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Sistema Único de Saúde

Tensões sociais reivindicando melhoria das


condições de saúde
ANTES DO SUS

❑ Centralização dos recursos e do poder na esfera


federal;

❑ Ações voltadas para a atenção curativa e


medicamentosa;

❑ Serviços exclusivos para contribuintes;

❑ Não participação da comunidade.


❑ Origem:
✓ Reforma Sanitária Brasileira.
▪ A realidade social, na década de oitenta, era de exclusão da maior parte dos
cidadãos do direito à saúde, que se constituía na assistência prestada pelo
Instituto Nacional de Previdência Social, restrita aos trabalhadores que para
ele contribuíam.
▪ A Reforma Sanitária Brasileira foi proposta em um momento de intensas
mudanças e sempre pretendeu ser mais do que apenas uma reforma setorial.
Almejava-se, desde seus primórdios, que pudesse servir à democracia e à
consolidação da cidadania no país. A proposta, que começou a tomar forma em
meados da década de 70, estruturou-se durante a luta pela redemocratização.
✓ VIII Conferência Nacional de Saúde (1986).
▪ A 8ª CNS foi o grande marco nas histórias das conferências de saúde no
Brasil. Foi a primeira vez que a população participou das discussões da
conferência. Suas propostas foram contempladas tanto no texto da Constituição
Federal/1988 como nas leis orgânicas da saúde, nº. 8.080/90 e nº. 8.142/90.
Participaram dessa conferência mais de 4.000 delegados, impulsionados pelo
movimento da Reforma Sanitária, e propuseram a criação de uma ação
institucional correspondente ao conceito ampliado de saúde, que envolve
promoção, proteção e recuperação.
CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE – RELATÓRIO FINAL DA VIII CNS
SUS

❑ CONSTITUIÇÃO DE 1988: CIDADÃ

❖ Fundamento legal do Sistema Único de Saúde.

❖ Art. 196: “Saúde é um direito de todos e um


dever do Estado”.
SUS

❑ O SUS pode ser entendido, em primeiro lugar, como uma “Política


de Estado”, materialização de uma decisão adotada pelo Congresso
Nacional, em 1988, na chamada Constituição cidadã, de considerar a
Saúde como um “Direito de Cidadania e um dever do Estado”
(TEIXEIRA, 2011).
Sistema Único de Saúde, definido na lei n. 8.080,
de 1990, como: “o conjunto de ações e serviços
públicos de saúde, prestados por órgãos e
instituições públicas federais, estaduais e
municipais” (Giovanella, et al., 2012).
SUS
❑ Legislação básica:

✓ Constituição de 1988:
➢ Artigos 196 a 200
(http://conselho.saude.gov.br/14cns/docs/constituicaofederal.pdf)

✓ Leis Orgânicas da Saúde: regulamentam o SUS


➢ Lei 8.080 / 90
➢ Lei 8. 142 / 90

✓ NOBs e NOAS

✓ Pacto pela Saúde

✓ Decreto nº 7.508
SUS
❑ Mesmos princípios e diretrizes em todo
território nacional;
❑ O SUS não é um serviço ou uma instituição, mas
um Sistema que significa um conjunto de
unidades, de serviços e ações que interagem para
um fim comum.
❑ Sob gestão única em cada esfera de governo:
✓ Federal: Ministério da Saúde
✓ Estadual: Secretaria Estadual de Saúde
✓ Municipal: Secretaria Municipal de Saúde
CONTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

❑ Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do


Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.
CONTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

❑ Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde


integram uma rede regionalizada e hierarquizada
e constituem um sistema único.
SUS

❑Princípios do SUS

❖UNIVERSALIDADE
❖INTEGRALIDADE
❖EQUIDADE
SUS

❑UNIVERSALIDADE

❖ É a garantia de atenção à saúde por parte do


sistema, a todo e qualquer cidadão.
SUS

❑INTEGRALIDADE

❖O acesso deve ser garantido desde as ações de promoção até as de


recuperação da saúde, das ações coletivas às individuais; o que
incorpora o conceito ampliado de saúde.
SUS

