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Os primeiros marcos da regulação do Sistema Único de Saúde nos anos 90.

Criado com a Constituição Federal de 1988, o Sistema Único de Saúde abriu as

portas dos serviços de saúde para os cidadãos, garantindo a saúde como um direito de

todos, esse extenso sistema de saúde, necessitaria de ações regulatórias para seu

funcionamento, pois não se trata de um simples sistema de saúde, mas sim um sistema

complexo e abrangente em todo território brasileiro. Nos anos 90, o SUS alcançou

marcos importantes na sua regulação e estruturação, dentre os quais se destacam as leis

orgânicas de 1990 (8.080 e 8.142), as Normas Operacionais Básica (NOBs-90) e a

Agência Nacional de Vigilância Sanitária que completa as ações de saúde.

Com a lei 8.080/90 foi estabelecido a base do sistema de saúde, definindo os

princípios e diretrizes, assim como suas competências e atribuições. Além disso, em

caráter complementar à lei 8.080/90, a lei 8.142/90 veio trazendo em sua íntegra a

participação popular na gestão do SUS, visando a transparência no funcionamento do

sistema através do controle social, ela também criou o Conselho Nacional de Saúde

(CNS), órgão colegiado com a participação de representantes do governo, prestadores

de serviços, profissionais de saúde e usuários do SUS, que tem o papel de acompanhar,

fiscalizar e formular políticas para o sistema de saúde. (Souza, 2021)

A descentralização é um dos princípios do SUS que mais são pautados nas

políticas, ligando-a ao princípio da regionalização, o que torna possível a ampliação da

cobertura das ações de saúde ao público, organizando-as de modo eficiente, as NOBs

aborda muito bem esses princípios, ela vem com o intuito de direcionar entes

federativos como, Estados e Municípios na operacionalização do sistema de saúde,

fortalecendo a capacidade dos municípios de responderem às necessidades de saúde da

população local, ou seja, diante da necessidade de regulamentar o SUS para que se


concretize a descentralização, as NOBs-90 traz os municípios para execução das ações,

superando a lógica de serem apenas prestadores de serviços, detalhando assim suas

responsabilidades.(BRASIL, 1996)

Como forma de complementar os serviços de saúde, foi criado a ANVISA.

Presente em todo território brasileiro, a ANVISA atua como protetor da saúde da

população, uma instituição com a finalidade de controlar as áreas sanitárias de diversos

serviços e produtos submetidos à vigilância sanitária.

Portanto, as regulamentações dos serviços de saúde na década de 90 foi

fundamental para seu pleno funcionamento, pois elas são compreendidas como ações

sociais que abrangem os tópicos necessários para consolidação do SUS, como as NOBs,

que foram fundamentais para a concretização de um sistema de saúde amplo e acessível

ao público, elas abordam a fiscalização, o controle, as condutas a serem tomadas,

desenvolvimento tecnológico, auditoria em saúde, vigilância em saúde e normativas

indispensáveis para o exercício dos serviços de saúde, vale ressaltar que o SUS é

dinâmico, e ao longo do tempo, outras leis, normas e políticas virão a ser criadas ou

aprimoradas para buscar a melhoria contínua do sistema de saúde público do país.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde - SUS - 1996 -


Conselho Nacional de Saúde. CNS. "Efetivando o Controle Social"
https://conselho.saude.gov.br/legislacao/nobsus96.htm

Souza, Antônio Guilherme. Legislação e Princípios do Sistema Único de Saúde -


SUS. 2021. Centro de Formação de Recursos Humanos para o SUS/SP - São Paulo
http://www.saude.sp.gov.br/ses/perfil/cidadao/homepage/acesso-rapido/portal-de-revista
s-cientificas

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