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Sistema Único de Saúde

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 3

GESTÃO DO SUS 3

- REGIÕES DE SAÚDE 20

- PORTAS DE ENTRADA 22

- COMISSÕES INTERGESTORES 27

FINANCIAMENTO DO SUS 32

- GASTOS EM SAÚDE NO BRASIL 40

- COMPLEXIDADES EM SAÚDE - SECUNDÁRIA E 42


TERCIÁRIA

- SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL 44

- ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DE SAÚDE 50

- ENTRANDO MAIS A FUNDO NAS FORMAS 54


ALTERNATIVAS DE GESTÃO

POLÍTICAS E PROGRAMAS 57

- POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO 66

- POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE MENTAL 70

- POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE DOS 76


POVOS INDÍGENAS

Bibliografia 79

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INTRODUÇÃO

E aí, pessoal, todos tranquilos?

Agora que entendemos sobre a história da saúde no Brasil e o


arcabouço legal do Sistema Único de Saúde, precisamos evoluir
num recorte de mais de 30 anos para compreendermos como as
coisas aconteceram até chegarmos onde estamos hoje!

Desde a promulgação das Leis 8.080 e 8.142, muita coisa foi


ajustada para que fosse cumprido aquilo que estava estabelecido,
afinal de contas, mudanças radicais num sistema precisam de
tempo para que toda essa rede capilarizada entenda e execute da
forma como deve ser.

Preparados? Bora lá!

GESTÃO DO SUS

Pessoal, um tema não muito querido (num primeiro momento),


mas que não é difícil de aprender.

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Em seu berço, na Constituição Federal de 1988, já estava definida


como seria a gestão do SUS. Vejam bem, era um objetivo a ser
alcançado, mas não iniciou assim na prática.

Seção II - Da Saúde:

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede


regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único,
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de
governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.

O objetivo sempre foi uma gestão capilarizada que não ficasse


concentrada na esfera federal. No entanto, não seria um trabalho

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simples. Antes do SUS, a gestão era federal. Com essa nova


estratégia de gestão, cada um dos 5.570 municípios teria que
assumir a gestão da saúde de sua população, além dos 26 Estados
e o Distrito Federal terem um papel mais ativo. Essa transição não
poderia ser feita às pressas.

Para ficar mais fácil visualizar, imaginem uma empresa que


contrata 5.570 funcionários. Não seria prudente já alocar todos em
suas funções sem ao menos um treinamento, não é mesmo?

Sendo assim, com o passar dos anos, foram redigidas as Normas


Operacionais Básicas ( NOBs), publicadas em resoluções e
portarias. Todas com um objetivo em comum: promover a
descentralização da gestão na saúde, como era intentado pela
Constituição.

Além disso, em seguida, foram publicadas as Normas Operacionais


da Assistência à Saúde (NOAS), que lapidaram um pouco mais do
que foi definido nas NOB.

Aqui vai um alerta de spoiler: teremos várias leis com várias datas,
mas elas são apenas para referência do texto original, ok? Não
precisa ficar decorando tudo. Saibam os apelidos apenas, como
“NOB 91”, por exemplo, e o que elas trouxeram de novo.

Abaixo, vocês estão vendo os marcos do processo de gestão do


SUS:

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Esquema 1. Linha do tempo do processo de gestão do SUS

Marco 1: Lei 8.080/90

• O que precisamos fazer? “Descentralização político-


administrativa, com direção única em cada esfera de governo”

Marco 2: Lei 8.142/90

• Criação das Conferências e dos Conselhos de saúde (um de


cada em cada esfera do governo: municipal, estadual e
nacional);
• A lei 8.142 diz muito a respeito do processo de financiamento
do SUS. Ela está presente na linha do tempo de gestão pois,
para ocorrer a descentralização, o dinheiro deveria ser
distribuído para que as coisas pudessem acontecer.

Marco 3: NOB 91

Publicação: Resolução nº 258, de 07 de janeiro de 1991.

As Normas Operacionais Básicas vieram para readequar o


funcionamento do SUS de maneira temporária. Apesar de hoje as
prefeituras terem grande autonomia em várias áreas da gestão
pública, naquela época não era bem assim. Após a constituição de

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1988, a saúde pública se tornou pioneira no processo de


empoderamento dos municípios, que obviamente não estavam
preparados para lidar com tanta autonomia.

Essa norma foi feita bem no início do SUS, quando as coisas


estavam ainda muito "cruas". Ela deu uma “pausa" nas mudanças,
procurando manter algum poder na esfera federal,
temporariamente, até que os municípios pudessem se adequar ao
novo modelo de gestão (por exemplo, selecionar e capacitar
pessoal, aprovar leis municipais etc.) e os mesmo ainda passariam a
receber por produção, inclusive prestadores privados!

Nesse momento ainda vigorava o INAMPS, em fase de transição


para o SUS que conhecemos hoje. Em resumo, a NOB 91:

• Transferência de recursos para Estados e Municípios é


administrada pelo INAMPS (nessa época, já em fase final, para
ser substituído pelo SUS), de acordo com serviços
produzidos;
• Os municípios deveriam iniciar a criação de um Fundo
Municipal de Saúde (estabelecido como critério obrigatório
para o repasse de verbas, de acordo com a Lei 8.142);
• Os municípios poderiam criar consórcios entre si, de acordo
com o nível de complexidade que cada um dispunha. Os
consórcios eram alternativas de fortalecimento e integração
dos governos locais, a partir de uma colaboração recíproca
para solucionar problemas que os municípios não conseguiam
resolver sozinhos. Eles criavam uma “pessoa jurídica”, sem fins
lucrativos, visando a instalação, exploração e administração de
serviços públicos comuns. Atenção: É como se fosse um
antecedente do que fazemos hoje nas Comissões
Intergestores e a formulação de Regiões de Saúde;
• Estados e Municípios seriam responsáveis por administrar
estes recursos repassados.

Mas, naquele mesmo ano, houve uma reformulação:

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Marco 3.1: NOB 91 (Reedição)

Publicação: Reeditada na Resolução do INAMPS nº 273, de 17 de


julho de 1991.

• Estímulo à municipalização, repasse financeiro direto, mensal


e antecipado aos municípios.

Marco 4: NOB 93

Publicação: Portaria nº 545 de 20 de maio de 1993.

É a NOB que inicia de fato o tão aguardado processo de


descentralização para as gestões municipais (municipalização),
ainda que de forma incipiente, parcial e semiplena e que cria as
famosas Comissões Intergestores (que envolveram o CONASS e o
CONASEMS, para dar apoio aos consórcios estabelecidos na NOB
91). O CONASS foi criado em 1982 e o CONASEMS em 1988, mas
vamos abordá-los agora, pois eles estarão presentes nas Comissões
Intergestores!

• Os Municípios tornam-se gestores, de maneira imediata ou


gradualmente (de acordo com a capacidade de cada
município). Foram criadas as modalidades de gestão
incipiente, parcial e semi-plena;
• Surge a transferência regular e automática de recursos para os
municípios em gestão semiplena (que não assumiram
integralmente a gestão);
• As Comissões: são foros de negociação e deliberação.
Importantes espaços de pactuação, articulação e integração
entre gestores;

• Comissão Intergestores Tripartite (CIT, federal): está


subordinada ao Conselho Nacional de Saúde;

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• Comissão Intergestores Bipartite (CIB, estadual): cada Estado


tem a sua comissão, que está subordinada ao Conselho
Estadual;
• No âmbito municipal, existem os Conselhos Municipais de
Saúde.

