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Gestão na

Saúde e SUS
Processo de Implantação do SUS e as Normas Operacionais

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª M.ª Solange Spanghero Mascarenhas Chagas

Revisão Textual:
Prof.ª M.ª Selma Aparecida Cesarin
Processo de Implantação do SUS
e as Normas Operacionais

• Introdução;
• Normas Operacionais.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Discutir como aconteceu a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), qual foi a influên-
cia da reforma sanitária e da VIII Conferência Nacional de Saúde neste processo;
• Conhecer o que são Normas Operacionais, quais seus principais objetivos e quais as Normas
que direcionaram a sua competência até os dias de hoje.
UNIDADE Processo de Implantação do SUS e as Normas Operacionais

Contextualização
Para se tornar um profissional da saúde, temos de conhecer a importância e a ma-
neira norteadora do SUS, pois toda e qualquer ação estabelecida nos serviços de saúde
atendem ao compromisso firmado pela política desse sistema de saúde. Nesta Unidade,
vamos entender como se deu o procedimento de implantação do Sistema Único de Saú-
de (SUS) e qual foi a influência da reforma sanitária e da VIII Conferência Nacional de
Saúde neste processo. Iremos, ainda, conhecer o que são Normas Operacionais, quais
seus principais objetivos, quais foram as Normas que direcionaram e direcionam a sua
competência até os dias de hoje, seus principais objetivos.

Explorando esse material, pretende-se que você aprofunde seus conhecimentos por
meio da leitura atenta do material proposto, que servirá de apoio para a compreensão
do tema.

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Introdução
Nesta Unidade, vamos entender como se deu o processo de implantação do Sistema
Único de Saúde (SUS) e quais foram as Normas Operacionais que direcionaram e dire-
cionam a sua competência até os dias de hoje.

O processo de implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) é resultado de um sig-


nificativo movimento de reforma sanitária, inserido na redemocratização do país, que
foi a VIII Conferência Nacional de Saúde.

Falaremos rapidamente sobre esta Conferência e sua relação com a implantação


do SUS.

VIII Conferência Nacional de Saúde


A Conferência Nacional de Saúde, realizada no ano de 1986, na cidade de Brasília –
Distrito Federal reuniu cerca de 5.000 pessoas, entre governo, profissionais de serviços
de saúde públicos, privados e filantrópicos e usuários deste serviço.

A Conferência teve como tema “Democracia é Saúde” e foi de fundamental impor-


tância no processo de implantação do SUS, vez que foi responsável pela elaboração da
proposta política com foco na sistematização e formalização das principais questões que
vinham sendo discutidas pela Reforma sanitária, que resultou em: (ALMEIDA, 1998)
• Conceito mais amplo de saúde;
• Reconhecimento da saúde como direito de cidadania;
• Saúde é dever do Estado;
• Unificação do sistema.
Essas questões passaram a fundamentar e nortear as ações no campo da saúde. Veja
a seguir a definição da saúde, que foi resultado desta Conferência:
Em sentido mais abrangente, a SAÚDE é o resultado das condições de
alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, trans-
porte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos
serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado das formas de or-
ganização social da produção, as quais podem gerar grandes dificuldades
nos níveis de vida. (FIGUEIREDO, 2007)

As melhorias no plano político-institucional, com a estratégia das Ações Integra-


das de Saúde (AIS) e a implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde
(SUDS), foram definitivamente garantidas, em forma de lei, pela nova Constituição
do país, publicada em 1988, no qual a saúde teve grande reconhecimento, como um
direito de todos e dever do Estado (CONASS, 2003).

A nova Constituição teve o referencial político básico divulgado no Artigo 196.


Disponível em: https://bit.ly/3mtGN8n

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UNIDADE Processo de Implantação do SUS e as Normas Operacionais

Além disso, foram declarados os princípios da universalidade, da equidade e in-


tegralidade às ações de Saúde, permitindo ao país ter uma política de saúde definida
constitucionalmente como política social e pública, o que resultou em mudanças para
sua operacionalização nos campos político-jurídicos, político-institucional e técnico-ope-
rativo (ALMEIDA,1998).

No entanto, houve dificuldades para implantação do SUS; entre elas, pode-se citar
(ALMEIDA, 1998):
• Sua complexidade;
• Abrangência das mudanças;
• Circunstâncias e interesses existentes;
• Final da “Nova República” e eleição do Governo Fernando Collor;
• Nova presidência não comprometida com as questões centrais da reforma sanitária.