❑EQUIDADE

❖ É assegurar ações e serviços de todos os níveis de


acordo com a complexidade que cada caso requeira.
SUS

❑ Diretrizes políticas, organizativas e operacionais:

❖ Descentralização,
❖ Regionalização,
❖ Hierarquização e
❖ Participação social.
SUS
❑ DESCENTRALIZAÇÃO
❖ Ela prevê não apenas a transferência, da esfera
federal para as demais esferas, da responsabilidade
de execução das ações, mas trata-se também de
efetuar a descentralização de recursos financeiros e
de poder.
❖ A descentralização pode ser vista também como
facilitadora para o controle social da saúde e para a
participação popular.
SUS

❑ REGIONALIZAÇÃO e HIERARQUIZAÇÃO

❖ Os serviços devem ser organizados em níveis de


complexidade tecnológica crescente, dispostos
numa área geográfica delimitada.
SUS

❑A PARTICIPAÇÃO POPULAR
❖É a garantia constitucional de que a população,
através de suas entidades representativas,
participará do processo de formulação das
políticas de saúde e do controle da sua execução,
em todos os níveis, desde o federal até o local.
❖Se dá, sobretudo, nos Conselhos - municipais,
estaduais e nacional - de Saúde e nas respectivas
Conferências de Saúde, realizadas a cada quatro
anos.
SUS

❑ A partir da Constituição da República de 1988,


várias iniciativas institucionais, legais e
comunitárias foram criando as condições de
viabilização plena do direito à saúde.
Destacam-se, neste sentido as chamadas Leis
Orgânicas da Saúde (Nº. 8.080/90 e 8.142/90); as
Normas Operacionais Básicas (NOB), de 1991,
1993 e 1996; Norma Operacional da Assistência à
Saúde (NOAS); Pacto pela Saúde e Decreto nº
7.508.
❖ Constituição Federal de 1988 – garantia do direito à
saúde de forma ampla (citam/expõem direitos e
garantias), exigindo legislação infraconstitucional;

❖Leis Orgânicas da Saúde (nº 8.080 e nº 8.142) –


permitem a programação e regulamentação do Sistema
Único de Saúde (definem princípios, atribuições e
responsabilidades);

❖ Normas Operacionais (NOB/NOAS/Pacto/Decreto)


– regulamentam as Leis Orgânicas – indicam as
formas de execução e organização da política nacional
de saúde, garantindo a operacionalização dos
princípios e diretrizes descritos anteriores.
SUS

❑LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE

❖LEI Nº 8.080
❖LEI Nº 8.142
SUS
❑LEI N. 8.080 de 1990
❖De que trata?
✓Da organização e da gestão do SUS;
✓Da definição das competências e das atribuições das três
esferas de governo;
✓Do funcionamento e da participação complementar dos
serviços privados de assistência à saúde;
✓Da política de recursos humanos;
✓Dos recursos financeiros, da gestão financeira, do
planejamento e do orçamento.
✓Regionalização e hierarquização.
SUS

❑LEI N. 8.142 de 1990

❖De que trata?


✓Da participação da comunidade na gestão do
SUS.
✓Das transferências intergovernamentais de
recursos financeiros na área da saúde.
SUS

❑ As Normas Operacionais têm como principal


objetivo disciplinar o processo de implementação
do SUS.
❑ Definição de estratégias e movimentos táticos,
que orientam a operacionalidade deste sistema.
NORMA OPERACIONAL

❑ Entre os objetivos das Normas pode-se destacar:


❖ Induzir e estimular mudanças no SUS;
❖ Aprofundar objetivos estratégicos, prioridades,
diretrizes e movimentos táticos-operacionais;
❖ Regular as relações entre seus gestores;
❖ Normatizar o SUS.
NORMA OPERACIONAL BÁSICA 91

❖ Transferências automáticas e diretas de recursos


de custeio do SUS para os municípios (áreas
hospitalar e ambulatorial).
❖ Repasse direto ao prestador.
❖ MS paga por PROCEDIMENTO.