Marco 5: NOB 96

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Publicação: Portaria nº 2.203 de 06 de novembro de 1996.

• A gestão e execução direta da atenção básica de saúde é de


responsabilidade dos municípios;
• Criação da Fração Ambulatorial Especializada (FAE) para
gestão, pelos Estados, dos procedimentos de média
complexidade ambulatorial;
• Criação da Autorização de Procedimentos de Alta
Complexidade/Custo (APAC) para gestão dos procedimentos
de alta complexidade ambulatorial, com pagamento dos
valores apurados através do SIA-SUS (que agora é de
administração estadual);
• Criação do Piso Assistencial Básico (PAB): valor transferido
fundo a fundo de forma regular e automática, e com base em
valor nacional per capita para a população coberta.

• Reorganização do modelo de atenção, utilizando o Programa


Saúde da Família e Programa de Agentes Comunitários de
Saúde como principais ferramentas, e a criação do Incentivo

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Financeiro (PAB variável), de acordo com a implementação de


programas ou ações estratégicas.

• Elaboração da Programação Pactuada e Integrada (PPI): o


processo de elaboração da Programação Pactuada entre
gestores e Integrada entre esferas de governo deve respeitar a
autonomia de cada gestor - o município elabora sua própria
programação, aprovando-a no Conselho Municipal de Saúde; o
estado harmoniza e compatibiliza as programações
municipais, incorporando as ações sob sua responsabilidade
direta, mediante negociação na Comissão Intergestores
Bipartite, cujo resultado é deliberado pelo Conselho Estadual
de Saúde; Ou seja, com a possibilidade da articulação entre as
três esferas de gestão, o PPI tornou-se importante
instrumento de organização da assistência no sistema!
• Define as Condições de Gestão Plena da Atenção Básica e
Condições de Gestão Plena do Sistema Municipal de Saúde
para os municípios

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• Define as Condições de Gestão Avançada do Sistema Estadual


e Condições de Gestão Plena do Sistema Estadual para os
estados.

Marco 6: NOAS 2001

Publicação: Portaria nº 95, de 26 de janeiro de 2001.

Com as NOBs que discutimos acima, iniciou-se um forte processo


de descentralização no sistema de saúde que precisava ser
aprofundado. Aí que entra a NOAS 2001! Ela vem para ampliar a

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ênfase na regionalização, aumentar ainda mais as


responsabilidades municipais, trabalhar na equidade, regulamentar
a assistência, ampliar a atenção básica e serviços de média/alta
complexidade… enfim, trabalhar para aumentar a organização do
SUS.

Segundo o próprio texto:

“Art. 1º Aprovar, na forma do Anexo desta Portaria, a Norma


Operacional da Assistência à Saúde – NOAS-SUS 01/2001 que
amplia as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica;
define o processo de regionalização da assistência; cria
mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do
Sistema Único de Saúde e procede à atualização dos critérios de
habilitação de estados e municípios.” Ou seja, trabalhar na
ampliação da atenção básica e na regionalização.

Podemos resumir que a NOAS 2001:

• Define melhor quais as responsabilidades estaduais e


municipais (que não estavam muito claras nas NOB);
• Avança na habilitação dos Estados e Municípios para a gestão
plena prevista na NOB 96.
• Institui o Plano Diretor de Regionalização, que organiza os
Departamentos Regionais de Saúde (DRS), que são de
responsabilidade dos estados, microrregiões de saúde e
municípios-sede de média complexidade.
• Dá mais responsabilidades aos Municípios sobre a Atenção
Primária à Saúde, criando o PAB ampliado.

Marco 7: NOAS 2002

Publicação: Portaria nº 373, de 27 de fevereiro de 2002.

• Manteve decisões da NOAS 2001, com ajustes na gestão


municipal e no repasse de verbas;

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• Municípios habilitados em Gestão Plena da Assistência Básica


Ampliada passaram a receber um montante com base per
capta.

E como ficamos hoje?

Tabela 1. Pontos de gestão do SUS, nas três esferas de governo

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A ideia dos Departamentos Regionais de Saúde (DRS) é os


municípios se ajudarem com o recurso disponível, sendo o mais
próximo possível: minha cidade não tem maternidade, mas a
cidade vizinha tem, então minhas gestantes terão seus partos lá. Ao
mesmo tempo, a cidade vizinha não tem centro de hemodiálise,
mas na minha cidade tem, então os renais crônicos de lá virão para
cá. O recurso financeiro que viria para a minha cidade para o
suporte na maternidade das gestantes irá para a cidade vizinha, e o
oposto com o recurso da hemodiálise.

Os 17 DRS de São Paulo:

Figura 1. Mapa de Departamentos Regionais de Saúde do estado de


São Paulo

Uma última coisa que vale a pena destacarmos é o Pacto pela


Saúde (Portaria nº 399, de 22 de fevereiro de 2006).

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Precisamos ter em mente que este pacto é dividido em três


componentes:

Pacto pela vida, com seus objetivos/prioridades:

• Saúde do idoso;
• Câncer de colo de útero;
• Câncer de mama;
• Mortalidade infantil e materna;
• Doenças emergentes e endemias
• Promoção da saúde;
• Atenção básica em saúde.

Pacto pelo SUS:

• Reforçar e defender o SUS e seus princípios;

Pacto pela gestão:

• Destaque para regionalização e descentralização do SUS.

O documento basicamente foi um compromisso entre gestores do


SUS, baseado em indicadores populacionais, para fortalecer o
sistema (sua gestão, seus princípios) e atuar em condições de
saúde mais prevalentes, gerando maior impacto à população.

Antes de entrarmos no Decreto 7.508/2011, uma última coisa:

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Marco 8: Decreto 7.508/2011

Publicação: Decreto n° 7.508/2011, de 28 de junho de 2011.

Gente, chegamos a uma parte muito importante da apostila: O


Decreto 7.508! Se pensarmos hierarquicamente, esse decreto é o
documento mais importante para o SUS depois da Lei 8.080 e da
Lei 8.142, e é um tópico que tem caído cada vez mais nas provas de
São Paulo.

Diante disso, vamos discuti-lo com calma e profundidade. Agora


sim é o momento de reforçar a atenção e reter o conhecimento a
seguir. Show?

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O que é? Norma de autoria do chefe do executivo (presidente) para


regulamentar uma lei que já existe, ou seja, completar o que ficou
em aberto e ajudar que a lei seja cumprida.

Que lei que ele regulamenta? A lei 8.080! Então o decreto vai
expandir, reafirmar e organizar aspectos da Lei 8.080.

Sobre o quê fala o decreto? O Decreto dispõe especificamente


sobre a organização do SUS em relação a três aspectos:
planejamento da saúde, assistência à saúde e articulação
interfederativa.

Pronto, agora que vocês já sabem o quê, vamos detalhar.


Primeiramente, o decreto define conceitos que são comuns aqui na
Preventiva. Vamos aproveitar para entender os principais conceitos
de uma vez por todas:

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Tabela 2. Conceitos do Decreto 7.508/2011

Vamos agora aprofundar alguns tópicos importantes para as provas


e que foram estabelecidos pelo Decreto.

