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Saúde e SUS
Processo de Implantação do SUS e as Normas Operacionais
Revisão Textual:
Prof.ª M.ª Selma Aparecida Cesarin
Processo de Implantação do SUS
e as Normas Operacionais
• Introdução;
• Normas Operacionais.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Discutir como aconteceu a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), qual foi a influên-
cia da reforma sanitária e da VIII Conferência Nacional de Saúde neste processo;
• Conhecer o que são Normas Operacionais, quais seus principais objetivos e quais as Normas
que direcionaram a sua competência até os dias de hoje.
UNIDADE Processo de Implantação do SUS e as Normas Operacionais
Contextualização
Para se tornar um profissional da saúde, temos de conhecer a importância e a ma-
neira norteadora do SUS, pois toda e qualquer ação estabelecida nos serviços de saúde
atendem ao compromisso firmado pela política desse sistema de saúde. Nesta Unidade,
vamos entender como se deu o procedimento de implantação do Sistema Único de Saú-
de (SUS) e qual foi a influência da reforma sanitária e da VIII Conferência Nacional de
Saúde neste processo. Iremos, ainda, conhecer o que são Normas Operacionais, quais
seus principais objetivos, quais foram as Normas que direcionaram e direcionam a sua
competência até os dias de hoje, seus principais objetivos.
Explorando esse material, pretende-se que você aprofunde seus conhecimentos por
meio da leitura atenta do material proposto, que servirá de apoio para a compreensão
do tema.
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Introdução
Nesta Unidade, vamos entender como se deu o processo de implantação do Sistema
Único de Saúde (SUS) e quais foram as Normas Operacionais que direcionaram e dire-
cionam a sua competência até os dias de hoje.
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No entanto, houve dificuldades para implantação do SUS; entre elas, pode-se citar
(ALMEIDA, 1998):
• Sua complexidade;
• Abrangência das mudanças;
• Circunstâncias e interesses existentes;
• Final da “Nova República” e eleição do Governo Fernando Collor;
• Nova presidência não comprometida com as questões centrais da reforma sanitária.
Assim sendo, sua regulamentação só foi possível em 1990, “com as Leis 8.080 (Lei
Orgânica da Saúde) e 8.142 que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção
e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços, como a cons-
trução de modelo de atenção instrumentalizado pela epidemiologia, um sistema regio-
nalizado com base municipal e o controle social” (ALMEIDA, 1998).
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foi apontada como “a Nona” pela sua importância na definição de políticas e consolida-
ção do SUS. Aprofundou as diretrizes da VIII Conferência Nacional de Saúde, reforçan-
do o processo participativo, descentralizado e municipalizado do SUS. Foi fundamental
para articular as estratégias de ação e mobilizar os profissionais envolvidos e a sociedade
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
Normas Operacionais
O processo de implantação do SUS foi orientado por instrumentos chamados Nor-
mas Operacionais, que definem as competências de cada campo de governo e as con-
dições necessárias para que Estados e Municípios possam assumir as responsabilidades
e prerrogativas dentro do Sistema (CONASS, 2003).
O seu conteúdo é definido de forma pactuada entre o Ministério da Saúde e repre-
sentantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e do Conselho
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). (BEZERRA, 2009)
Os principais objetivos das Normas Operacionais são: (BEZERRA, 2009)
• Induzir e estimular mudanças;
• Aprofundar e reorientar a implementação do SUS;
• Definir novos objetivos estratégicos, prioridades, diretrizes, e movimentos
tático-operacionais;
• Regular as relações entre seus gestores;
• Normatizar o SUS.
Desde sua implantação, três Normas Operacionais foram publicadas: NOB SUS 1.
991; NOB SUS 1.993, NOB SUS 1.996 e, em 200, foi publicada a primeira Norma
Operacional da Assistência à Saúde (NOAS/SUS), que foi revista e publicada em 2012
e que se encontra em vigor nos dias de hoje (NOAS/SUS 01/02).