Assim sendo, sua regulamentação só foi possível em 1990, “com as Leis 8.080 (Lei
Orgânica da Saúde) e 8.142 que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção
e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços, como a cons-
trução de modelo de atenção instrumentalizado pela epidemiologia, um sistema regio-
nalizado com base municipal e o controle social” (ALMEIDA, 1998).

As Leis 8.080 e 8.142 estão disponíveis no link a seguir: https://bit.ly/35QjcbF

As principais alterações institucionais podem ser lidas no quadro a seguir:

Tabela 1 – Alterações institucionais


Março de 1990 • Vinculação do INAMPS ao Ministério da Saúde;
Descentralização das • Criação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa);
ações de saúde para • Extinção dos escritórios Regionais do INAMPS e dos serviços lo-
estados e municípios cais de Medicina Social.
Maio 1990 O SUS surge como departamento subordinado à Secretaria Nacio-
Reestruturação do Ministério nal de Assistência à Saúde.
Junho 1990 O Ministério da Saúde autoriza o INAMPS a implantar:
Portaria 896/Resolução • Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS);
INAMPS nº227 • Informações Ambulatoriais do SUS (SIA-SUS).

A Resolução nº228, de Universalização da Tabela de Valores: Equiparação dos valores a


serem pagos por prestadores de saúde de natureza pública com
11/8/90 do INAMPS os da privada.
Implantação da nova política de financiamento do SUS para 1991
que envolveu:
Portaria GM 1.481
• Atividades ambulatoriais, com proposta de criação de um instru-
(31/12/90) mento financeiro, a Unidade de Cobertura Ambulatorial (UCA);
• Atividades hospitalares, com os recursos transferidos na forma de AIH;

Fonte: Ministério da Saúde, 2006

IX Conferência Nacional de Saúde


A IX Conferência Nacional de Saúde, também realizada em Brasília – Distrito Federal,
em 1992, no Governo Collor, cujo tema principal foi “A municipalização é o caminho”,

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foi apontada como “a Nona” pela sua importância na definição de políticas e consolida-
ção do SUS. Aprofundou as diretrizes da VIII Conferência Nacional de Saúde, reforçan-
do o processo participativo, descentralizado e municipalizado do SUS. Foi fundamental
para articular as estratégias de ação e mobilizar os profissionais envolvidos e a sociedade
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

Normas Operacionais
O processo de implantação do SUS foi orientado por instrumentos chamados Nor-
mas Operacionais, que definem as competências de cada campo de governo e as con-
dições necessárias para que Estados e Municípios possam assumir as responsabilidades
e prerrogativas dentro do Sistema (CONASS, 2003).
O seu conteúdo é definido de forma pactuada entre o Ministério da Saúde e repre-
sentantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e do Conselho
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). (BEZERRA, 2009)
Os principais objetivos das Normas Operacionais são: (BEZERRA, 2009)
• Induzir e estimular mudanças;
• Aprofundar e reorientar a implementação do SUS;
• Definir novos objetivos estratégicos, prioridades, diretrizes, e movimentos
tático-operacionais;
• Regular as relações entre seus gestores;
• Normatizar o SUS.
Desde sua implantação, três Normas Operacionais foram publicadas: NOB SUS 1.
991; NOB SUS 1.993, NOB SUS 1.996 e, em 200, foi publicada a primeira Norma
Operacional da Assistência à Saúde (NOAS/SUS), que foi revista e publicada em 2012
e que se encontra em vigor nos dias de hoje (NOAS/SUS 01/02).
Neste momento vamos conhecer essas normas (CONASS, 2003):
• A Norma Operacional Básica do SUS 01/91 (NOB/SUS 01/91) “foi editada
pela da Resolução do INAPMS nº 258, de 7 de janeiro de 1991, e reeditada com
alterações pela resolução do INAMPS nº 273, de 17 de julho de 1991, publicadas
no Boletim de Serviço daquele Instituto”;
• A Norma Operacional Básica do SUS 01/93 (NOB/SUS 01/93) “foi editada
pela da portaria GM/MS nº 545, de 20 de maio de 1993. Formalizou os princípios
aprovados na 9ª Conferência Nacional de Saúde (realizada em 1992), que teve
como tema central “a municipalização é o caminho”, e desencadeou um amplo pro-
cesso de municipalização da gestão com habilitação dos municípios nas condições
de gestão criadas (incipiente, parcial e semiplena)”;
• A Norma Operacional Básica 01/96 (NOB/SUS 01/96) “promoveu um avanço
no processo de descentralização, criando novas condições de gestão para os muni-
cípios e Estados, caracterizando as responsabilidades sanitárias do município pela
saúde de seus cidadãos e redefinindo competências de Estados e municípios”;
• A Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOA/SUS 01/2001) “é o re-
sultado de um longo processo de negociação que envolveu o Ministério da Saúde,