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REGIÕES DE SAÚDE

“As Regiões de Saúde serão instituídas pelo estado, em


articulação com os Municípios”

Podem ter Regiões que envolvam municípios de estados


diferentes, as chamadas Regiões Interestaduais? Sim! Sendo
municípios vizinhos e os estados se entenderem, é possível.

“As Regiões de Saúde serão referência para as transferências


de recursos entre os entes federativos”.

O que isso quer dizer? O dinheiro que vai para os municípios é


transferido aos Fundos Municipais de Saúde, porém, pode ocorrer

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transferência de dinheiro entre os municípios que compõem a


Região de Saúde após realizarem parcerias. Simples assim! Não
significa que o dinheiro será destinado diretamente às Regiões de
Saúde, entenderam?

E, para ser considerada uma Região de Saúde, a Região deve


conter, no mínimo, determinadas ações e serviços. Sem um desses,
os municípios não podem se efetivar como uma Região:

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PORTAS DE ENTRADA

O acesso ao SUS se dá através das chamadas Portas de Entrada, ou


seja, são por elas que os usuários podem receber atendimento de
forma direta e, se necessário, encaminhados aos outros pontos da
Rede de Saúde. É importante lembrar que o serviço ordenador da
Rede de Saúde é a atenção primária e que esta vai estar ali sempre
para o usuário. Os outros serviços são Portas de Entrada, pois estão
abertos para acolhimento, avaliação e atendimento, mas não
necessariamente os usuários serão mantidos dentro do serviço se
não constatada indicação.

Quem são essas Portas de Entrada? São quatro!

1. Atenção Primária à Saúde (a principal porta de entrada no


nosso sistema)

Basicamente, aqui, são as UBS, através de equipes de Estratégia de


Saúde da Família ou equipes de Atenção Básica.

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1. Serviços de urgência e emergência

SAMU, Prontos Atendimentos, UPAs e Emergências Hospitalares.

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1. Serviços de atenção psicossocial

Representantes são os CAPS em suas diversas formas: CAPS AD,


CAPSi e CAPS I a III.

1. Serviços especiais de acesso aberto

São serviços de exceção, criados para situações bem específicas. Ex.:


CTA - Centro de Testagem e Aconselhamento. Realizam testagem
para ISTs, aconselhamento e articulação com a rede. CEREST -
Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, aberto para os
trabalhadores independentemente do vínculo empregatício e do
tipo de inserção no mercado de trabalho.

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Detalhes: 1 - A população indígena contará com regramentos


diferenciados de acesso. A organização é própria, compatíveis com
suas especificidades. 2 - Os estados e municípios podem criar
outras portas de acesso, mediante justificativa e pactuação nas
Comissões Intergestores.

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RENASES - Relação Nacional de Serviços de Saúde

A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde compreende


todas as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário. A partir do
Decreto, ficou tudo definido, registrado e oficializado. A cada 2 anos,
o Ministério da Saúde (MS) atualiza essa relação de serviços.

RENAME - Relação Nacional de Medicamentos Especiais

A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais compreende a


seleção e a padronização de todos os medicamentos indicados
para qualquer tipo de tratamento no âmbito do SUS. A partir desse
momento, todos os fármacos foram padronizados nacionalmente. A
cada 2 anos, o MS também atualiza essa relação de medicamentos.
Para medicamentos de caráter especializado, como
imunobiológicos (que são caros e de conhecimento muito
específico), o MS pode estabelecer regras diferenciadas de acesso,
sendo mais rígido no processo de prescrição e dispensação destes.

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Mas, apesar de tudo estar definido pelo MS, os estados e


municípios podem adotar relações específicas e complementares
de serviços e de medicamentos, desde que:

1. Garantam o mínimo definido no RENASES e RENAME;


2. Garantam o financiamento por essas ações e medicamentos a
mais (então é bom pensar bem antes de querer incrementar
as listas, pois a União não repassará financiamento para os
adicionais).

COMISSÕES INTERGESTORES

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Sim, já falamos sobre as Comissões Intergestores na NOB 96, mas


vale a pena dar uma revisada, pois o Decreto oficializa e afina
algumas responsabilidades das Comissões.

As Comissões Intergestores são instâncias de pactuação


consensual entre os entes federativos. Elas atuam na definição das
regras da gestão compartilhada do SUS.

O que isso quer dizer? Às vezes é preciso juntar a União, os


Estados e os Municípios (mais especificamente as Regiões de
Saúde) para tomar decisões relacionadas à saúde e, quando eles se
juntam, eles formam Comissões. São justamente essas Comissões
que definem, organizam e planejam as coisas que falamos até o
momento em relação à saúde.

Já vimos que existem três tipos de Comissões:

1. CIT - Comissão Intergestores Tripartite, quando envolve a


União (+ os estados e municípios), tendo como representante
oficial o Ministério da Saúde.
2. CIB - Comissão Intergestores Bipartite, vinculada à
Secretaria Estadual de Saúde, envolvendo o estado + os
municípios do estado.
3. CIR - Comissão Intergestores Regional, envolvendo os
municípios referentes a uma Região de Saúde, também
vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos
administrativos e operacionais.

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Contrato organizativo da ação pública em saúde

Lembra do contrato que falamos lá em cima sobre definir as


responsabilidades de cada município dentro da Região de Saúde?
É desse contrato que falaremos agora. O objetivo do COAP é a
organização e a integração das ações e dos serviços de saúde dos

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municípios em uma Região de Saúde, com a finalidade de garantir


a integralidade da assistência aos usuários.

Cada ente federativo, por exemplo, um município, tem de ter um


Plano de Saúde para organizar e planejar o que a gestão daquele
período irá realizar para a saúde. Então na prática o Contrato
Organizativo de Ação Pública da Saúde resulta da integração dos
planos de saúde dos entes federativos que fazem parte da Rede de
Atenção à Saúde. Junta os planos de cada município em algo único
e define a responsabilidade de cada um.

E tem quem vigie se o que está no papel do COAP está sendo feito
mesmo na prática? Sim! O Sistema Nacional de Auditoria e
Avaliação do SUS faz o controle e a fiscalização do Contrato
Organizativo de Ação Pública da Saúde. Da parte do controle social,
os Conselhos de Saúde também funcionam como órgão de
controle e fiscalização. Ou seja, o usuário tem um espaço para
participar da gestão do SUS e vigiar se o que está planejado está de
fato sendo colocado em prática.

Agora indo para uma parte mais decoreba: todos os COAPs têm de
ter disposições essenciais e mínimas na sua composição. São nove
e, em geral, é sobre essas disposições que as provas costumam
cobrar:

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Tabela 3. Disposições do contrato organizativo da ação pública em


saúde

Sobre o Contrato, também há mais duas coisas importantes a


serem ditas:

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• O Ministério da Saúde poderá instituir formas de incentivo ao


cumprimento das metas de saúde e à melhoria das ações e
serviços de saúde;
• Existe a garantia de publicidade dos direitos e deveres do
usuário na saúde em todas as unidades de saúde do SUS. Isso
inclui as unidades privadas que participam de forma
complementar ao SUS.

