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AS NORMAS OPERACIONAIS BÁSICAS (NOBs)

Surgiram em resposta às dificuldades em consolidar uma política nacional de saúde em um país


continental, desigual e federativo marcado por um sistema tributário relativamente centralizado.

No intento de superar os conflitos e as contradições inerentes às relações intergestores no âmbito


da política de saúde criaram-se as NOBs.

As NOBs são instrumentos que regulam o processo de descentralização considerando o


dinamismo e a complexidade envolvidos, as NOBs apresentam caráter transitório podendo ser
reeditadas ou substituídas de acordo com as peculiaridades do referido processo descentralizante
e de implementação do SUS

As NOBs são portarias que intensificam o poder regulamentador da direção nacional do SUS

Definem os critérios de organização do SUS nos municípios.

1991 – NOB-SUS 01/91,

 Foi a primeira NOB.


 Referiu-se ao SUS dentro do INAMPS.
Tratou dos seguintes temas:
 Financiamento da atividade ambulatorial, onde trata da nova sistemática da Unidade de
Cobertura Ambulatorial (UCA) colocando as várias etapas operacionais.

A NOB SUS 01/91


Estabelece a transferência de recursos do orçamento do INAMPS aos estados e municípios para
financiamento da atenção hospitalar e ambulatorial, via convênio e pagamento por produção.
Define critérios de acompanhamento, controle e avaliação das ações cobertas por esse financiamento e
cria o Sistema de Informação Hospitalar – SIH. Cria a Unidade de Cobertura Ambulatorial – UCA

 1992 – NOB-SUS 01/92,

 Foi a segunda Norma Operacional Básica.


 Está relacionada com o início do movimento municipalista;
 Cria o CONASS - Conselho Nacional de Secretários de Saúde e o CONASEMS - Conselho Nacional
de Secretários Municipais de Saúde, como instâncias gestoras colegiadas do SUS;
 Priorizou o financiamento da assistência médica curativa (atividades hospitalares e ambulatoriais)
com repasses baseados em dados populacionais e além desses, em estrutura física e desempenho
financeiro prévio (para as UCA - Unidade de Cobertura Ambulatorial ).
 Normatizou o fundo estadual de saúde

que determina que os municípios respondem pelo controle e avaliação sobre os serviços
assistenciais, cabendo aos estados controlar serviços periodicamente e controlar o “controle
municipal”. Cria o Sistema de Informação Ambulatorial – SIA.

 A NOB 01/92, em relação à descentralização, pode ser considerada um instrumento normativo


transicional, pois avança na explicitação de elementos e princípios da descentralização.
Cria a - Comissão Intergestores Tripartite - CIT e a Comissão Intergestores Bipartite - CIB, como
órgãos de assessoramento técnico ao Conselho Nacional de Saúde e aos Conselhos Estaduais de Saúde,
respectivamente
Lança o documento denominado "Descentralização das Ações e Serviços de Saúde - a ousadia de
cumprir e fazer cumprir a lei";
Enfatiza à municipalização da saúde;

 1993 – NOB-SUS 01/93,

 Foi editada pelo próprio Ministro da Saúde;


 Redistribuição de poder (e não desconcentração);
 Reorganização institucional envolvendo dimensões políticas, sociais e culturais, diálogos,
negociação e pactuação (democracia);
 Autonomia proporcional à capacidade de gestão.
 Institui a transferência fundo a fundo, regulamentada somente em 1994. Os estados e
municípios tinham que comprovar serviços de controle avaliação e auditoria para realizar a Autorização
de Internação Hospitalar - AIH e procedimentos ambulatoriais de alto custo e operacionalizar a central
de controle de leitos.
 1993 – Extinção do INAMPS
 1995 – Criação do Sistema Nacional de Auditoria – SNA, cujas atribuições são:
 Controle da aplicação dos recursos transferidos;
 Controle dos sistemas;
 Controle do funcionamento dos órgãos de controle, avaliação e auditoria;
Controle dos Consórcios Intermunicipais de Saúde.

1996 – NOB-SUS 01/96,

 Pretendeu dar continuidade ao processo de consolidação do SUS.


 Teve como finalidade primordial “promover e consolidar o pleno exercício, por parte do poder
público municipal e do Distrito Federal, da função de gestor da atenção à saúde dos seus
munícipes, com conseqüente redefinição das responsabilidades dos Estados, do DF e da união”
 O reordenamento do modelo de atenção à saúde,
 Enfoca os Sistemas Municipais como a base e os elementos fortalecedores do Sistema Nacional de
Saúde
 Institui a Programação Pactuada e Integrada (PPI) como “o instrumento essencial de
reorganização do modelo de atenção e da gestão do SUS
 Define as condições de gestão para os municípios (Plena da Atenção Básica e Plena do Sistema) e
estados (Avançada do Sistema e Plena do Sistema), relacionando responsabilidades, requisitos e
prerrogativas
 Modificou as condições de Gestão do SUS para Estados e Municípios:
Gestão Plena da Atenção Básica;
Gestão Plena do Sistema Municipal de Saúde
 Estabeleceu as novas condições de gestão para estados e municípios;
 Criou o Piso de Atenção Básica – PAB, fixo e variável;
 Determinou que estados e municípios comprovassem capacidade de contratação, controle,
avaliação e auditoria e pagamentos dos serviços;
 Criou a Autorização de Procedimento Ambulatorial de Alta Complexidade - APAC.
 Cria incentivos diversos, por programas, especialmente para o PACS e o PSF ou Projetos Similares;

NOAS (Norma Operacional de Assistência à Saúde) SUS

 2001 – NOAS 01/2001,

Ampliação das responsabilidades dos municípios na Atenção Básica;


Definiu o processo de regionalização da assistência;
Fortalecimento da gestão do SUS;
Atualização dos critérios de habilitação de estados e municípios

 A NOAS 01/2001 organizou a regionalização da assistência à saúde, por meio da definição do


fluxo intermunicipal estabelecido no Plano Diretor de Regionalização - PDR.

 2002 – NOAS 01/2002

 A NOAS SUS 01/2002 resolve ampliar as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica;
 Estabelece o processo de regionalização como estratégia de hierarquização dos serviços de
saúde;
 Cria o PAB Ampliado. Define Regulação assistencial como “a disponibilização da
alternativa assistencial mais adequada à necessidade do cidadão, de forma equânime, ordenada,
oportuna e qualificada efetivada por meio de Complexos Reguladores. Articulada com a
avaliação das necessidades de saúde, planejamento, regionalização, programação e alocação de
recursos (PPI), além da ações de controle e avaliação.

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