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UNIDADE Processo de Implantação do SUS e as Normas Operacionais

o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de


Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS)”;
• A Norma Operacional da Assistência à Saúde 01/02 (NOAS/SUS 01/02) “foi
instituída pela portaria GM/MS nº 373, de 27 de fevereiro de 2002. É o resultado
dos encaminhamentos estabelecidos na reunião da Comissão Intergestores Tripar-
tite, realizada em 22 de novembro de 2001”.
Essas normas serão resumidas na tabela a seguir.
Tabela 2 – Normas Operacionais
Normas Principais pontos
• Equipara prestadores públicos e privados, no que se refere à modalidade de fi-
nanciamento que passa a ser, por pagamento pela produção de serviços
• Centraliza a gestão do SUS no nível federal (INAMPS)
• Estabelece o instrumento convenial como forma de transferência de recursos do
INAMPS para os Estados, Distrito Federal e Municípios
• Considera como “municipalizados”, dentro do SUS, os municípios que atendam
os requisitos básicos:
a. Criação dos Conselhos Municipais de Saúde e do Fundo Municipal de Saúde;
b. Plano Municipal de Saúde aprovado pelos respectivos Conselhos;
Norma Operacional c. Programação e Orçamentação da Saúde (PROS) como detalhamento do Plano
Básica 01/91 de Saúde;
(NOB/SUS 01/91) d. Contrapartida de recursos para a saúde do seu orçamento;
e. Constituição de Comissão de Elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários
(PCCS) com o prazo de dois anos para a sua implantação.
• Instituiu a Unidade de Cobertura Ambulatorial (UCA) destinada a reajustar os va-
lores a serem repassados aos Estados, Distrito Federal e Municípios. A cobertura
ambulatorial anual é obtida da multiplicação do valor da UCA pela população de
cada unidade da federação;
• Modifica o sistema de pagamento aos prestadores de serviços (filantropias, hos-
pitais universitários, instituições contratadas e conveniadas) com a implementa-
ção do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS).
• Cria transferência regular e automática (fundo a fundo) do teto global da assis-
tência para municípios em gestão semiplena;
Norma Operacional • Habilita municípios como gestores;
• Define o papel dos Estados de forma frágil, mas esses, ainda assim, passam a
Básica 01/93
assumir o papel de gestor do sistema estadual de saúde;
(NOB/SUS 01/93) • São constituídas as Comissões Intergestores Bipartite (de âmbito estadual) e
Tripartite (nacional) como importantes espaços de negociação, pactuação, arti-
culação, integração entre gestores.
• Alteração de Piso Assistencial Básico (PAB) para Piso da Atenção Básica, amplian-
do sua abrangência;
• A portaria 1.882/97 definiu uma parte fixa e uma parte variável do novo PAB;
• O Valor Nacional da Parte Fixa do PAB foi definido em R$ 10,00 per capita/ano a
ser transferido fundo a fundo regular e automaticamente aos municípios habili-
tados na NOB/SUS 01/96;
• Foi criado o “valor máximo da Parte Fixa do PAB”, estipulado em R$18,00 habi-
Norma Operacional tante/ano na reunião da CIT de 27 de janeiro de 1998;
• Foi criada a Parte Variável do PAB que correspondia a incentivos destinados às
Básica 01/96 ações e programas:
(NOB/SUS 01/96) a. Programas de Agentes Comunitários de Saúde, de Saúde da Família e de
Combate às Carências Nutricionais;
b. Ações Básicas de Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica
e Ambiental;
c. Assistência Farmacêutica Básica.
• Como Incentivo às Ações de Vigilância Sanitária foi definido um valor R$ 0,25 habi-
tante/ano para complementar o custeio das ações já incluídas na parte fixa do PAB;
• Foi definida uma nova tabela do SIA/SUS.