Então, como vemos, o COAP é um documento bem detalhado de


como tudo irá funcionar dentro da Região de Saúde e qual a
responsabilidade de cada um. Mais do que um documento, é um
processo de planejamento e execução importante dentro do
sistema de saúde brasileiro.

Pronto! Muita coisa falamos sobre esse Decreto 7.508. E saber um


pouco mais sobre ele pode fazer toda a diferença nas provas! Com
essas informações, vocês estarão mais preparados para as questões
de Preventiva que virão pela frente.

FINANCIAMENTO DO SUS

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Primeiramente, turma: o SUS não é, exatamente, gratuito. Tomem


cuidado com esta ideia, pois dá uma sensação de que não custa
dinheiro. A saúde custa dinheiro, e muito. E este dinheiro também
não vem do além. Então vamos analisar como a conta é paga.

Consta na Constituição Federal de 1988, Seção II, artigo 198,


parágrafo 1º: “O sistema único de saúde será financiado, nos termos
do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de
outras fontes.”

E o que diz o artigo 195?

“A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma


direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes
dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, e das seguintes contribuições sociais(...)”

Ou seja, o financiamento do Sistema de Saúde é federal, estadual e


municipal.

Sentiram dúvidas de onde vem o dinheiro? Pois é, não fica muito


claro no texto original. Estas definições foram lapidadas com o
tempo para que tudo fique bem delimitado, do mesmo modo que
aconteceu com a gestão e as NOB e NOAS.

Marcos do processo histórico de financiamento do SUS:

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Esquema 2. Linha do tempo do processo de financiamento do SUS

Marco 1: Lei 8.142

Dispôs a respeito da transferência intergovernamental de recursos


e os critérios que um município precisava obter para poder receber
a transferência de instâncias superiores.

Marco 2: EC 29

Publicação: Emenda Constitucional nº 29, de 13 de setembro de


2000.

• Determina que a União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios aplicarão recursos mínimos, anualmente, em ações
e serviços públicos de saúde, mas ainda não define o quanto é
esse mínimo;
• O parágrafo terceiro dá um “spoiler alert” de que será
necessária uma lei complementar para regulamentar esses
parágrafos. Ou seja, ainda não ficou claro.

Marco 3: LC 141/12

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Publicação: Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012.

• 24 anos depois da redação da Constituição e 12 anos depois da


EC 29, surge a lei que irá regulamentar o financiamento do
SUS;
• A União aplicará, anualmente, em ações e serviços públicos de
saúde, o montante correspondente ao valor empenhado no
exercício financeiro anterior acrescido de, no mínimo, o
percentual correspondente à variação nominal do Produto
Interno Bruto (PIB) ocorrida no ano anterior ao da lei
orçamentária anual;
• Os Estados e o Distrito Federal aplicarão, anualmente, em
ações e serviços públicos de saúde, no mínimo, 12% da
arrecadação dos impostos estaduais;
• Os Municípios e o Distrito Federal aplicarão, anualmente, em
ações e serviços públicos de saúde, no mínimo, 15% da
arrecadação dos impostos municipais;
• No Distrito Federal, dos impostos que não entram na base
municipal ou estadual será aplicado, no mínimo, 12%
anualmente;

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Marco 4: EC 95

Publicação: Emenda Constitucional nº 95, de 15 de dezembro de


2016 (também chamada PEC do Teto).

• Instituiu um Novo Regime Fiscal;


• Cada um dos limites equivalerá ao valor do limite referente ao
exercício imediatamente anterior, corrigido pela variação do
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Ok, mas por que mudou?

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GASTOS EM SAÚDE NO BRASIL

Mas gente, cobram isso?

A USP-SP cobra ano após ano esse assunto, mas não precisamos de
muito para entendê-lo.

Primeiro, vamos entender o quanto o Brasil gasta em saúde


comparado a outros países. Segundo relatório da OCDE de 2021, em
2019 o Brasil gastava 9,6% do PIB em saúde, comparado com 9,3%
no Chile, 7,7% na Colômbia e 5,4% no México. Os gastos também
superam países gigantescos como Rússia ou China. O Brasil
também gasta menos em atenção hospitalar e mais em
atendimentos ambulatoriais que os demais países da OCDE.

Observem o gráfico de gastos proporcionais em saúde no Brasil, em


2020:

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Gráfico 1. Porcentagem de gastos em saúde no Brasil - Fonte: Portal


da Transparência

Os maiores gastos com a atenção especializada, de maneira


extremamente desproporcional com o restante (sozinha, esta área
corresponde a 62,48% do orçamento), é devido ao nível de
complexidade. Hospitais e centros de referência entram nessa
categoria. São custos altos em infraestrutura, aparelhos, insumos e
recursos humanos.

Ao mesmo tempo, a atenção primária, com seus 17%, pode ser mais
barata, mas não perde em abrangência e complexidade, visto que o
objetivo é a resolução de pelo menos 80-85% da demanda. Por isso,
os estados e municípios investem cada vez mais na atenção
primária, e até mesmo o setor privado está indo nessa direção.

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A atenção primária é mais barata, pois conta com equipes menores,


mais concisas, para resolver mais demandas. Uma equipe com um
médico de família e um enfermeiro de família consegue suprir uma
equipe de unidade básica parametrizada com um clínico, um
ginecologista, um pediatra e um ou mais enfermeiros. Só em
recursos humanos já é uma grande diferença, sem contar a
diferença em infraestrutura e insumos.

COMPLEXIDADES EM SAÚDE - SECUNDÁRIA E


TERCIÁRIA

Para finalizar o assunto, os serviços em saúde são classificados


conforme o tipo de serviço oferecido para organização da
distribuição dos recursos. Mas como essa classificação se dá? A
estruturação ocorre em níveis de complexidade, a saber: atenção
primária ou atenção básica, atenção de média (secundária) e alta

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complexidade (terciária). Cada um dos níveis têm demandas e


características específicas.

CUIDADO! Existem também os conceitos de complexidade


tecnológica e densidade tecnológica. A densidade tecnológica diz
respeito aos insumos tecnológicos necessários para oferecer um
serviço: máquinas de ressonância, de tomografia, suporte para
realização de cirurgia. Serviços que contêm esse tipo de suporte
são ditos como de alta densidade tecnológica. As Unidades Básicas
de Saúde são pontos de baixa densidade tecnológica:
computadores, espéculos, agulhas e seringas. Porém, as UBSs são
consideradas de alta complexidade: um único paciente é cuidado
nas mais diversas áreas: biológicas, psicológicas e sociais. A família é
abordada, bem como todas as condições clínicas, uma vez que a
atenção primária é responsável pela coordenação do cuidado desse
paciente.

O nível secundário é representado principalmente pelos


ambulatórios de especialidades focais e hospitais de pequeno ou
médio porte. Aqui estão incluídas as UPAs, CAPS, atendimentos
direcionados para áreas de pediatria, cirurgia, endocrinologia, e por
aí vai… Esses locais possuem equipamentos mais avançados, como
exames para endoscopia, ultrassonografia e ecocardiograma.
Portanto, tem uma densidade tecnológica maior.

O nível terciário é composto pelos hospitais de grande porte, onde


são realizadas cirurgias mais complexas: cardiovasculares,
neurológicas, cirurgias abdominais de grande porte. Estes possuem
estrutura com alta densidade tecnológica, tendo capacidade para
tratamentos oncológicos e realização de transplantes.

