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Gestão e Gerência

Gestão - atividade e responsabilidade de comandar um sistema de saúde, envolve coordenar, articular,


negociar, planejar, acompanhar, controlar, avaliar e auditar (municipal, estadual ou nacional).
Gerência - administração de uma unidade de saúde com prestação de serviços do SUS.

INSTRUMENTOS DE GESTÃO EM SAÚDE

Conceito
Mecanismos complementares entre si que garantem o funcionamento do SUS em todos os níveis,
utilizando instrumentos que objetivam garantir e aperfeiçoar o funcionamento do sistema de saúde,
dando maior eficiência e eficácia ao planejamento.
Pressupostos do planejamento:
I. responsabilidade dos três entes federados
II. respeito aos resultados das pactuações entre os gestores
II. monitoramento, a avaliação e integração da gestão do SUS
IV. planejamento ascendente e integrado, do nível local até o federal;
V. compatibilização entre os instrumentos de planejamento da saúde (PS, PAS, RAG) e os
instrumentos de planejamento e orçamento de governo (PPA, LDO, LOA), em cada esfera de gestão;
VI. transparência e visibilidade da gestão da saúde, mediante incentivo à participação da comunidade;
VII. concepção do planejamento a partir das necessidades de saúde da população em cada região de
saúde, para elaboração de forma integrada.

Instrumentos de planejamento e orçamento do governo


● Plano Plurianual (PPA)
● Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
● Lei Orçamentária Anual (LOA)

PLANO PLURIANUAL (PPA)


Previsto no artigo 165 da Constituição Federal, Regulamentado pelo Decreto 2.829, de 29 de outubro
de 1998;
Lei que estabelece as medidas, diretrizes e objetivos e metas a serem seguidos pelo Governo ao
longo de um período de quatro anos, de iniciativa do Poder Executivo com periodicidade: quadrienal.

LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO)


Compreende as metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas do exercício
financeiro subsequente.
Orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual, dispõe sobre as alterações na legislação
tributária e estabelece a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
Iniciativa do Poder Executivo com periodicidade anual.

LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA)


Estima as receitas e fixa as despesas do governo, seus poderes, seus fundos, órgãos e entidade da
administração direta e indireta, empresas das quais o poder público detenha direta ou indiretamente a
maioria do capital com direito a voto.
Iniciativa: Poder Executivo e periodicidade anual.

Principais Instrumentos de Gestão em Saúde

1. Plano de Saúde (PS)


2. Programação anual de Saúde (PAS)
3. Relatório Anual de Gestão (RAG)
PLANO DE SAÚDE (PS)
É a base para a execução, o acompanhamento, a avaliação da gestão do sistema de saúde e
contempla todas as áreas da atenção à saúde, de modo a garantir a integralidade da atenção.
Explicita os compromissos do governo para o setor saúde e reflete, a partir da análise situacional, as
necessidades de saúde da população e as peculiaridades próprias de cada esfera.
A elaboração deve considerar.
I-análise situacional, orientada, pelo Mapa da
Saúde;
II- definição das diretrizes, objetivos, metas e
indicadores;
III o processo de monitoramento e avaliação.
Deve ser submetido à apreciação e aprovação do Conselho de Saúde e disponibilizado em meio
eletrônico no Sistema de Apoio ao Relatório de Gestão
(SARGSUS), disponível:
● PERIODICIDADE: QUADRIENAL
● BASES PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA
● REVISÃO: ANUAL (agenda/programação anual e PPI)
● QUADRO DE METAS (anual)
● INDICADORES E METAS (FÍSICAS E FINANCEIRAS)
● Base p/o RAG - elaborado em forma de planilhas anuais.
OBS: Devem constar as prioridades estabelecidas na Programação Anual de Saúde, e a previsão dos
mecanismos necessários para a execução dessas prioridades.
OBS: Na esfera estadual, deve considerar o que foi estabelecido no Plano Diretor de Regionalização
(PDR) do estado, visto que este é parte integrante do próprio Plano de Saúde
Obs: levar em consideração o decreto 7.508/2011

PROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDE (PAS)


É o instrumento que operacionaliza as intenções expressas no Plano de Saúde e tem por objetivo
atualizar as metas do Plano de Saúde e prever a alocação dos
recursos orçamentários a serem executados.

PAS do estado e município deve conter


I.-Ações que, no ano específico, garantirão o alcance dos objetivos e o cumprimento das metas do PS.
II.-Os indicadores que serão utilizados para o monitoramento da PAS;
III.-Previsão da alocação dos recursos orçamentários necessários ao cumprimento da PAS;
Prazos para elaboração e execução da PAS
I.- Elaborar e enviar para aprovação do respectivo Conselho de Saúde antes da data de
encaminhamento da LDO do exercício correspondente; e
II.- execução no ano subsequente.

RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO


-Elaboração anual
-Apresentar os resultados alcançados com a execução da PAS e
-Orienta eventuais redirecionamentos que se fizerem necessários no Plano de Saúde.
DEVE CONTER:
I - as diretrizes, objetivos e indicadores do Plano de Saúde;
II - as metas da PAS previstas e executadas;
III. - a análise da execução orçamentária; e
IV- as recomendações necessárias, incluindo eventuais redirecionamentos do Plano de Saúde.
APROVAÇÃO:
Deve ser enviado ao respectivo Conselho de Saúde até o dia 30 de março do ano seguinte, cabendo ao
Conselho emitir parecer conclusivo, por meio do SARGSUS.
OS: Os entes federados que assinarem o Contrato Organizativo de Ação Pública em Saúde (COAP)
deverão inserir seção específica relativa aos compromissos assumidos e executados.
O Relatório do Quadrimestre Anterior deve ser apresentado pelo gestor do SUS até o final dos
meses de maio, setembro e fevereiro, na Casa Legislativa do respectivo ente da Federação.
O relatório do quadrimestre deverá conter:
I.- montante e fonte dos recursos aplicados no período;
II.- auditorias realizadas ou em fase de execução no período e suas recomendações e determinações;
III.- oferta e produção de serviços públicos na rede assistencial própria, contratada e conveniada,
cotejando esses dados com os indicadores de saúde da população em seu âmbito de atuação.
O planejamento regional integrado será elaborado no âmbito da Região de Saúde Coordenado pela
gestão estadual e envolverá os três entes federados.
Expresará as responsabilidades dos gestores de saúde em relação à população do território.
Instrumento que apresenta os resultados alcançados com a PAS, a qual operacionaliza o PS na
respectiva esfera de gestão e orienta eventuais redirecionamentos e a probidade dos gestores do SUS.
É também instrumento de comprovação da aplicação dos recursos repassados do FNS para os Fundos
de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cujo resultado demonstra o processo
contínuo de planejamento e é instrumento indissociável do PS e das respectivas PAS.
Conteúdo do RAG:
I.- os objetivos, as diretrizes e as metas do PS;
II.- as ações e metas anuais definidas e alcançadas na
PAS, inclusive as prioridades indicadas no ICG;
III.- os recursos orçamentários previstos e executados;
IV.- as observações específicas relativas às ações programadas;
V.- a análise da execução da PAS, a partir das ações e metas, tanto daquelas estabelecidas quanto das
não previstas; e
VI.- as recomendações para a PAS do ano seguinte e para eventuais ajustes no PS vigente.
Estrutura do RAG:
I.- introdução
II.- quadro sintético com o demonstrativo do orçamento
III - quadros com os elementos constitutivos do RAG
IV - análise sucinta da execução da PAS
V - recomendações;
PLANO DIRETOR DE REGIONALIZAÇÃO - PDR
Traça o desenho da pactuação dos gestores e pode/deve conter:
-Caracterização do Estado
-Pactuação
- Mapas das regiões caracterizando ações e serviços a serem oferecidos
-Identificação do Colegiado/Comissão Intergestor Regional (CIR) Identificação complexos
regulatórios
-Outras decisões
PROGRAMAÇÃO PACTUADA INTEGRADA - PPI
Instrumento de planejamento para integrar as ações e serviços de assistência ambulatorial e hospitalar
onde é definido o teto financeiro de cada município.
● Alocar recursos entre municípios
● Explicita a distribuição de competências entre as 3 esferas do governo
● Orienta a organização do sistema de saúde e das redes de referência das microregiões.
● Base: Plano Diretor de Regionalização
● Restringe-se a aspectos de responsabilidade compartida, que envolvem a fixação de critérios
de alocação de recursos do SUS.

Objetivos:
Estimular planejamento;
Orientar organização do sistema de saúde;
Explicitar os fluxos de referências;
Orientar a alocação de recursos financeiros de acordo com as necessidades da população;
FINALIDADES DOS INSTRUMENTOS
I - apoiar o gestor na condução do SUS no âmbito de sua competência territorial de modo que alcance
a efetividade esperada na melhoria dos níveis de saúde da população e no aperfeiçoamento do
Sistema;
II - possibilitar o provimento dos meios para o aperfeiçoamento contínuo da gestão participativa e das
ações e serviços prestados;
III - apoiar a participação e o controle sociais; e
IV - subsidiar o trabalho, interno e externo, de controle e auditoria.
OS ESPAÇOS DE PACTUAÇÃO E NEGOCIAÇÃO DO SUS: CIB, CIT E CIR

Portaria 545/93
Norma Operacional Básica 01/93

COMISSÃO INTERGESTOR
São espaços intergovernamentais;
Planejamento, a negociação, a implantação e/ou a implementação das políticas de saúde pública do
Brasil;
Gestores do SUS.
COMISSÕES INTERGESTORES
• Comissão Intergestores Tripartite (CIT)
• Comissões Intergestores Bipartite (CIB)
• Comissão Intergestor Regional (CIR)
COMISSÃO INTERGESTOR TRIPARTITE - CIT
Instância de articulação e pactuacão na esfera federal

Tem composição paritária formada por membros indicados pelo MS, CONASS e CONASEMS;

São definidas diretrizes, estratégias, programas, projetos e alocação de recursos do SUS.