❖ O pagamento por procedimento que já


existia para os provedores privados foi
estendido aos serviços públicos (Vianna e
Piola, 1999; Oliveira, 2000).
NORMA OPERACIONAL BÁSICA 93

❑ A NOB 93, do SUS, já não sofreu as


influências do INAMPS como a NOB
anterior.
NORMA OPERACIONAL BÁSICA 93

❑ Com a edição dessa NOB, municípios puderam


definir a própria condição de gestão do SUS, com
base na sua capacidade técnica e operativa (de
acordo com o nível organizacional), ou seja, esta
NOB estabeleceu responsabilidades e requisitos
para a gestão local do SUS.

❑ Municípios poderiam optar por três


modalidades de gestão: gestão incipiente,
parcial e semiplena.
NORMA OPERACIONAL BÁSICA 93

❑ Transferência Fundo a Fundo


Consiste no repasse de valores de forma, regular e
automático, diretamente do Fundo Nacional de
Saúde (FNS) para os estados e municípios e
Distrito Federal.
Respeito ao estágio de desenvolvimento da
descentralização em cada região do país, sem,
contudo, deixar de apontar o ramo desejado para
o SUS a médio e longo prazo.
NORMA OPERACIONAL BÁSICA 96

❑ A NOB/96 inovou no processo da gestão


descentralizada do SUS. A maior novidade para os
municípios foi a introdução do Piso da Atenção
Básica (PAB). Com o PAB foi instituído para os
municípios um valor per capita habitante/ano,
para os mesmos executarem ou gerenciarem as ações
da atenção básica.
❑ Para isso foram condicionadas duas formas de
gestão:
gestão plena da atenção básica, e
gestão plena do sistema municipal.
NORMA OPERACIONAL BÁSICA 96

❑Fortalecimento da responsabilidade dos


municípios pela gestão do SUS.
Norma Operacional da Assistência à Saúde NOAS 01/02

❑ Em atenção à NOAS, o governo aumentou


gradativamente o repasse de recursos para
procedimentos de média e alta complexidade
(UGÁ, 2005). As regulamentações definidas na
NOAS permitiram o aprofundamento do processo
de descentralização.
Norma Operacional da Assistência à Saúde NOAS 01/02

❑Plena da Atenção Básica Ampliada


❑Plena do Sistema Municipal (recebem
mensalmente a totalidade das transferências
federais para custeio da assistência, incluindo a
média e alta complexidade ambulatorial e
hospitalar).
Pacto pela Saúde

❑ Em 2006, o Ministério da Saúde publicou o Pacto pela


Saúde através da portaria/GM n. 399 (de 22 de fevereiro
de 2006). Este traz um conjunto de reformas
institucionais do SUS pactuado entre as três esferas de
gestão (União, estados e municípios). A proposta
sustenta-se em três dimensões: pela Vida, em Defesa
do SUS e Pacto de Gestão.
• Na vigência do Pacto pela Saúde, os processos de
habilitação foram abolidos e substituídos pela
formalização dos Termos de Compromisso de
Gestão a serem assinados pelos gestores.
Pacto pela Saúde

❑ As transferência dos recursos também foram


modificadas, passando a ser divididas em cinco
grandes blocos de financiamento (Atenção Básica,
Média e Alta Complexidade, Vigilância em Saúde,
Assistência Farmacêutica, Gestão do SUS).
Decreto nº 7.508 de 28 de junho de 2011

❑Orienta a configuração das Regiões de Saúde


(delimitações respeitando as especificidades) –
fortalecendo a regionalização e hierarquização;

❑ Contrato Organizativo da Ação Pública - COAP (firmado


entre os entes federativos), substitui o Termo de
Compromisso de Gestão do Pacto pela Saúde – TCG.
Decreto nº 7.508 de 28 de junho de 2011

❑Fortalece:
❖ Portas de Entrada (Atenção Básica),
❖Rede de Atenção à Saúde (ações e serviços de saúde articulados em níveis de
complexidade crescente na garantia da integralidade da assistência).

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