É essencial que todos os níveis saibam se comunicar entre si,


compartilhando a responsabilidade e o cuidado pela pessoa que
procura o serviço. Todos esses serviços constituem pontos de
atenção à saúde, inclusive a casa do paciente, permitindo
promoção, prevenção e recuperação da saúde.

43
A Evolução do SUS PREV

SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL

O termo “suplementar” vem de “suplemento” que é “o que se


acrescenta a um todo para ampliá-lo ou aperfeiçoá-lo”. A saúde
suplementar fornece assistência à saúde como um suplemento (ou
de suplementar). Isso significa que o cidadão não perde o direito de
ser atendido pelo SUS ao contar com a cobertura do plano ou
seguro de saúde privado.

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A Evolução do SUS PREV

Em 1944, o Banco do Brasil constituiu sua caixa de aposentadoria e


pensão - Cassi. A Cassi é o plano de saúde mais antigo do Brasil que
ainda está em operação.

O sistema de saúde do Brasil seguiu uma trajetória semelhante à


de alguns países latino-americanos (México, Chile, Argentina e
Uruguai). Isso porque o sistema se desenvolveu a partir da
previdência social.

A Constituição Federal de 1988, na Seção II, no seu artigo 199, diz


que “a assistência à saúde é livre à iniciativa privada”.

Por muito tempo, a saúde suplementar não possuía padrão de


funcionamento, por isso, com a Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de
2000, foi fundada a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A ANS é a agência reguladora vinculada ao Ministério da Saúde


responsável pelo setor de planos de saúde no Brasil. É considerada
uma autarquia.

Essa atividade regulatória da ANS pode ser entendida como um


conjunto de medidas e ações do Governo que envolvem a criação
de normas, o controle e a fiscalização de segmentos de mercado
explorados por empresas para assegurar o interesse público.

45
A Evolução do SUS PREV

Promover a defesa do interesse público na assistência suplementar


à saúde, regular as operadoras setoriais (inclusive quanto às suas
relações com prestadores e consumidores) e contribuir para o
desenvolvimento das ações de saúde no país.

O financiamento, quando se trata da saúde suplementar, é uma via


de mão dupla. Como os beneficiários dos planos de saúde podem
utilizar o SUS, as operadoras dos planos devem ressarcir o Fundo
Nacional de Saúde.

Fluxograma 1. Fluxo de ressarcimento. Legenda. APAC - Autorização


de Procedimento Ambulatorial; SIA - Sistema de Informação
Ambulatorial; AIH - Autorização de Internação Hospitalar; SIH -

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A Evolução do SUS PREV

Sistema de Informações Hospitalares; SIB - Sistema de Informações


de Beneficiários; ABI - Aviso de Beneficiários Identificados. Fonte.
Agência Nacional de Saúde Suplementar
http://www.ans.gov.br/planos-de-saude-e-operadoras/espaco-da-
operadora/compromissos-e-interacoes-com-ans/ressarcimento-ao-
sus, acesso em 30/01/2021.

Apesar da gama de serviços disponibilizados tanto no SUS quanto


no setor privado, há certas áreas que são exclusivas do SUS e não
podem ser realizadas no setor privado.

Ainda no artigo 199 da Seção II: “§ 4º A lei disporá sobre as


condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos,
tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e
tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de
sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de
comercialização”.

Além disso, são exclusivos do SUS: medicamentos para tratamento


do HIV, imunobiológicos, vigilâncias sanitária e epidemiológica,
vigilância em saúde do trabalhador e saneamento básico. Ou seja,
não há como depender apenas do setor privado na legislação
vigente.

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A Evolução do SUS PREV

Temos ainda outro tipo de ressarcimento. O ressarcimento que é


feito ao próprio beneficiário (a pessoa que compra um seguro ou
plano de saúde). De acordo com os princípios do Livre Mercado, o
beneficiário tem o direito de escolher o serviço que ele quer ser
atendido, mesmo que o plano de saúde não esteja disponível
naquele serviço em específico, ou por aquele profissional. Por
exemplo, um certo médico pode não aceitar o plano de saúde, mas
se for da preferência do indivíduo, ele pode ter o atendimento por
este profissional, sim.

A operadora tem a obrigação de ressarcir o valor deste


procedimento (exame, consulta, etc.). Mas como isso é feito? E
quais os direitos e deveres da operadora?

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A Evolução do SUS PREV

• A operadora só precisa ressarcir se for um procedimento que é


coberto pelo tipo de plano comprado pelo beneficiário
• A operadora só precisa ressarcir o valor que consta na tabela
de preços pagos por serviço. Então se, por exemplo, um
profissional cobra um valor alto pela sua consulta, e o
beneficiário opta por se consultar com ele, a operadora não
precisa ressarcir o valor por completo. Apenas o que consta na
lista

Atualmente, no Brasil, 43% dos gastos totais com saúde são de


origem pública (impostos e contribuições sociais). Vejam como isto
foi cobrado na prova da USP-SP 2021

“Os gastos públicos com saúde, oriundos de impostos e


contribuições sociais, representam aproximadamente 43% dos
gastos totais com saúde no Brasil e o restante é gasto privado, com
planos de saúde, compra de medicamentos e gastos diretos de
indivíduos e famílias.”

O último relatório da OCDE traz dados um pouco diferentes: 41%


dos gastos com saúde no Brasil eram do setor público, 30% com
planos privados e 25% em pagamentos diretos (saúde particular).

Pensem nisso: 41% dos gastos são com o público (muita gente usa!)
e 55% com planos de saúde e gastos diretos (muito menos gente).
Existe uma assimetria importante, não é?

O financiamento da saúde suplementar é composto, em maior


parte, por empregadores e associações que financiam planos de
saúde coletivos - cerca de 13,2% são planos coletivos por adesão e
65,8%, coletivo empresarial.

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A Evolução do SUS PREV

Cuidado para não confundir os conceitos de saúde suplementar


com o que se chama de saúde complementar. Apesar de ambos
serem usados em referência a serviços privados, a saúde
complementar diz respeito à cobertura de uma limitação do
sistema público de saúde realizada pelo sistema privado. Ou seja,
enquanto a suplementar se refere a planos, convênios e seguros de
saúde, a complementar é quando o SUS paga por serviços,
procedimentos e leitos do setor privado, como ocorreu por exemplo
na pandemia de Covid com a utilização de leitos de hospitais
privados e como acontece em vários estados em clínicas de
hemodiálise.

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DE SAÚDE

Essa é para quem presta Santa Casa de Misericórdia de São Paulo!


Cai bastante lá, mas também é visto em outras instituições do
estado.

As Organizações Sociais em Saúde (OSS) são instituições


filantrópicas do terceiro setor, sem fins lucrativos, responsáveis pelo
gerenciamento de serviços de saúde do SUS em todo o país, em
parceria com as secretarias municipais e estaduais de saúde.

Para uma entidade ser reconhecida como filantrópica pelos órgãos


públicos, ela precisa comprovar que desenvolveu, pelo período
mínimo de três anos, atividades em prol aos mais desprovidos, sem
distribuir lucros e sem remunerar seus dirigentes.