Neste momento vamos conhecer essas normas (CONASS, 2003):
• A Norma Operacional Básica do SUS 01/91 (NOB/SUS 01/91) “foi editada
pela da Resolução do INAPMS nº 258, de 7 de janeiro de 1991, e reeditada com
alterações pela resolução do INAMPS nº 273, de 17 de julho de 1991, publicadas
no Boletim de Serviço daquele Instituto”;
• A Norma Operacional Básica do SUS 01/93 (NOB/SUS 01/93) “foi editada
pela da portaria GM/MS nº 545, de 20 de maio de 1993. Formalizou os princípios
aprovados na 9ª Conferência Nacional de Saúde (realizada em 1992), que teve
como tema central “a municipalização é o caminho”, e desencadeou um amplo pro-
cesso de municipalização da gestão com habilitação dos municípios nas condições
de gestão criadas (incipiente, parcial e semiplena)”;
• A Norma Operacional Básica 01/96 (NOB/SUS 01/96) “promoveu um avanço
no processo de descentralização, criando novas condições de gestão para os muni-
cípios e Estados, caracterizando as responsabilidades sanitárias do município pela
saúde de seus cidadãos e redefinindo competências de Estados e municípios”;
• A Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOA/SUS 01/2001) “é o re-
sultado de um longo processo de negociação que envolveu o Ministério da Saúde,
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Normas Principais pontos
Objetivo: “promover maior equidade na alocação de recursos e no acesso da popula-
ção às ações e serviços de saúde em todos nos níveis de atenção”.
• Estabelece o processo de Regionalização como estratégia de hierarquização dos
serviços de saúde e de busca de maior equidade.
• Institui o Plano Diretor de Regionalização (PDR) como instrumento de ordena-
mento do processo de regionalização da assistência em cada Estado e no Distrito
Federal, baseado nos objetivos de definição de prioridades de intervenção coe-
rentes com a necessidade da população e garantia de acesso dos cidadãos a todos
os níveis de atenção à saúde.
O PDR deve garantir o acesso aos cidadãos o mais próximo possível de sua residên-
cia, a um conjunto de ações e serviços vinculados a:
a. Assistência pré-natal, parto e puerpério;
Norma Operacional de b. Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil;
Assistência à Saúde c. Cobertura universal do esquema preconizado pelo PNI para todas as faixas
etárias;
(NOA/SUS 01/2001)
d. Ações de promoção da saúde e prevenção de doenças;
e. Tratamento de intercorrências mais comuns na infância;
f. Atendimento de afecções agudas de maior incidência;
g. Acompanhamento de pessoas com doenças crônicas de alta prevalência;
h. Tratamento clínico e cirúrgico de casos de pequenas urgências ambulatoriais;
i. Tratamento dos distúrbios mentais e psicossociais mais frequentes;
j. Controle de doenças bucais mais comuns;
k. Suprimento e dispensação dos medicamentos da farmácia básica.
• Plano Diretor de Investimento (PDI): Parte integrante do PDR cujo objetivo
é identificar prioridades e desenvolver estratégias de investimento de forma a
promover a equalização da oferta de recursos assistenciais em todos os níveis
de complexidade.
As principais modificações na NOAS/SUS 01/01 introduzidas pela NOAS/SUS 01/02
foram:
• O município-sede de módulo assistencial pode estar habilitado em Gestão Plena
de Sistema Municipal quando em situação de comando único municipal ou em
Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada (GPABA) quando em situação de co-
mando único estadual;
• Estabeleceu que o Limite Financeiro da Assistência de cada Estado, assim como
do DF no que couber, independente de sua condição de gestão deverá ser progra-
mado e apresentado da seguinte forma:
a. Relação de todos os municípios da UF;
b. Condição de gestão do município ou nível de governo responsável pelo co-
A Norma Operacional mando único de média e alta complexidade;
c. Parcela de recursos financeiros para o atendimento da população residente
da Assistência – sob gestão municipal;
NOAS/SUS 01/2002 d. Parcela de recursos financeiros para atendimento das referências intermuni-
cipais e da população residente sob gestão estadual;
e. Outros recursos sob gestão estadual, alocados nos municípios ou na SES;
f. Limite Financeiro Global da UF, somas dos itens C,D, E, e F.
• Estabeleceu que cabe aos Estados a gerência e a gestão de unidades públicas
de hemonúcleos/hemocentros e de laboratórios de referência para controle de
qualidade, Vigilância Sanitária e Epidemiológica.
• Foi estabelecida como prerrogativa dos Estados habilitados na NOAS/SUS 01/02
a transferência regular e automática dos recursos correspondentes ao financia-
mento per capita do conjunto mínimo de serviços de média complexidade M1
em regiões ou microrregiões qualificadas, nos casos em que o município-sede do
módulo assistencial estiver habilitado em GPABA.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Atenção primária, atenção básica e saúde da família: sinergias e singularidades do contexto brasileiro
A autora é Célia Regina Rodrigues Gil, do Caderno de Saúde Pública.
https://bit.ly/3onrlfU
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Referências
ALMEIDA, E. S. Distritos sanitários: concepção e organização, v. 1. Série Saúde &
Cidadania. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública de São Paulo, 1998. Disponível em:
<http://www.bvs-sp.fsp.usp.br/tecom/docs/1998/alm001.pdf>.
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