrevendo as
dimensões de organização integral do sistema e uma concepção integral de
necessidades de saúde de cada indivíduo. É essa então a alternativa que
procuramos.

12) CESPE – MPU – 2013

Acerca de princípios, diretrizes e gestão financeira do Sistema Único de


Saúde (SUS), julgue o item subsecutivo.

Pelo princípio de equidade são garantidas a igualdade na assistência à saúde e


a priorização das ações e dos serviços de saúde, conforme as necessidades
individuais de cada grupo.

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Comentário

Nesta prova para o Ministério Público da União a banca busca te confundir


ao se referir também a gestão financeira, mas a parte seguinte do enunciado
deixa claro que a pergunta é sobre princípios do SUS novamente. O CESPE
gosta muito de perguntar sobre equidade, justamente por ser esse um princípio
que não está colocado explicitamente no texto da lei 8.080 e que pode se
confundir com a igualdade. Se você se lembra do quadro ilustrativa que
utilizamos na aula você entenderá que a igualdade tem que ser garantida em
termos de resultados, e é por isso mesmo que os recursos aplicados para
pessoas e grupos populacionais diferenciados tem que ser diferentes. Portanto a
afirmação desta questão está correta.

13) CESPE – TRT/8ª Região (PA e AP) – 2013

Acerca do princípio da equidade no Sistema Único de Saúde (SUS),


assinale a opção correta.

a) O princípio da equidade no SUS é restrito à atenção básica, por ser esse um


serviço de menor custo e de amplo alcance, que atende ao cidadão brasileiro
onde ele esteja.

b) As modalidades atuais de repasses intergovernamentais e de remuneração


dos serviços em saúde atendem ao princípio de equidade no SUS.

c) A promoção de equidade no SUS deve ser realizada por meio da preferência


de atendimento aos usuários de baixa renda.

d) A oferta de serviços que privilegiam os grupos menos vulneráveis, um


pressuposto do SUS, compromete a resolutividade da atenção básica.

e) A equidade no SUS pressupõe a oferta de serviços de saúde de todos os


níveis de acordo com a complexidade que cada caso requeira, até o limite da
capacidade do sistema.

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Comentários

Eu te disse que eles gostam da equidade. De cara podemos descartar a


alternativa A porque todos os princípios do SUS se aplicam ao sistema como um
todo e não apenas parte dele. Apesar de não termos aprofundado na questão
do financiamento, mesmo pelo senso comum sabemos que infelizmente o
financiamento no SUS não está distribuído de maneira equânime. A equidade
também não estabelece preferência por nenhum segmento da população. Na
letra D encontramos 2 equívocos, a equidade não significa privilegiar ninguém,
e se o fizesse deveria ser para os mais vulneráveis, além do que é um princípio
que orienta a melhoria da qualidade da Atenção Básica e não o contrário. Assim
só nos restou a alternativa E, onde na primeira parte faz uma boa definição do
que é a equidade e na segunda parte admiti que o limite para ela é capacidade
do próprio sistema (recursos financeiros, humanos, tecnológicos etc).

14) CESPE – DEPEN – 2013

Acerca do Sistema Único de Saúde (SUS), julgue os itens subsequentes.

A assistência à saúde deve obedecer aos princípios da igualdade e da


autonomia, devendo ainda ser livre de preconceitos ou vantagens de qualquer
espécie aos seus usuários.

Comentário

Perceba como nessas provas de órgãos judiciários e afins eles gostam de


explorar os princípios do SUS. Vemos nessa questão uma descrição livre, ou
seja, não copiaram literalmente o texto conforme escrito na lei. Mesmo assim
encontramos aqui uma definição corretíssima.

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LEI ORGÂNICA DA SAÚDE

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15) CESPE – ANS – 2005

Tendo em vista os princípios do Sistema Único de Saúde


(SUS),descritos na Lei Orgânica de Saúde, julgue o item que se segue.

O atendimento integral ao paciente é um princípio do SUS estendido a todas as


suas unidades. Um hospital privado, mesmo que conveniado, não possui essa
obrigatoriedade.

Comentário

Voltamos para os princípios do SUS, e pelo visto o CESPE gosta de


perguntar dos clássicos mesmo. Como esta é uma prova da Agência Nacional de
Saúde Suplementar ela explora a relação entre o poder público e os serviços
privados. Vimos no artigo 8º da Lei 8.080 que os serviços privados que se
dispõem a prestar serviços ao SUS por meio de um contrato ou convênio tem
sim que se submeter aos mesmos princípios. Portanto essa afirmação está
errada.

16) CESPE – ANS – 2005

Tendo em vista os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS),


descritos na Lei Orgânica de Saúde, julgue o item que se segue

Considere a seguinte situação hipotética

Durante sua viagem de férias, um cidadão residente e domiciliado na cidade de


Niterói – RJ procurou o serviço do SUS da cidade de Florianópolis – SC. Ao
apresentar seus documentos na recepção, recebeu a informação de que não
seria atendido na unidade, pois não era residente na cidade.

Recebeu, ainda, a orientação para procurar um serviço privado da região. Nessa


situação, está caracterizado o desrespeito ao princípio da universalidade do
acesso.

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LEI ORGÂNICA DA SAÚDE

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Comentário

Essa é uma questão bem bacana que utiliza uma ilustração para avaliar
se você compreendeu a aplicação dos princípios do SUS para além de decorá-
los. Segundo o princípio da Universalidade todo e qualquer cidadão tem o
direito de procurar pelos serviços do SUS em qualquer lugar, não importando
sua procedência. A depender do tipo de demanda a pessoa até pode vir a ser
orientada a procurar algum outro serviço público naquela localidade que possa
atender melhor sua necessidade, mas jamais orientada a procurar um serviço
privado. Por isso é uma afirmação correta.

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