Terceiro setor é um termo que define as organizações de iniciativa


privada, sem fins lucrativos e que prestam serviços de caráter
público. Nessa lógica, o primeiro setor é constituído pelo Estado e o
segundo pelos entes privados, o mercado. São exemplos de

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A Evolução do SUS PREV

entidades do Terceiro Setor as organizações não governamentais


(ONGs), a OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público) e as organizações sociais de saúde, entre outros.

A parceria com as secretarias se dá através de Contratos de Gestão,


definido no artigo 5º da Lei federal nº 9.637/98 como “o instrumento
firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como OS,
com vistas à parceria entre as partes para fomento e execução de
atividades(...)”.

Vamos a um exemplo: na cidade de São Paulo existem diversas OSS


responsáveis pela gestão em saúde em diferentes setores da
cidade.

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A Evolução do SUS PREV

Figura 3. Rede assistencial - Contrato de Gestão - São Paulo. Fonte. Prefeitura de São Paulo

Na zona leste, o Hospital Santa Marcelina, que é uma entidade


filantrópica do terceiro setor e sem fins lucrativos, administra os

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A Evolução do SUS PREV

serviços de saúde, entre atenção primária e hospitais


especializados, seguindo um contrato com a prefeitura de São
Paulo, firmado em 2016 e com prazo de vigência de cinco anos.

Ou seja, o Santa Marcelina é uma OSS, pois é filantrópico, de


natureza privada, prestando um serviço público, sem fins lucrativos,
e possui uma parceria com a Secretaria Municipal através de um
Contrato de Gestão para assumir o gerenciamento dos serviços de
saúde de 21 bairros da zona leste de São Paulo.

É importante refletirmos e termos uma visão crítica em relação à


esses modelos de parceria público-privada: a expansão dessas
atividades (e das entidades privadas, por consequência, levando a
um forte mercado privado atuante no SUS), associada ao
subfinanciamento do SUS (como vimos quando analisamos a EC
95) não seria uma ameaça à universalidade do sistema? Muitos
autores discutem que esse modelo de atuação tira a
responsabilidade do Estado na gestão, precariza condições de
trabalho e que os contratos de gestão trabalham numa lógica de
produção por quantidade e centralizada. Outros defendem que as
OSS vieram para trazer mais eficiência e investimentos aos serviços
públicos.

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A Evolução do SUS PREV

ENTRANDO MAIS A FUNDO NAS FORMAS


ALTERNATIVAS DE GESTÃO

Já falamos um pouco sobre as autarquias e sobre as OSS, que são


tipos de gestão muito cobradas nas provas. Mas e as empresas
públicas de direito privado? E os serviços sociais autônomos? Para
compreender isso a fundo, vamos começar do início!

O primeiro conceito a ser firmado é com relação à forma de


administração do serviço. Essa pode ser direta ou indireta.

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A Evolução do SUS PREV

• A administração direta são serviços integrados na estrutura


administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.
Os órgãos da administração direta não têm personalidade
jurídica própria e pertencem à União, Estado, Distrito Federal
ou Município.
• A administração indireta é composta por entidades
administrativas, dotadas de personalidade jurídica própria e
autonomia administrativa, criadas mediante lei específica,
para o exercício de finalidade e competências
descentralizadas.

Beleza. Quanto à administração direta temos certeza que vocês


entenderam. Agora precisamos ir um passo além, com relação à
pessoa jurídica da entidade. Elas podem ser entidades de direito
público ou entidades de direito privado. Vamos relembrar algumas
dessas possibilidades com a tabela a seguir, que traz os tipos de
gerência que mais aparecem nas provas.

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Tabela 4. Alternativas de gestão de acordo com pessoa jurídica e tipo de gerência

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E agora, pessoal. Ficou mais claro? Esperamos que sim. Agora


finalizamos a discussão de uma parte super importante do SUS nas
provas. Pensem aí, haveria possibilidade de entender tudo isso com
o conhecimento que vocês tinham da faculdade? Provavelmente,
não! Cada assunto explorado nessa apostila, por mais que vocês
nunca tenham lido a respeito, são recorrentes nas provas de São
Paulo, mas não nas de outros estados do país.

Agora, vamos falar sobre outro importante tópico: quais são as


principais redes, políticas e programas do SUS?

POLÍTICAS E PROGRAMAS

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Para articular as ações em saúde e colocar em prática todas as


necessidades previstas pelas leis e decretos já citados, os governos
precisam organizar seu trabalho de forma detalhada.

A área da saúde, por exemplo, tem diferentes regiões de atuação:


prevenção, distribuição de medicações, construção de hospitais,
priorização de cuidados para grupos de maior risco, e por aí vai...
Em um país tão heterogêneo como o Brasil, e uma área geográfica
tão extensa, essas ações representam um grande desafio. Portanto,
para articular como os direitos serão assegurados e as ações
aplicadas, é necessária a ordenação em políticas e programas.

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Vocês já pararam para pensar no impacto que as políticas e


programas de saúde têm na qualidade de vida de uma população?

É importante refletirmos que, apesar de tais programas serem


planejados e pensados no papel, trazendo um ar de excesso de
“burocracia” e “administrativo” demais para nós (médicos), esses
projetos refletem a forma que nós atuamos no dia a dia, seja na
saúde pública ou suplementar. Então, bora entender um pouco
sobre esses programas e como eles funcionam no Brasil? Segue
uma tabela com um apanhado sobre as principais políticas. Depois,
vamos falar dos principais programas para as provas, dando
particular atenção à Política Nacional de Humanização e a Política
Nacional de Saúde Mental.

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Tabela 5. Principais Redes e Programas do SUS

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Pronto, agora prestem muita atenção! Essas duas são as mais


frequentes nas provas de São Paulo.

POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO

Quando pensamos em humanização, entende-se que há uma


dimensão ético-estético-política. No campo da ética, engloba a
necessidade de comprometimento e responsabilidade profissional,
com autonomia e defesa da vida. A dimensão política se dá
quando pensamos nos aspectos democráticos e das relações de
poder. E a humanização é também estética, quando pensamos em
novas apostas nos modos de fazer, produzindo novas formas de
realidade, num processo contínuo de transformação.

Assim, com base nessa concepção, a Política Nacional de


Humanização, popularmente chamada de PNH, foi lançada em
2003. O objetivo é pôr em prática os princípios do SUS no cotidiano
das práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde pública no
Brasil e incentivando trocas solidárias entre gestores, trabalhadores
e usuários. Outro sinônimo dessa política é “HumanizaSUS”. Ela
aposta em uma forma de atuação que inclua trabalhadores,
gestores e usuários, na produção e gestão dos processos de
trabalho. Atenção para uma palavra chave dessa política:
INCLUSÃO. Mas vejam bem: não estamos falando de inclusão de
minorias, mas sim da opinião de todos os agentes da política na
construção das ações em gestão.

Incluir os trabalhadores é ideal para que estes sejam agentes ativos


nas mudanças dos serviços de saúde. Incluir o usuário é
fundamental para que este se responsabilize pelo seu cuidado. A
inclusão auxilia também na promoção da autonomia do paciente.