OBS: As reuniões da cit são mensais e on-line

CONASS
➔ SUS;
➔ Congrega os Secretários da Saúde dos estados e do Distrito Federal;
➔ CIT e o CNS.
Voltado para a implementação dos princípios e constitucionais e da legislação complementar em
saúde.
➔ MISSÃO - Promover o pleno exercício das responsabilidades das secretarias de saúde dos
estados, junto aos órgãos federais e municipais, aos poderes Legislativo e Judiciário.

SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE

CONASEMS - Tem como eixo de ação o fortalecimento e a autonomia da gestão municipal,


promovendo e incentivando o desenvolvimento de políticas públicas que valorizem as experiências de
saúde, com caráter intersetorial, que promovam a equidade e participação social.
➔ Entidade não-governamental;
➔ Sem fins lucrativos, criada com o objetivo de representar as Secretarias Municipais de Saúde.
COMPETÊNCIAS:
• Promover e consolidar um novo modelo de gestão pública de saúde, alicerçado nos conceitos de
descentralização e municipalização;
• Propor fórmulas de gestão democrática para a saúde;
• Auxiliar municípios formulação de estratégias voltadas ao aperfeiçoamento dos seus sistemas de
saúde, primando pelo intercâmbio de informações e pela cooperação técnica.
COMISSÃO INTERGESTOR BIPARTITE - CIB

Espaços estaduais de articulação e pactuação política;

Gestores do Estado Gestores dos Municípios Operacionalização do SUS nos


estados e Distrito Federal

• São espaços estaduais de articulação e pactuação política que objetivam orientar, regulamentar e
avaliar os aspectos operacionais do processo de descentralização das ações de saúde nos estados e
Distrito Federal.
• A Comissão Intergestores Bipartite (CIB) é o fórum de negociação entre gestores do Estado e
Municípios, na implantação e operacionalização do Sistema Único de Saúde (SUS) nos estados e
Distrito Federal.

➔ Membros da Saúde do governo estadual;


➔ Secretários municipais de Saúde;
Como um colegiado de decisões bipartite (dias esferas de governo), a CIB é composta paritariamente
por membros da saúde do governo estadual indicados pelo Secretário de Estado da Saúde e dos
secretários municipais de Saúde indicados pelo órgão de representação do conjunto dos municípios do
estado, denominado Conselho de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS). Em cada estado, os
Secretários Municipais de Saúde se organizam.
➔ OBJETIVO - CIB: Orientar, regulamentar e avaliar os aspectos operacionais do processo de
descentralização das ações de saúde nos estados e Distrito Federal.
OBS: CADA ESTADO CONTA COM UMA COMISSÃO BIPARTITE.
Funcionamento:
As decisões da CIB e o resumo das reuniões devem ser amplamente divulgados para todos os
gestores, profissionais de saúde e conselhos de saúde.

Para a legitimidade da CIB e essencial preocupação com representatividade dos COSEMS nesse
fórum;
COMISSÃO INTERGESTOR REGIONAL - CIR
• É o fórum de negociação entre gestores dos Municípios das regiões de saúde
• Composição: secretários municipais de saúde da região de saúde e representantes da SES da
regional
• Cada região de saúde conta um uma CIR

COMISSÃO INTERGESTOR EM SERGIPE


➔ COMISSÃO INTERGESTOR BIPARTITE
Em Sergipe é chamado de Colegiado Intergestor Estadual (CIE)
➔ COMISSÃO INTERGESTOR REGIONAL.CIR
Em Sergipe é chamado de Colegiado Intergestor Regional (CIR)
LEI N° 6.345 DE 02 DE JANEIRO DE 2008

QUESTIONÁRIO DE REVISÃO

Por quais categorias de gestores é formada uma CIB?


• São constituídas, paritariamente, por representantes do governo estadual ? indicados pelo Secretário
de Estado da Saúde? e dos secretários municipais de Saúde ? indicados pelo órgão de representação
do conjunto dos municípios do estado, em geral denominado Conselho de Secretários Municipais de
Saúde (Cosems).
Por quais categorias de gestores é formada a CIT?
• Instância de articulação e pactuação na esfera federal que atua na direção nacional do SUS,
integrada por gestores do SUS das três esferas de governo - União, estados, DF e municípios. Tem
composição paritária formada por 21 membros, sendo sete indicados pelo Ministério da Saúde (MS),
sete pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e sete pelo Conselho
Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems). A representação de estados e municípios
nessa Comissão é regional, sendo um representante para cada uma das cinco regiões no País. Nesse
espaço, as decisões são tomadas por consenso e não por votação. A CIT está vinculada à direção
nacional do SUS.
Por quais categorias de gestores é formada a CIR?
Secretários municipais de saúde da região de saúde e representantes da SIS da
regional.
Que norma designou como foro de negociação as Comissões Intergestores e os Conselhos de
Saúde?
NOB/93 (CIT e CIB)
CIR - Decreto n° 7.508 de 28/06/2011. Regulamenta a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, para
dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SU
Qual é a potencialidade dessas Comissões?
Organização do Sistema Único de Saúde-SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a
articulação interfederativa, e dá outras providências.

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