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Normas Principais pontos
Objetivo: “promover maior equidade na alocação de recursos e no acesso da popula-
ção às ações e serviços de saúde em todos nos níveis de atenção”.
• Estabelece o processo de Regionalização como estratégia de hierarquização dos
serviços de saúde e de busca de maior equidade.
• Institui o Plano Diretor de Regionalização (PDR) como instrumento de ordena-
mento do processo de regionalização da assistência em cada Estado e no Distrito
Federal, baseado nos objetivos de definição de prioridades de intervenção coe-
rentes com a necessidade da população e garantia de acesso dos cidadãos a todos
os níveis de atenção à saúde.
O PDR deve garantir o acesso aos cidadãos o mais próximo possível de sua residên-
cia, a um conjunto de ações e serviços vinculados a:
a. Assistência pré-natal, parto e puerpério;
Norma Operacional de b. Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil;
Assistência à Saúde c. Cobertura universal do esquema preconizado pelo PNI para todas as faixas
etárias;
(NOA/SUS 01/2001)
d. Ações de promoção da saúde e prevenção de doenças;
e. Tratamento de intercorrências mais comuns na infância;
f. Atendimento de afecções agudas de maior incidência;
g. Acompanhamento de pessoas com doenças crônicas de alta prevalência;
h. Tratamento clínico e cirúrgico de casos de pequenas urgências ambulatoriais;
i. Tratamento dos distúrbios mentais e psicossociais mais frequentes;
j. Controle de doenças bucais mais comuns;
k. Suprimento e dispensação dos medicamentos da farmácia básica.
• Plano Diretor de Investimento (PDI): Parte integrante do PDR cujo objetivo
é identificar prioridades e desenvolver estratégias de investimento de forma a
promover a equalização da oferta de recursos assistenciais em todos os níveis
de complexidade.
As principais modificações na NOAS/SUS 01/01 introduzidas pela NOAS/SUS 01/02
foram:
• O município-sede de módulo assistencial pode estar habilitado em Gestão Plena
de Sistema Municipal quando em situação de comando único municipal ou em
Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada (GPABA) quando em situação de co-
mando único estadual;
• Estabeleceu que o Limite Financeiro da Assistência de cada Estado, assim como
do DF no que couber, independente de sua condição de gestão deverá ser progra-
mado e apresentado da seguinte forma:
a. Relação de todos os municípios da UF;
b. Condição de gestão do município ou nível de governo responsável pelo co-
A Norma Operacional mando único de média e alta complexidade;
c. Parcela de recursos financeiros para o atendimento da população residente
da Assistência – sob gestão municipal;
NOAS/SUS 01/2002 d. Parcela de recursos financeiros para atendimento das referências intermuni-
cipais e da população residente sob gestão estadual;
e. Outros recursos sob gestão estadual, alocados nos municípios ou na SES;
f. Limite Financeiro Global da UF, somas dos itens C,D, E, e F.
• Estabeleceu que cabe aos Estados a gerência e a gestão de unidades públicas
de hemonúcleos/hemocentros e de laboratórios de referência para controle de
qualidade, Vigilância Sanitária e Epidemiológica.
• Foi estabelecida como prerrogativa dos Estados habilitados na NOAS/SUS 01/02
a transferência regular e automática dos recursos correspondentes ao financia-
mento per capita do conjunto mínimo de serviços de média complexidade M1
em regiões ou microrregiões qualificadas, nos casos em que o município-sede do
módulo assistencial estiver habilitado em GPABA.

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UNIDADE Processo de Implantação do SUS e as Normas Operacionais

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Leitura
Atenção primária, atenção básica e saúde da família: sinergias e singularidades do contexto brasileiro
A autora é Célia Regina Rodrigues Gil, do Caderno de Saúde Pública.
https://bit.ly/3onrlfU

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Referências
ALMEIDA, E. S. Distritos sanitários: concepção e organização, v. 1. Série Saúde &
Cidadania. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública de São Paulo, 1998. Disponível em:
<http://www.bvs-sp.fsp.usp.br/tecom/docs/1998/alm001.pdf>.

BEZERRA, C. I. L. Sistema Único de Saúde: revisão para concursos. João Pessoa,


2009.

BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Para entender a gestão do


SUS/Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Brasília: CONASS, 2003.

________. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. A cons-


trução do SUS: histórias da Reforma Sanitária e do Processo Participativo/Ministério
da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. – Brasília:

FIGUEIREDO, N. M. A. (Org.). Ensinando a Cuidar em Saúde Pública. São Caetano


do Sul: Yandis, 2007.

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