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A Evolução do SUS PREV

E o que a PNH orienta para que essa inclusão realmente ocorra? É


através dos seguintes conceitos: transversalidade,
indissociabilidade, protagonismo, corresponsabilidade e autonomia
dos sujeitos e coletivos. Estes são os PRINCÍPIOS DA PNH. Cuidado!
Esses conceitos são cobrados na prova e as bancas fazem um
peguinha com o que significaria cada item. Vamos destrinchar
cada um deles então:

• Transversalidade: quer dizer tirar das relações de trabalho


aquela ideia de hierarquização. Estimula o grau de contato e
comunicação entre as pessoas e grupos.

É muito comum as provas trazerem que o médico é o principal


responsável pelo cuidado, ou que tem “papel central”. Isso é um
erro, e fere esse princípio de transversalidade. No SUS, nenhum
profissional é mais importante que o outro.
Da mesma forma, políticas que mencionam gestão ou atenção
verticalizada também devem levantar uma suspeição. Fiquem
espertos e comecem a "costurar" o conhecimento para fortalecer a
base de vocês.

• Indissociabilidade entre atenção e gestão: trabalhadores e


usuários devem conhecer como funciona a gestão, e atuar nos
processos de decisão das ações em saúde.

Por exemplo, gestores não decidem sozinhos os processos de


trabalho: o melhor seria se as decisões fossem tomadas em
conjunto, em reuniões, ouvindo a opinião de todos. Dessa forma, as
necessidades dos trabalhadores e da gestão se encontram em um
ponto comum. A qualidade do serviço oferecido e a satisfação do
trabalhador se tornam mais garantidas.

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• Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos


sujeitos e coletivos: quer dizer que o usuário não é só um
paciente e o trabalhador não é só um cumpridor de ordens.
Reconhece cada pessoa, além do seu papel de trabalhador ou
usuário como um cidadão de direitos. Valoriza a sua atuação
na produção de saúde.

Legal, pessoal? Além disso, outra coisa que precisamos saber são as
DIRETRIZES DA PNH. Elas são: acolhimento, gestão participativa e
cogestão, ambiência, clínica ampliada e compartilhada, valorização
do trabalhador e defesa do direito dos usuários. Vamos lembrar,
mais uma vez, que essas diretrizes são pautadas através de
orientações éticas, políticas e estéticas.

Citamos o que é necessário saber sobre cada uma das diretrizes na


tabela a seguir:

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Tabela 6. Diretrizes da Política Nacional de Humanização

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Apliquem a PNH reforçando o bom senso do atendimento na vida


prática de vocês.

POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE MENTAL

Pessoal, não é incomum, ao pensar em psiquiatria e condições de


saúde mental, já remetermos ao pensamento para pessoas
desequilibradas, com higiene e autocuidado inadequado.
Lembramos dos hospitais psiquiátricos que tem uma imagem tão

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A Evolução do SUS PREV

marcada em filmes e programas de televisão, com pacientes


andando para lá e para cá, com sialorreia, tremores nas mãos, olhar
fixo e, algumas vezes, até agressivos.

Toda essa imagem faz parte de uma construção histórica na qual o


cuidado de condições de saúde mental estava centralizado em
hospitais. Essas pessoas recebiam poucos olhares da sociedade. A
segregação e internação dessas pessoas propiciava a perpetuação
de suas condições crônicas. O uso inadequado das medicações
promovia iatrogenias como as sialorreias, movimentos
estigmatizantes e os tremores. O distanciamento da sociedade
permitia que o preconceito aumentasse, causando
desconhecimento e medo sobre essas condições.

De encontro com esse cenário, surgiram vários movimentos e


medidas que constituíram a Reforma Psiquiátrica. A Reforma
Psiquiátrica ocorreu em meados de 1990, surgindo como um
movimento político e social. É um processo histórico em defesa
dos direitos humanos e busca de cidadania de pessoas em
sofrimento psíquico.

Ela foi fruto do incômodo de profissionais, figuras políticas,


associações de familiares e pessoas com histórico de internações
psiquiátricas. A denúncia da violência nos manicômios escancarou
o problema. Mais do que denunciar, a Reforma Psiquiátrica veio
propor a construção de uma rede de serviços com estratégias
territoriais e comunitárias.

Um dos principais marcos da Reforma Psiquiátrica foi a Política


Nacional de Saúde Mental. Inicialmente, essa política foi centrada
na substituição do modelo assistencial hospitalocêntrico para
um novo sistema baseado em serviços na comunidade. Esse
novo sistema, focava a atenção na proteção dos direitos humanos.
Com o fortalecimento dessa política, a atenção foi se estendendo a
outras ações, como prevenção de saúde mental, estratégias de

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A Evolução do SUS PREV

enfrentamento da dependência de álcool e outras drogas, atenção


à saúde mental de crianças e adolescentes, entre outros.

A Política Nacional de Saúde Mental foi instituída em 06 de Abril


de 2001, através da lei 10.216.

Segundo essa lei, são direitos da pessoa portadora de transtorno


mental: ter acesso ao melhor tratamento de saúde, ser tratada com
humanidade e respeito, ser protegida contra situações de violência
e exploração, ser tratada em ambientes terapêuticos pelos meios
menos invasivos possíveis, dando preferência aos serviços
comunitários de saúde mental. O objetivo é, portanto, alcançar a
recuperação e a inserção na família, no trabalho e na comunidade.
Assim, a política diferencia os tipos de internação psiquiátrica:

1. Internação voluntária: ocorre com o consentimento do


usuário.
2. Internação involuntária: ocorre sem o consentimento do
usuário, mas com autorização de um terceiro.
3. Internação compulsória: determinada pela Justiça (medida
judicial).

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A Evolução do SUS PREV

Um detalhe, pessoal: a internação involuntária deve ser


comunicada ao Ministério Público Estadual num prazo de 72 horas.
Essa função não é do médico, mas do responsável técnico pelo
estabelecimento.

A partir da Política Nacional de Saúde Mental, foi pactuada em


julho de 2011 a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), também
chamada de Rede de Cuidados em Saúde Mental, Crack, Álcool e
outras drogas. Foi publicada na Portaria nº 3.088, de 23 de
Dezembro de 2011.

Como uma rede, a RAPS é composta por vários pontos de


atendimento para pessoas com problemas de saúde mental,
incluindo o uso de drogas. Ela prevê os Centros de Atenção
Psicossocial (CAPs), os Serviços Residenciais Terapêuticos, os

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Centros de Convivência e Cultura, as Unidades de Acolhimento e os


leitos de atenção integral em Hospitais Gerais. Essas instituições são
unidades de cuidados inseridas na comunidade e permitem atingir
o objetivo da substituição dos cuidados hospitalares e manicomiais:
no lugar do isolamento, o convívio com a família e a comunidade.

Os CAPs são unidades constituídas por equipe multiprofissional,


realizando atividades prioritariamente em espaços coletivos
(grupos, assembleias de usuários, reunião diária de equipe). Eles
realizam intervenções com base em um Projeto Terapêutico
Singular (PTS). No PTS, os problemas e potencialidades de cada
pessoa são levantados para gerar hipóteses da melhor intervenção.
Eles auxiliam e sistematizam muito o cuidado global da pessoa,
abordando todos os aspectos biopsicossociais.

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Pessoal, não vamos nos esquecer que também são pontos de


atenção da Rede de Atenção Psicossocial na atenção de urgência e
emergência: o SAMU 192, Sala de Estabilização, UPA 24 horas, as
portas hospitalares de atenção à urgência/pronto-socorro e as
Unidades Básicas de Saúde.

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Isso mesmo! As Unidades Básicas de Saúde também são pontos de


atenção de urgência de condições de saúde mental. Esses pontos
articulam com os CAPS para instituir o melhor cuidado.

Existem também os Serviços Residenciais Terapêuticos, que são


moradias inseridas na comunidade. Elas têm o objetivo de acolher
as pessoas que passaram longos períodos internadas. Às vezes,
essas pessoas também não tem condições de estabelecer um
autocuidado adequado e morarem sozinhas, e não tem uma família
disposta a recebê-las. São pessoas com sequelas do abuso de
substâncias psicoativas, esquizofrenia, deficits cognitivos. Essas
“casas” acolhem as pessoas, promovendo a socialização entre elas.
Isso causa melhora clínica e ressocialização.

Algumas mudanças vieram contrapor esse cenário de otimismo da


saúde mental, iniciadas a partir de 2017. A Portaria nº 3.588, de 21 de
dezembro de 2017, trouxe incentivo ao aumento do número de
ocupações de leitos psiquiátricos em hospitais. Incluiu o hospital
psiquiátrico na RAPS.

Além disso, a Resolução 01/2018 do Conselho Nacional de Políticas


Sobre Drogas (CONAD) reforçou medidas em favor da abstinência,
em contraposição à Política da Redução de Danos. Levantou-se,
portanto, um movimento que teme a centralização do cuidado de
saúde mental novamente em hospitais, com foco no cuidado
médico e práticas psiquiátricas.

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE DOS


POVOS INDÍGENAS

Gente, em 2002 o Ministério da Saúde publicou a Política Nacional


de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. A intenção basicamente

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era determinar e garantir a proteção, promoção e recuperação de


saúde aos povos indígenas e trazê-los como parte do seu próprio
cuidado.

Vale lembrar que grande parte da população indígena apresenta


importante vulnerabilidade e questões de saúde particulares (um
exemplo é a alta incidência de tuberculose), com alguns povos
sofrendo risco de desaparecimento.

Vejamos as diretrizes da Política Nacional de Atenção à Saúde dos


Povos Indígenas:

• Organização dos serviços de atenção à saúde dos povos


indígenas na forma de Distritos Sanitários Especiais e Pólos-
Base, no nível local, onde a atenção primária e os serviços de
referência se situam;
• Preparação de recursos humanos para atuação em contexto
intercultural;
• Monitoramento das ações de saúde dirigidas aos povos
indígenas;
• Articulação dos sistemas tradicionais indígenas de saúde;
• Promoção do uso adequado e racional de medicamentos;
• Promoção de ações específicas em situações especiais;
• Promoção da ética na pesquisa e nas ações de atenção à
saúde envolvendo comunidades indígenas;
• Promoção de ambientes saudáveis e proteção da saúde
indígena;
• Controle social.

A política também traz o conceito de Distrito Sanitário Especial


Indígena como "um modelo de organização de serviços - orientado
para um espaço etno-cultural dinâmico, geográfico, populacional e
administrativo bem delimitado -, que contempla um conjunto de
atividades técnicas, visando medidas racionalizadas e qualificadas
de atenção à saúde, promovendo a reordenação da rede de saúde e

77
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das práticas sanitárias e desenvolvendo atividades administrativo-


gerenciais necessárias à prestação da assistência, com controle
social."

Tenham em mente que políticas como essa servem para fortalecer


os princípios do SUS, especialmente a equidade, dando uma
"atenção especial" aos que mais precisam.

E, com isso, chegamos ao fim da apostila do SUS!

Parabéns! Foram 3 capítulos importantíssimos e que fundamentam


a grande maioria das questões das provas de Preventiva.
Brilhem na trilha pós-aula!

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Bibliografia

1. Resolução nº 258, de 07 de janeiro de 1991. Ministério da Saúde.


2. Portaria nº 545 de 20 de maio de 1993. Ministério da Saúde
3. Portaria nº 2.203 de 06 de novembro de 1996. Ministério da
Saúde.
4. Portaria nº 373, de 27 de fevereiro de 2002. Ministério da
Saúde.
5. Portaria nº 95, de 26 de janeiro de 2001. Ministério da Saúde.
6. Decreto n° 7.508/2011, de 28 de junho de 2011. Ministério da
Saúde.
7. Emenda Constitucional nº 29, de 13 de setembro de 2000.
Ministério da Saúde.
8. Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012. Ministério
da Saúde.
9. Emenda Constitucional nº 95, de 15 de dezembro de 2016.
Ministério da Saúde.
10. Portal da Transparência. Governo Federal.
11. Ressarcimento. Agência Nacional de Saúde Suplementar.
12. Política Nacional de Humanização - HumanizaSUS. Ministério
da Saúde.
13. Política Nacional de Saúde Mental. Ministério da Saúde.
14. Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas.
Ministério da Saúde.
15. Estudos da OCDE sobre os Sistemas de Saúde: Brasil 2021
16. CAMPOS, C. V. de A.; MALIK, A. M.; BUENO, R. L. P. A
Implantação do SUS e o processo de descentralização na área
da saúde até 2002. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São
Paulo, v. 10, n. 46, 2005. DOI: 10.12660/cgpc.v10n46.44036.
Disponível em: https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/
cgpc/article/view/44036. Acesso em: 4 jan. 2023.

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de residência médica. Estudo planejado com base em guias
estatísticos, aulas específicas por instituição e simulados para
que você foque no conteúdo que realmente cai na prova que
vai prestar, seja em São Paulo, na Bahia, em Minas Gerais, no
Paraná ou Enare.

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Disponíveis em todas as plataformas de áudio e também no
YouTube. Conheça os programas:

• Finalmente Residente: dicas sobre carreira e entrevistas


com especialistas de diversas áreas que mandam o papo
reto sobre como é cada residência.

• Projeto R1: dicas de estudos, preparação e entrevistas


inspiradoras com quem já passou na residência.

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corte, atualizações nos processos seletivos, especialidades e
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SOBRE A MEDWAY
A Medway existe para ser a marca de confiança do Médico. Estamos
sempre com você, principalmente durante a jornada de aprovação
para a residência médica.

Acreditamos que um ensino de qualidade faz toda a diferença na


carreira do profissional de medicina e impacta de forma positiva a
assistência lá na ponta.

Só nos últimos 3 anos, aprovamos 3.600 alunos na residência médica


em todo o Brasil, sendo 61% deles no estado de SP. Em 2022, quase
50% dos aprovados nas instituições mais concorridas de São Paulo
(USP-SP, USP-RP, Unifesp, Unicamp e Iamspe) foram alunos Medway.

Conseguimos isso unindo alguns elementos que são as nossas


marcas registradas: proximidade com os alunos, aulas e professores
excelentes, estudo direcionado e uma plataforma com mais de 41
mil questões comentadas, personalizável para suas necessidades.

Seguimos focados em acompanhar você rumo à aprovação na


residência médica dos seus sonhos, seja na Bahia, em Minas Gerais,
no Paraná, em São Paulo ou em instituições espalhadas pelo Brasil
(Enare).

Com a Medway, o R1 é logo ali!

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